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O humanismo renascentista italiano e o realismo político – Ratio x Jus

149 O que essas discussões sobre a importância (ou não) de Maquiavel para o tema da razão de Estado em geral apontam é para uma interpretação do surgimento do Estado num longo desdobramento institucional a partir de considerações sobre a supremacia interesse público, mais próximo de algo como a manifestação do poder de um soberano sem barreiras, parcialmente limitado por seu respeito inicial pelas regras de uma comunidade jurídico-teológica mais ampla do que as comunidades régias ou principescas. Barreiras que existiam e, apesar do consentimento ou do respeito, exerciam pressão considerável sobre teóricos e governantes que levaram mesmo bastante tempo para conseguir pensar e implantar graus de eficácia de exercício de poder sobre seus domínios que pudessem rotulá- los de autônomos. Esse é um eixo de discussão importante. Apesar de determinados institutos efetivamente estarem funcionando desde o século XIII, não tinham o alcance para transformar as estruturas mais amplas das sociedades feudais. O papel de destaque dado ao humanismo renascentista, especialmente o italiano, investe sobre a influência desses fatores limites, em especial sobre a jurisdição religiosa.

Thus, besides the introduction of a new method of approach and the omission of the religious motivation, the emphasis on the catalogue of virtues is the main feature by which these humanist writings are distinguished from their medieval predecessors336.

O humanismo dos renascentistas, em especial após Maquiavel, mas também antes dele, refletia com bastante força as tendências realistas da época, num conjunto de práticas que se contrapunham às idealizações dos juristas dos séculos precedentes que não viam suas teses encontrarem solo histórico para se efetivarem. A ligação entre realismo e

humanismo é essencial para entender esse aspecto que falta ao jurista da Idade Média. Com

tal associação de idéias foi possível se opor à obediência a qualquer outra ordem fora de certo contexto político, assim como permitiu mais ampla mobilização dos meios

336 GILBERT, Felix. The Humanist Concept of the Prince and the Prince of Machiavelli. The Journal of Modern History, Vol. 11, No. 4. (Dec., 1939), pp. 449-483. p. 462.

150 necessários para atingir os fins pretendidos a uma sociedade mais bem ordenada segundo princípios públicos337.

Embora partam da mesma fonte – os pensadores clássicos da Grécia e Roma e o

Corpus Iuri Civilis – as atitudes políticas despertadas na Renascença são completamente

distintas das atitudes medievais em alguns aspectos fundamentais338:

The development which we have studied, however, suggests that the evaluation of Italian humanism should not remain quite so negative, that it should be based less on what humanism achieved in the time of its emergence and its greatest extension than on the role which it played at the end of the fifteenth and the beginning of the sixteenth century, the time of its decline. Then the Italian secular culture had reached the stage in which it was to work out its own system of values and concepts; and this system has remained one of the main constituent elements in our modern civilization. But for the special character which this system took it was of decisive importance that, when it was being evolved, its constructors were surrounded by materials and concepts which humanism had prepared and that these they integrated and made their own. Thus the historical significance of humanism lies not in what it means as an independent doctrine and method but in what was the outcome of the absorption of many of its materials and concepts into the new intellectual system of the High Renaissance339.

O apelo nacionalista de Maquiavel ao final de O Príncipe e nos Discorsi também soa como uma grande novidade, especialmente porque a idéia de liberdade individual decorrente do direito romano é aplicada à Itália em termos institucionais e especulativos, como nos teóricos do quattrocento, mas também num aspecto de comunidade unida por grandes governantes, leis e procedimentos administrativos, num arcabouço que acima de tudo difere dos antigos por ser bem menos doutrinário do que eles340. Maquiavel sabia que

337 Para uma crítica sobre a relação entre Maquiavel e o realismo politico cf.: MINDLE, Grant B.

Machiavelli's Realism. The Review of Politics, Vol. 47, No. 2. (Apr., 1985), pp. 212-230. Mindle parece se

exceder ao tentar atacar a idéia de que Maquiavel fosse um realista que trouxe grandes benefícios ao definir a política como um domínio de intervenções que não admite muitas concessões idealizadoras. Ele afirma que Maquiavel está mais para um simples extremista medieval, longe de assegurar aos seus leitores a estabilidade e a segurança prometidas em seu specula.

