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Historicamente as relações de precarização do trabalho juvenil não são fatos recentes, desde a época do Brasil Colônia encontram-se registros de crianças e adolescentes trabalhando nas embarcações, durante a revolução industrial chegavam a trabalhar por 12 horas nas indústrias têxteis, muitas vezes exaustos chegavam ao óbito.

Foi somente a partir do século XX com o surgimento do movimento operário que essa situação começa a se modificar, pois foi neste contexto que se iniciou a

discussão sobre a condição do negro, da mulher, da criança e do jovem 5 na sociedade, ocorre que em pleno século XXI esse perfil de vulnerabilidade ainda é presente mesmo que de forma encoberta amparadas por Políticas de Inclusão.

O mundo do trabalho contemporâneo, efervescente e dinâmico, desafia a escola, a formar profissionais que compreendam o contexto em que desenvolvem seu ofício, que reflitam sobre as características da sua função e suas inter-relações com as outras funções.

Para compreensão do jovem no mundo do trabalho faz-se necessário uma análise da sua condição de existência, da sua identidade e toda sua complexidade.

Segundo Castells (1999, p. 23) “Identidades por sua vez, constituem fontes de significado para os próprios atores, por eles originadas, e constituídas por meio de um processo de individualização.” Portanto o universo juvenil é constituído de suas particularidades, a construção de canais efetivos de proteção integral ao jovem requer uma leitura ampla da realidade em que ele vive, e do seu cotidiano particular, observou-se que na construção das Políticas Públicas para o jovem a ótica neoliberal enxerga este público como um número, desprezando a multiplicidade de suas essências, como se todos os adolescentes tivessem a mesma necessidade de existência.

O jovem aparece como um ser em transição entre a infância e a fase adulta, um sujeito que ainda necessita de cuidados, é reconhecido muitas vezes como precurssor de problemas que ameaçam a ordem social, é marginalizado com o estigma de rebelde, dificultando assim uma leitura mais abrangente da sua condição.

O processo de leitura da identidade dos jovens é sem dúvida uma ferramenta para a compreensão da realidade marcada pelo movimento da história, cultura, enfim permite-se entender no outro. Ciampa (2007, p.199), afirma que:

A identidade é concreta; a identidade é o movimento de concretização em si, que se dá, necessariamente, porque é o desenvolvimento concreto e, contingencialmente, porque é a síntese de múltiplas e distintas determinações. O Homem como ser temporal, é ser no mundo, é a formação material. É real porque é unidade do necessário e do contingente.

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Para Bock (1993) a psicologia classifica essa faixa etária como o período das operações formais, a adolescência propriamente dita, dos 12 anos em diante. Nesta fase conforme Piaget é que o jovem vai exteriorizar a construção de um projeto de vida, isto é o revolucionário plano de idéias se torna um plano de ação.

No que remete-se a identidade da mulher, esta ainda é estudada sob vieses estigmatizados, embora todo avanço com o movimento feminista a contradição prevalece no contexto neoliberal, segundo Sassaki (1997, p. 57) “ A sociedade capitalista é contraditória. Nela mulheres e meninas são colocadas não apenas diante das ideologias que pregam o sucesso profissional e não doméstico do trabalho de mãe e esposa [...].”

Outro ponto contraditório nessa relação de trabalho e gênero é a mentalidade que os jovens irão solucionar os anseios e necessidades do futuro, muitas vezes esse pensamento embasa discursos eleitorais, de forma aleatória com ausência total do verdadeiro significado do protagonismo juvenil. 6

Ainda sobre o perfil do jovem, percebe-se que na atualidade o período caracterizado como juventude (fase rica na elaboração de processos de representações simbólicas, principalmente na reprodução do ser social na sociedade capitalista) é reduzido, pois presenciamos na atualidade mães e pais adolescentes que se vêem obrigados a tomar posturas adultas, assim como, crianças responsáveis por cuidar do lar e de irmãos mais novos, o que dificulta a definição de sua identidade.

Quando abordamos a questão do trabalho juvenil no Brasil é necessário considerar o papel da família na reprodução dessa condição como forma complementar a subsistência familiar ou como única fonte de sustento da mesma, neste processo muitas vezes ocorre a naturalização da precarização precoce do trabalho, explicada a partir da reprodução de bens e valores simbólicos transferidos pela família que interiorizou esse saber no decorrer de um processo excludente de vida.

