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O processo de Monitoramento dos Eventos de Estresse

9. Gerenciamento de Capital

9.4. O processo de Monitoramento dos Eventos de Estresse

O Banco FICSA estruturou sua política de forma a preventivamente avaliar o índice de adequação de seu capital em duas fases: (i) pré-alerta, que envolve o monitoramento constante de um conjunto de indicadores e do resultado de um choque sistêmico nestes indicadores e (ii) a entrada em um nível de alerta, que resulta na execução do plano de contingência definido por outras ações definidas pelos responsáveis.

O plano de contingência de capital do Banco FICSA leva em consideração, entre outros aspectos, as:

• Ameaças e oportunidades relativas ao ambiente econômico e de negócios; • Projeções de ativos e passivos, bem como de receitas e despesas;

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• Metas de crescimento ou de participação no mercado; • Política de distribuição de resultados (quando aplicável).

Periodicamente, os responsáveis emitem e distribuem às partes interessadas, relatórios contendo os resultados do processo de monitoramento.

Desta forma, adotou-se um conjunto de indicadores de natureza qualitativa e quantitativa a que o Banco recorre, de forma a identificar antecipadamente o impacto de situações adversas que possam impactar sua liquidez, entre eles:

• Descasamento de maturidades contratuais; • Concentração de financiamento;

• Variação rápida / acentuada de ativos, especialmente quando financiados através de passivos extremamente voláteis;

• Crescente concentração em determinados ativos ou passivos; • Aumento em descasamento de moedas;

• Decréscimo da maturidade média ponderada do passivo;

• Incidentes repetidos de aproximação de posições ou de quebra de limites internos / regulamentares;

• Degradação significativa das receitas e qualidade dos ativos do Banco; • Degradação do rating Brasileiro;

• Downgrade ou perspectiva negativa do rating de crédito do Banco FICSA;

• Declínio acentuado do preço de ações ou títulos de dívida ou aumento dos custos da dívida;

• Aumento dos spreads de dívida; • Aumento dos custos de funding;

• Aumento da exigência de contrapartes (garantias adicionais para créditos existentes ou em novas operações);

• Iminência de eliminação ou redução das linhas de crédito aprovadas junto aos Bancos parceiros;

• Dificuldades no acesso de funding;

• Dificuldade na colocação de passivo de curto prazo (por exemplo, papel comercial); • Dificuldade na cessão de créditos (prazos, condições, taxas).

Nível de Pré-Alerta

Após um choque adverso que tenha um impacto potencial no capital do Banco é desencadeado o nível de pré-alerta, que resulta necessariamente nas seguintes ações: • Revisão dos testes de estresse efetuados;

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• Alteração da periodicidade da reavaliação dos riscos de mercado e da estrutura de Planejamento, de forma a considerar os cenários hipotéticos que necessitem ser reavaliados;

• Aumento da periodicidade das reuniões do Comitê de Riscos e de Diretoria. Nível de Alerta

Caso se verifique que o evento adverso irá impactar de forma relevante o capital do Banco, este passará para um nível de “Alerta”, conforme procedimentos específicos definidos para gerenciar situações de estresse.

Metodologia de Testes de Estresse

A metodologia de teste de estresse aplicada tem em consideração as recomendações mais recentes do Comitê de Basileia do BIS e do Banco Central do Brasil, nas simulações de condições extremas de mercado, em especial de:

• Condições de mercado extremas e adversas com impacto na dívida soberana e nas principais variáveis macroeconômicas;

• Redução de rating da instituição ou passagem a non investment grade; • Redução do montante de depósitos;

• Aumento das necessidades de financiamento e/ou redução das respectivas fontes; • Aumento dos custos de funding.

Cenários Definidos

Os cenários adversos assumidos determinam as medidas a serem tomadas, bem como o montante e a composição da reserva de capital. Para o cálculo dos testes de estresse foram considerados os cenários definidos no Plano de Negócios:

Estratégia e Planos para Gerenciar as Situações de Estresse

O desencadeamento de um plano de contingência depende da autorização da Diretoria do Banco FICSA, com base em proposta elaborada do Comitê de Riscos e de Diretoria, suportada pelas análises e recomendações dos seus membros.

