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3. CAPÍTULO II: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E A MÚSICA NA FORMAÇÃO

3.6. O Jogo Musical e sua Relação com a Aprendizagem

Ouvir histórias e canções no ambiente escolar proporciona momentos de interação, e aquisição de conhecimentos. Como elemento cultural, a contação de histórias e as canções promovem a construção do conhecimento de cada cultura a que pertence, assim em cada lugar do mundo a expressão da arte musical revela traços do povo que a cultiva ou que se expressa através de sua sonoridade. Normalmente as crianças gostam de ouvir, contar histórias e cantar. Por intercessão das histórias e das canções se é possível fantasiar lugares, pessoas, situações e

55 até mesmo se sentir como um personagem da história narrada, ou o artista principal da canção ensaiada. Nessa imersão na interação social, que facilita aos alunos e crianças se apropriarem da linguagem. RCNEI (BRASIL, 2001) enaltece que:

As instituições de educação infantil podem resgatar o repertório de histórias que as crianças ouvem em casa e nos ambientes que frequentam, uma vez que essas histórias se constituem em rica fonte de informação sobre as diversas formas culturais de lidar com as emoções e com as questões éticas, contribuindo na construção da subjetividade e da sensibilidade das crianças (BRASIL,2001, p.143).

Partindo de uma análise musical para se consolidar a aprendizagem, o jogo da Estátua provoca uma interação entre os participantes; ocorre o momento de música e o momento de silêncio, de forma que sempre a criança deve estar atenta aos sons. Nessa aprendizagem é possível trabalhar o ritmo com pouca ou muita velocidade e os sons estimulam os movimentos corporais.

As experiências sonoras, utilizadas para trabalhar as partes do corpo, de forma que os bebês assimilem os respectivos nomes, pela música: Cabeça, ombro, joelho e pé. Esse exercício musical estimula o áudio- visual e o cognitivo-sensorial. As crianças participam com entusiasmo e autonomia e aprendem brincando a entender a sua real identidade, pois, a música estimula diferentes áreas cerebrais.

Nessa ideia de trabalhar a música no âmbito escolar com crianças de até 03 anos de idade, relacionamos algumas propostas com o intuito de valorização do ensino musical, tais como: utilizar livros com ilustrações maiores, trabalhar a altura do som (grave e agudo), associar o cantar com instrumentos musicais, permitindo que a criança acompanhe a música com liberdade, trabalhar a lateralidade (pra baixo, pra cima, para trás...), e fazendo o gestual, ou a coreografia para acompanhar e caracterizar a canção.

Vale ressaltarmos que o aparelho de som é muito importante, mas não deve ser utilizado constantemente. Esse recurso deve ser um meio para determinados momentos das aulas de música, auxiliando o educador em ensaios, aulas de relaxamento, gravação de fases, etapas e experiências adquiridas durante o ano, para registrar a evolução da turma ou de um projeto musical. Fazer uso do som em todas as aulas de música desmotiva os alunos e enfraquece as aulas. Sadie (1994) compreende que:

Nesse sentido, é importante que a educação musical escolar, seja ela ministrada pelo professor unidocente ou pelo professor de artes e/ou música, tenha como propósito expandir o universo musical do aluno, isto é,

56 proporcionar-lhe a vivência de manifestações musicais de diversos grupos sociais e culturais e de diferentes gêneros musicais dentro da nossa própria cultura. (SADIE, 1994, p. 181).

A nossa reflexão conduz a concepção de trazer para a educação infantil recursos e metodologias que enriqueçam os momentos das atividades, que os tornem marcantes para as crianças, pois em sua busca pelo conhecimento elas progridem, desenvolvem sua criatividade e muito mais, interagem com todos os que convivem diariamente em seu ambiente.

Com base no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil “A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico” (BRASIL, 1998, p. 21-22).

Nesse encantamento, a música possui um fim em si mesmo, mediando o contexto histórico é muito mais que uma mentora de palavras e sons, pois ela desperta emoções, facilitando o modo de interpretação e ilustração da história relatada.

A organização musical analisada pelos autores nas primeiras experiências da infância serve para forjar uma identidade, dar sentido a certas manifestações tão comuns à sociedade que nos envolve e que nesse contato produz conhecimentos muito particulares que são possíveis apenas nessa fase da vida, desse modo ao perceber que é possível criar a partir do que se aprende e aprende durante esse processo de construção o professor atento, consciente e envolvido, pode oferecer conteúdo musical que sintetiza aprendizagens de um modo menos complexo para se absorver mais transparente e subjetivo.

A maioria das atividades criadas nos ambientes escolares encontram-se formuladas através de experiências sociais de seus participantes, seja no envolvimento com o trabalho diário, seja nas relações com as pessoas que fazem parte desses ambientes, desta feita criam laços de companheirismo tão articulados entre si que o próprio movimento cotidiano oportuniza a criação de recursos didáticos diferentes que passam a envolver seus interlocutores, dando forma concreta ao seu aprendizado.

A música absorve o ser humano em várias das situações vividas no cotidiano, e integra o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Intentamos assim, demonstrar o quão se é possível, por meio de recursos simples, criar e confeccionar instrumentos que possuem sonoridade e circunstâncias de tornar as aulas interativas, instrutivas e agradáveis aos alunos. Diante disso, a criação de recursos musicais oportuniza atender e provocar atividades que resinifiquem as ações de ensino aprendizagem por meio da música, em seu multiculturalismo.

57 O terceiro capítulo fala da prática de criar e confeccionar instrumentos musicais, a partir de materiais recicláveis e inusitados para serem utilizados com as crianças, instigando a sua criatividade; organizar, criar e ministrar a realização de uma Oficina de Música, objetivando fomentar valores criativos e a memória musical nas crianças e promover a transformação cultural e socialização, este na realidade é um projeto que ainda será aplicado.

4. CAPÍTULO III: A OFICINA DE MÚSICA, UMA APRENDIZAGEM PELA