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O PRINCIPAL EXECUTOR: COMPANHIA CATARINENSE DE ÁGUAS E SANEAMENTO

3. SANEAMENTO BÁSICO E O ESTADO DE SANTA CATARINA

3.2. O PRINCIPAL EXECUTOR: COMPANHIA CATARINENSE DE ÁGUAS E SANEAMENTO

A CASAN, como dito anteriormente, é o agente promotor atual do saneamento básico no Estado de Santa Catarina10. A empresa é de capital misto11, tendo sido criada na década de 1970, pela Lei Estadual nº 4.547. Seu objetivo é coordenar o planejamento, executar, operar e explorar os serviços públicos de esgotos e abastecimento de água potável, bem como realizar obras de saneamento básico em convênio com municípios do Estado. Além disso, promove estudos econômico-financeiros relacionados aos projetos de saneamento básico com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável.

A atual estrutura organizacional, com 147 agências, 53 distritos operacionais e 2.500 trabalhadores, permite que a companhia tenha abrangência na maioria dos municípios de Santa Catarina e sua configuração, a partir das quatro Superintendências, facilita o processo. Ao todo, a CASAN está presente em 197 municípios catarinenses e 01 paranaense, conforme podemos visualizar na Tabela 2.

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As informações financeiras e demais informações da empresa foram retiradas do Relatório Anual 2014 e do próprio web site da Companhia Catarinense de Águas Catarinense. Disponível em: http://www.casan.com.br/

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Considerada como um órgão misto porque possui acionistas da iniciativa privada e pública. O governo do Estado de Santa Catarina, detentor de 64,21% das ações, é o majoritário. A empresa SC Par detém 18,03% e a empresa Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A tem 15,48% das ações. As demais ações estão pulverizadas entre o mercado e pessoas físicas e jurídicas (CASAN, 2016).

Tabela 2 Participação no mercado em Santa Catarina - 2014

Entidades Total de municípios %

Estado de SC 29512 100

CASAN 197 66,78

Prefeituras 97 32,88

SANEPAR 1 0,34

Fonte: Relatório Anual de 2014/ CASAN (*expressa menos o município do estado do Paraná).

O maior agente promotor do Estado atua por meio de convênios de concessão firmados com prefeituras municipais e agentes financiadores. Desde 2008, a entidade capta recursos nacionais e internacionais para obras em saneamento básico no Estado de Santa Catarina. Estas ações resultaram em habilitação de projetos junto ao Governo Federal, via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e Orçamento Geral da União (OGU). Em 2014, estes convênios ou contratos representaram 47,7% do faturamento da Companhia.

Dentre os principais agentes financiadores das obras e serviços que a CASAN realizou estão: o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDS), a Caixa Econômica Federal, uma agência japonesa, a Japan International Cooperation Agency (JICA), e uma agência francesa de desenvolvimento, a Agence Française de Développement (AFD). Os recursos dos principais agentes tem origem no: PAC - R$ 531 milhões; AFD - R$ 270 milhões; e OGU - R$ 319 milhões.

No ano de 2015, as obras em andamento e os projetos em fase de final de licitação contabilizaram 47 obras para 31 municípios, entre Sistema de Abastecimento de Água e Sistema de Esgotamento Sanitário. Atualmente, algumas das localidades contempladas com as obras em saneamento são:

 Região Sul: Criciúma, Forquilhinha, Lauro Müller, Braço do Norte, Laguna e Garopaba.

 Região Norte/Vale do Itajaí: Ibirama, Indaial, Taió, Piçarras, Barra do Sul, Bombinhas, Ituporanga, Canoinhas, Rio do Sul, Araquari e Mafra.

 Região Oeste/Serra: Otacílio Costa, Curitibanos, Videira, Caçador, Piratuba, Ipira, Concórdia e Chapecó.

 Região da Grande Florianópolis: Biguaçu, Santo Amaro da Imperatriz, São José e Florianópolis.

12 Informação retirada na integra do Relatório Anual de 2014 da CASAN, porém, segundo o IBGE, o Estado

A CASAN, como já mencionado, está presente no PAC, instituído pelo Governo Federal, para a expansão da infraestrutura através da ampliação e implantação dos sistemas de abastecimento de água e na coleta e tratamento de esgotos sanitários. A instituição tem como seu maior operador financeiro a Caixa Econômica Federal (CEF), que tem a atribuição de analisar, acompanhar, avaliar e atestar a execução de ações pelo PAC via CEF.

A CEF, juntamente com a CASAN, nas atribuições da Lei nº 8.66613, de 21 de junho de 1993, bem como da Lei Complementar nº 12314 de 2006, possui como dispositivo a contratação de empresas terceirizadas para a realização de ações e obras de interesse social.

Contemplando estes dispositivos legais, por meio de licitação pública prevista pela Lei nº 8.987/199515, a partir do ano de 2013, a empresa Iguatemi Consultoria e Serviços de Engenharia Ltda realizou com a CASAN contratos particulares de Prestação de Serviços Técnicos Especializados de Execução16 do Projeto de Trabalho Socioambiental (PTSA), também chamado de Projeto de Trabalho Técnico Social (PTTS) pela CEF.17

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Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

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Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

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Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previstos no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências. Basicamente, estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

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Dentro do PTTS os serviços são de responsabilidade do Proponente/Tomador, e pode ser executado diretamente por ele ou terceirizado. A execução direta ocorre quando o Proponente/Tomador é o responsável pela realização de todas as atividades previstas no PTTS utilizando-se de equipe e materiais próprios disponíveis no órgão, o que não exclui a possibilidade de realização de licitações para a compra de insumos ou para a contratação de serviços essenciais ao desenvolvimento do Projeto. A execução indireta acontece quando o Proponente/Tomador contrata terceiros, quer seja pessoa física ou jurídica, para elaborar e/ou executar as atividades do PTTS. Quando o Poder Público optar pela terceirização, mesmo que seja de apenas parte das atividades previstas no projeto, deve deflagrar processo licitatório conforme regras definidas na Lei No. 8.666/1993. Sempre que a execução for terceirizada, o Proponente/Tomador deverá realizar processo licitatório especifico, ou seja, em separado das obras, e responsabilizar-se pela realização das atividades programadas no PTTS com pessoal próprio até a conclusão do certame. (CAIXA, 2013)

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Faz-se necessária uma ressalva com relação à nomenclatura do PPTS e PTSA. A CEF (2013) pontou que o PTTS é um documento que sistematiza a proposta de trabalho junto aos beneficiários nos programas do Ministério das Cidades. Tal documento sintetiza informações para as intervenções relacionadas ao desenvolvimento urbano e se fundamenta nos princípios de participação comunitária, sustentabilidade dos empreendimentos e preservação ambiental. Os projetos não existem de modo isolado pois são componentes de programas e sua utilidade e relevância devem-se ao fato de possibilitar colocar na prática cotidiana os princípios e diretrizes das políticas sociais. Os PTTS, para fins didáticos, podem ser pensados em três fases: planejamento, implementação e avaliação.(CAIXA, 2013)

3.3. EMPRESA TERCEIRIZADA: IGUATEMI CONSULTORIA E SERVIÇOS DE