338

Cf. BARON, Hans. Machiavelli: The Republican Citizen and the Author of 'the Prince'. op. cit.

339 GILBERT, Felix. Bernardo Rucellai and the Orti Oricellari: A Study on the origin of Modern

Political Thought. Journal of the Warburg and Courtauld Institutes, Vol. 12. (1949), pp. 101-131. p. 129.

340 COLISH, Marcia. The Idea of Liberty in Machiavelli. op. cit. “While Machiavelli borrows the idea of a

Roman-style citizen army from the civic humanists, he justifies it in the context of corporate liberty in practical terms. His reading of history, ancient and modern, leads him to the conclusion that citizen armies are more successful in the field than are mercenaries or troops led by foreign generals. In short, Machiavelli's conception of corporate liberty is traditional. It is not a tradition derived primarily from classical antiquity,

151 a liberdade contra os inimigos externos e a manutenção da paz dentro do principado só podia ser possível através de estruturas institucionais que oferecessem suporte ao governo, e que se tornariam, no fundo, o próprio governo em exercício. A supremacia do bem comum precisa das leis, mas precisa das armas, com todas as conseqüências que dessa prioridade derivam, sendo a mais importante a quantidade e a intensidade de disputas efetivas que ocorreram entre os grandes e pequenos reinos, o Império e o Papado a partir da segunda metade do século XV.

As bases desse debate opondo direito e política no Renascimento foram bem definidas por Rodolfo De Mattei e recebeu uma contribuição importante de Maurizio Viroli, biógrafo de Maquiavel, e autor de um estudo sobre a revolução na política provocada pela razão de Estado341. Viroli, junto com Skinner e Rodolfo De Mattei, se opõe à tese de Post de que o conceito de razão de Estado estava presente nas teorias dos legalistas e filósofos da Idade Média, e propõe que o surgimento da razão de Estado, a partir do Renascimento italiano, indica uma verdadeira ruptura intelectual sem precedentes na história. Rodolfo De Mattei compreende que a relação entre ratio status e jus publicum na modernidade é, em termos semânticos, muito próxima342, e que os termos da literatura latina devem ter inspirado os autores renascentistas. Um levantamento de citações entre 1550 e 1650, contudo, mostra o termo “ratio status” sendo utilizado de modo estranho à latinidade, tendo sido reinventado pelos italianos do seiscentos. Bem antes do primeiro livro integralmente dedicado ao assunto ser publicado (Botero) o termo já era de uso corrente343. Um número relativamente grande de autores se referem a Maquiavel como

except in the sense that the idea of the corporation is rooted ultimately in Roman law, but from the Middle Ages. All that Machiavelli adds to this tradition is his own perspective, the treatment of corporate liberty primarily in the context of practical military considerations.” p. 330.

341 VIROLI, Maurizio. Dalla politica alla ragion di Stato – La scienza del governo tra XIII e XVII secolo.

Roma: Donzelli Editore, 1994.

342 MATTEI, Rodolfo De. Il problema della “ragion di Stato” nell’Etá della controriforma. Milano –

Napoli: Riccardo Ricciardi Editore, 1979. Cf. Cap. IX, “Ratio Status e Jus Publicum”.

