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1. A ESCOLA E SUA FUNÇÃO

1.3 O método construtivista de Piaget no auxílio do aprendizado na escola

Ao adotar o método piagetiano neste estudo, visamos buscar uma aplicação em torno da prática pedagógica em sala de aula através do Construtivismo que dará noção a que pretendemos realizar.

“A interpretação piagetiana do processo de aquisição do conhecimento representa uma posição intermediária entre o apriorismo e o empirismo. [...] Para Piaget [...] o conhecimento é o resultado da interação entre o sujeito e o objeto do conhecimento, a qual poderá ser representada como se segue:

SUJEITO OBJETO

Nesse tipo de interação não há primazia do objeto sobre o sujeito, nem deste sobre o objeto. Ao contrário da tese empirista sobre a preponderância do meio (objeto) e da tese racionalista que supõe que o papel principal seja representado pelo sujeito no ato de conhecer, Piaget faz apelo à interação indissociável entre ambos no ato do conhecimento. Para conhecer um objeto o sujeito precisa agir sobre ele, transformá-lo, dissociá-lo para depois integrá-lo às estruturas de pensamento ou a seus esquemas de ação. Isso supõe os processos de assimilação e acomodação porque à medida que o objeto vai sendo incorporado às estruturas do sujeito e as do objeto e no qual o sujeito é o protagonista de seu próprio conhecimento”. (ASSIS ; ASSIS, 2000, p.53-54).

Assim, conforme revela Assis e Assis (2000), a ação é fundamental para a construção do conhecimento. Os autores comentam ainda que, um outro aspecto considerado por Piaget2 como fundamental para a construção do conhecimento é a interação social, pois a mesma possibilita ao sujeito coordenar seu ponto de vista com os de seus pares.

Sem a interação social jamais o indivíduo chegaria a raciocinar com lógica, em outras palavras, sem intercâmbio de pensamento e cooperação com os demais indivíduos não conseguiria chegar ao pensamento operatório que implica na transformação das representações intuitivas em operações reversíveis, idênticas e associativas.

De acordo com Assis e Assis (2000, p.192), “a teoria de Piaget sobre como as crianças aprendem os valores morais é fundamentalmente diferente das outras teorias e do senso comum.”

Quando Piaget viu seu trabalho como a epistemologia (o estudo das origens e da natureza do conhecimento), o campo escolhido de Vygotsky era a pedagogia (o estudo do processo de ensinar e da aprender). Dessa perspectiva, questionou algumas suposições sobre o desenvolvimento intelectual das crianças, as suposições que são feitas ainda freqüentemente hoje por psicólogos e por professores. Uma tal suposição é que o desenvolvimento intelectual das crianças está dirigido muito dentro do indivíduo, e que a capacidade das crianças para a compreensão está determinada essencialmente pelo nível cognitivo que alcançaram como indivíduos. (MERCER, 1998, p.72)

É nessa reflexão que conseguiremos mostrar como Piaget aplicou a sua técnica com crianças, para que as mesmas pudessem desenvolver o seu desenvolvimento cognitivo através da interferência do meio onde está situado, no nosso caso a sala de aula.

Podemos dizer ainda que, o Construtivismo é uma teoria que define o conhecimento como um “não-objetivo” temporário, evolutivo, social e culturalmente mediado, que é nosso caso na construção da BED com a tecnologia, e a aprendizagem, de acordo com esta perspectiva, é entendida como um processo auto-regulador de resolver conflitos cognitivos internos, com base na expectativa dos alunos de trabalhar com a tecnologia em vez de assistir a aula tradicional, que freqüentemente tornam-se aparentes através da experiência concreta, do discurso cooperativo e da reflexão. (BROOKS ; BROOKS, 1993)

A prática aplicada aos alunos da 4ª série da EESPP será baseada na lógica

citada anteriormente, reestruturando e adaptando o trabalho bibliotecário como ferramenta de apoio a esse desenvolvimento cognitivo, pela técnica da informática no ambiente de sala de aula e pelas diversas etapas que iremos percorrer para tentar alcançar os objetivos propostos no início deste estudo.

“A psicologia deve muito a Jean Piaget. Não é exagero afirmar que ele revolucionou o estudo da linguagem e do pensamento das crianças. Piaget desenvolveu o método clínico de investigação das idéias infantis, que vem sendo amplamente utilizado desde a sua criação. Foi o primeiro pesquisador a estudar sistematicamente a percepção e a lógica infantis; além do mais, trouxe para o seu objeto de estudo uma nova abordagem, de amplitude e ousadia incomuns. Em vez de enumerar as deficiências do raciocínio infantil, em comparação com o dos adultos, Piaget concentrou-se nas características distintivas do pensamento das crianças, naquilo que elas têm, e não naquilo que lhes falta. Por meio dessa abordagem positiva, demonstrou que a diferença entre o pensamento infantil e o pensamento adulto era mais qualitativa do que quantitativa. Como muitas outras grandes descobertas, a idéia de Piaget é tão simples que parece óbvia. Já havia sido expressa nas palavras de Rousseau, citadas pelo próprio Piaget, no sentido de que uma criança não é um adulto em miniatura, assim como a sua mente não é a mente de um adulto em escala menor. Por trás dessa verdade, para a qual Piaget forneceu provas experimentais, encontra- se outra idéia, também simples – a idéia de evolução, que projeta um brilho incomum sobre todos os estudos de Piaget”. (VYGOTSKY, 2000, p.11-12)

A principal hipótese é que o erro construtivo não se evita, porém se aceita seu aparecimento, e não sanciona, mas se trabalha para sua superação.

Aceitar o “erro construtivo”, é algo que deve ser aceito, pois se testemunha uma atividade inteligente, própria de um momento em que a criança não pode resolver a totalidade do problema, mas sim pode organizar os dados de maneira coerente e porque somente transitando por estas organizações se chega a totalidades mais adaptadas (CASTORINA, 1984).

Por outra parte, este “erro” podem cumprir um rol ativo na aprendizagem. De fato, uma criança que comete um “erro” pode, por este fato, tomar consciência de certas contradições que lhe permitirão (ou talvez obrigarão) a revisar a hipótese com a qual está trabalhando.

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