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O PROALFA

No documento anaclaudiaosoriomartins (páginas 70-73)

Grafico 4 Resultados da Escola 1 no PROALFA em turmas de 3º ano do Ensino

3.4 UMA AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA

3.4.1 O PROALFA

O Programa de Avaliação da Alfabetização foi implantado pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais e por ela coordenado e supervisionado em parceria com o Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Universidade Federal de Minas Gerais, juntamente com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora. A Secretaria do Estado de Educação estabeleceu para as escolas estaduais de Minas Gerais a seguinte meta: “Todos os alunos devem estar alfabetizados até os oito anos de idade”. Desse modo, o PROALFA surgiu, em 2005, como um instrumento para verificar se essa meta foi atingida:

O CEALE constrói os itens. A parte de gráfica é toda da Secretaria de Educação. Quem contrata gráfica, quem aplica o teste, quem recolhe, tudo é a Secretaria de Educação. O CAEd recebe esse material aplicado, faz as análises estatísticas e calcula. A elaboração dos boletins é uma parceria do CEALE com CAEd que fornece a parte estatística. A divulgação dos resultados também é CAEd e

CEALE (Representante do CAEd em entrevista concedida à pesquisadora no ano de 2012).

Na avaliação PROALFA, existe o objetivo de diagnosticar, regular e (re)definir rumos, demonstrando a situação em que se encontra a educação, em comparação ao que deveria ser, e ainda apontando as necessárias intervenções no que concerne ao processo de alfabetização e letramento (MINAS GERAIS, 2010), conforme se pode observar no seguinte depoimento: “Acho que o PROALFA tem esse mérito, foi a 1ª avaliação nacional de alfabetização que acabou dando o tom para o que a gente tem, hoje, em nosso país” (Representante do CEALE em entrevista concedida à pesquisadora no ano de 2012).

Possuindo características diagnósticas, o PROALFA busca reconhecer os níveis de aprendizagem em alfabetização em que se encontram os alunos, considerando a apropriação da leitura em seus usos sociais.

Por meio de testes, são avaliados alunos da rede pública em seu segundo, terceiro e quarto anos de escolaridade. Além disso, procura intervir na escola a fim de solucionar os problemas detectados (MINAS GERAIS, 2010, p. 12, v. 2).

[...] porque se você não investir na fase inicial da alfabetização, que é o primeiro momento do menino na escola, a idade propícia e processo cognitivo adequado para o aprendizado, fica mais difícil de recuperar (Representante da SEE em entrevista concedida à pesquisadora em 2012).

Essa avaliação faz parte do Sistema Mineiro de Avaliação que, por sua vez, é composto por três avaliações: PROALFA – Programa de Avaliação da Alfabetização; PROEB – Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica; PAAE – Programa de Avaliação da Aprendizagem Escolar. A primeira avaliação é nosso objeto de estudo. O PROEB avalia as habilidades e as competências em Língua Portuguesa e Matemática dos alunos que estão no 5º ano e 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio das escolas da rede pública. Já o PAAE consiste em um sistema informatizado que gera provas e emite relatórios para subsidiar planejamento e intervenções pedagógicas. No Estado de Minas Gerais, há

um sistema de avaliação consolidado, com ações e medidas padronizadas há alguns anos. Apresentaremos, a seguir, o histórico da implementação do PROALFA no Estado e as ações mais importantes no decorrer desses anos.

No Anexo 1, Figura 1, estão destacadas as ações realizadas pelo PROALFA em 2005, cuja característica foi amostral. Foram avaliados alguns alunos que estavam no 2º ano do Ensino Fundamental. Um total de 10.685 alunos participou da avaliação: “Como era amostral, nós fizemos a correção aqui mesmo no CEALE.” (Representante do CEALE em entrevista concedida à pesquisadora no ano de 2012). Outro participante da pesquisa relata:

Nesse momento, começamos a trabalhar com o CEALE, que é o Centro de Alfabetização de grande relevância no Estado de Minas. Responsável pela produção de itens e pelas analises pedagógicas juntamente com o CAEd. Este último ficou com a parte de leitura estatística, leitura pedagógica, na montagem dos blocos dos caderninhos e elaboração dos boletins. O CAEd começou a trabalhar em parceria com o CEALE, por ser um centro que tinha uma formação mais específica na alfabetização e por já trabalhar com a Secretaria de Minas (Representante da SEE em entrevista concedida à pesquisadora no ano de 2012).

Já em 2006, houve uma ampliação das ações, com a inserção da avaliação censitária para os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental. Vale lembrar, foi naquele ano também que o PROALFA passou a ser parte do SIMAVE5. O número de participantes foi ampliado de 10.685 alunos para 259.734, conforme explicitado na Figura 2 do Anexo 1.

Em 2007, a avaliação expandiu-se também para o 4º ano, com caráter amostral, e são reavaliados, de forma censitária, todos os alunos que não tiveram um desempenho bom na edição anterior, com o objetivo de verificar se o grupo de Baixo Desempenho (BD) tinha melhorado o aprendizado (ver Anexo 2). Assim, naquele ano, além da avaliação amostral no 2º ano, da avaliação censitária no 3º ano, foi realizada a avaliação no 4º ano, com as características mencionadas anteriormente:

5 (MINAS GERAIS, 2010, p. 13, v. 3).

[...] o PROALFA começou com uma avaliação amostral no 2º ano, porque, assim, era possível perceber como estavam indo os indicadores de alfabetização dos alunos do 2º ano; no 3º ano, houve uma avaliação censitária de todos os alunos da rede pública; no 4º ano, fazia-se uma avaliação amostral para ver como os meninos estavam para serem avaliados no 5º ano pelo PROEB e foi criada uma quarta avaliação para alunos, que, no ano anterior, no 3º ano, apresentavam baixo desempenho, que eram avaliados novamente após passar pelo Programa de Intervenção Pedagógica e uma assistência com programas mais direcionados. Nessa análise, o que nós percebemos com o ultimo grupo? Que esses meninos conseguiam acompanhar os outros e já passavam para o 4º ano, demonstrando um processo de alfabetização que dava suporte para continuar a trajetória educacional. [...] o PROALFA veio no sentido de ajudar a fazer uma intervenção mais cedo para as crianças (Representante da SEE em entrevista concedida à pesquisadora no ano de 2012).

Em 2008, 2009 e 2010, houve as mesmas ações realizadas em 2007, só alterando o número de participantes em cada etapa (ver Anexos 3, 4 e 5).

No documento anaclaudiaosoriomartins (páginas 70-73)

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