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4 O RDA NA AMÉRICA LATINA

4.5 O RDA NO BRASIL

Com a apresentação inicial de alguns países latino-americanos que implementaram o RDA em suas instituições, segue-se para o relato de instituições brasileiras que adotaram o código em suas bibliotecas ou em seus cursos de Biblioteconomia, começando pelo relato da Universidade de Caxias do Sul (UCS).

4.5.1 O RDA EM CAXIAS DO SUL

O relato sobre a adoção do RDA no controle de autoridades do sistema de bibliotecas da Universidade de Caxias do Sul (UCS), foi elaborado por Hubner, Teixeira e Correio (2018).

Segundo os autores, a Biblioteca Central da Universidade de Caxias do Sul foi criada em 1970, ao reunir os acervos das bibliotecas das instituições que formaram a universidade (HUBNER;

TEIXEIRA; CORREIO, 2018).

Afirmou-se que em 1993 novas bibliotecas foram criadas na universidade, levando a criação do Sistema de Bibliotecas da Universidade de Caxias do Sul (SiBi - UCS), o qual é administrado pela Biblioteca Central da instituição. Os autores destacaram que a Biblioteca Central é a única unidade da instituição responsável pela catalogação de todo o acervo mantido por todo o sistema de bibliotecas. Além disso, com a adoção do sistema Pergamum em 1997 as bibliotecas da UCS passaram a trabalhar com um único catálogo, o qual beneficiou os processos e rotinas de trabalho executados pelas bibliotecas.

Discorrendo sobre a importância do controle de autoridades, Hubner, Teixeira e Correio (2018, p. 51, tradução nossa), ressaltaram que

Pelo catálogo bibliográfico ser o principal canal de comunicação entre o usuário e o acervo da biblioteca, e por ter como objetivo principal mostrar todos os recursos de informação disponíveis associados a uma determinada pessoa, família, entidade coletiva, título ou assunto, é necessária a existência de atividades de controle de autoridade.

54 Para os autores, porém, a segunda edição do AACR2 não forneceu as informações necessárias para a elaboração acurada de um registro de autoridade, sendo o RDA então o código capaz de mudar essa realidade. Dessa forma, foi apresentado no artigo a relação entre a estrutura do RDA, e como ele fornece em suas características os elementos essenciais para desenvolver um controle de autoridade completo.

Assim, relatou-se que a adoção do RDA no controle de autoridades da UCS iniciou-se pela utilização dos documentos disponibilizados pela Library of Congress (LC), os quais apresentavam os novos campos de descrição MARC em conformidade com o RDA. A partir da confirmação recebida da LC no ano de 2012 sobre o uso desses novos campos, os bibliotecários da universidade analisaram imagens de registros de autoridade criados pela Library of Congress e, então, definiram etapas para a atualização dos campos de descrição nos registros de autoridades do sistema de bibliotecas da universidade.

A primeira etapa foi a escolha dos campos a serem utilizados, a qual foi organizada seguindo a política responsável pelos processos de controle de autoridade. Durante essa parte, foi constatado que “Antes mesmo de traduzir os campos, percebemos que nem todos poderiam ser implementados devido à política da UCS para controle de autoridade.” (HUBNER;

TEIXEIRA; CORREIO, 2018, p. 62, tradução nossa). Além disso, a repetitividade de informações observada em alguns campos, também influenciaram em sua adoção.

Passando a segunda etapa, afirmou-se que essa tratou da tradução dos campos e subcampos do MARC autoridades para o RDA. Além da tradução dos novos campos, nessa etapa foram atribuídas novas traduções aos termos do MARC já cadastrados no sistema Pergamum utilizado pela biblioteca.

Já a terceira etapa caracterizou-se pela implantação dos novos campos no software Pergamum, na qual foi necessário realizar contato com o suporte técnico do sistema. Com a confirmação de que os novos campos a serem inseridos no sistema não seriam excluídos ou cancelados em caso de atualização do Pergamum, foi criada então uma tabela “[...] com todos os campos e subcampos a serem inseridos [...] a fim de otimizar o processo e dividir sistematicamente as tarefas entre a equipe.” (HUBNER; TEIXEIRA; CORREIO, 2018, p. 63, tradução nossa). Seguiu-se dessa forma para a fase de inserção dos campos no sistema.

