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O IMPACTO DAS CATEGORIAS SOCIAIS E OUTRAS REPRESENTAÇÕES COGNITIVAS

CAPÍTULO I – GRUPOS: UMA REALIDADE

3. O IMPACTO DAS CATEGORIAS SOCIAIS E OUTRAS REPRESENTAÇÕES COGNITIVAS

REPRESENTAÇÕES COGNITIVAS NO ESPAÇO DE VIDA DO GRUPO

O sistema categoria social existe pelas características dos elementos que a constituem, ou seja, existe por aquilo que existe, entre eles, em comum. Este sistema é importante e deve ser tido em conta no contexto do desenvolvimento dos grupos, pois é responsável por uma percentagem significativa do comportamento dos indivíduos que integram um grupo, podendo funcionar, em determinados momentos, como FI ou FR.

Duas das teorias que ajudam a explicar o funcionamento deste tipo de colectivo (categoria social) são a Teoria da Identidade Social (Tajfel, 1981/1984) e a Teoria da Auto- Categorização (Turner, 1987/1990). Segundo a Teoria da Identidade Social, esta expressa a percepção que um indivíduo tem enquanto membro de uma categoria social (género, classe social, nacionalidade, profissão, etc.). Desta forma, ser membro de uma categoria social significa pertencer a um colectivo com significado psicológico para o sujeito a ponto de, nalgum momento, ele se definir como membro do mesmo.

As identidades sociais são, assim, interiorizadas e constituem, potêncialmente, uma parte importante do auto-conceito, porque fornecem significados e auto-referências significativas, através das quais os indivíduos se percebem a si próprios e ao mundo que os rodeia (Bar-Tal, 1998, p. 93).

A pertença a grupos sociais pode, porém, ser definida por diferentes tipos de critérios. Por exemplo, pode ser definida por uma escolha interna, como pode, também, ser determinada pela presença de critérios estabelecidos por fontes externas. O tipo de critério que determina a pertença a um determinado grupo social, parece ter consequências importantes, quer no grau de valorização atribuído pelas pessoas à sua pertença a esse grupo, quer no grau de lealdade expressado às suas normas e objectivos (Barreto, 2000, p. 91). Daí que, e de acordo com a teoria da Identidade Social, pertencer a uma determinada categoria social implique uma uniformidade de comportamentos e atitudes, uma vez que quanto maior a identidade social, menor a identidade pessoal. Nesse sentido, a partir do momento em que se definem em termos de uma determinada identidade social (pertença a uma dada categoria social), os indivíduos agem de forma a manter a distinção entre o colectivo “Nós” (categoria social à qual associam a sua identidade) e o colectivo “outros” (categoria social à qual não associam a sua identidade). Estas diferenças poderão ser acentuadas quando os indivíduos pertencentes a determinada categoria social, em contextos específicos, estimulados pela presença de indivíduos percepcionados como membros dessa categoria social, mostram uniformidades

colectivas de conduta (condutas sociais). Trata-se do fenómeno de saliência situacional das categorias sociais.

Tal como refere Moreira (2007), a teoria da identidade social baseia-se, assim, na trilogia categorização, identidade e comparação. Primeiro, através da categorização (que pode ser definida como a representação cognitiva da divisão social em grupos), os indivíduos categorizam-se a eles próprios como membros de categorias sociais, definindo-se, descrevendo-se e avaliando-se, depois, em termos dessas categorias. A auto-categorização resulta numa acentuação das semelhanças intra-categorias e das diferenças inter-categorias, nas dimensões que as pessoas acreditam estarem associadas a essas categorias. Neste processo, os membros do grupo percebem-se e identificam-se como tal e diferenciam entre o seu e outros grupos. Desta forma, a teoria da auto-categorização considera a identificação intra-grupal como um processo adaptativo sociocognitivo, que torna possível as relações pró- sociais como a coesão social, cooperação e influência (Turner, 1987/1990).

Mas serão apenas as questões da identidade social e da auto-categorização que determinam a “identificação” dos seus membros com um grupo?

Encontramos uma possível resposta a esta questão, num contributo teórico relacionado com a identidade e que a nosso ver, vai mais longe (e bem) do que a Teoria da Identidade Social e da Autocategorização. É o Modelo Tripartido da Identificação Grupal de Henry, Arrow e Carini (1999), que integra a identidade social e a auto categorização como uma das fontes (a cognitiva) envolvidas na construção do que os autores (re)intitulam de “identificação grupal”.