O Comitê de Riscos deverá tomar as seguintes medidas quando for iniciado o plano de contingência:

• Nomear/eleger, no âmbito da composição do Comitê de Riscos, quem são os responsáveis pela coordenação ativa do plano (Tesouraria, Planejamento e/ou Gestão de Riscos);

• Informar a Diretoria e aos envolvidos a existência de uma situação de crise e a necessidade de ativar um plano de contingência, designando os responsáveis, os seus substitutos por cada ação em particular e os seus prazos de implementação; • Informar, caso seja necessário, as autoridades de supervisão, os auditores externos

e o Comitê de Diretoria;

• Elaborar a comunicação ao mercado, aos clientes, às entidades financiadoras, imprensa e órgãos internos, quando requerido;

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• Definir preços para depósitos e crédito, emitir parecer sobre investimentos e eventualmente condicionar a atribuição de crédito a condições de montantes e prazos definidos;

• Definir prioridades de redução da alavancagem do balanço;

• Informar a Administração com a frequência necessária (com uma periodicidade mínima semanal) de todos os fatos relevantes ou que careçam de decisão em uma alçada superior aos poderes delegados para a gestão da crise;

• Decidir, em função do restabelecimento da normalidade, quando o plano de contingência deve terminar.

Entre as medidas a serem implementadas pelas áreas envolvidas, podemos destacar: • Análise diária da liquidez do Banco e das condições dos mercados financeiros; • Procurar aumentar a diversificação em relação às várias fontes de financiamento

através de meios de financiamento alternativos. A Instituição conta com uma área responsável pelo Relacionamento com o Mercado, que tem como atividade principal a abertura e manutenção de limite de crédito com Investidores Institucionais, que podem ser utilizados para eventuais coberturas;

• Aumento nos níveis de taxas de captação em depósitos a prazo;

• Existe também a possibilidade de se negociar a carteira varejo junto a outras Instituições Financeiras, através de cessão de crédito com transferência dos recebíveis;

• Diminuição ou até interrupção das concessões de crédito, até a regularização da liquidez;

• Além destes, havendo posições de Tesouraria em derivativos, os mesmos deverão ser zerados;

• Ajuste da maturidade dos recursos captados para permitir maior estabilidade; • Emissão de dívida, com negociação direta junto de investidores;

• Alienação de parte da carteira ou de outros ativos;

• Aumento de penalizações em reembolsos antecipados e de comissões de imobilização;

• Reuniões mensais ou em outra periodicidade para reavaliação dos riscos de mercado e da estrutura de Tesouraria e de cenários hipotéticos que necessitem ser reavaliados;

• Reuniões mensais do Comitê de Riscos; • Otimização dos custos de funcionamento.

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Limite Mínimo de Caixa (buffer de liquidez)

De forma a viabilizar certo nível de segurança para crises de liquidez de curto-prazo, o Banco FICSA pretende manter um buffer (colchão) de liquidez, constituído preferencialmente por linhas de financiamento de recursos, que permitam sustentar a ausência de capital intra-day e de curto prazo, e um conjunto de ativos líquidos que permitam aumentar esse buffer para períodos até 3 (três) meses.

Linhas de Financiamento de Recursos

Em caso de dificuldade, o Banco FICSA poderá recorrer a um conjunto de linhas de financiamento de recursos em cenários adversos:

• Linhas de crédito junto a outros Bancos: eventuais linhas de crédito negociadas com Bancos e que poderão ser utilizadas em situação de crise,

• Linha de Crédito com o Banco Central: valor da linha de crédito junto ao Banco Central, que poderá ser utilizada em situação de crise.

Reserva de Ativos Líquidos

Reserva para fazer face às situações adversas, composta por ativos líquidos, entre eles:

• Disponibilidades em diversas moedas;

• Ativos elegíveis para operações de refinanciamento;

• Ativos facilmente transformáveis num curto prazo e com elevado grau de confiança;

• Ativos que possam ser transformados em liquidez para períodos superiores a 1 (hum) mês.

Esta política será revisada no mínimo anualmente, e aprovada pela Diretoria do Banco FICSA, a fim de determinar sua compatibilidade com o Plano de Negócios da instituição e com as condições de mercado.

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