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Ser professor de alunos bons consiste em tarefa relativamente fácil, mas e quando o docente depara-se com alunos com D.A.? O que fazer? Como agir?

Qual deve ser a postura e as atitudes diante de tal situação? O papel do professor no processo de aprendizagem é indiscutivelmente decisivo, suas atitudes,

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concepções e intervenções, serão fatores determinantes no sucesso ou fracasso escolar de seus alunos.

Cabe ao professor duas tarefas básicas diante das D.A., o diagnóstico ou detecção seguida de intervenção adequada.

No contato diário com os alunos, muito rapidamente o professor começa a perceber entre eles aqueles que apresentam dificuldades, a partir desta detecção a atitude correta deve ser o encaminhamento do aluno em questão a um psicopedagogo, que deverá avaliar as habilidades perceptivas, motoras, lingüísticas e cognitivas do mesmo e ainda os fatores emocionais e os próprios atos de ler e escrever.

Após a avaliação psicopedagógica, será recomendado pelo profissional, o procedimento necessário (tanto ao professor como à família do aluno) para a superação das D.A.

Em nível de intervenção, os princípios básicos são: respeito e estímulo, que envolvem a não utilização de comentários depreciativos; respeito ao ritmo da criança, não a envolvendo em situações de competição; não constrangê-la; não fazer comparações de nenhuma espécie e principalmente, conversar particularmente com o aluno sobre suas dificuldades, porque elas ocorrem, e sobre suas intenções em ajudá-lo; isto estabelecerá um clima sincero entre ambos, despertando confiança do aluno com relação ao professor.

“Esta conversa (...) é de suma importância já que, permite que se estabeleça, entre o professor e o aluno, um clima aberto e sincero, no qual a criança se sente apoiada e tranqüila sobre as possíveis reações do professor frente às suas dificuldades” (MORAIS, 2002:

188).

Os estímulos são imprescindíveis, pois funcionarão como massageadores da auto-estima, que progressivamente levará o aluno a acreditar em si mesmo e na sua capacidadepara superar as dificuldades.

No entanto, o que se observa nas escolas públicas e, muitas vezes, também nas particulares, é a falta de preparo do corpo docente para lidar com as D.A. É necessário que seja oferecido aos professores (se não oferecido, buscado pelos mesmos), orientação adequada, para que estes possam ajudar de fato seus alunos portadores de D.A.

“(...) instalar um setor de orientação educacional, psicológica e docentes, vale destacar a questão dos “Métodos de Ensino” a serem utilizados.

Muitos são os autores que têm se dedicado a pesquisar sobre o método mais eficaz para a aprendizagem da leitura e da escrita para as crianças ditas “normais” e para as crianças com D.A. No entanto, nenhum resultado foi categórico em apontar um ou outro como mais indicado.

Algumas correntes defendem o método sintético, outras, o método analítico e outras ainda, o método analítico-sintético.

Diante de tal discordância, podemos concluir que caberá ao docente a análise dos resultados obtidos com o método utilizado, e a possível substituição ou mesclagem de outro método, em busca de melhor rendimento de seus alunos.

“(...) quando se percebe que as dificuldades de aprendizagem são oriundas ou ampliadas por um método de ensino que não está adaptado à criança, propõe-se uma mudança metodológica para facilitar o processo da aprendizagem”. (MORAIS, 2002: 75).

CURY (2003), elenca sete hábitos dos professores fascinantes, sendo todos muito pertinentes, mas cabe especialmente neste contexto enfatizar um em particular: Professores fascinantes possuem sensibilidade, eles sempre sabem proteger a emoção nos focos de tensão, ou seja: não deixar que a agressividade e as atitudes impensadas dos seus alunos roubem sua tranqüilidade. Entende que os fracos excluem, os fortes acolhem, os fracos condenam, os fortes compreendem. Ele procura acolher seus alunos e compreendê-los, mesmo os mais difíceis.

Ainda segundo o autor, “Detrás dos piores alunos há um mundo a ser descoberto e explorado” (CURY, 2003:. 63).

De maneira geral, podemos dizer que os pesquisadores aqui consultados mostram que as causas das D.A. são fundadas em fatores biológicos, e que o ambiente escolar, familiar e social influenciam positiva ou negativamente sobre as D.A.. Mostram também a importância dos métodos de ensino utilizados com os alunos portadores de D.A. e ainda o vital papel do docente quanto à detecção precoce e as intervenções adequadas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A conclusão deste trabalho, que não tem, de modo algum, a pretensão de estar acabado, pois como já citamos anteriormente D.A. consiste em tema bastante complexo, sendo, portanto, passível de maiores estudos e pesquisas. No entanto, encontramo-nos no momento, em melhores condições para falar sobre o assunto. Inúmeras são as possíveis causas das Dificuldades de Aprendizagem e inúmeras são as possibilidades de combinações entre as mesmas. Diante de tal complexidade, faz-se necessário a avaliação do portador de D.A. por um profissional da área, que indicará as intervenções adequadas a cada caso, tanto a nível escolar quando familiar.

Ao professor caberá a detecção, o encaminhamento e, posteriormente, a aplicação das intervenções sugeridas pelo profissional competente e, acima de tudo, a sensibilidade e a luta diária em busca de minimizar progressivamente as dificuldades de aprendizagem.

Conclui-se que propiciando momentos prazerosos através de histórias jogos, brincadeiras e músicas que estimulem a leitura e a escrita, superamos através de atividades propostas, possíveis dificuldades de aprendizagem.

Observa-se que ao trabalhar o desafio com as dificuldades de linguagem, dislexia, disgrafia e desortografia, obtermos a possibilidade de um inicio de trabalho das dificuldades identificadas, apontando como os fatores que influenciam na educação escolar seja a visão de dislexia, disgrafia e a ortografia.

Dislexia como dificuldades inesperadas do aprendizado da leitura, sucede quando uma criança não lê bem ou não encontra significado diante do texto escrito. Disgrafia e ortografia expressarem-se quando há dificuldades no projeto da escrita ou do ato de escrever.

Este é um distúrbio de letra difícil que preocupa ao educador e os pais, porque tem conhecimento que o resultado escolar de seus filhos estarem sob a influência, e muito, da aprendizagem competente da leitura, escrita e ortografia,

Esperamos que essa reflexão seja útil para os que fazem a escola, facultando ao reconsiderar sobre os conhecimentos produzidos, numa perspectiva de fixar conjuntos de vínculos que ligam entre a realidade cultural e social do educando.

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