• Nenhum resultado encontrado

4. COMO OS LEITORES DA FOLHA PERCEBEM A CREDIBILIDADE

4.2 Análise

4.2.3 Objetividade

A objetividade é um conceito amplamente discutido academicamente. Todavia, no discurso dos leitores, aparece mais com relação aos métodos de apuração e acima de tudo na verdade dos fatos. Os leitores esperam da Folha que sejam apresentados fatos bem fundamentados para que possam realizar seu próprio julgamento, e não argumentações retóricas:

Me engana que eu gosto! Acusar o Bolsonaro no escândalo, sem provas, dos disparos do WhatsApp não foi crime da Folha? Foi e eu cancelei a assinatura por causa disto e não porque o Bolsonaro pediu. Isto depois de acompanhar na Folha por mais de 40 anos. Este jornal nunca foi tão parcial… (C1)

A Folha deveria , como imprensa , informar a população. E não querem educar e induzir seus leitores (C69)

Da mesma forma, a objetividade diz respeito à qualidade dos produtos jornalísticos, e portanto, não é de se espantar que tenha sido mencionada 19,29% das vezes. Não apenas os métodos são postos em xeque pelos leitores, os fatos também. Portanto, em algumas das formações discursivas estudadas é possível perceber o rebatimento de alguns fatos. Muitos dos leitores cobram da publicação as provas pelos fatos que são trazidos à público:

Pra mim a matéria tá muito falha, pois se houve como diz a manchete, impulsionamento de assinaturas, deveria constar quantas ocorreram após a fala do Bolsonaro e nos últimos 6 meses, para comparar. E outra, na fala do Bolsonaro não vi nada demais, ele também tem o direito de questionar o jornal, ou não tem? (C12)

Sou assinante a anos e continuarei sendo, mas entendo que o conteúdo da matéria sobre a utilização do WhatsApp na eleição não apresentou elementos suficientes para acusar apenas uma candidatura. Muita fragilidade! (C16)

A reportagem sobre suposta campanha por What'sApp foi aviltante.

Não mostrou qualquer prova. O jornal se esconde por trás do anonimato da fonte para apenas afirmar coisas do tipo "segundo apurado pela reportagem" e "pessoas entrevistadas disseram que...".

Apurado onde e com quem? Há imagens? Pessoas quem? Foi-se o tempo em que meras alegações bastavam. Hoje o jornal é moralmente obrigado a mostrar as fontes, senão ficará com a pecha de mentiroso, ainda mais se o autor da matéria tem partido. (C22)

Sou assinante a algum tempo e certamente não irei cancelar pelas críticas dr ninguém, afinal é o maior ou um dos maiores jornais do país, mas a reportagem do WhatsApp foi lamentável e a cada dia que se passar sem apresentar esse tais contratos piora a situação. (C56)

Como credibilidade, se não ficar provada a denúncia de disparos no whatsapp, creio que a Folha se acabou mesmo. Vai virar um blog petista, como vários da internet. Se eu fosse o Bolsonaro mudaria a forma do governo se comunicar com a população, ao invés de publicar em jornais, que só gastam papel, faria disparos no whatsapp, quando houverem campanhas institucionais. (C65)

No caso a Folha não provou que a Wal foi funcionária fantasma, e não prestava serviços parlamentares ao deputado e que empresários dispararam fakenews contra o PT no whatsapp por doze milhões de reais para beneficiar a candidatura Bolsonaro. A Wal é uma senhora pobre moradora de um lugarejo perto de Angra e foi difamada pela Folha, que criou um embaraço em sua vida, mas para a Folha, que não está nem aí com o ser humano, a notícia é mais importante. (C68)

Independente de Bolsonaro ter criticado o jornal, cancelo minha assinatura ainda hoje. Aqui neste espaço, quando a série de fakes, mentiras sobre o candidato, várias, em série, ausentes de mínimas provas, na base do

"fala-se", "ouvi dizer", sempre acompanhadas de artigos de jornalistas identificados com o lulopetismo, havia dito que encerraria após eleições.

É o que farei… (C116)

Só que a Folha não publicou que o elogio foi em 2015 e deu a entender que o elogio foi na visita recente. Seria como noticiar algo sobre Lula na prisão e dizer que ele fez declarações de Pelotas ser um polo exportador de ... A palavra é censurada pela Folha, evidente preconceito da Folha.

(C151)

Afinal a Folha fez um fakenews sobre o elogio a Pinochet que Bolsonaro teria feito nesta viagem ao Chile? foi uma notícia de 2015 requentada para parecer atual? A Folha poderia esclarecer? Ou a Folha tem provar robustas colhidas pela melhor reporter investigativa do mundo Patrícia Campos Mello? A Folha deveria desmascarar Bolsonaro e mostrar as menções positivas e mistas no campo da objetividade podemos destacar:

A Folha é um jornal respeitado, jornalismo profissional. Se assino, então aprovo. As denúncias são reais e não criadas para prejudicá ló. Trazem os fatos. Suas declarações agressivas, são provas de sua falta de fatos que pudessem concretizar sua defesa. (C90)

A Folha tem que ser mais objetiva . Bom conteúdo no seu todo, porém, elaboração dos produtos jornalísticos deve ser de alta qualidade.

A Folha não tem alquimistas em seu elenco. Não há como transformar em ouro as falas coprolálicas do presidente com fossetas lacrimais.

Olhamos para a sua cabeça, imaginamos o cérebro ali contido e perguntamos: Tudo pequeninho aí? (C169)

Jornalistas têm conhecimento superficial de uma ampla gama de assuntos. Essa em questão parece que não compreende o que se passa em relação a recursos financeiros e ainda quer provocar o presidente.

Em outra ocasião , da primeira visita do Bolsonaro nos EUA, numa entrevista uma jornalista desconhecia o significado da sigla CIA. (C174)

Parabéns, Marina. Sua pergunta foi certeira. O que houve foi cortes.

Contingenciamento é corte, mesmo que temporário. Se não é corte, por que bolsas foram paralisadas? Por que o dinheiro está tendo que ser

remanejado de áreas de pesquisa, desenvolvimento e investimento das escolas e universidades para pagar despesas como água e luz? (C177)

O Bolsonaro foi extremamente modesto. O correto teria sido ele dizer que praticamente todos o quadro de "jornalistas" da Folha deveria voltar a frequentar uma boa faculdade. (C191)

A objetividade, portanto, é parte fundamental do complexo contrato firmado entre a sociedade e o jornalismo. O público cobra que o veículo sempre cumpra as regras pelas quais promete jogar a partida, apresentando provas, tendo uma boa formação acadêmica e tendo embasamento nos fatos . Por óbvio, assim como qualquer outro valor, a objetividade é atravessada pelas visões políticas do leitor, que pode, ou não, aceitar as provas e métodos oferecidos.