Sobre esse paradigma um o autor francês explicita a forma como ocorre essa troca simbólica-, ”De maneira geral, as crianças e sua família se orientam sempre em referência às forças que as determinam. Até mesmo quando suas escolhas lhes parecem obedecer à inspiração irredutível do gosto ou da vocação, elas traem a ação transfigurada das condições objetivas [...].” (BORDIEU, 1998, p. 49).

A entrada do jovem no mercado de trabalho a princípio está relacionada com a complementação do orçamento familiar, pois somente em um segundo momento percebe-se uma relação consciente e autônoma do trabalho, pois

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ao longo da construção da identidade do jovem foram repassados a ele valores que seus familiares entendem como importantes para a formação de um adulto responsável, incluindo o seu papel produtivo dentro da família. O que dificulta e/ou retarda o tempo do jovem assumir o seu projeto de vida.

No entanto, a entrada do jovem no mercado de trabalho não pode ser explicada apenas por fatores relacionados à pobreza e aos baixos rendimentos familiares, mas também é atribuída a fatores culturais, que envolvem aspirações de consumo, afirmação juvenil e a construção de identidade, os quais, a partir da década de 1970, vem definindo simbolicamente o que é “ser jovem” no país, especialmente nos centros urbanos. (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 1998, p. 2).

Neste sentido, o ingresso do jovem nas atividades laborais incluem também questões de auto-afirmação em relação a sua autonomia e necessidades de consumo que até então muitas vezes eram subsidiadas pelos pais ou responsáveis. O interesse por este universo também tem estreita relação com a identidade grupal, o adolescente legitima o trabalho como forma de ser responsável.

A perspectiva de trabalho do jovem levanta uma observação alarmante sobre o engodo da entrada do jovem no mercado de trabalho através das relações de consumo, a questão do mérito pela inclusão educacional é sucumbida pela reprodução dos valores capitalistas de existência. “Em geral, os jovens tendem a aceitar o primeiro trabalho disponível, despercebidos do seu impacto futuro. Há, pois um processo cumulativo de desvantagens que mantém o indivíduo em posição inferior na estratificação social.” (GOMES, 1990, p. 29).

A precarização das relações de trabalho não esperam a idade adulta para se manifestar, segundo Antunes (1995, p. 82) “Uma vez que se conceba o trabalho desprovido dessa dupla dimensão, resta identificá-lo como sinônimo de trabalho abstrato, trabalho estranhado e fetichizado [...].”

A relação do jovem com o mundo do trabalho é densa e contraditória por natureza, a medida que oferece oportunidade de inserção, outorga como condição a sua aceitação de regras pré-estabelecidas, o que remete diretamente a condição de cidadania assistida 7.

Heller (1982, p.183) relata que

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[...] numa sociedade autogovernada, a tarefa da educação é a de preparar os meninos para esse tipo de prática; e é por isso que somente em tal sociedade combinação do trabalho manual com o intelectual teria uma função real, não constituiria em um programa artificial.

Notou-se que o jovem interioriza de forma alienadora,os valores pré- estabelecidos, de que para “ser” é necessário" ter”, gerando no mesmo depressão, baixa auto-estima e inúmeros conflitos de existência, Marx (1867, p. 153) traz essa reflexão:

A moral da economia política é o ganho, o trabalho e a poupança,a moderação- no entanto, a economia política promete satisfazer as minhas necessidades. A economia política da moral é a riqueza de uma boa consciência, de virtude, etc., mas, como poderei ser virtuoso, se não existo, e como poderei ter uma boa consciência, se não sei nada?

A vida no contexto neoliberal só tem sentido para o cidadão remunerado, o que nos faz refletir que esse sistema burla violentamente o verdadeiro sentido da vida, como descreve Marx (1867, p. 112): “A realização do trabalho aparece na esfera da economia política como desrealização do trabalhador, a objetivação como perda e servidão do objeto, a apropriação como alienação [...].”