343 Mattei faz um pequeno apanhado no capítulo III de seu livro de estudos feitos por autores quinhentistas e

seiscentistas que procuraram na Antiguidade grega e romana as origens da ragion di Stato. Alguns concluíram que mesmo entre os gregos há pistas das idéias com as quais estão lidando, mas é preciso concentrar esforços na mudança de significado em jogo na modernidade. “Così, chi interpreterà la ragion di Stato, come semplice arte di governo, troverà facilmente in Platone l’anticipo in tal senso. E chi la intenderà come legge non scritta e universale, si orienterà verso Aristotele. Chi, infine, la riterrà una violenta iniziativa del principe, ai fini della pubblica utilità, additerà Tacito; e via dicendo. Nella segnalazione dei precedenti dottrinali v’è già, insomma, implicita la personale visuale del singolo studioso. E v’è, magari inconfessata, un’accettazione del Machiavelli, ufficialmente moderno enunciatore d’una teorica, della quale vengono ora così attentamente

152 inventor da razão de Estado (Frachetta, Zuccolo, Campanella, Fábio Albergati, Botero, etc.), e quase não há referências a Guicciardini, primeiro autor a empregar a expressão num texto político. Rodolfo De Mattei admite que várias expressões latinas possam ter inspirado Guicciardini, como “ragion di città” e, especialmente, “ratio rei publicae”, da qual “razão de Estado” seria a tradução literal. A influência de Cícero sobre os tradutores teria inspirado os conceitos de “útil” e “interesse”, como no caso em que ratio rei publicae nas

Epistulae ad Familiares foi traduzido por “l’utile della republica” em italiano344.

Mas, qualquer que tenha sido a visão dos autores do Renascimento italianos sobre a razão de Estado – Botero (notizia), Bonaventura (prudenza), Frachetta (pedia), Ammirato (deroga) – Mattei afirma que eles estavam, num primeiro momento, “fora do direito”, si

tratta di “ratio”, non di “jus”345. Fora do direito na medida em que tais autores não estavam tão pressionados pela tradição legalista medieval, mas também significa que, ao contrário dos intelectuais do Renascimento, a partir do século XVII os teóricos do Estado estarão concentrados numa idéia moderna de direito público, de certa forma oposta ao mote político em voga nos debates sobre a ragion di Stato e o jus dominationis que vigorou no século XVI até a metade do século XVII. A aparente contradição, entretanto, envolvida nas discussões sobre a razão de Estado italiana acabou forjando uma nova forma de reflexão política, ao mesmo tempo em que sedimentou as bases para uma compreensão juridicamente moderna do Estado: La ratio status hà, in definitiva e imprevedutamente,

lavorato per lo jus principatuum, pir lo jus publicum346.

riesumati i precedenti. Citare, a non dire altri, Platone e Aristotele, quali primi elaborati d’un potere discrezionale del principe, implica già il riscatto del Segretario fiorentino”. Ibid., p. 49.

344 Ibid., p. 36-37. O texto completo em latim da carta citada por Mattei é do livro X, carta XVI: [XVI. Scr.

Romae mense Iunio (circ. Nonas) a.u.c. 711. CICERO PLANCO.]. « (...) Tu. quamquam consilio non eges vel abundas potius, tamen hoc animo esse debes, ut nihil huc reiicias neve in rebus tam subitis tamque angustis a senatu consilium petendum putes, ipse tibi sis senatus, quocumque te ratio rei publicae ducet, sequare, cures, ut ante factum aliquid a te egregium audiamus, quam futurum putarimus. Illud tibi promitto, quidquid erit a te factum, id senatum non modo ut fideliter, sed etiam ut sapienter factum comprobaturum.» [grifo meu] http://www.thelatinlibrary.com/cicero/fam10.shtml#16; A tradução em inglês no Perseus do trecho final é: “Be your own senate, and follow wherever the interest of the public service shall lead you. Let it be your object that we hear of some brilliant operation by you before we thought that it was going to happen. I pledge my word to you that whatever you achieve the senate will accept as having been done not

merely with loyal intention, but also with wisdom”. [grifo

meu];http://www.perseus.tufts.edu/cgibin/ptext?doc=Perseus:text:1999.02.0022:text=F:book=10:letter=16:sec tion=1; CICERO, Marcus Tullius. Epistulae ad Familiares. [ed. L. C. Purser.]. Disponível em: http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?lookup=Cic.+Fam.+toc; páginas acessadas em 19 de setembro de 2008.