Assim, os autores (re)constroem um conceito muito utilizado nas últimas décadas do século passado (“group identification”) (re)definindo-o como a identificação dos membros com um pequeno grupo no qual interagem.

A revisão da literatura por eles efectuada, revelou uma confusão geral acerca do significado do conceito: por vezes era usado como sinónimo de identidade social (este tipo de literatura enfatizava o aspecto cognitivo do conceito, nomeadamente a auto-categorização), outras vezes como sinónimo de coesão (neste tipo de literatura a ênfase era colocada no aspecto afectivo, centrando-se na atracção interpessoal) ou ainda, com a conotação de “commom fate” (e aqui a ênfase era colocada nos comportamentos e na importância da interdependência).

Na tentativa de contribuir para uma clarificação do conceito, os autores não só desenvolveram uma concepção teórica integrada de “Group Identification”, como construíram

um instrumento para a respectiva medida (“Group Identification Scale”32). Assim, no seu “Modelo Tripartido de Identificação Grupal” os autores propõem uma visão/concepção tripartida do conceito “Group Identification” partindo de três origens/fontes: a origem cognitiva (como é que a identidade social e a auto-categorização influênciam a identificação grupal), a origem afectiva (qual a contribuição da atracção interpessoal na identificação grupal) e a origem comportamental (que se centra na interdependência cooperativa de comportamentos e resultados). Nenhuma fonte/origem, por si só, constitui a identificação grupal, ela emerge das três fontes/origens, embora cada fonte/origem possa ter força/peso diferente33.

Neste sentido, não serão só as questões da identidade social e da auto categorização, enquanto forças (cognitivas), que produzem o tal significado psicológico que nos faz sentir pertença a determinados colectivos. Aliás, uma das distinções realizadas pelos autores é a diferença entre a identificação grupal e a identidade social. Enquanto que a “identidade social” se constrói sem a necessidade de interacção, se focaliza no inter-grupo e respectiva categorização ingroup/outgroup, definindo-se as pessoas como membros ou não membros de um determinado colectivo, a “identificação grupal” só ocorre na presença de interacção, focalizando-se no intra-grupo, ou seja, na forma como os membros se identificam uns com os outros e com o próprio colectivo sem olhar para os “não membros”. O outgroup pode influênciar a identificação grupal mas não é “necessária para”, daí que a identificação grupal se caracterize não como uma variável dicotómica (como a identidade social), mas como uma variável contínua, podendo variar na sua força. Não se trata de “ser membro de” mas “estar ligado a”. Com esta distinção os autores não querem dizer que os dois conceitos não estão relacionados. Pelo contrário, a identidade social e a auto categorização constituem uma fonte/origem (a fonte cognitiva) para a construção da identificação grupal, podendo facilitar ou impedir a sua emergência.

Referimos, anteriormente, que este modelo ia mais longe do que a Teoria da Identidade Social e da Auto-categorização, no que se refere à explicação da identificação dos membros com o seu grupo. Fizemo-lo por duas razões. Primeiro, porque nos parece que subjacente lhe está, também, a distinção entre categoria social e grupo, distinção que para nós, é fundamental. Na realidade, ao definirem identificação grupal como a identificação de um membro de um grupo com o grupo que interage, distinguem-na claramente do conceito de identidade social, na medida em que colocam como condição sine qua non a necessidade da

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Instrumento construído pelos autores e constituído por três sub escalas de acordo com a sua visão tripartida, dirigida a pequenos colectivos com interacção e identificados como “grupos” pelos seus membros.

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interacção, necessidade essa que não se verifica no contexto da identidade social e autocategorização. Aliás, a abordagem das teorias da identidade social e da autocategorização, com ênfase na identidade social e na mera categorização como condições para a existência de um grupo, mesmo em contextos sem interacção (o que faz com que uma categoria social seja considerada um grupo), deu origem a um debate entre, por um lado, os autores que se inserem nesta abordagem, nomeadamente Turner e Bourhis (1996) e por outro, autores como Rabbie e Horwitz (1988) que, apoiados na tradição Lewiniana de grupo, colocam na interdependência, a razão para a existência de um grupo.