A leitura sobre a condição do jovem no mundo do trabalho aponta que participação do jovem nesse segmento tem diminuído, muitas são as barreiras encontradas, dentre elas a justificativa da falta de qualificação, notou-se que os jovens egressos do PETI e incluídos no Projovem Adolescente possuem a dificuldade de freqüência tanto escolar, quanto nas atividades propostas pelo Programa, em ambos os jovens demonstram grande desinteresse nas propostas pedagógicas aplicadas8.

Portanto nos remetendo-se à realidade brasileira presenciamos a fabricação do não-cidadão desde muito cedo, onde a construção do saber é ditada por currículos pedagógicos alicerçados na cartilha do capital, sendo o estudante obrigado a seguir as regras e normas impostas mediante título de aprovação

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Refere-se as propostas desenvolvidas na Jornada Ampliada do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).

escolar, o empoderamento9 da demanda é burlado em sua totalidade.Certamente, muitas escolas podem causar um grande estrago, merecendo, portanto, totalmente, as severas críticas de Márti, que as chamou de “formidáveis prisões”. (MÉSZÁROS, 2008, p. 54).

Mészáros, traz importante alternativa para análise e possível superação da dicotomia posta pelo capital, propõe a necessidade de mudar de forma radical as formas de internalização historicamente impostas, ou seja, refletir sobre os valores impostos pela educação formal que nos obriga a aceitá-los como forma de garantir inclusão na sociedade e ainda coloca que sem esse rompimento a educação torna- se inconcebível.

No seu guia de orientação o Projovem (2009, p. 76) define trabalho como:

Considera-se o trabalho como atividade humana criadora que relaciona os homens entre si e com a natureza, como autorrealização e como necessidade social. Não há sociedade sem o trabalho de homens e mulheres. A cultura é resultado justamente dos processos sociais de produção e reprodução das relações sociais de trabalho nas suas diversas dimensões: a arte, a técnica e o conhecimento.

Para que as matrizes metodológicas deste Programa se materializem de forma coerente e cidadã é necessário que a avaliação do seu impacto parta da realidade vivida, ou seja dos jovens atendidos pelo Programa, no pertinente a esta pesquisa as jovens do sexo feminino.

É inegável a importância do Programa no cotidiano das jovens, é no coletivo que se desenvolvem habilidades e o senso crítico, nas entrevistas realizadas notamos que as meninas são determinadas e mesmo com a situação de vulnerabilidade e exclusão. “Os jovens vão fazer o futuro... nos mulheres temos mais paciência e determinação.” (menina flor) 10

A vertente capitalista aponta para o trabalho viril dimensionada pela força bruta de trabalho, segundo Hirata (2007, p. 34):

9 Segundo Vasconcelos (2003,p.20) “ é o aumento do poder e autonomia pessoal e coletiva de

indivíduos e grupos sociais nas relações interpessoais e institucionais, principalmente daqueles submetidos a relações de opressão, dominação e discriminação social [...].”

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Os nomes do sujeitos formam preservados e utilizados nomes fictícios, de acordo com a resolução CONEP 196/1996.

A ênfase dada em alguns momentos no discurso empresarial a essas “limitações” atribuídas às mulheres no trabalho contribuiu para fortalecer uma imagem delas como trabalhadoras “problemática” pouco adequadas” ou “diferentes” com respeito ao trabalhador masculino que pode trabalhar integralmente ao trabalho, pois as atribuições maternas e domésticas são atribuições das mulheres.

Os sujeitos de pesquisa mesmo antes da aplicação do questionário iniciam suas falas ilustrando o explanação acima: “[...] o menino às vezes nem precisa enviar currículo se são fortões ta tudo certo e ainda recebem mais, além da idade e currículo eles querem de nós tamanho, idade e experiência.” ( menina guerreira).

Ambas as entrevistadas acham que o trabalho é importante para suas vidas pois significam liberdade, independência e respeito, ainda pretendem ajudar os familiares que ganham pouco e às vezes as necessidades básicas não são supridas mesmo com a complementação de renda oferecida pelos Programas de Transferência de Renda. A entrevistada (menina flor) relata que já freqüentou a guarda mirim mas que aparecia oportunidades de emprego para os meninos em maior escala do que para as meninas.

