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O Setor de serviços

No documento ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA (páginas 43-48)

O setor terciário também conhecido como de serviços, no contexto da economia, envolve a comercialização de produtos em geral e o oferecimento de serviços comerciais, pessoais ou comunitários, a terceiros. Estes serviços podem ser entendidos como atividades, benefícios e indenizações que podem ser oferecidos, vendidos, cedidos ou disponibilizados gratuitamente a um mercado, acompanhados em maior ou menor escala de aspectos ou pistas de tangilibilidade, destinados à satisfação de necessidades e desejos do mercado. Atualmente o setor terciário encontra-se extremamente diversificado, sendo considerado o setor da economia que mais cresce nas últimas décadas e o que mais contrata trabalhadores.1

A Pesquisa Anual de Serviços realizada em 2009, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o intuito de oferecer fonte de estatísticas sobre a estrutura do setor de serviços, com informações para os planejamentos público e privado, bem como para a comunidade acadêmica e o público em geral, classifica as atividades desse setor como Serviços prestados principalmente às famílias, Serviços de informação e comunicação, Serviços profissionais, administrativos e complementares, Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, Serviços de Atividades imobiliárias e outros serviços.

De acordo com a pesquisa os Serviços profissionais, administrativos e complementares correspondem aos serviços técnico-profissionais; aluguéis não imobiliários e gestão de ativos intangíveis não financeiros; seleção, agenciamento e locação de mão de obra; agências de viagens, operadores turísticos e outros serviços de turismo; serviços de investigação, vigilância, segurança e transporte de valores; serviços para edifícios e atividades paisagísticas; serviços de escritório e apoio administrativo e outros serviços prestados.

1 WIKIPEDIA. Setor terciário. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Setor_terci%C3%A1rio>. Acesso

Dentre esses serviços destaca-se os serviços técnico-profissionais, os quais correspondem a 43,5% da receita operacional líquida, 31,3% dos salários, 19,8% do pessoal ocupado e 53,1% das empresas do grupo.

Pode-se perceber, desta forma, que os serviços técnico-profissionais, cuja principal característica é a prestação de serviços profissionais, científicos e técnicos e que, portanto, requerem uma mão de obra com elevado nível de qualificação e treinamento, distinguem-se também das demais atividades do segmento ao pagarem um salário médio mensal de 3,3 salários mínimos e ao registrarem uma produtividade média de R$ 69,2 mil. (IBGE, 2009).

Figura 12: Participação das atividades no segmento serviços profissionais, administrativos e complementares.

Fonte: IBGE. Pesquisa Anual de Serviços, 2009.

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), “empresas prestadoras de serviços são aquelas cujas atividades resultem no oferecimento de atividades postas à disposição do usuário final para a satisfação das suas diversas necessidades”.2

2 SEBRAE. O que caracteriza uma empresa de serviços? Disponível em:

<http://www.busca.sebrae.com.br/search?btnG.x=0&btnG.y=0&btnG=Pesquisa%2BGoogle&entqr=3&getfields= *&output=xml_no_dtd&sort=date%253AD%253AL%253Ad1&entsp=0&client=web_um&ud=1&oe=UTF- 8&ie=UTF-8&proxystylesheet=sebrae2&site=web_all&filter=0&q=servi%C3%A7o>. Acesso em 05 out 2011.

Neste cenário, estabelecem-se as Micro e Pequenas Empresas (MPE’s), que, conforme conceitua o SEBRAE, podem ser classificadas a partir do valor do seu faturamento ou do número de pessoas ocupadas.

Dentre alguns aspectos, a partir do que elenca o SEBRAE, é possível identificar algumas características das MPE’s, tais como a baixa intensidade de capital; a forte presença de proprietários, sócios e membros da família como mão-de-obra ocupada nos negócios; o poder decisório centralizado; o estreito vínculo entre os proprietários e as empresas, não se distinguindo, principalmente em termos contábeis e financeiros, pessoa física e jurídica; a contratação direta de mão-de-obra entre outras.

É possível identificar, na Pesquisa Anual de Comércio e da Pesquisa Anual de Serviços, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o intuito de contribuir para o acervo de informações sobre as micro e pequenas empresas em operação no país, inúmeros dados sobre o segmento. A publicação reúne os resultados a partir das bases de dados referentes a 2001 e ressaltam a importância das micro e pequenas empresas comerciais e de serviços na geração de postos de trabalho e renda.

