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Capítulo 4 – O Porto de Leixões 4.1 Introdução

4.2. O Porto de Leixões

O Porto de Leixões é a maior infra-estrutura portuária do Norte de Portugal, localizando-se no Noroeste da Península Ibérica, a cerca de 2,5 milhas a norte da

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foz do Douro, estando enquadrado a norte por Leça da Palmeira e a Sul por Matosinhos (APDL, 2010).

Figura nº 4.1: Localização geográfica do Porto de Leixões (A)

Fonte: http://maps.google.com/, 2011

A área ocupada pelo Porto de Leixões é constituída por 5 Km de Cais, 55 ha de terraplanos e 120 ha de área molhada, apresentando boas acessibilidades marítimas, rodoviárias e ferroviárias (APDL, 2010).

O mercado da indústria de cruzeiros: o caso do Porto de Leixões 57 Figura nº4.2: Vista aérea do Porto de Leixões (anterior à construção do novo cais de cruzeiros)

Fonte: https://www.apdl.pt/gca/index.php?id=540, 2011

Segundo Alves (2003), a decisão de construir um porto em Leixões tornou- se inevitável quando a 30 de Março de 1852 ocorreu o naufrágio do vapor “Porto”. O mesmo autor refere que a 3 de Abril de 1852 o governo deu indicações para “proceder aos trabalhos necessários para a formação de um porto artificial ao norte do rio Douro, na localidade mais conveniente”. O autor refere ainda que a 20 de Junho de 1883 deu-se a aprovação do projecto definitivo do porto, tendo a 23 de Outubro de 1883 decorrido a abertura de concurso para a empreitada, que foi adjudicada à empresa “Duparchy & Dauderny”. Segundo este autor as obras de construção ficaram concluídas a 31 de Dezembro de 1892.

Alves (2003) acrescenta que ao longo de vários anos o porto foi sofrendo várias intervenções até se transformar num grande porto comercial. O autor salienta algumas dessas obras como: posto de desinfecção (1900-1905), cais interiores do porto de abrigo (1917), doca nº1 (1940), doca nº2 e ponte móvel (1955-60), porto de pesca (1959-63), doca nº 4 (1974-82), a via de cintura portuária e entre 1996 e 2001 a modernização tecnológica do Porto de Leixões.

A construção do Porto de Leixões é, segundo uma publicação da Câmara Municipal de Matosinhos (2008), considerada por muitos a grande obra de engenharia executada em Portugal no século XIX.

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O Porto de Leixões opera 365 dias por ano, movimentando 15 milhões de toneladas de mercadorias/ano, e corresponde a 25% do comércio externo Português por via marítima (APDL, 2010).

Este porto marítimo dispõe de modernos equipamentos e de desenvolvidos sistemas informáticos de gestão de navios, apresentando altos níveis de produtividade e permitindo um reduzido tempo de permanência dos navios nos cais. A barra encontra-se permanentemente aberta ao tráfego portuário, sem condicionamentos de acesso por efeito das marés.

Por Leixões passam anualmente cerca de 3 mil navios, transportando todo o tipo de cargas, com relevo para: têxteis, granitos, vinhos, madeira, automóveis, cereais, contentores, sucata, ferro e aço, álcool, aguardente, açucares, óleos, melaços, produtos petrolíferos (APDL, 2010). Empresas concessionárias, dotadas dos mais modernos equipamentos, são responsáveis pela quase totalidade das movimentações de mercadorias em Leixões.

Os serviços de pilotagem, reboque e amarração são assegurados pela Autoridade Portuária, que disponibiliza os meios e equipamentos necessários. Para além de mercadorias o Porto de Leixões recebe ainda navios de cruzeiros, vindos de todas as partes do mundo.

Dos cais e terminais existentes no Porto de Leixões destacam-se os cais convencionais de carga geral e granéis sólidos, cais de movimentação de granéis líquidos, terminal de petroleiros, terminal de contentores, terminal roll-on/roll-off, terminal multiusos, doca de recreio, porto de pesca, instalações especializadas, a estação de passageiros (APDL, 2010) e o recente novo cais de cruzeiros.

