-primas e reaproveitamento das que lotam lixos e aterros do mundo inteiro. Desenvolver tecnologias que possibilitem às empresas a remanufatura ao invés da extração.
Um exemplo dessa necessidade são as enchentes que assolaram recente- mente a cidade de São Paulo. A foto de Reinaldo Marques mostra o Rio Pinheiros tomado por garrafas pet na ponte Ari Torres.
Vemos constantemente matérias que abordam o tema do plástico e seu tem- po de decomposição.
A coleta seletiva é o primeiro passo, mas o que fazer depois disso?
Lucilene Betega de Paiva trabalha no Instituto de Pesquisa Tecnológica do Estado de São Paulo (IPT) e é especialista em plásticos. Em um seminário na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), falou sobre a importância da reciclagem desse material. Segundo ela, a Política Nacional de Resíduos Só- lidos (PNRS) pode ajudar a “transformar um passivo ambiental em uma
fonte de recursos financeiros”.
Por ora, as nossas práticas e posturas caracterizam o ecodesign.
Quando os gestores ambientais conseguirem mudar os paradigmas sociais, econômicos, políticos e culturais sobre o tema, então poderemos pensar em design sustentável. Esse é o fim do caminho: mudanças nos sistemas de
Figura 19.2: Enchente na cidade de São Paulo Fonte: http://noticias.terra.com.br/
produção, obtenção de matéria-prima (da extração para a remanufatura), do consumo, descarte, coleta seletiva, distribuição (matéria-prima remanufatu- rável às empresas). Isso tudo são conceitos de Logística Reversa ou Logística Verde.
Então, sugiro que você estruture seus projetos de ambiente de eventos a partir desse pensamento. Profissionais e empresas que propõem projetos apoiados em soluções que consideram a sustentabilidade agregam valor aos seus serviços e produtos.
19.2 Lixo
Eventos produzem lixo. Procure instalar em seus eventos lixeiras ecológicas. Quando elaborar o projeto, conheça os horários de coleta de lixo orgânico e seletivo, forneça esse dado aos organizadores do evento.
No pós-evento, descarte adequadamente entulhos resultantes de descartes, desmontagens de equipamentos e objetos.
Resumo
Aprendemos que é preciso adotar nos projetos, layouts, decorações, uma abordagem sistêmica e holística, criando propostas adequadas aos novos modelos de gestão ambiental, de ecodesign e destino apropriado do lixo.
Atividades de Aprendizagem
• Você é um formador de opinião e, por isso, deve apresentar em seus projetos de ambientes soluções sustentáveis.
• Faça uma pesquisa sobre empresas relacionadas ao setor de eventos (fornecedores de produtos, equipamentos e serviços) e verifique quais adotam critérios para minimizar possíveis impactos ambientais. Procure saber mais sobre a filosofia dessas empresas. Depois escolha três delas. Relacione o segmento de mercado e liste os motivos que determinaram sua escolha.
Exemplo: Empresa Ou – Linha Eco: conjuntos para banheiros, lixeiras,
cestos, bandejas em cores variadas, produzidos com 40% de fibras de cana-de-açúcar, matéria-prima de origem asiática, cultivada em solo bra- sileiro. Características: preservação ambiental e design.
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Aula 20 – Um olhar inovador
Projetar harmonicamente o espaço de um evento é desenvolver a habilidade de perceber e compreender as inúmeras variáveis e possibilidades em soluções e escolher de acordo com as necessidades percebidas.
Cada evento representa um quebra-cabeça único e completo, não importan- do o porte que tenha.
Se você vai dedicar-se a essa matéria e pretende desenvolver projetos de espaços, comece coletando informações e organizando-as em forma de lis- tagens, agendas, anotações, bancos de dados.
Antes de se lançar no mercado como profissional, considere fazer alguns cursos: de gestão de espaço, introdução ao desenho técnico, design de es- paço, espaço e cognição.
Leia muito sobre o assunto. Procure referências na internet, livros, revistas e jornais. Se possível, busque textos em outros idiomas. Visite eventos, registre pontos positivos e negativos que observar. Nessa análise, seja o mais impar- cial que possa.
Outra possibilidade é atuar como freelancer em empresas que organizam eventos e aproveitar para aprender.
Acima de tudo, lembre-se que a dimensão do evento é a dimensão do
público que o prestigiará.
Você projetará um espaço que receberá pessoas. A dimensão da ar- quitetura é o homem.
As construções surgiram da necessidade dos indivíduos de estabelecer lugar. A partir dessa evolução, outras tantas surgiram, o que transformou o ser humano na única espécie que intervém de forma planejada no ambiente que influencia e pelo qual é influenciado. O aperfeiçoamento dos sistemas construtivos, das estruturas, a pesquisa por materiais durante séculos, são
exemplos da busca do homem para criar ambientes cada vez mais confortá- veis, seguros, viáveis.
Figura 20.1: Homem Holístico (I) Fonte: http://www.thedimensionzone.com/
Porém, em um dado momento, estudiosos trouxeram à tona questões rela- cionadas com o meio-ambiente, ecologia, sustentabilidade, logística reversa, ecodesign, sugerindo que devemos mesurar os impactos que causamos e como minimizá-los.
A especialização levou a isso. A revolução industrial colocou a produção como meta principal, o homem moderno ficou fascinado com o que pode- ria criar e nessa ânsia mercadológica não parou para analisar o sistema tão afeito estava ao produto.
Depois de anos, os especialistas perceberam que careciam de fontes para embasar seus trabalhos e precisaram consultar outros especialistas, surgindo então equipes multidisciplinares para estudar o homem e tudo o que diz respeito a ele.
Atualmente, é impossível estudar qualquer tema, conceber qualquer proje- to, desenhar qualquer sistema sem voltar o olhar para o homem. Embora imperceptível ainda para os desatentos, mas evidente para os estudiosos, o pensamento cartesiano, sobre o qual se fundamentou toda a análise cien- tífica dos últimos séculos vem cedendo espaço para novas interpretações que consideram como variáveis válidas também as emoções, pensamentos,
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