Os autores concluíram que a experiência de adoção do RDA no controle de autoridades da UCS, embora tenha sido um processo extenso e tenha havido a necessidade de estudo sobre o código, foi positiva tanto para o catálogo da biblioteca, quanto para a comunidade acadêmica que utiliza esse serviço. Hubner, Teixeira e Correio (2018) afirmaram que o RDA, diferentemente do AACR2, apresenta mais possibilidades de relações entre registros

55 bibliográficos e oferece novas informações para os usuários. Destaca-se, por fim, que ao trabalhar com a inserção do RDA no catálogo de sua biblioteca, a Universidade de Caxias do Sul foi a única instituição latino-americana a ter seu nome inserido na plataforma RDA Toolkit.

4.5.2 O RDA NA EXPERIÊNCIA DA BIBLIOTECA CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO (RIO GRANDE DO SUL)

A adoção do RDA pela Biblioteca Central Irmão José Otão da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), foi relatada por Selbach et al. (2020). Segundo os autores, o processo de implementação do RDA nos processos de catalogação da biblioteca começou a partir do ano de 2013 e foi oficialmente finalizado em 2016.

Quanto ao processo de implementação do RDA na biblioteca da universidade, afirmou-se que ocorreram ponderações que “[...] previram a inclusão de todas as informações descritivas das obras que promovessem a descoberta do material no catálogo.” (SELBACH et al., 2020, p.

730). Dessa forma, foram efetuadas mudanças no catálogo como a redução no uso de abreviaturas, a adoção de campos de acordo com as instruções do RDA, e a elaboração de registros de autoridade de forma minuciosa, possibilitando uma otimização no catálogo de autoridades.

Os autores salientaram, entretanto, que houveram mudanças em alguns dos critérios relacionados à adoção do RDA pela Biblioteca da PUCRS. Essas mudanças ocorreram a partir da experiência de uso do código e a partir da necessidade de se reavaliar os processos de catalogação. Em 2018, a política de controle de autoridades foi modificada de forma que nas obras criadas por diferentes autores, mas organizadas, editadas ou coordenadas por apenas uma pessoa, o controle de autoridade seria realizado apenas para esta última situação (SELBACH et al., 2020).

No ano de 2019, a política de catalogação para artigos sofreu modificações de modo a otimizar os artigos eletrônicos publicados nas revistas da Editora da Universidade internacionalmente. O controle de autoridades é realizado então para o primeiro autor que é citado no artigo, não obstante, é possível recuperar os demais autores por meio do registro bibliográfico do material.

Posteriormente, os autores destacaram que existem questões a ser pensadas quanto aos processos de catalogação realizados pela Biblioteca da PUCRS, sendo elas

[...] o número de obras que precisam ser disponibilizadas aos usuários é elevado; os bibliotecários participam de atividades multidisciplinares em

56 grupos de trabalho focados no desenvolvimento de ações e melhorias na Biblioteca; e há um número restrito de catalogadores. Isso faz com que sejam necessárias adaptações nas políticas de catalogação para que o usuário continue tendo uma experiência de uso da Biblioteca por completo.

(SELBACH et al., 2020, p. 732).

Em suas conclusões, Selbach et al. (2020) afirmaram que apesar dos ajustes no controle de autoridades relatados anteriormente, desde a adoção do RDA a Biblioteca Central da PUCRS possuía, até o momento em que o relato foi elaborado, mais de 29 mil registros de autoridades controladas de acordo com o código. Foi considerado que ainda era necessário melhorar a exibição dos registros de autoridade na ferramenta de busca Omnis, a qual permite a realização de uma pesquisa única em todas as fontes de informação oferecidas pela Biblioteca Central da PUCRS. Por fim, salientou-se que os bibliotecários da instituição estão constantemente estudando o universo catalográfico e o RDA em si, observando suas atualizações e participando de eventos, palestras e cursos sobre esses assuntos.