Os cais convencionais de carga geral e granéis sólidos compreendem a Doca 1 (Norte e Sul), a Doca 2 (Norte e Sul), e ainda a Doca 4 Norte (também designada por terminal de granéis agro-alimentares), sendo que apenas a Doca 1 Norte não se encontra concessionada à TCGL – Terminal de Carga Geral e Granéis de Leixões, SA. Nestes cais são transaccionados vários tipos de mercadorias como madeira em bruto, prensado e serrado, ferro/aço, pedras de granito, o algodão, a cortiça, o alumínio, o chumbo, o zinco, os automóveis, os chassis, sucata e granéis agro-alimentares, máquinas e cargas de projecto (APDL, 2011). Em relação aos granéis sólidos agro-alimentares estes são

O mercado da indústria de cruzeiros: o caso do Porto de Leixões 59 transaccionados na sua maioria no terminal cerealífero situado na Doca 4 Norte (APDL, 2011).

No cais de movimentação de granéis líquidos do Porto de Leixões (Figura 4.3) são transaccionados granéis líquidos destinados à refinaria da Petrogal, à CEPSA, à REPSOL e à ED&FMAN. Além do terminal petroleiro existem em Leixões outros locais passíveis de serem utilizados para a transacção de outros tipos de granéis líquidos, mais especificamente no Molhe Sul, na Doca 1 Sul e na Doca 2 Sul.

Figura nº 4.3: Cais de movimentação de granéis líquidos do Porto de Leixões

Fonte: www.apdl.pt, 2011

O terminal petroleiro existente no Porto de Leixões encontra-se concessionado à Petrogal – Petróleos de Portugal SA.

No Porto de Leixões existem dois terminais de contentores (Figura 4.4) que se encontram concessionados à empresa TCL – Terminal de Contentores de Leixões SA, desde o mês de Dezembro de 1999 e por um período de 25 anos. Figura nº 4.4: Terminal de contentores do Porto de Leixões

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O Terminal Roll-on/Roll-off oferece uma plataforma fixa destinada ao tráfego ro-ro que semanalmente chega a Leixões. As principais mercadorias são automóveis, camiões e traillers com o todo o tipo de mercadorias.

O recente Terminal Multiusos destina-se essencialmente ao tráfego ro-ro, potenciando o desenvolvimento das auto-estradas do mar a partir de Leixões.

Figura nº 4.5: Terminal Multiusos do Porto de Leixões

Fonte: www.apdl.pt, 2011

A doca de recreio localiza-se no enraizamento do Molhe Norte do Porto de Leixões e encontra-se concessionado à Associação de Clubes Marina Porto Atlântico.

O Porto de pesca encontra-se localizado em Matosinhos encontra-se concessionado à Docapesca – Portos e Lotas S.A.

Como instalações especializadas destacam-se silos, depósitos e armazéns. A empresa Silos de Leixões – Unipessoal, Lda. opera numa área de 2,3 ha, encontrando-se os silos vocacionados para o armazenamento de cereais, derivados, oleaginosas e outros produtos alimentares, possuindo capacidade para 120.000 toneladas (APDL, 2011). Existe também no Porto de Leixões depósito de produtos petrolíferos a granel e depósito de melaços e derivados com uma área de 1,790 m2, encontra-se situado no Molhe Sul, possuindo um tanque destinado ao armazenamento de produtos líquidos e granel com fins alimentares e industriais, essencialmente melaço e os seus derivados. De referir que estas instalações se encontram licenciadas à empresa ED&FMAN Portugal (APDL, 2011). Os quatro armazéns para recepção e expedição de cimento a granel

O mercado da indústria de cruzeiros: o caso do Porto de Leixões 61 encontram-se localizados na Doca 1 Sul, encontrando-se licenciados à SECIL – Companhia Geral de Cal e Cimento, S.A. e CIMPOR – Indústria de Cimentos, S.A., e ocupam uma área de 2.500 m2 (APDL, 2011).

Em 2004 foi desenvolvido o “Plano estratégico de desenvolvimento do Porto de Leixões”, onde se encontram medidas como a consolidação e a promoção da marca “Porto de Leixões”, numa perspectiva integrada e consequente; como o reforço das condições de integração na envolvente urbana e de acessibilidade e a vontade de dotar o Porto de Leixões com as condições materiais e imateriais de apoio à sua actividade.