Assim, para Rabbie e Horwitz (1988, p. 117), que acusam as teorias da Identidade Social e da Auto-Categorização de não distinguirem categorias sociais de grupos sociais, a distinção entre estas duas entidades é fundamental. Enquanto um grupo social é um todo dinâmico ou sistema social, caracterizado pela percepção de interdependência entre os seus membros, uma categoria social pode ser definida como uma colecção de indivíduos que partilham, no mínimo, uma atributo em comum. Contudo, os autores não excluem a possibilidade de uma categoria social poder transformar-se num grupo, o que só se realiza quando as pessoas agem como uma locomoting entity, ou seja, quando o colectivo em questão é visto como uma entidade locomotora, que se move activamente ou é passivamente movida no seu ambiente (p. 119).

Por seu lado, Tajfel e Turner (1979) argumentam que a interdependência não é causa do grupo mas antes sua consequência. A causa do grupo, ou seja, o que é realmente crucial na formação de um grupo é a auto-categorização que, segundo Turner (1987/1990), tem subjacente a semelhança e a comparação. Neste sentido, os indivíduos realizam comparações sociais com o objectivo de perceberem o que é comum entre si e que por isso, os torna num grupo e o que os diferencia dos outros, tornando-os num grupo distinto (Turner, op. cit., p. 115). Contudo, não aceitando a crítica de Rabbie e Horwitz (1988), Turner e Bourhis (1996) referem que é difícil pensar que, alguém na Psicologia social, tenha acreditado que um grupo social é apenas uma categoria social e que não existe diferença entre os dois, não desvalorizando nem rejeitando a contribuição para a Psicologia social da clássica gestalt/interdependência (Turner & Bourhis, 1996).

A segunda razão pela qual referimos que o Modelo Tripartido da Identificação Grupal de Henry, Arrow e Carini (1999) ia mais longe do que as teorias da Identidade Social e da Auto-Categorização na explicação da identificação dos membros com o seu grupo, está na sua capacidade de, após clara distinção entre categoria social e grupo, proceder à integração dos dois aspectos para a construção de um outro conceito, a identificação grupal, o que a nosso ver, talvez constitua um importante contributo para a resolução desta controvérsia.

Uma outra representação cognitiva para além da auto-categorização social, que está, também, subjacente à identidade social de cada um, são as crenças, constituindo estas, também, a expressão da identidade social (Bar-Tal, 1990, 1998).

As crenças constituem unidades de conhecimento. Mais concretamente, constituem proposições às quais os indivíduos [e os grupos] atribuem um mínimo grau de confiança (Bar- Tal, 1990). Por outras palavras, uma crença pode definir-se como uma convicção ou opinião que representa uma ideia, ou ideias, que definimos como importantes (Wheelan, 1994). A totalidade das crenças que indivíduos e grupos possuem, constituiu os respectivos sistemas de conhecimento e muito embora as crenças estejam relacionadas entre si, permitindo, assim, uma visão coerente do mundo, têm uma natureza dinâmica, uma vez que mudam na consequência da fusão de algumas, omissão ou modificação de outras (Bar-Tal, 1990), alterando, assim, o sistema de conhecimento.

Os indivíduos formam as suas crenças com base nas suas experiências e de acordo com elas, atribuem-lhes significado. Uma vez que cada pessoa tem um conjunto único de experiências, os indivíduos diferem nos seus conjuntos de crenças. Contudo, podem-se verificar desenvolvimentos parcialmente comuns, quando indivíduos têm experiências similares ou recolhem informação semelhante. Será o caso, por exemplo, de elementos de um mesmo grupo (Bar-Tal, 1990; Wheelan, 1994), se eles cresceram na mesma sociedade e partilharam um número similar de referências ou pertenças, devendo-se, assim, encontrar um razoável acordo nas suas crenças e valores. Por outro lado, quanto maior a diversidade nas experiências, menor acordo a este nível é esperado, sendo que um aumento nesta diversidade aumenta a dificuldade que o grupo encontra na criação de um conjunto estável de crenças e valores necessário para a coordenação da actividade do grupo. Nesse sentido, todos os grupos tentam desenvolver uma partilha de crenças e valores, uma vez que sem acordo nesta área, é difícil para os membros do grupo trabalharem juntos e organizarem-se para o alcance dos objectivos e tarefas, pois o significado dos objectivos pode ser entendido de diferentes formas por diferentes membros. Por outro lado, também os membros se sentem menos inclinados para continuar com a sua pertença no grupo, na medida em que a falta de crenças partilhada diminui a atractividade do grupo (Wheelan, 1994, p. 38).