Em relação a contribuição da sua participação no Projovem Adolescente para sua inserção no mercado de trabalho relatam: (menina guerreira) “[...] ajudou a fazer cursos técnicos, só colocar que você ta procurando emprego com um currículo em branco não dá...” economizamos o nosso dinheiro para isto..., já. (menina flor) fala que casar é por último quer se formar, contrariando as estatísticas patriarcais do século passado. O discurso da importância do emprego é eloqüente, em relação ao traçado metodológico declaram resultados nas suas vidas em relação aos valores humanos. No decorrer da construção do diálogo notamos que ainda o ideário juvenil ainda é permeado a adequação individual do que o mercado de trabalho capitalista deseja com medo de serem excluídos.

Já os orientadores foram sucintos e não optaram por responder de forma individual, relatam que o Programa tem grande importância na vida destes adolescentes porém, ainda deve ser implementado principalmente no que se refere ao eixo do trabalho.

Segundo a publicação de avaliação de impacto dos Programas de transferência de renda nos anos de 2010/2011 pelo Governo do Estado de São Paulo “Os Programas de Transferência de Renda são Programas Sociais e têm como objetivo auxiliar as pessoas em seu processo de inclusão social. Esses

Programas entretanto, não substituem os Programas econômicos de expansão de emprego.” (BRASIL,p.107).

Segundo Lehfeld (2007, p. 140-141), “[...] o ato de avaliar exige conhecimento do objetivo imediato que lhe dá razão de ser ou acontecer. Porém, pressupõe a existência de uma subjetividade nas relações efetivadas. Essas relações socioprofissionais são influenciadas por singularidades socioculturais de todos os atores que venham interagir no cenário específico do trabalho avaliativo[...]. Em relação a referida pesquisa relata que “ A avaliação participativa envolve os gestores, executores e beneficiários do seu projeto na sua realização”, elenca ainda outros tipos de avaliação: Avaliação institucional, comparativa, meta avaliação, avaliação da avaliação e avaliação documental de projetos.

A expansão da avaliação de pesquisas de políticas públicas teve grande abertura nos Estados Unidos na década de 60 na consolidação dos Programas de combate à pobreza, no Brasil ainda é algo incipiente e vem tomando forma desde a década de 80.

Segundo Lobo (2006, p. 81) a avaliação de Programas Sociais são relacionadas a processos institucionais e organizacionais são interdependentes portanto:

Em se tratando de processos, a avaliação se estrutura de forma que privilegie análises qualitativas. A idéia de processo supõe variações político-institucionais num continuum de tempo espaço. O desenho de estratégias da avaliação de processos pode ser bastante complexo, envolvendo variáveis que vão desde atores envolvidos até os mecanismos que impulsionaram a consecução dos objetivos.

Carvalho (2001, p. 91) traz na avaliação de Programas e Projetos um aporte essencial para sua construção, desenvolvimento e êxito: “[...] é preciso mudar essa percepção reducionista da avaliação e apreendê-la como um dos processos indispensáveis na melhoria das decisões e ações no campo social [...]”

Em relação a convivência familiar e comunitária é nítida na fala dos sujeitos uma melhora significativa principalmente no reforço dos valores humanos e dos laços familiares consangüíneos ou não, já a inserção no mercado de trabalho ainda é um desafio, visto que seu traçado metodológico ainda não atende a contento as exigências mercadológicas, como, por exemplo, o investimento em ferramentas

interativas de tecnologia, muitas vezes os espaços onde são desenvolvidos os coletivos não são adequados por limites instituicionais, o que não desmerece o empenho humano dos facilitadores e orientadores sociais no processo socioeducativo. Um dado alarmante foi observado, que é a reiscidência e dependência dos Programas de Transferência de Renda, em linhas gerais estas jovens são egressas de outros Programas e suas famílias também, indicador social este que ilustra a série histórica de dependência e não de emponderamento frente o sistema posto.

