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CAPÍTULO III Delimitação e Caracterização da Área de Estudo e Apresentação do PDL

3.4 O Plano de Desenvolvimento Local PDL

3.3.1 O Projeto Social

O Projeto Social se apresenta como um mecanismo de promoção da participação popular e controle social. O processo participativo, na cidade de Belém, teve início do governo municipal em 1997, na gestão do então Prefeito Edmilson Rodrigues, e se dava por meio do Orçamento Participativo 5 e posteriormente do Congresso da Cidade. A decisão pela execução do projeto de Macrodrenagem do Tucunduba e o Plano de Desenvolvimento Local Riacho Doce e Pantanal foi tomada no âmbito do Orçamento Participativo.

De acordo com o programa apresentado pela prefeitura o objetivo principal do projeto social é fortalecer a prática pedagógica e política dos agentes sociais, reforçando o processo de luta pela garantia de direitos sociais mediante o planejamento democrático e a administração compartilhada de forma a possibilitar o exercício da cidadania, assim como, desencadear um processo articulado de mobilização e controle social do Plano de Desenvolvimento Local. O projeto é desenvolvido através do “Programa Sócio- Ambiental das localidades do Riacho Doce e Pantanal” e conta com os seguintes sub- programas:

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- Desenvolvimento comunitário / controle social o que inclui a formação das lideranças e a organização de atividades que estimulem o trabalho em parceria e a mobilização social;- Serviço de atendimento e informação destinados a orientar e encaminhar às famílias para os serviços já implantados e que estão à disposição na área;

- Geração de trabalho e renda a fim de garantir a sustentabilidade das famílias dentro da área de atuação do projeto;

- Educação sanitária e ambiental o que envolve trabalhos de conscientização sobre o meio-ambiente;

- Acompanhamento social às famílias remanejadas; (PMB/PDLRDP,2001d:100).

Os sub-programas vêm sendo desenvolvidos através de cursos e oficinas. Dentre os sub- programas observamos que o mecanismo de controle social da ação da Prefeitura se deu a partir da criação da Comissão de Fiscalização (COFIS), e tinha como objetivo dialogar com as coordenações dos projetos implementados na cidade a fim de conseguir efetuar mudanças identificadas e solicitadas pela população para as obras. No Plano foi constituído um Conselho de Fiscalização e Monitoramento (CFM), uma espécie de COFIS, que também tinha o objetivo de acompanhar as obras da Macrodrenagem do Tucunduba e adaptação ou correção de erros identificados pelos conselheiros, mas ampliado também ao Plano como um todo.

De acordo com a entrevista com um líder comunitário, a escolha dos agentes participante das comissões se deu a partir do mapeamento das lideranças formais e informais na área de acordo com os tipos de serviços prestados à comunidade como exemplo: religiosos, assistenciais, educacionais, musicais, etc. Os agentes ou mediadores seriam os interlocutores entre o poder público e as famílias atingidas pelo PDL, ficando então, uma liderança para cada 50 famílias, sendo que se em uma quadra houvessem 51 famílias teriam 2 representantes. Também foram consideradas as agências de organização social localizadas na área de entorno do projeto, por considerar que a intervenção proposta interfere diretamente na dinâmica urbana dos bairros onde as obras serão executadas.

Ainda como uma medida para garantir a elevação da qualidade de vida das famílias seria realizada a revitalização econômica da área simultaneamente ao desenvolvimento de Macrodrenagem do Igarapé Tucunduba, estavam previstos:

- A drenagem do Igarapé o que garantirá sua navegabilidade, o que facilita a transito de barcos – meio de transporte importante para a economia local;

- A construção de dois portos para a atração dos barcos;

- A edificação da estrutura física onde funcionará o pólo turístico, e a construção de quiosques para a formação de uma feira, previsto no subprograma de Geração de Trabalho e Renda. A implantação do pólo-turistico deveria revitalizar a economia local e ainda facilitaria a consolidação de um novo espaço de lazer e de freqüência turística na cidade.

3.3.1.2 Mecanismo para conter a expansão da área.

Como medida preventiva objetivando a contenção de um possível aumento no número de ocupantes da área foram utilizados os seguintes mecanismos:

- Cadastro Censitário de todas as famílias residentes. Foi realizado pela equipe do PDL o cadastramento de todas as 1.537 famílias residentes nas Comunidades do Riacho Doce e Pantanal. Tal cadastro tinha como objetivo o controle das famílias que seriam beneficiadas pelo projeto. Na etapa de discussão e deliberação sobre a proposta com as lideranças comunitárias foi enfatizado que o cadastro seria uma medida de controle sendo inclusive acordado em assembléia que o mesmo seria o registro oficial das famílias que habitavam a área do projeto e que não seria aceita a entrada de novas famílias.

- Fiscalização permanente: A fiscalização é outro instrumento utilizado para o controle da expansão da área. O serviço deveria ser desenvolvido pelos técnicos da PMB e pela comunidade.

- Fiscalização realizada pelos técnicos da PMB: por já estar em execução o Projeto co- localizado de Macrodrenagem do Igarapé Tucunduba a Prefeitura manteve na área em questão uma equipe permanente de fiscalização, afim de evitar novas construções de habitações nos espaços livres hoje existentes : sistemas viário, ruas, a faixa de domínio do Igarapé. O orientado por ocasião da ocupação da identificação de uma nova construção seria a imediata notificação a família e orientação para que a mesma fizesse o desmonte, caso a família não o fizesse a equipe da PMB exercitaria a demolição da construção.

- Fiscalização pela Comunidade: as lideranças comunitárias foram orientadas sobre a importância da própria comunidade exercer a fiscalização e controle, não permitindo que novas famílias ingressem na área o que poderia inviabilizar a execução do projeto. Na etapa de adesão familiar, prevista para o período de noventa dias após a contratação, seriam feitas as visitas e assembléias onde todos seriam informados sobre o cadastro censitário já realizado e o não aceite para o atendimento pelo projeto de famílias não cadastradas.

- O projeto urbanístico previa a utilização de todos os espaços na área. Estando previsto a construção de unidades habitacionais na I e II etapas de execução do Plano de Desenvolvimento Local. Sendo necessário reservar uma área para a construção das unidades referentes a II Etapa. Tal área localizar-se-ia no local onde haveria o primeiro remanejamento das famílias do Riacho Doce, o que ocorreria somente no mês 8 e 9 de execução da I Etapa. Esse período de nove meses seria suficiente para a elaboração e avaliação do projeto executivo. Caso o projeto executivo da II Etapa não fosse aprovado a área destinada à construção das unidades habitacionais seria loteada e colocada à disposição do Projeto localizado de Macrodrenagem do Igarapé Tucunduba para futuros remanejamentos de famílias que se encontrassem no leito do Igarapé e/ou destinados à regularizaçãofundiária, o que garantiria que não haverá espaços ociosos na área objeto de intervenção.