345 Ibid., p. 259. 346 Ibid., p. 277.

153 Al che, tuttavia, non era mancato chi obiettasse come, sebbene gli specializzati in cose politiche potessero avere una particolare informazione della questione, tuttavia il problema non era, per ciò solo, di loro esclusiva competenza. Lo stesso travagliarsi, infatti, da parte degli scrittori politici sul rapporto tra norma di Stato e giustizia non implicava, forse, un continuo riportarsi al mondo del diritto? Le zone del buono e dell’equo, delle leggi di natura e di Dio non erano, forse, le medesime zone frequentate dai giuristi? E lo Stato non era esso stesso un valore attinto o presupposto dai cultori di scienza della legislazione? Così, mentre il più degli scrittori politici italiani si impegnava a ricercare, non senza puntiglio, e diremmo compiacimento, polemico, la più appropriata o più impensata o più sottile definizione di “ragion di stato”, vi fu bene chi, partecipando alla larga discussione dottrinale, si rese conto come occorresse pure fare i conti con le istanze obbiettive del Diritto e del Principato347.

O que significa dizer que o trabalho dos pensadores voltados para a política nascente influenciou uma reinvenção do uso do direito público, oferecendo aos governantes e homens de Estado os meios para fortalecer suas condições de eficácia amparadas em elementos históricos que não estavam disponíveis nos séculos anteriores. Mattei encampa a proposta de associar a formação do Estado num sentido jurídico a partir da razão de Estado, e não apenas como assunção de uma forma política específica. Em vários autores italianos houve a especulação de que a ratio status tratava de traduzir uma regra inerente ao “status”, tanto quanto designava as mesmas noções que a palavra “jus”, referente a regras, normas, lei. Dado que muitos escritores não aceitavam contrapor a existência da ratio status e o direito (somando as leis escritas, o direito natural e religioso), ou seja, não aceitavam a idéia de que uma ratio específica do “status” se opusesse ao direito, assimilaram a ratio status a regras de direito especiais concernentes ao “status” ao qual se referiam. “‘Lex’ e ‘ratio’ fanno un tutt’uno”348. Jus principatus e ragioni di Stato seriam, dessa forma, sinônimos. Não demorou muito para que as idéias em torno da ratio status declinassem para uma apropriação jurídica consagrada na fórmula, também comum, de jus status.

347

Il problema della “ragion di Stato” nell’Etá della controriforma. op. cit., p. 259. Mattei se refere neste ponto a tratados do século XVI ainda, mas reforça a discussão asseverando que ao longo do século XVII os juristas se apropriaram de vários elementos da ragion di Stato, incluindo a premissa mais polêmica, a derroga do direito ordinário, num rol de direitos de emergência submetidos a regras rígidas de direito público. Mas, de toda forma, não tão distantes de uma espécie de jus quanto foram as primeiras teses italianas. Esse enfoque jurídico, contudo, não será dominante no século XVII, se aprofundando apenas do século XVIII em diante.

348 Toda a premissa desse raciocínio Mattei retirou de Celso Mancini, e do tratado De juribus principatuum.

154 Um conceito como “jus status” ainda se assemelha a uma forma de apropriação medieval dos temas da ratio status, posto que a compreensão de seus efeitos concomitante aos eventos a que se dirigia era bastante lenta na península italiana. Juridificar o progresso das reflexões políticas nascentes levou a uma série de conseqüências teóricas equívocas, sendo a mais comum admitir a existência de dois tipos de “ratio” relativas aos negócios públicos, uma mais próxima dos valores morais provenientes das fontes clássicas da república romana e da ética cristã, e outra, inovadora, realista, que era necessário assimilar, apesar do alto custo moral, já que havia se tornado imperativa diante da realidade histórica. Volto a este ponto mais tarde quando relacionar alguns autores mais especificamente. Mattei, contudo, parece mais focado no objetivo de mostrar como os pensadores da ragion