Abaixo podemos visualizar um resumo do perfil destas jovens do sexo feminino em situação de vulnerabilidade:

1 - Nome: Menina Flor RG: 49879429

7º Ano do Ensino Fundamental - Escola: Mario Vieira Marcondes

Mãe:Consta no CadUnico que Trabalha com Carteira Assinada e Estudou até o 6º ano do Ensino fundamental;

Recebem BF desde 09/2007

Fonte CADUNICO - Ultima Atualização 01/12/2011

2 – Menina Guerreira RG: 542332954

1º ano do Ensino Médio - Escola: Mario Vieira Marcondes

Mãe:Consta no Pro-Social que não trabalha e Estudou até o 8º ano do Ensino Fundamental;

Não Recebem BF

Fonte PROSOCIAL - Ultima Atualização: 18/04/2013

Uma particularidade das sujeitas entrevistadas é que suas famílias recebem de 01 a 02 salários mínimos e que não completaram o ensino fundamental, ambas se não recebem subsidio dos Programas do governo Federal, recebem do Governo Estadual, como, por exemplo Renda Cidadã e Ação Jovem. Na administração atual o Programa Projovem Adolescente no município de Barretos vem procurando desvincular o Projovem do Ação Jovem, acreditando que devam ser parceiros mas não utilizando o segundo como ferramenta para garantir presença dos jovens no

coletivo, visto que há um repasse ao adolescente no valor de R$ 80,00, este é um desafio para o município.

O silêncio das jovens e a fala tímida foi um indicador preocupante, pois como já supracitado este foi resultado da cisão da Política Pública com a Política Partidária, coibindo algumas reflexões, inclusive o desenvolvimento do eixo estruturante Participação Cidadã. O público-alvo não foi conduzido a ocupar os espaços de debate, como, por exemplo, os Conselhos de Direitos. Entendemos que esta é uma realidade não somente local mas nacional, porém o desafio da pesquisa é a sua continuidade em levar estas reflexões para os coletivos do Projovem e também para o Conselho Municipal da Juventude que atualmente está tentando se reestruturar na nova gestão.

Portanto não obtivemos um resultado e falas extensas, mas notamos que o principal impacto do Programa Projovem Adolescente na vida das jovens foi o fortalecimento da convivência familiar e comunitária, ou seja, no mundo do trabalho não houveram modificações significativas somente no vínculo relacional. A inserção das jovens do sexo feminino ainda é condicionada a trabalhos com salários menores e desigual, segundo relatos das meninas se há um currículo de um menino os empresários irão contratá-los pelo quesito força.

Ademais a rede socioassistencial deve ser mobilizada constantemente para garantir a efetividade das ações, incluindo o encaminhamento destes jovens para o mercado de trabalho de forma decente atendendo todas as exigências dispostas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Entendendo que a família se insere no SUAS como foco central,as ações entre Proteção Básica e Especial, relações entre público e privado devem estar bem afinados na construção de uma nova ótica de trabalho social.

Pesquisar a temática foi um desafio visto que, o material disponível sobre a avaliação de Políticas Sociais ainda é escassa, portanto se faz necessário fomentar a discussão para esta temática, entendemos que a pesquisa social é uma condição inerente a prática profissional do Assistente Social, é através desta que há a possibilidade do desvelamento da questão social.

O estudo ora apresentado é de relevância não somente ao município de Barretos mas sobretudo na construção de novas Políticas Públicas para Juventude, visto que o Sistema Único da Assistência Social é de caráter abrangente e Nacional, e em relação ao cenário Nacional no ano de 2010 o MDS realizou uma pesquisa qualitativa da implementação do Projovem Adolescente como serviço socioeducativo, corroborando para a discussão ora apresentada nesta pesquisa.

Para auxiliar os gestores da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) do MDS a coordenar a implementação do PJA no país, o Departamento de Avaliação da SAGI (DA/SAGI) concebeu uma pesquisa de caráter qualitativo que previa, dentre outras atividades, a realização de entrevistas em profundidade com os profissionais das equipes de referência, a organização de grupos focais com os jovens, e o exame da estrutura física das instalações, dos equipamentos e recursos materiais à disposição dos profissionais e dos jovens para o desenvolvimento das atividades socioeducativas. A pesquisa foi executada por cinco consultores, cada qual responsável por uma das grandes regiões do país – Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Cada consultor ocupou-se da coleta de dados em conjuntos de quatro municípios de portes populacionais diferentes, conforme a classificação estabelecida na Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB/SUAS)2, selecionados por amostragem aleatória estratificada. Tendo em vista a distribuição dos coletivos no país, definiu-se a

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