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As metas do Plano Estadual de Educação enfocam a garantia do direito à educação com qualidade, assegurando o acesso, a universalização do ensino obrigatório e a ampliação das oportunidades educacionais, a redução das desigualdades, a valorização da diversidade e a valorização dos profissionais da educação, conforme dispõe, também, o Plano Nacional de Educação.

A execução do Plano Estadual e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas realizados pelas seguintes instâncias:

 União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, seção do Rio Grande do Sul (UNDIME/RS);

 Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (CECDCT);

 Conselho Estadual de Educação (CEEd/RS);

 União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação, seção do Rio Grande do Sul (UNCME/RS); e

 Fórum Estadual de Educação (FEE/RS).

É da competência das instâncias acima: divulgar os resultados do monitoramento e das avaliações nos respectivos sítios institucionais da “internet”; analisar e propor políticas públicas para assegurar a implementação das estratégias e o cumprimento das metas; e analisar e propor a revisão do percentual de investimento público em educação.

O Fórum Estadual de Educação5, conforme lei de aprovação do PEE, além das suas competências específicas, terá atribuições dentre as quais destaca-se: acompanhar a execução do PEE e o cumprimento de suas metas.

Conforme pesquisa realizada, o FEE reuniu-se quatro vezes (29 de abril de 2016, 17 de maio de 2018, 11 de junho de 2018 e 18 de junho de 2018), o que talvez seja um dos motivos do não acompanhamento da execução do PEE.

Considera-se importante destacar quanto ao monitoramento contínuo e avaliações periódicas por parte das instâncias citadas acima, com relação à meta 3 do PEE que se refere ao Ensino Médio, que não foram encontrados dados que caracterizem esse processo de avaliação para melhoria da oferta, lembrando que os dados de acompanhamento subsidiariam a qualidade da oferta.

Cabe enfatizar que o Grupo de Trabalho6 (GT) Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e o Instituto Rui Barbosa (IRB) do Tribunal de

5 Fórum Estadual de Educação – FEE, instância de consulta e de relacionamento com a sociedade, tem por finalidade colaborar na coordenação das conferências estaduais de educação, acompanhar e avaliar a implementação de suas deliberações, e promover as articulações necessárias entre os correspondentes fóruns de educação dos Municípios.CONFORME Decreto DECRETO Nº 54.018, DE 13 DE ABRIL DE 2018. (publicado no DOE n.º 71, de 16 de abril de 2018) Regulamenta a Lei nº 11.005, de 19 de agosto de 1997, que institui o Fórum Estadual da Educação, cria Fundo Especial da Educação, estabelece acréscimo emergencial. 6 Grupo de Trabalho que reúne integrantes das Cortes de Contas de 11 Estados, além do Tribunal de Contas da

União e do Ministério Público de Contas de São Paulo. Entre as ações desenvolvidas pelo Grupo, estão o desenvolvimento do software TC educa, que acompanha o cumprimento das metas do PNE e permite a emissão de alertas aos gestores públicos, e a realização de diagnósticos em relação aos planos de educação.

Contas do Estado realizou pesquisa a fim de trazer aos gestores e legisladores e, sobretudo, à sociedade, informações a respeito da educação no Rio Grande do Sul.

A sociedade tem o direito de receber dos órgãos de fiscalização uma atuação cada vez mais proativa. O acompanhamento e o monitoramento dos Planos devem ocorrer a fim de que se possa garantir seu direitos.

Horta (1988), citado por Gehlen (2015, p. 67), em sua tese intitulada “Direito é concluir o Ensino Médio: na vida de todos, na voz dos operadores do direito, nos processos judiciais e na Teoria do Garantismo”, contribui para esses movimentos:

[...] Voltamos a insistir: todas essas conquistas legais fruto de muita mobilização e resultado de muitos embates e lutas, só adquirem seu verdadeiro sentido quando os poderes públicos se revestem da vontade política de torná-las efetivas e a sociedade civil organizada se mobiliza no sentido de defendê-las e exigir o seu cumprimento na justiça e nas ruas, quando necessário.

Como lembra Gehlen (2015), o que Horta traz é extremamente atual, pois observa-se que a vontade política, hoje em dia, ainda se sobrepõe ao desejo da socidade, especialmente dos jovens.

O documento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) denominado “Perfil da Educação Pública no Rio Grande do Sul” (2018), ao apresentar a pesquisa realizada pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e Instituto Rui Barbosa (IRB), esclarece, quanto ao ensino médio, que a responsabilidade pelo seu atendimento e consequente cumprimento da Meta 3 do PNE é do Estado do Rio Grande do Sul, conforme o disposto no artigo 211, § 3º, da Constituição da República, e do artigo 10, VI, da Lei de Diretrizes e Bases. A pesquisa do TCE realizada em cada Município gaúcho evidencia as municipalidades com maior deficiência ou déficit nesse atendimento por parte do Estado.

Em relação ao Indicador 3A da meta 3 do PNE/2014 (universalização do acesso à escola para a população de 15 a 17 anos), refere-se que: “[...] dos 497 Municípios gaúchos do Estado, apenas em 26 foi universalizado o acesso à escola para a população de 15 a 17 anos. A meta 3 do PNE tinha prazo de cumprimento até o ano de 2016”.

Em relação ao Indicador 3B da meta 3 do PNE/2014, que determina elevar a 85% a matrícula da população de 15 a 17 anos no ensino médio, o relatório do TCE/RS explicita: “Em relação ao indicador 3B da meta 3 do PNE/2014, cujo prazo esgota em 2024, observa-se que, dos 497 Municípios gaúchos, em nove foi atendida a meta”.

Destaca-se o trabalho de acompanhamento e monitoramento do PNE realizado pelo TCE no que tange à competência do Governo do Rio Grande do Sul com a oferta do Ensino

Médio. Pelos dados apresentados, observa-se que o governo gaúcho tem muito a realizar em termos de políticas públicas para a oferta do Ensino Médio, pois até 2024 tem que elevar a 85% a matrícula da população de 15 a 17 anos e universalizar o acesso nos 471 municípios que ainda não atendem à referida população.