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Trabalho de Projecto: Um Guia para um Itinerário Cultural – Navegando com os Romanos no Atlântico…

5.1.1. Objectivos e Características

Este guia pretende ser um documento informativo e didáctico que preconize: a compreensão do contexto histórico em que se insere o Itinerário Cultural a que nos referimos; o conhecimento dos seus principais componentes e a geografia em que estes se inserem; a compreensão das disciplinas que o estudam e as fontes utilizadas para o seu conhecimento; e o reconhecimento dos locais visitáveis, como museus e sítios arqueológicos musealizados, que contribuem para uma observação in situ dos vestígios do passado e uma maior percepção da sua funcionalidade.

O documento pretende, acima de tudo, constituir um suporte informativo simples, com uma linguagem corrente que procura aclarar alguns conceitos relacionados com a investigação histórica e arqueológica, pelo que se apresenta também um glossário de termos. Foi pensado para ser utilizado por crianças e jovens em idade escolar, com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos e portando abrangendo os 2º e 3º ciclos do Ensino Básico e Secundário. No entanto, pretende ser também utilizável por adultos, nomeadamente professores e pais. Ainda que a nossa ideia inicial fosse a de cingir a sua aplicação às crianças e jovens com idades entre os 10 e os 16 anos, pareceu-nos que a linguagem a utilizar para jovens-adultos e adultos em geral não seria muito diferente, pelo que o reformulámos para abranger o público em geral. Este guia foi, ainda, pensado para uma utilização familiar, permitindo que os adultos possam auxiliar os mais novos na leitura e compreensão do mesmo.

Tomámos como referência, para a sua elaboração, documentação e material didáctico de museus marítimos e centros de investigação em Arqueologia Subaquática internacionais, entre os quais: Museo Nacional de Arqueología Subacuática (ARQUA, Cartagena. Espanha)31; Galata Museo del Mare (Génova, Itália)32; Museu Marítimo de Barcelona33; Museo Navale Romano (Albenga, Itália)34; Musées de Marseille; CASC

31 http://museoarqua.mcu.es/ 32 http://www.galatamuseodelmare.it/jsp/index.jsp 33 http://www.mmb.cat/ 34 http://www.iisl.it/musei/navale/naval.htm

(Centre d’Arqueologia Subaquàtica de Catalunya)35; Malta Maritime Museum36; e o Centro de Arqueología Subacuática del Instituto Andaluz del Patrimonio (Cádis)37.

Analisámos com atenção os materiais didácticos do projecto Sumérgete en la Arqueología Subacuática, desenvolvido pelo Centro de Arqueología Subacuática del Instituto Andaluz del Patrimonio, e criado com a finalidade de dar a conhecer a disciplina da arqueologia subaquática. Este projecto produziu para além de uma exposição virtual38, um caderno didáctico em que se compilam pequenas notícias e histórias em torno do património arqueológico submerso que se pode descarregar em pdf por capítulos temáticos.

Com vista à reflexão acerca de actividades didácticas, pesquisamos também material criado no âmbito de projectos dedicados à produção de conteúdos e aplicações educativas, como por exemplo o Educared (Espanha)39. Apresentamos, em anexo, algumas propostas didácticas elaboradas por esse projecto, com base numa notícia de imprensa acerca de um naufrágio romano em Alicante. (Anexo 10)

Estas fontes ajudaram-nos a: formular o índice do nosso guia; reflectir sobre a importância dos conteúdos a incluir no mesmo; e a projectar sugestões de actividades didácticas e estratégias que apresentamos na tabela dedicada à articulação da temática com as disciplinas escolares.

Decidimos apresentar o nosso projecto em formato de caderno informativo em versão papel que poderá ser disponibilizado digitalmente. No entanto, consideramos que a Rota Atlântica Romana no Atlântico apresenta condições para o desenvolvimento de um projecto de valorização patrimonial, sob a forma de Itinerário Cultural, que poderá e deverá ultrapassar os limites do papel. Assim, consideramos substancial a criação de uma aplicação digital interactiva, baseada na informação contida no guia, que permita um acesso online via internet. A esse portal poderiam depois ser acrescentadas uma série de outras iniciativas, como a criação de um logótipo, propostas de actividades, jogos, livros, produtos de merchandising, organização de colóquios e conferências, workshops, cursos livres, visitas de estudo guiadas, etc. Tendo em atenção a extensa rede geográfica e de instituições que o Itinerário Cultural incluiria, seria interessante que o portal de divulgação contivesse uma plataforma de partilha de informação respeitante à pesquisa histórica e arqueológica local e regional. 35 http://www.mac.cat/cat/Seus/CASC 36 http://www.heritagemalta.org/museums/museums.html 37 http://www.juntadeandalucia.es/cultura/iaph/nav/navegacion.jsp?entrada=/portal/Tematicas/Arqueologia Subacuatica/&seccion=TEMATICAS 38 http://www.juntadeandalucia.es/cultura/iaph/sys/productos/cas/ 39 http://www.educared.net/

O objectivo último do projecto será o da utilização do guia em contexto escolar, turístico e museológico. Ainda assim, este pretende ser um ponto de partida ou uma base que cada utilizador possa adaptar à sua realidade geográfica e patrimonial local, e que suscite o desenvolvimento de projectos e actividades paralelas que cada entidade ou grupo possa criar e partilhar via Web. Referimo-nos a uma partilha de informação dentro dos seguintes contextos, por exemplo: simples relatórios de visita de estudo de alunos; novas notícias de achados de vestígios arqueológicos subaquáticos identificados por mergulhadores amadores; exposições de artefactos promovidas pelos museus; divulgação de colóquios ou conferências acerca da temática e promovidas por diversas entidades; notícias de desenvolvimento de projectos individuais ou colectivos; novos dados publicados e divulgação de trabalhos de investigação, etc.

Ainda que inspirado em projectos congéneres europeus e nos materiais didácticos dos principais museus europeus e mundiais de cariz marítimo, este guia é bastante particular, no sentido em que se aplica exclusivamente aos vestígios de época romana e não à arqueologia subaquática em geral. Desta forma, há a acrescer à bibliografia genérica sobre a disciplina da arqueologia subaquática, todo um conjunto bibliográfico referente aos vestígios da ocupação e exploração de recursos marinhos de época romana, do actual território nacional. Foram, ainda, consultados os programas escolares dos 2º e 3ºciclos do Ensino Básico e Secundário, referentes aos conteúdos das disciplinas de História, Geografia e Latim, que permitem, no nosso entender, uma articulação com a temática das rotas comerciais romanas ao longo da faixa atlântica lusitana. Elaborámos, inclusivamente, uma tabela destinada à utilização pelos professores e pelas escolas e que visa estabelecer a articulação entre os conteúdos programáticos das disciplinas, com sugestões de estratégias e actividades a realizar no âmbito da matéria leccionada. (Anexo 11)

O guia apresenta, ainda, uma vertente de roteiro, incluída no final do mesmo e que têm por finalidade a enumeração dos principais sítios visitáveis (museus e sítios arqueológicos), relacionados com a temática tratada e ordenados por zonas geográficas. Este pequeno roteiro, bastante simplificado, pretende sugerir aos leitores a realização de visitas aos locais mencionados, para observação in loco de exemplares das estruturas e vestígios arqueológicos referidos no caderno informativo.