De acordo com dados da Pesquisa, em 2001 foram estimadas no Brasil um total de 2 milhões de micro e pequenas empresas de comércio e serviços em operação, ocupando 7,3 milhões de pessoas, o que equivale a 9,7% da população ocupada.

O que a pesquisa mostra é que a participação das micro e pequenas empresas aumentou significativamente na geração de postos de trabalho. De acordo com os dados, a pesquisa mostra que este segmento, que ocupava em 1985 cerca de 3,5 milhões de pessoas, o que representava cerca de 50,7% da mão-de-obra ocupada, em 2001 apresenta mais que o dobro do número de pessoas ocupadas, representando 60,8% da mão-de-obra ocupada no segmento empresarial dessas atividades, como reafirma o gráfico abaixo:

Figura 13: Participação das Micro e Pequenas empresas no pessoal ocupado do setor de comércio e serviço - 1985/2001

Fonte: IBGE, Coordenação de Serviços e Comércio. As Micro e pequenas empresas comerciais e de serviços no Brasil 2001. – Rio de Janeiro: IBGE, 2003.

Importante mencionar que na estrutura do setor de serviços, destacaram-se também as micro e pequenas empresas de “serviços prestados às empresas”, que segundo a pesquisa realizada pelo SEBRAE, tem a maior representação no faturamento deste segmento, com um valor de 27,8% do total.

De acordo com os dados mencionados, esses serviços são constituídos basicamente por serviços técnico-profissionais, que englobam serviços jurídicos, contabilidade, auditoria, consultoria empresarial, publicidade e propaganda, serviços técnicos de engenharia e arquitetura.

Outro aspecto de extrema importância abordado pela pesquisa refere-se ao tipo de MPE’s. O estudo as classificou em empregadoras (definidas como aquelas que tinham, em 2001, pelo menos uma pessoa na condição de empregado) e familiares (em que apenas trabalhavam os proprietários, os sócios e/ou membros da família).

Os dados coletados demonstraram que havia, em 2001, um total de 1,1 milhão de MPE's empregadoras e 926,8 mil familiares, nas atividades de comércio e serviços, correspondentes a 54,7% e 45,3% do total, respectivamente.

No âmbito do Estado de Santa Catarina, as MPE’s têm grande destaque na economia, haja vista corresponderem ao emprego de mais de 60% da mão-de-obra ativa e representarem 98% das empresas constituídas.3

3 FAMPESC. Dados das MPE’s Catarinenses. Disponível em: < http://www.fampesc.org.br/?sess=mpes>. Acesso em: 15 set 2011.

De acordo com dados da Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina existem mais de 95 mil micro empresas (ME), mais de 22 mil empresas de pequeno porte (EPP), 47 mil empresas normais, dentre as empresas formais, no Estado. O que indica que Santa Catarina conta com um universo de mais de 300 mil MPE's formais e informais.

Tendo como bases essas informações é de extrema importância destacar que em Santa Catarina, segundo dados do IBGE Estados@4, em 2010, o setor de serviços correspondeu a 57,70% do Produto Interno Bruto do Estado, enquanto que a indústria corresponde a 33,96%.

Figura 14: Produto Interno Bruto no Estado de Santa Catarina. Fonte: IBGE Cidades @, 2010.

No âmbito do município, Florianópolis destacou-se no setor de serviço com a participação do setor em 86,44% do Produto Interno Bruto do Município, enquanto que a indústria correspondeu a 13,19%.5

4 IBGE. Estados @. 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=sc>. Acesso em:

15 set 2011.

5

IBGE. Cidades @. 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 15 set 2011.

Figura 15: Produto Interno Bruto no Município de Florianópolis. Fonte: IBGE Cidades @, 2010.

A partir destes dados pode-se perceber que a economia de Florianópolis centra-se nas atividades de comércio e serviços. E embora exista alguma expressão na indústria de transformação e das atividades ligadas ao turismo, o comércio e a prestação de serviços dominam amplamente a economia local.

Os dados resultantes das pesquisas desenvolvidas pelo Instituto e pelo SEBRAE demonstram o crescimento do setor de serviço e sua predominância na economia do município de Florianópolis, fator que favorece empresas que estão e que buscam inserir-se nesse setor.

No documento ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA (páginas 43-48)

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