di stato italiana estavam atentos a temas inovadores na arte de governar, relacionando-os ao

acúmulo de poder para execução das funções públicas – e como controlar esse acúmulo de poder através de regras previamente estabelecidas. Esse movimento de dois passos – centralização e institucionalização do poder público e efetiva apropriação da “ratio” pelo “jus” – porém, não foi acentuado até o século XVII. O surgimento e a conseqüente proliferação dos tratados sobre a razão de Estado na península italiana esteve fundamentada numa oposição sistemática entre aquilo que representava a idéia de “legge” e a noção de “ratio”. Enquanto a “ratio” ligada aos assuntos políticos compreendia os debates sobre o imprevisto, o indeterminado, o necessário circunstancial, “legge” portava um sentido tradicionalmente forte próprio do direito civil, natural e canônico.

Quindi, secondo il Bonaventura, si chiamino pur “leggi” le sopradette “ragioni”, “ma ciò non può aver luogo nella Ragion di Stato”, la quale non né materia né regola determinata a cui s’appoggi, anzi è per sua natura in tal modo mutabile, che quello che oggi accetta e approva, le conviene ben spesso, domani, variata la condizione delle cose, riprovare. Onde propriamente si deve domandare ragione e non legge, come anche vediamo che si domanda. Il che ne dimostra che, per questo rispetto ancora, non può la Ragion di Stato aver con le sopradette ragioni alcuna somiglianza349.

Numa linha de raciocínio semelhante, Maurizio Viroli julga a razão de Estado uma verdadeira revolução no conceito de política a partir do Renascimento italiano. Seu raciocínio segue uma divisão entre o conceito de política enquanto arte de governar

155 medieval e de razão de Estado, síntese das novidades da via moderna. Assim, na Idade Média política significava a arte de governar uma república ou reino de acordo com a justiça, enquanto que na idéia de razão de Estado a arte política se debruçava sobre o conhecimento das formas necessárias para desenvolver um Estado. A diferença é significativa quanto aos meios e aos fins. Quanto à política, no sentido medieval, o objetivo era atingir a legitimidade de constituição perante uma sociedade internacional extremamente legalista350, e os meios para tanto são a justiça e a razão. Na razão de Estado, no sentido moderno, o objetivo é aumentar o poder do Estado e não há limites para o uso de qualquer meio à disposição351. O surgimento da razão de Estado é uma revolução ideológica porque acaba com a linguagem da política utilizada nos três séculos anteriores ao século XV.

The medieval reason of state, as Gaines Post himself argued, was "right reason", in the sense of the right reasoning of the sovereign about the best means of protecting the people and the state and in the sense of being a reasoning in accordance with the fundamental laws of God and nature. Even when it was understood in the narrower sense of ratio status regis or

ratio status regni (the reason of the welfare of the king or the kingdom),

medieval reason of state was subordinated to a higher reason of state, namely, the reason of the community as a naturally existing entity that "was approved by God and the law of nature for the social and political end of man on earth."352

Estranhamente, Viroli associa a razão de Estado a uma forma de uso predominantemente privado das forças do Estado pelos governantes. No seu raciocínio as virtudes da razão de Estado acabaram por deixar disponíveis os recursos do Estado para que numa inversão de hierarquias o governante estivesse livre para subjugar o supremo interesse ideal da justiça em nome daquilo que ele julgasse melhor para manter seu Estado. A idéia tem algum fundamento. Primeiro, porque foi de fato pensando em dar ao príncipe

350 É bom ressaltar que nem Viroli nem a maioria dos autores aqui discutidos, especialmente Post, detalham

que essa “comunidade internacional” era formada por laços privados, onde o interesse pessoal e familiar encontrava nos contratos de casamento e nas fórmulas de herança seu principal meio de sustentação, confrontados unicamente pelas guerras e conquistas dela decorrentes. O termo “legalista” se refere especialmente à letra da lei nos contratos firmados entre os príncipes – e a poucas referências esparsas ao