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4 O PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

4.1 O Programa de Formação de Professores Alfabetizadores

Em 2001, ano de implantação do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (PROFA), a cidade de Imperatriz apresentava uma população de 230.566 habitantes, constituindo a segunda maior densidade demográfica do estado, sendo que, desse total, 110.947 era formada pela população masculina e 119.619, formada pela feminina.

Quanto ao número de escolas de Ensino Fundamental existentes no sistema público, a cidade contava em 2001 com 128 escolas públicas municipais e 25 escolas públicas estaduais, com um número de matrícula inicial para o ensino pré-escolar de 6.913 alunos, para o ensino fundamental de 29.362 alunos e para a Educação de Jovens e Adultos de 11.756, totalizando 48.031 alunos na rede pública municipal de Imperatriz.

Para atender a esse contingente de alunos, o município contava com 242 professores na pré-escola, 1.298 no ensino fundamental e 483 na educação de jovens e adultos, apresentando um total de 2.020 professores atuando na rede pública.

Desses professores 26 possuíam o ensino fundamental completo, 1.425 estavam com magistério completo, nove com outro nível médio completo, 135 com licenciatura plena completa e 429 com curso superior completo sem licenciatura.

No ano de 2000, o município havia aderido ao programa do governo federal: “Parâmetros Curriculares Nacionais”. Assim de 15 a 18 de agosto realizou-se em Imperatriz o primeiro encontro para a formação da 1ª fase, marco inicial dos estudos, dos professores no município. Até então, os PCNs eram a única política de formação continuada de professores da rede pública municipal de Imperatriz, e que se encontrava ainda em fase de implantação.

Ainda em 2000, a eleição do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) gerou uma grande mudança no cenário político municipal. Esse fato teve repercussões diretas, já no ano seguinte, na educação em Imperatriz, no que se refere à política de formação continuada de professores.

Entre as políticas implementadas pelo novo governo municipal, intitulado de “Democrático e Popular”, no setor educacional cita-se a elaboração do Plano Decenal de Educação, dos Projetos Político-Pedagógicos das escolas e a efetivação dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Quanto à valorização dos professores e servidores foram conquistas efetivadas: vale-alimentação, redução de carga horária, progressão salarial, anuênio, adicional de difícil acesso, abono salarial incorporado ao salário dos técnicos, concurso para professores de educação física, merendeiras e vigilantes, bem como a efetivação de professores aprovados no concurso do ano anterior.

Em relação à formação continuada de professores, foram criados os programas: ARCO (Aprendizagem Reconstrutiva do Conhecimento), Arte e Cultura na Escola, Leitura em ação, Escola Ativa e o Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (PROFA).

A implantação do Programa de Formadores de Professores Alfabetizadores (PROFA), em Imperatriz, aconteceu em março de 2001, com o curso de formação, desenvolvido pela equipe de formadores do Ministério da Educação, com os profissionais ligados à educação dos municípios que iriam trabalhar como coordenadores de grupo.

A seleção das seis coordenadoras, que iriam compor a equipe do programa em Imperatriz e participar da formação com a equipe do MEC, foi feita pela Coordenação de Projetos Especiais. Para a indicação dos educadores que iriam compor a equipe de formação do PROFA, foram utilizados critérios como: experiência prévia com alfabetização

ou como observador de classes de alfabetização, conhecimento da concepção de alfabetização expressa nos Parâmetros e Referenciais Curriculares e desenvolvimento de pelo menos dois módulos do programa Parâmetros em Ação: o de língua portuguesa (de educação infantil, ensino fundamental ou EJA) e o “Alfabetizar com textos”, na qualidade de coordenador de grupo. A partir desses critérios foram, portanto, escolhidos 04 professoras, 01 supervisora escolar e 01 orientadora educacional, todas funcionárias efetivas da rede pública municipal de Imperatriz, para compor a equipe de formação do programa. Segundo exigências do Ministério da Educação, os formadores deveriam ser liberados de suas 20h de jornada semanal para desenvolverem as tarefas requeridas pelo programa. A princípio, houve uma resistência por parte da secretaria de educação na liberação das coordenadoras de grupo de suas atividades, sendo sugerido que elas deveriam dividir sua carga horária de trabalho entre o PROFA e as outras atividades da secretaria, no entanto, após visita da equipe do MEC, ficou clara a necessidade de que as coordenadoras ficassem exclusivamente à disposição do programa, e a solicitação foi atendida.

De acordo com as orientações gerais do Programa (2001, p. 8) eram funções do coordenador de grupo:

a) Coordenar as reuniões dos grupos de formação;

b) Estudar previamente os textos indicados e preparar as atividades e materiais, adequando-os às necessidades identificadas no grupo;

c) Assistir previamente aos programas de vídeo, para poder preparar intervenções que potencializem as discussões do grupo [...];

d) Elaborar atividades complementares que se mostrarem necessárias; e) Adequar e controlar o tempo destinado a cada atividade, considerando a

carga horária prevista para as unidades;

f) Estimular a participação de todos os professores;

g) Avaliar o desenvolvimento dos trabalhos, o desempenho dos participantes e a própria atuação;

h) Etc.

Imperatriz foi escolhida cidade-pólo para realização da formação, que envolvia todos os municípios do Maranhão que haviam aderido à proposta do programa. A referida formação ocorreu no período de 05 a 09 de março de 2001, com o objetivo de formar os coordenadores do PROFA para atuarem nas cidades onde o programa iria ser implementado. Durante a formação, que teve duração de 40h, foi apresentado o material que constituía o curso, como: documento de apresentação do programa, guia de

orientações metodológicas gerais, coletânea de textos, caderno de registro, guia do formador, fitas de vídeo e catálogo de resenhas de filmes. Além de apresentar o material que constituía a estrutura do programa, os formadores do MEC demonstravam de forma prática como determinado material deveria ser utilizado nos encontros com os professores. Após a formação, cada município deveria constituir as turmas de professores que iriam fazer o curso. Em Imperatriz, devido ao grande número de profissionais da educação interessados no curso, foi dado prioridade aos professores que atuavam na alfabetização de crianças e de jovens e adultos e aos professores de 1ª e 2ª séries do Ensino Fundamental. Foram disponibilizadas 180 vagas, distribuídas em 6 turmas, com horários e dias da semana distintos, para que se pudesse, na medida do possível, atender às disponibilidades de horário dos professores, uma vez que o curso deveria ser feito em horário distinto do turno de trabalho dos professores. As inscrições foram realizadas levando-se em consideração os seguintes critérios: o professor deveria ser efetivo da rede pública municipal e estar atuando na alfabetização ou nas séries iniciais do Ensino Fundamental (1ª e 2ª séries).

A partir da formação das turmas, o grupo de formadores de Imperatriz passou a reunir-se diariamente para estudo e planejamento dos trabalhos, pois apesar da formação com a equipe do MEC, ainda existiam muitas dúvidas a serem dirimidas. Todos os textos que integravam o módulo 1 eram lidos e discutidos coletivamente, bem como o conteúdo das fitas de vídeo que acompanhavam cada unidade do módulo. O grupo buscava, nessas primeiras sessões de estudo, se fundamentar melhor sobre a proposta de trabalho e a operacionalização do programa, e também compreender melhor qual seria a função do coordenador de grupo.

4.2 Organização estrutural do Programa de Formação de Professores

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