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O primeiro conjunto: Tratamento do Banco de Dados

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

5.1 O primeiro conjunto: Tratamento do Banco de Dados

O primeiro conjunto de procedimentos, denominado de Tratamento do Banco de Dados corresponde às últimas etapas de trabalho da Equipe de Riscos durante o “Projeto Anhumas” - FAPESP e pode ser apreciado com maior detalhe na parte destinada à Equipe de Riscos dentro do Relatório Final do Projeto, em Carpi Jr. et al (2006).

Esta etapa de Banco de dados foi essencial para facilitar a interpretação das situações de risco, tanto pela mais elementar organização em linhas e colunas que permite uma visualização rápida dos cruzamentos entre os dados, seja com relação às derivações dessa organização elementar que são as análises de causa e efeito. Em função dos objetivos dessa pesquisa e do desejo de que outras pessoas futuramente possam trabalhar à vontade com os dados29, essa etapa configura-se como uma condição necessária para a etapa seguinte, de adaptar a legenda da cartografia dinâmica para o mapeamento de riscos na Bacia do Ribeirão das Pedras.

29 Esta etapa foi iniciada timidamente quando a Equipe de Riscos do Projeto Anhumas – FAPESP disponibilizou as

planilhas em extensão DBF e os arquivos em formato SHAPE, extensão SHP, permitindo que pessoas familiarizadas com a linguagem de Sistemas de Informação Geográfica e Bancos de Dados Espaciais pudessem trabalhar com este material. Estes dados estão disponíveis em (http://www.iac.sp.gov.br/projetoanhumas/relatorio.htm), no item de anexos ao Levantamento de Riscos Ambientais.

Nesta etapa foi feito o tratamento dos dados levantados ao longo das reuniões públicas de mapeamento de riscos do “Projeto Anhumas”, e durante trabalhos de campo e de validação, em etapa posterior. Assim como a digitalização dos mapas elaborados durante as referidas reuniões.

Em pormenores, as informações relatadas verbalmente nas reuniões eram preenchidas à lápis ou caneta em tabelas previamente elaboradas pela equipe, depois disso as informações eram digitalizadas em formato de planilhas. Formando-se assim uma série de planilhas em extensão “DBF”, compatível com os Softwares utilizados tanto para o Geoprocessamento (Arcview, da empresa ESRI) quanto para o tratamento estatístico (Excel, da Microsoft). As bases cartográficas utilizadas pela Equipe de Riscos durante o “Projeto Anhumas”, que também foram utilizadas nessa dissertação, bem como o tratamento e adaptação que elas sofreram é explicitado em Adami et al (2006) e Briguenti (2005).

A partir disso, os dados dos mapas provenientes das reuniões públicas de mapeamento de riscos foram digitalizados em forma de pontos, linhas e áreas por meio do software Arcview30. Isto permitiu que se trabalhasse digitalmente, associando as tabulações de dados e informações estatísticas (da etapa anterior) com os dados espaciais (resultantes desta etapa) através da interface computacional.

Durante o “Projeto Anhumas” foram realizados procedimentos técnicos, utilizando os softwares anteriormente citados, que envolveram a filtragem, exclusão e reagrupamento de dados. A intenção de realizar estes procedimentos foi a de encontrar semelhanças e feições desviantes do padrão dos riscos mapeados. Ao final deste processo foram obtidas 675 situações de risco para a Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Anhumas e algumas áreas de entorno, que haviam sido mencionadas nas etapas de mapeamento participativo.

Para este presente trabalho, foram excluídos os riscos que não diziam respeito à bacia hidrográfica do Ribeirão das Pedras e áreas limítrofes. Assim partiu-se de aproximadamente 200 riscos mencionados em três reuniões públicas de riscos do “Projeto Anhumas”, sendo que 170 foram mencionados em duas reuniões em Barão Geraldo, na escola Barão Geraldo de Resende (ocorridas nos dias 27/11/2004 e 4/12/2004 e que contaram com a participação de 44 e 42 pessoas, respectivamente). Além disso, mais algumas informações coletadas no dia 10/9/2005,

30 Este procedimento de digitalização foi concomitante à análise das feições (linhas, pontos e áreas) e das

localizações. Objetivando deixar o banco de dados o mais detalhado e fiel às características originais (adquiridas durante as reuniões), procurou-se manter a numeração dos riscos utilizada nos primeiros mapas e as feições (linha,

durante a reunião na Escola Ana Rita Godinho Pousa, que contou com 79 participantes e que levantou 235 situações de risco no trecho médio e baixo da bacia do Rib. das Anhumas. Nesta reunião o que mais interessou foram os dados referentes à parte baixa da bacia, como foi chamada durante o “Projeto Anhumas” a área onde se localiza o Ribeirão das Pedras.

Após o processamento dos dados foi feito um trabalho que permitiu filtrar, excluir dados repetidos e incluir riscos que haviam ficado de fora do mapeamento. Ao final desta etapa, restaram 120 situações de risco para a Bacia do Ribeirão das Pedras e entorno. Com o reagrupamento, que será tratado com detalhe adiante, conseguiu-se perceber 26 padrões de riscos agrupados em 8 situações ou temas principais.

Com a construção do Banco de Dados e sua posterior análise conseguiu-se atingir outro objetivo, que foi o de adotar uma legenda para demonstrar de maneira sintética a distribuição dos temas abordados, além da relação causal entre a origem e os efeitos dos riscos percebidos em cada tema.

Os trabalhos de campo foram constantes devido ao fato de que é uma bacia que drena as águas da Unicamp (instituição que proporcionou a realização deste trabalho) e dos bairros onde moram alguns pesquisadores que colaboraram neste trabalho. Dessa forma, ao longo da pesquisa a percepção dos pesquisadores foi sendo aguçada, de um lado, pela própria realidade que ia sendo descoberta, por outro, pelas leituras, relatos e dados, que iam sendo absorvidos e compilados.

Cabe lembrar que este não é um trabalho que tem objetivos quantitativos e nem qualitativos em termos técnicos. A idéia não foi levantar em campo dados de qualidade da água, tais como Oxigênio Dissolvido, Demanda de Oxigênio, Turbidez, pH, e outros do tipo. A idéia foi colocar em evidência a poluição e contaminação da Bacia Hidrográfica do Rib. das Pedras e as principais situações de risco que podem estar contribuindo para isto. Ao usar a percepção ao invés de dados “técnicos” a pesquisa ficou mais barata e pode-se tornar evidente aquilo que boa parte da população e pesquisadores já sabem (embora muitos evitem comentar).

ponto, área) tais quais elas foram percebidas inicialmente. Entretanto, algumas informações foram anexadas durante este processo, mas sem modificar as percepções e ferir os propósitos das reuniões públicas.