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O modelo governamental da administração do Ensino Superior brasileiro

O Governo Federal atuou junto aos diversos tipos de estabelecimentos de Ensino Superior públicos e privados, estes, organizados como universidades, centros universitários, faculdades e nos institutos Federais de Ensino Técnico e Tecnológico.

Ao nos referirmos à gestão do Ensino Superior brasileiro ou à sua avaliação, tratamos de maneira generalizada a maneira ou o modelo adotado pelo Governo Federal e Ministério da Educação (MEC) para regular, supervisionar e avaliar as instituições e cursos de graduação no País.

No MEC, alguns setores se incumbem do funcionamento do Ensino Superior, como a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES), que faz a regulação e a supervisão das IES públicas e privadas, enquanto a Secretaria Ensino Superior (SESu), trata da Política Nacional de Educação

Superior, com o planejamento, orientação, coordenação e supervisão das IES públicas federais. Mencione-se, ainda, o fato de que a avaliação do Ensino Superior foi executada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

O INEP é uma autarquia do Ministério da Educação (MEC), existente desde 1937, nessa época sob a denominação de Instituto Nacional de Pedagogia. Ressaltemos o fato de que em 25 de agosto de 2003, por meio da Portaria 2.255, do Ministério da Educação do Brasil, o Instituto passou a concentrar todo o controle e a avaliação do Ensino Superior.

A criação do INEP ocorreu por meio da Lei nº. 378, de 13 de janeiro de 1937, e, posteriormente, o órgão é transformado em autarquia federal com vinculação ao Ministério da Educação. Nos termos da Lei nº. 9.448, de 14 de março de 1997, alterada pela Lei nº. 10.269, de 29 de agosto de 2001. O INEP tem por finalidades:

[...] V-subsidiar a formulação de políticas na área da educação, mediante a elaboração de diagnósticos e recomendações decorrentes da avaliação da educação básica e superior; VI - coordenar o processo de avaliação dos cursos de graduação, em conformidade com a legislação vigente; VII - definir e propor parâmetros, critérios e mecanismos para a realização de exames de acesso ao Ensino Superior; VIII - promover a disseminação de informações sobre avaliação da educação básica e superior[...]. (BRASIL/MEC, 2014, p. 3).

Incumbe-se o INEP de ser o mecanismo para garantir qualidade no Ensino Superior, inclusive com a finalidade de controle social. Verifica-se também o papel de lidar com as políticas de acesso à Educação Superior, sendo que, na última década, surgiram vários programas governamentais que concretizam ações de democratização de acesso ao Ensino Superior e passaram a fazer parte do cotidiano das universidades e faculdades públicas e privadas.

Como exemplos desses programas democratizantes, podemos citar o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), que possibilita ao estudante universitário custear os estudos por meio de empréstimo; na mesma linha de suporte ao acesso, o Programa Universidade para Todos (PROUNI) banca bolsas de estudos em instituições particulares.

Outra importante iniciativa, a fim de facilitar o ingresso nas instituições públicas, é o Programa de Seleção Unificada (SISU) do Ministério da Educação. O programa possibilita que seja utilizada, como critério de seleção para as universidades e institutos federais de todo o País, a nota dos candidatos ao Ensino Superior que participarão da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Inclui-se, ainda, como programa de democratização do acesso ao Ensino Superior, o programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), que propicia a realização de cursos públicos em inúmeros municípios brasileiros, por meio do modelo de Educação a Distância, mediada por Tecnologias de Informação e Comunicação.

Existem, também, no atual modelo de da administração do Ensino Superior brasileiro, programas governamentais voltados também para o desenvolvimento e estruturação das instituições públicas de Ensino Superior.

O mais abrangente deles é, com certeza, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), criado para garantir a expansão das universidades, a criação de outras e, consequentemente, o aumento das vagas ofertadas nos cursos.

A finalidade do REUNI é

Com o Reuni, o governo federal adotou uma série de medidas para retomar o crescimento do Ensino Superior público, criando condições para que as universidades federais promovam a expansão física, acadêmica e pedagógica da rede federal de Educação Superior. Os efeitos da iniciativa podem ser percebidos pelos expressivos números da expansão, iniciada em 2003 e com previsão de conclusão até 2012. As ações do programa contemplam o aumento de vagas nos cursos de graduação, a ampliação da oferta de cursos noturnos, a promoção de inovações pedagógicas e o combate à evasão, entre outras metas que têm o propósito de diminuir as desigualdades sociais no país. (BRASIL, 2014, p.2).

O Reuni tratou, também, de suprir uma deficiência do Ensino Superior, que era a falta de suporte para a permanência dos estudantes nos cursos; um dos desdobramentos foi a criação do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), por meio do Decreto nº 7.234, de 19 de julho de 2010, garantindo recursos financeiros para apoio alimentar, de moradia, de saúde e outras necessidades que fossem diagnosticadas na vida acadêmica do universitário.

Na gestão do Ensino Superior, a regulação dos cursos foi aprimorada com a definição, por meio do Decreto nº. 5.773, de 09 de maio de 2006, dos procedimentos de credenciamento de instituições, bem como a autorização, reconhecimento e recredenciamento de cursos de nível superior.

E é justamente na regulação que percebemos a importância que a avaliação tem para as instituições, pois, por meio deste processo, se autoriza o funcionamento dos cursos, ocorre a fiscalização e é propiciado um parâmetro mínimo de qualidade, haja vista que, no transcurso histórico do Ensino Superior, no Brasil, este controle da qualidade foi deficitário pelos governos.

O trabalho de regulação do Ministério da Educação é executado em conjunto pela Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior (SERES), pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP).

A SERES conta, inclusive, com sistema informatizado para dar publicidade à condição na qual se encontram cursos e instituições no tocante a regularidade; o sistema E-MEC, com plataforma na internet, permite o acesso imediato a estas informações.