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O PAC – Programa de Atendimento à Comunidade

O PAC, pelos profissionais e recursos de que dispõe, poderá ser o instrumento habilitado para tratar do consumo de álcool e de outras drogas. Por isto, a seguir,

O Programa de Atendimento à Comunidade (PAC) está ligado diretamente à Vice- Reitoria Comunitária (VRACOM). Foi criado em 2003, passando por uma redefinição de sua concepção e diretrizes de trabalho, a partir do primeiro semestre de 2005, e oficializado em agosto de 2006 (Ato da Reitoria), de modo a responder às reais necessidades da comunidade universitária da PUC-SP e às modificações instituídas pelo Governo Federal para as Instituições de Ensino Superior, e que interferem no cotidiano das Universidades Comunitárias.

Com essa perspectiva, o PAC deve ampliar as potencialidades/ possibilidades do convívio educacional/comunitário, a partir de propostas e ações que aumentem as condições de vida saudável; de experiências enriquecedoras; de melhor comunicação e de participação coletiva. Também atende às situações e casos envolvendo os integrantes da Universidade que requerem um trato amplo e diferenciado com mediações de conflitos, concretizando seu caráter preventivo e de intervenção. Orienta- se no sentido da identificação permanente das necessidades e problemas existentes na comunidade e possibilita a construção cotidiana e partilhada de suas soluções, com base na visão complexa dos fenômenos humanos. Deve ainda desenvolver serviços de caráter comunitário que facilitem a dinâmica administrativa/acadêmica da Universidade.

Dessa forma, o PAC estruturou seu trabalho a partir: das características e necessidades identificadas e mapeadas no interior da Universidade; das premissas de uma educação que compreende o ser humano de forma integral e profunda; dos parâmetros acordados junto à VRACOM e do conhecimento acumulado dos profissionais que compõem a equipe.

O trabalho sustenta-se em três eixos básicos: Atendimentos Comunitários, Desenvolvimento de Projetos Institucionais e Serviços à Comunidade.

Para atender a comunidade universitária em demandas relacionadas às dificuldades de aprendizagem, conflitos e questões emocionais que bloqueiam ou impedem o processo sócio-educativo dos alunos, o PAC está estruturando uma Rede de Atendimento à Comunidade Interna (RACI), composta por setores e/ou segmentos da Universidade que prestam serviços à comunidade, como é o caso do PAC; do Projeto de Extensão - Atendimento Clínico Fonoaudiológico a Estudantes Universitários, Supervisão

e Estudos, da Faculdade de Fonoaudiologia; dos aprimoramentos ou estágios supervisionados de cursos de Pós Graduação, oferecidos pelo COGEAE, entre outros, além de parceiros de instituições que tenham diretrizes e parâmetros educacionais/ comunitários compatíveis aos da PUC-SP. A integração dos serviços, por meio da RACI, proporcionará um canal integrado e especializado para o encaminhamento e acompanhamento das demandas em duas áreas específicas:

a) inclusão social – relacionada mais diretamente a questões psicossociais, psicopedagógicas, psiquiátricas, socioeconômicas, etc; e

b) intervenção clínica - relacionada especificamente ao uso indevido e abusivo de drogas. Atuando de maneira organizada, sistematizada e institucionalizada, os setores ou serviços envolvidos partirão de uma diretriz comum, estabelecida e coordenada pelas Vice-Reitorias Acadêmica e Comunitária, por meio do PAC.

Institucionalmente o PAC configura-se como a porta de entrada para toda a Universidade, referente aos casos com as características acima descritas e deverá coordenar a RACI.

Os múltiplos desafios das demandas encontram-se incluídos em constante planejamento do trabalho. Como norte desse planejamento, está um objetivo básico, que é dar sentido e efetividade à razão de ser do discurso educacional e comunitário da PUC-SP. Conviver bem com os múltiplos interesses e necessidades que povoam a Universidade, acreditando na possibilidade de uma convivência pactuada, é fator indispensável para a própria realização plena do ensino e pesquisa, além de fazer parte do seu caráter comunitário. Esse trabalho de atendimento comunitário visa estender uma rede de apoio à comunidade, não só do conjunto de alunos, professores e funcionários entre si, mas deste conjunto com as pessoas encarregadas da gestão universitária, administrativa e comunitária, em todos os campi.

Com seu trabalho assim mergulhado na intensidade das relações pessoais e sociais, o PAC tem consciência da necessidade de clareza de princípios para sua ação. Por um lado, uma visão de homem como ser de relação, capaz de auto-conhecimento, de potencializar talentos, aprimorar habilidades, elaborar e lidar com fraquezas e limites. Também se adota uma visão de mundo cujas interações com o mundo interno, seus

grupos e relações, modelando-os e exigindo deles uma constante busca e renovação da harmonia, que deve ser acompanhada.

Diretrizes que organizam a atuação do PAC:

• Interlocução com gestores e membros da comunidade, sobretudo alunos;

• Trabalho em parceria: troca e articulação dos saberes e fazeres, fundamental para a execução de todos os projetos;

• Visão da comunidade universitária como um sistema, em sua integralidade, totalidade, com sua trama de redes e relações internas e externas;

• Conhecimento e reconhecimento contínuos da realidade, prestando atenção tanto àquela que se revela em números e formas, como também à que se expressa em percepções, expectativas, manifestação de interesses, desejos e necessidades.

Enfim, de forma coerente com os valores da PUC-SP, o serviço prestado pelo PAC norteia-se por princípios de atuação que têm como referências modeladoras de seu atendimento a perspectiva institucional e coletiva, a prevenção, a intervenção, a mediação e a integração.

No capítulo seguinte, tendo em vista aprofundar o conhecimento da realidade do consumo e uso nocivo de álcool e de outras drogas na PUC-SP, campus Monte Alegre, apresentamos a pesquisa que fundamenta esta tese.

CAPÍTULO III

Conhecendo a realidade do uso de álcool e de outras drogas

na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,

campus Monte Alegre

“Na realidade, basta um drinque para me deixar mal. Mas nunca sei se é o 13º ou o 14º.” George Burns