4.5.3 O RDA NA EXPERIÊNCIA DOS BIBLIOTECÁRIOS DE SANTA CATARINA A pesquisa de Borin e Trevisol Neto (2019), tinha como propósito observar o conhecimento dos bibliotecários de Santa Catarina sobre o RDA e sua adoção. A pesquisa ocorreu entre os dias 15 a 31 de outubro de 2018, com questões desenvolvidas com base na pesquisa de Amorim (2017), e voltada para os bibliotecários envolvidos no Conselho Regional de Biblioteconomia de Santa Catarina que, até o desenvolvimento da pesquisa, contava com 1.658 profissionais registrados. A forma de coleta de dados se deu mediante aplicação de questionário, levando em conta questões como a viabilidade técnica, tecnológica e profissional da implantação do RDA nas bibliotecas da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) (BORIN; TREVISOL NETO, 2019).

Nos resultados da pesquisa, os autores afirmaram que foram questionadas 110 pessoas de 55 instituições diferentes, dentre as quais participaram bibliotecas municipais e federais.

Dos entrevistados, a grande maioria trabalhava nos processos de catalogação (91%). Outro dado levantado pelos autores, foi sobre o conhecimento dos respondentes acerca do RDA onde observou-se que 53% deles ouviram falar sobre o código, 31% disseram conhecê-lo, e 16%

responderam não ter conhecimento sobre o assunto.

Sobre a plataforma RDA Toolkit, os pesquisadores analisaram que somente 11% dos entrevistados afirmaram conhecer a ferramenta e suas funcionalidades, enquanto 24%

57 responderam que ouviram falar sobre ela e, a maioria (65%), não tinha conhecimento sobre a RDA Toolkit. Quanto à viabilidade da implantação do código,

[...] 53% acreditam que a implantação do RDA é viável, apresentando melhorias para a catalogação e recuperação da informação e 47% acreditam não ser viável, devido aos impactos que o novo código pode apresentar a instituição e aos profissionais. (BORIN; TREVISOL NETO, 2019, p. 12).

Questionados sobre os possíveis impactos da implantação do RDA para a instituição, o catálogo e os usuários, os entrevistados puderam escolher até três alternativas que, posteriormente, foram destacadas pelos pesquisadores nos resultados de sua pesquisa. Dentre estas alternativas, citam-se algumas que foram escolhidas com maior frequência pelos entrevistados: A melhoria na recuperação da informação; Cultura organizacional dos bibliotecários (as) - mudanças nos processos de catalogação; e Capacitação dos servidores.

Sobre a adoção do novo código de catalogação, os pesquisadores puderam inferir com base nas respostas dos bibliotecários que optaram por responder essa questão, que existe certa insegurança quanto a aplicação do RDA nas bibliotecas, pois, embora alguns atestem a importância desse código para oferecer ao usuário um melhor atendimento, também foram elencadas algumas possíveis dificuldades da implementação deste código nas bibliotecas brasileiras. Entre estas dificuldades, comentou-se a questão do código não estar traduzido para o português e da necessidade de uma capacitação dos bibliotecários para usá-lo, por exemplo.

Borin e Trevisol Neto (2019) salientaram, ainda, a importância da produção de artigos sobre o RDA, os quais discutam também assuntos como os possíveis caminhos para os catálogos das bibliotecas brasileiras migrarem ou se adaptarem do AACR2 para o RDA.

4.5.4 O RDA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF - MINAS GERAIS)

O artigo de Silva e Soares (2019), apresentou um estudo de caso quanto à implementação do RDA na catalogação dos registros de autoridade da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Inicialmente, as autoras discorreram sobre a criação da universidade em 1960, e do campus universitário em 1969. Logo, apresentaram o Centro de Difusão do Conhecimento (CDC), o qual é responsável pela coordenação das 18 bibliotecas da instituição, sendo uma biblioteca central e 17 setoriais. A Gerência de Acervo do CDC é a unidade

58 responsável pelo processamento técnico de materiais informacionais (catalogação, classificação e indexação) (SILVA; SOARES, 2019).

