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O INTA e uma nova estratégia

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CAPÍTULO II – O INTA E O TERRITÓRIO

2.2. O INTA na atualidade

2.2.2. O INTA e uma nova estratégia

As grandes transformações ocorridas no contexto nacional e global levaram o Instituto a reorganizar e reorientar suas ações. O Plano Estratégico Institucional (PEI), com vigência para o período 2005-2015, é o documento que vem cumprir a função de grande

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As unidades de Extensão de San Luis se encontram localizadas nas localidades de Quines, Concaran, Unión, San Luis y Villa Mercedes, as da Pampa em General Pico, Victorica, Santa Rosa, Guatraché e General Acha.

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De acordo com o estabelecido no PEI “Os Projetos Nacionais consubstanciados com a gestão da inovação devem dar respostas à competitividade da cadeia de valor [...] destacadas por sua

importância econômica, social e territorial [...] e contribuir de forma substantiva para o desenvolvimento dos territórios” (INTA, 2004, p.44, tradução nossa).

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Estas se encontram mais associadas à geração de conhecimentos, têm que articular as

capacidades/competências institucionais e extra-institucionais em redes lideradas por equipes de excelência (INTA, 2004).

guarda-chuva, sob o qual devem ser amparadas todas as ações que se levam adiante. É assim que o diretor nacional o definia

É a proposta de longo prazo da Instituição, é a primeira vez que se escreve uma proposta para 10 anos, aí se encontram as grandes linhas que a Instituição vai ter (BOCHETTO, 2006, tradução nossa).

Aquele que foi Diretor do INTA também comenta alguns aspectos vinculados com a construção do documento

Foi armada minuciosamente e consultada no âmbito nacional e regional esta proposta, que se executa a partir de 2005 e é o plano estratégico que a Instituição escreveu, tendo consultado todos os setores. Após esse momento de acordo é que planificamos, trabalhamos, montamos projetos, etc. (BOCHETTO, 2006, tradução nossa).

O INTA, durante a vigência do PEI, propõe-se dentro do campo da inovação tecnológica a “fortalecer o desenvolvimento nacional, regional e territorial.” (INTA, 2004, p.32, tradução nossa).

Para o INTA, o desenvolvimento rural territorial é compreendido como

[...] um processo implantado pelos atores-agentes do território, que procura fortalecer as capacidades locais e aproveitar os recursos próprios e externos para consolidar uma rede sócio-institucional [...], aperfeiçoar o sistema produtivo local, com o propósito de melhorar a qualidade de vida das comunidades (INTA, 2007c, p.7, tradução nossa).

O mesmo autor sustenta que para o INTA o Desenvolvimento Rural Territorial contempla o conceito ampliado do rural e os vínculos urbanos rurais, a consideração do desenvolvimento territorial num espaço determinado, com um projeto combinado para o médio e longo prazo, a heterogeneidade dos territórios, a convocatória de todos os agentes do território, a combinação de emprego agrícola, não-agrícola e serviços, a demanda externa ao território como motor das transformações produtivas, a competitividade sistêmica, o fortalecimento da gestão e o desenvolvimento institucional (INTA, 2007c).

Os objetivos gerais se repartem em três eixos, um de competitividade, no qual busca “contribuir para a competitividade das cadeias agroindustriais, para o incremento contínuo das exportações do Sistema Agroalimentar SA28, assim como para o acesso a novos

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Para o INTA o SA se “estende ao tecido empresário que sustenta a produção agrícola, de gado e florestal, a produção de agroalimentos e a agroindustrial. Envolve uma dilatada e heterogênea

mercados”, o de saúde ambiental, em que pretende “contribuir para a saúde ambiental e sustentabilidade dos principais sistemas produtivos e agros-ecossistemas, mantendo a potencialidade dos recursos naturais” (INTA, 2004, p.33, tradução nossa); e o da inclusão social, em que propõe

[...] fortalecer a inclusão social e o desenvolvimento territorial, integrando as economias regionais e locais aos mercados internos e internacionais, com geração de empregos e recursos que diminuam os níveis de pobreza rural- urbana (INTA, 2004, p. 33, tradução nossa).

O PEI também define quais são os âmbitos em que tais objetivos têm que ser levados adiante: os sistemas produtivos e agros-ecossistemas, as cadeias de valor e os territórios.