Bar-Tal (op. cit.) também salienta a importância desta partilha de crenças ao nível do grupo. Distinguindo crenças individuais (crenças que os indivíduos percebem como unicamente suas, não sendo percepcionadas como partilhadas por outros; são privadas e distinguem os indivíduos entre si, caracterizando-os como pessoas únicas) de crenças comuns (são as crenças que os indivíduos acreditam serem partilhadas por outros indivíduos, seja por pequenos grupos, como a família, amigos, grupo de trabalho, seja por grupos maiores, como a

humanidade), destaca as crenças de grupo (um tipo de crenças comuns) referindo que constituem convicções que os membros de um grupo estão conscientes que partilham e que consideram que define o seu “groupness”, servindo, assim, como razão para que um colectivo se defina a si próprio como um grupo. Nós somos um grupo é a crença fundamental de grupo (expressa a identidade social dos membros do grupo). Se os indivíduos não partilharem esta crença, não se considerarão membros do grupo.

Para além da formação da crença fundamental de grupo, verifica-se a formação de outras crenças que Bar-Tal (op. cit) chama crenças de grupo adicionais, cujos conteúdos podem ser variados e que dependem, entre outras coisas, das experiências comuns, do objectivo do grupo, da emergência de normas e valores, das semelhanças percebidas, etc., variando os grupos no reportório de crenças que formam, tendo cada grupo o seu conjunto de crenças.

Os grupos podem, assim, fusionar-se quando as suas crenças são similares, preenchendo as várias necessidades dos membros do grupo, permitindo nessa base, que os membros decidam se querem, ou não, juntar-se ao grupo, num processo de demarcação do ingroup e outgroup. Por outro lado, os grupos podem dividir-se em sub-grupos, quando os membros estão fortemente em desacordo acerca das crenças de grupo (o que o autor chama de subgrouping, um fenómeno frequente nos grupos e que significa que enquanto todos os membros do grupo aceitam as respectivas crenças básicas, alguns deles formam crenças adicionais que os unificam e caracterizam como sub-grupo. Estas crenças podem ser consideradas crenças de sub-grupo e definem o subgroupness), ou podem ainda, desintegrar- se quando os membros perdem o seu interesse pelas crenças do grupo (Bar-Tal, 1990).

No que diz respeito ao estudo empírico das crenças, duas grandes linhas, segundo Bar- Tal (1990, p. 12), podem ser identificadas. Uma estuda as crenças na sua totalidade, tentando aceder ao conjunto total de crenças de um indivíduo. A outra estuda categorias específicas de crenças ou subcategorias (e.g. valores, ideologias, intenções, normas e objectivos), com a finalidade de explorar o contributo de uma determinada categoria de crenças na compreensão do comportamento humano. Independentemente da linha de investigação, o seu estudo pode ser classificado em quatro áreas: a) aquisição e mudança (chamando a atenção para os processos intra-pessoais, interpessoais, intra-grupo e inter-grupo através dos quais as crenças são adquiridas e alteradas, assim como para alguns factores que influênciam este processo); b) estrutura (concentra-se na forma como as crenças estão representadas e organizadas na mente); c) efeitos (focaliza-se nos efeitos que as crenças têm no comportamento dos indivíduos e dos grupos) e d) conteúdos (que se preocupa com os conteúdos das crenças dos indivíduos e dos grupos).

Se nos focalizarmos nos efeitos que as crenças têm no comportamento dos indivíduos e dos grupos, isso pode remeter-nos para o estudo das questões relacionadas com a capacidade do grupo, nomeadamente de um grupo de trabalho ou equipa.

Neste contexto, um dos aspectos que pode fazer a diferença é a forma como cada indivíduo de uma equipa compreende o “trabalho em equipa”, uma vez que esta compreensão tem influência nas interacções multiprofissionias que se estabelecem (Mariano, 1989; Freeman, Miller & Ross, 2000). Na realidade, as crenças individuais relacionadas com o trabalho em equipa, assim como os valores pessoais, na medida em que constituem estruturas de conhecimento ou modelos mentais, guiam o comportamento dos indivíduos durante as interacções que estabelecem (Jaffe & Scott, 1998; Salas, Burke & Cannon-Bowers, 2000), podendo a falta de congruência na forma como os diferentes aspectos do trabalho em equipa são interpretados, comprometer a capacidade da equipa (Freeman, Miller & Ross, 2000). O sistema de valores afecta, assim, o trabalho em equipa, sendo importante a existência de congruência/partilha nesta matéria (Burdett, 1989; Gafa, Fenech, Scerri & Price, 2005; McCallin, 2001; Waugaman, 1994), ou seja, será mais fácil para as pessoas trabalhar em equipa se tiverem os mesmos valores e as mesmas prioridades (Jaff & Scott, 1998).