Posteriormente as autoras afirmaram que, com a migração de dados do sistema de gerenciamento bibliográfico SIGA para o Pergamum em 2017, foi observada uma grande pluralidade de registros bibliográficos e de autoridade. Dessa forma, foi proposta a adoção de elementos do RDA neste mesmo ano para a representação dos dados de autoridade do acervo e a centralização da criação dos registros de autoridade na Biblioteca Central. Isso possibilitou um modelo padronizado de descrição e tornou os registros mais precisos. Para Silva e Soares (2019, p. 95), “[...] a criação de registros de autoridade mais completos facilitará a transição para os futuros esquemas de estruturação de dados totalmente em RDA.”

Segundo as autoras, ao observar os benefícios da implementação do RDA nos registros de autoridade, a UFJF considerou principalmente a possibilidade de uma descrição completa dos dados de autoridade e a ampliação dos registros de relacionamento entre as autoridades, uma dinâmica possível por meio do RDA. Seguidamente, apresentaram de forma mais detalhada a implementação do RDA no acervo, a qual começou pelo catálogo de autoridades tendo como exemplos catálogos como o da LC. As fontes de informação pesquisadas contaram com o sistema Pergamum, a Plataforma Lattes, entre outras. Os campos de descrição empregados levaram em conta a relevância da informação para o tipo de autoridade que as autoras apresentaram, a saber, docentes relacionados ao curso de Farmácia da UFJF.

As autoras puderam concluir que, entre as dificuldades percebidas na introdução do RDA no controle de autoridade da UFJF, teve-se “[...] à falta de cursos de capacitação voltados para o RDA e à carência de discussões e ambientes para troca de experiência com bibliotecas que façam o uso do RDA nos seus catálogos.” (SILVA; SOARES, 2019, p. 99). Como perspectivas futuras, apontaram a continuação da implementação do código nos registros de autoridade do acervo da universidade, e a necessidade de ampliação do uso do RDA pelos softwares de gerenciamento de acervos brasileiros possibilitando, assim, que os usuários usufruam dos recursos informacionais possibilitados pelo código e que haja atualização dos dados empregados nas autoridades.

4.5.5 EXPERIÊNCIA DE ENSINO DO RDA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG)

A implementação do RDA na Universidade Federal de Goiás (UFG), foi relatada no artigo “Ensino do código RDA: processos e desafios na implantação no curso de

59 Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás”, escrito por Reis e Silva (2019). Os autores discutiram inicialmente o crescimento do uso das tecnologias de informação e comunicação, e como isso afetou a evolução da catalogação.

Seguidamente foi discutido o ensino do RDA nas instituições brasileiras, onde afirmou-se que ainda são poucas as instituições que começaram a ensinar sobre o assunto em afirmou-seus cursos de Biblioteconomia. Nesta perspectiva, a UFG começou a abordar o RDA em uma disciplina denominada “Representação Descritiva III”, ministrada desde 2017. Segundo os autores, o currículo do curso de Biblioteconomia da universidade necessitava ser modernizado de forma que o ensino do RDA em sua totalidade fosse incluído, assim o processo de atualização do currículo “[...] se iniciou com a capacitação dos professores por meio da participação em cursos, eventos, grupos de pesquisa e publicação de artigos científicos.” (REIS; SILVA, 2019, p. 57).

Outrossim, foi decidido que o ensino do código seria dividido em três disciplinas:

Catalogação: história, princípios e modelos conceituais; Metadados no domínio bibliográfico;

e Resource Description and Access. Ocorreram desafios para o ensino da disciplina

“Representação Descritiva III” na UFG. Um deles, segundo os autores, foi o questionamento de alguns professores sobre a necessidade de mais uma disciplina voltada para o ensino da representação descritiva. Além disso, afirmou-se que a plataforma RDA Toolkit não continha uma tradução para o português das diretrizes do código, dificultando o aprendizado e possibilitando erros de interpretação para os estudantes que não tinham conhecimento da língua inglesa.

Como resultados, os autores mencionaram a atualização dos conhecimentos dos bibliotecários formados pela UFG, e ressaltaram a importância da formação continuada dos catalogadores, pois os avanços tecnológicos têm influência direta na representação descritiva.