Dessa forma, e de acordo com Sili, passa-se de um discurso técnico-agrarista centrado nas cadeias produtivas para “um discurso que valoriza a cultura e a identidade rural, o meio ambiente, as diversas atividades produtivas e a infra-estrutura e serviços para melhorar a qualidade de vida da população” (apud INTA, 2007a, p.14, tradução nossa).

Para levar adiante a proposta, a Instituição reconhece quatro componentes estratégicos, os que devem atuar coordenadamente sobre os âmbitos de intervenção já mencionados. Estes componentes são: Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, Transferência e Extensão, Vinculação Tecnológica e Relações Institucionais (INTA, 2004).

Em função da problemática estabelecida pelo presente trabalho, serão descritos os quatro componentes e será aprofundada a visão do INTA a respeito da Transferência e Extensão.

Em relação ao componente de Investigação e desenvolvimento tecnológico, espera-se que “gere conhecimentos nos principais eixos de inovação do SA em resposta às demandas dos níveis nacional, regional e local.” (INTA, 2004, p.37, tradução nossa). Na Vinculação tecnológica, que “concretize a articulação público-privada e expanda as oportunidades regionais através de convênios e diferentes formas de alianças, respeitando a propriedade intelectual.” (INTA, 2004, p.38, tradução nossa). E nas Relações institucionais se busca que “vincule os atores públicos e privados com as oportunidades de inovação nos níveis internacionais, nacional, regional e local” (INTA, 2004, p. 38, tradução nossa).

quantidade de atores, redes, marcos normativos e regulatórios, relações funcionais e inter-relações complexas, tanto no âmbito da produção primária, incluindo a provisão de insumos e serviços, como no dos agentes envolvidos nas diversas fases da elaboração, industrialização, distribuição e consumo” (INTA, 2004, p.6, tradução nossa).

A estratégia elaborada para a área de extensão está destinada a melhorar a qualidade de vida da população envolvida através de um processo de transformação no produtivo e no institucional.

Para o INTA, o ponto de partida do novo caminho para o desenvolvimento dos territórios, deve contemplar as diversas experiências de intervenção que foram levadas adiante pela Instituição na década anterior. É assim como a assistência técnica mantém os programas tradicionais que trabalhavam com as diversas audiências29. Essas foram divididas em: população em condições de extrema pobreza, os pequenos produtores, os produtores familiares e os pequenos e médios empresários.

A transformação produtiva proposta pelo INTA tem como propósito “articular a economia do território aos mercados dinâmicos, de forma competitiva e sustentável” (INTA, 2004, p.44, tradução nossa). Essa transformação se baseia nas capacidades de inovação, tanto tecnológicas como organizativas dos produtores.

Por outro lado, a transformação institucional busca

Estimular e facilitar a interação e articulação dos atores locais entre si com os agentes externos relevantes, para incrementar as oportunidades de que a população participe do processo de mudança e de seus benefícios (INTA, 2004, p. 44, tradução nossa).

Buscando aperfeiçoar o trabalho que se propõe para os territórios e reconhecendo a heterogeneidade dos mesmos, o documento defende que o Sistema de Extensão adapte suas estratégias para cada condição particular. Para tanto, aconselha a constituição de equipes de extensão “que se constituirão em articuladores dos distintos atores e demandantes das cadeias de valor do território” (INTA, 2004, p. 44, tradução nossa).

Para o caso da Regional La Pampa- San Luis, o sistema de extensão rural e transferencia tecnológica (SERyTT) “percebe a dinâmica do contexto desde sua realidade e, depois dessa estrutura de significação desenha” seu enfoque de intervenção com visão regional, sendo este seu território de ação (INTA, 2007c, p.14). Por em, as unidades operativas de extensão trabalham em seus territórios criando subsistemas baseados em intervenções flexíveis.

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O SERyTT da Regional pretende-se transformar num sistema de extensão articulado, flexível, inovador e dinâmico, acolhendo a competitividade das cadeias agroalimentarias e agroindustriais, a saúde ambiental e a inclusão social (INTA, 2007c, p.13).

A seguir serão descritos os mecanismos por meio dos quais a Instituição planifica suas atividades em médio prazo no espaço geográfico da regional e no local. Também serão apresentados os espaços que existem em tais instâncias destinados à participação dos técnicos de terreno e dos agentes do território.

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