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4 REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

N ACIONAL D E E DUCAÇÃO F ÍSICA

4.1.1.3. O P RIMEIRO P LANEAMENTO D E U NIDADE D IDÁTICA : V OLEIBOL E

AS SEGUINTES

O planeamento da Unidade Didática de voleibol assentou no modelo de abordagem progressiva ao jogo, em que a interferência contextual da técnica está subordinada à abordagem da tática, promovendo uma compreensão do jogo, desde a constituição da forma mais básica de jogo (1x1) à mais complexa. (Graça & Mesquita, 2009).

A sua abordagem, a par das outras unidades curriculares abordadas ao longo do ano lectivo, teve em consideração o Modelo Desenvolvimental de Rink (1996).

Relativamente à duração de cada unidade, Bento (2003) indica que depende do volume e da dificuldade das tarefas de ensino e de aprendizagem, dos princípios psicopedagógicos, didácticos e metodológicos, acerca da organização e estruturação do processo pedagógico e do estado de desenvolvimento da personalidade dos alunos. Esta orientação, que considero uma referência, não foi levada “à risca” no desenvolver das UD, sendo estas condicionadas pelo roulement dos espaços pedagógicos. Assim, não foi concretizada uma abordagem adequada nas unidades curriculares lecionadas que necessitam de mais tempo para a consolidação dos conteúdos, devido às alterações mensais dos espaços. Apesar da abordagem das diferentes unidades curriculares poderem ser integradas e adaptadas a todos os espaços pedagógicos, decidimos em núcleo de estágio que as UD respeitariam as mudanças inerentes ao roulement dos espaços pedagógicos, justificando esta opção com uma definição concreta das regras para cada espaço e modalidade, e ainda de maneira a criar rotinas na turma.

“O tempo que temos disponível para a abordagem dos conteúdos propostos não é de todo suficiente para que os resultados sejam visíveis em grande escala e em tão pouco tempo. Também, o tempo de

exercitação apenas é suficiente para os alunos ficarem com uma perceção geral do que pretendemos ensinar. Assim, pelo menos os alunos ficam a conhecer a base que sustenta o jogo e as ações individuais dos jogadores no jogo. Talvez nós sejamos demasiado exigentes e ambiciosos no que toca ao que queremos que os alunos fiquem a conhecer e a saber fazer.” (Reflexão nº 41)

Relativamente à planificação do Modelo de Estrutura do Conhecimento, que contempla 3 fases distintas, Fase de Análise (Módulo 1 - Módulo 3), Fase das Decisões (Módulo 4 - Módulo 7), e a fase de aplicação, considero ser importante que se analise distintamente estas três fases, que segundo Vickers (1990) contemplam uma ideologia desde a análise das condições de aprendizagem, à tomada de decisão de como se vai realizar o processo e a sua aplicação.

A Fase de Análise permitiu conhecer as condições físicas e humanas em que se sustentou a aprendizagem. Este ponto é crucial pois só assim é possível determinar o podemos esperar.

A Fase das Decisões é também muito importante, na medida em que a realidade do plano a executar é aqui estruturada. Estas decisões são cruciais porque farão parte do que se vai fazer no terreno, isto é, colocar no papel o que vai acontecer na prática. Contudo, todo este processo não é estanque, tal como acontece nos planos de aula, em que há uma idealização do que se vai fazer mas, caso no momento tal não seja possível, há que reajustar, tal como veio a acontecer nesta Unidade Didática. Quanto mais experiência tem o professor menos alterações serão feitas da teoria para a prática. Quanto ao módulo 4, que enquadra a extensão das matérias a abordar teve que sofrer pequenas alterações visto os alunos demonstrarem muitas dificuldades no cumprimento dos objectivos propostos, daí a necessidade do professor ser consciente no que respeita à tomada de decisão relativamente às matérias e conteúdos que se vão abordar. Propostas de melhoria relativamente a este aspeto têm a ver com a moderação e adequação do grau de dificuldade face ao que é proposto. Os conteúdos e exercícios não devem ser demasiado

exigentes nem demasiado fáceis, devem ser adequados. E como aferir quais são os conteúdos propícios para um determinado nível? É necessário que seja feita uma boa avaliação diagnóstica e uma boa diferenciação de grupos de trabalho por níveis. É certo que todos os alunos são diferentes, uns com mais capacidades do que outros, e se levássemos à risca esta forma de divisão de níveis talvez teríamos 26 níveis. Mas aqui impera o bom senso e o conhecimento e capacidade de observação do professor, que como já referi, torna-se mais consciente à medida que a experiência ganha terreno.

Quanto ao Módulo 6, para uma boa avaliação, realça-se ser fulcral centrar-se no essencial e no mais importante uma vez que não é possível ver e avaliar tudo, pelo que as grelhas e parâmetros de avaliação deveriam ter sido mais sucintos de modo a permitir um registo mais prático.

A avaliação foi provavelmente a tarefa mais difícil que encontrei neste EP, tendo enfrentado o verdadeiro mundo em que vive o professor. A experiência diz que quanto mais se treina o ato de avaliar mais fácil e coerente se torna, embora seja necessário percorrer um extenso caminho para aqui chegar.

Saliento o facto de ter sentido mais dificuldade na estruturação dos contextos e ferramentas de avaliação. Definir quantos critérios de êxito utilizar, entre 3 a 5, e qual a forma mais eficaz de o fazer foi uma batalha destemida.

Assim, foram experimentadas duas estratégias, uma primeira com 5 critérios e uma segunda com 3. Respetivamente, a construção das grelhas pressupunha cinco níveis: 1 – Não Satisfaz; 2 – Satisfaz Pouco; 3 – Satisfaz; 4- Satisfaz Bastante; e 5- Satisfaz Plenamente; e numa segunda de 3 critérios numa classificação de: 1 – Não Executa; 2 – Executa com dificuldade; 3 – Executa. Após a experimentação, concluí que a prática avaliativa além de requisitar experiência na observação, requer também que os objetivos estejam bem definidos e simplificados ao máximo, de modo a garantir que o processo seja o mais prático possível. Para além disso, quando queremos avaliar muitos critérios não conseguimos garantir uma observação mais pormenorizada, daí que esta experiência levou-me a encontrar uma preferência para a aplicação de apenas três critérios.

Sublinho que foi através da prática, da construção das diferentes UD que me fui tornando mais capaz. A primeira foi a que criou mais entraves, mas há medida da necessidade a experiência da sua realização foi-se tornando mais calejada e eficaz.

“Denoto agora uma maior flexibilidade para adaptar a extensão, seleção e aplicação dos conteúdos pretendidos, assim como no que se refere à estruturação da sua metodologia e sequência. Preparar a avaliação é também uma tarefa na qual me sinto mais à vontade, tudo isto decorrente da experimentação, correção e próprio treino na construção das UD.” (Análise Crítica da Unidade Didática de Andebol).