No que diz respeito à forma como os indivíduos compreendem o trabalho em equipa, a revisão da literatura por nós efectuada, revelou não só, um vasto conjunto de aspectos a ter em conta no “trabalho em equipa”, como também o uso de diferentes etiquetas para o mesmo conjunto de aspectos: atitudes face ao trabalho de equipa, valores/crenças relacionados com o trabalho de equipa, percepções fundamentais para o trabalho de equipa, aspectos/dimensões do trabalho de equipa, competências para o trabalho em equipa, etc. A este respeito, optámos por utilizar a etiqueta “crenças individuais” não só porque em nossa opinião melhor descreve o conceito que encerra o que se pretende estudar, o conjunto de aspectos relacionados com o trabalho em equipa sobre os quais se tem a crença (ou se acredita) serem fundamentais para a eficácia do trabalho em equipa, como também por se tratar da exploração das opiniões ou convicções de cada elemento sobre a importância da presença desses aspectos no contexto da equipa de trabalho.

No que diz respeito ao diversificado, mas consensual, conjunto de crenças consideradas fundamentais para o trabalho em equipa, encontramos referências: à Comunicação (diálogo aberto, troca de pontos de vista e de conhecimento) (Brown, 1995; Hammick, 2000; Jaffe & Scott, 1998; Mariano, 1989; McPherson, Headrick & Moss, 2001; Onyett, Pidd, Cohen & Peck, 1996; Pederson & Easton, 1995; Poulton & West, 1993; Scarnati, 2001), à Colaboração (Bond, 1998; Campion, Medsker & Higgs, 1993; Jaffe & Scott, 1998; McPherson, Headrick & Moss, 2001), à Competência (Brown, 1995; Gafà et al.,

2005; Jaffe & Scott, 1998; McPherson, Headrick & Moss, 2001; Pederson & Easton, 1995), à Criatividade (Jaffe & Scott, 1998), aos Objectivos comuns (Brown, 1995; Freeman, Jaffe & Scott, 1998; McPherson, Headrick & Moss, 2001; Miller & Ross, 2000; Onyett et al., 1996; Pederson & Easton, 1995; Poulton & West, 1993), ao Respeito pelas opiniões e outros in- puts dos colegas (Bronstein, 2002, 2003; Brown, 1995; Mariano, 1998; McPherson, Headrick & Moss, 2001; Pederson & Easton, 1995), à Confiança (Abramson & Mizrahi, 1996; Bronstein, 2002, 2003; Brown, 1995; Pederson & Easton, 1995; Scarnati, 2001;), à Responsabilidade (Mariano, 1998; Scarnati, 2001), ao Respeito pelo trabalho dos outros (Hammick, 2000), e ao Apoio e encorajamento (Pederson & Easton, 1995).

Relativamente a este conjunto de crenças que reflecte a forma como os indivíduos compreendem o trabalho em equipa, uma vez que constituem os aspectos que acreditam serem fundamentais para a eficácia do grupo, seria importante, e aplicando a teorização de Bar-Tal (1990), que emergisse uma estrutura de conhecimento comum, de forma a que esta partilha de crenças pudesse ser vista como definidora da essência do grupo como um todo, assim como fornecesse uma grelha psicológica que permitisse aos membros, a estruturação da realidade social do grupo e a regulação das relações inter-grupo, constituindo desta forma, uma determinante do comportamento do grupo.

Contudo, a abordagem de Bar-Tal (op.cit.) implica (a nosso ver e contrariamente à nossa forma de perceber o grupo) que as crenças de grupo enquanto representações cognitivas, tal como outras expressões da identidade social como a auto-categorização, sejam consideradas elementos essenciais na definição de grupo na medida em que a auto-percepção dos indivíduos, como membros do grupo, é considerada condição necessária para a existência de um grupo. Na nossa proposta de abordagem do grupo (cf. Ponto 2.2 deste Capítulo), nem a identidade nem qualquer outra representação cognitiva, são consideradas condição Sine Qua Non para a emergência de um grupo, uma vez que privilegiamos, como características cruciais (condições de base ou FI à emergência de um grupo), a interdependência, a existência de, pelo menos, um alvo mobilizador comum e a interacção directa. Contudo, acreditamos que o seu impacto no espaço de vida de um colectivo pode funcionar, em determinados momentos, como FR ou FI à sobrevivência e desenvolvimento desse colectivo enquanto grupo.

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