4.5.6 EXPERIÊNCIA DE ENSINO DO RDA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG)

Como último exemplo de adoção do RDA na América Latina, dessa vez em uma disciplina do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi verificado o relato apresentado por Lourenço e Dias (2019). Segundo as autoras, em 2015 a biblioteca da UFMG adquiriu o livro “The RDA workbook” escrito por Margaret Mering (2014), livro este escolhido por seu conteúdo didático e com perspectivas de ser usado em uma disciplina desenvolvida para o ensino do RDA.

60 Inicialmente, o material desenvolvido por Mering (2014) foi estudado e traduzido.

Posteriormente, no ano de 2016, foi ofertada a disciplina “Tópicos em Catalogação e Classificação da Informação D: MARC, RDA e metadados”, como um tópico optativo do curso de Biblioteconomia da universidade. Afirmou-se ainda que, “Após, três anos de oferta ininterrupta e atendendo a três turmas por ano, foram realizados ajustes, tanto na tradução do material usado, quanto nos conteúdos das aulas, bem como nas atividades propostas.”

(LOURENÇO; DIAS, 2019, p. 47).

Logo as autoras discorreram sobre as características do livro criado por Mering (2014), o qual inicialmente descreve o modelo FRBR e salienta no capítulo seguinte, tópicos sobre a adoção do RDA. Seguidamente, afirmou-se que o capítulo 3 do livro volta-se para a discussão do controle de autoridade, e o capítulo posterior para o debate das questões gerenciais envolvidas na adoção do código (LOURENÇO; DIAS, 2019).

Sobre a metodologia da disciplina criada para o ensino do RDA, informou-se que no início das aulas realiza-se uma revisão sobre o formato MARC e são estudados outros padrões de metadados relacionados com a implementação do RDA. Posteriormente, ressaltou-se que os capítulos do livro de Mering (2014) utilizados como base para a disciplina foram os três primeiros. Segundo as autoras, o quarto capítulo necessitaria de uma disciplina específica para tratar do conteúdo por ele abordado e já mencionado anteriormente. Entretanto, a necessidade de se desenvolver uma Política de Catalogação para a adoção do RDA, é um dos assuntos de interesse abordados nas aulas.

Quanto às atividades de aprendizado sugeridos no livro base da disciplina, comentou-se a importância do conhecimento sobre as quatro entidades básicas do modelo FRBR (obra, expressão, manifestação e item), pois são necessárias para o aprendizado e para a associação de cada uma dessas entidades a seus elementos característicos quando se está trabalhando na descrição de um item (LOURENÇO; DIAS, 2019). Por fim, foi destacado que a aplicação de exercícios complementares à teoria ensinada, e o contato com o RDA em si, reforçam o aprendizado dos alunos. Segundo as autoras “[...] os alunos vão progressivamente assimilando os conceitos da RDA para na sequência navegar pelos capítulos da norma.” (LOURENÇO;

DIAS, 2019, p. 50).

Depois de apresentar o RDA, as autoras relataram que o livro de Mering (2014) sugere exercícios de catalogação em RDA para seus leitores. Lourenço e Dias (2019) apresentam alguns exemplos destes exercícios em seu trabalho. Mais tarde, afirmaram que a última atividade da disciplina “Tópicos em Catalogação e Classificação da Informação D: MARC, RDA e metadados”, foi desenvolvida com base no padrão de metadados Dublin Core, o qual

61 segundo as autoras possui geradores de dados online que tornam a atividade de catalogação em RDA mais simples.

Em suas conclusões, as autoras consideraram que com base no livro de Mering (2014), o ensino do RDA foi assimilado de forma clara e consistente pelos alunos do curso de Biblioteconomia da UFMG. Apontaram, destacadamente, que a maior dificuldade desse processo foi a tradução das atividades para o português, e que o controle de autoridade em RDA é um tópico que necessita de mais estudos (LOURENÇO; DIAS, 2019). Recomendaram, por fim, que os cursos de Biblioteconomia brasileiros discutam de maneira mais aprofundada assuntos relacionados ao RDA, tais como: o desenvolvimento de uma política de catalogação;

o treinamento de pessoal; a capacidade tecnológica da instituição; e a viabilidade do padrão MARC quanto à implementação do código.

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