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OBJETIVOS DA DQEM – BOM ESTADO AMBIENTAL [ART 9]

No documento MACARONESIAN ROOF REPORT (páginas 49-52)

DESCRITOR 1 – AVES, MAMÍFEROS E RÉPTEIS

2. OBJETIVOS DA DQEM – BOM ESTADO AMBIENTAL [ART 9]

Em 2012, no âmbito da avaliação inicial das suas águas marinhas, realizada em conformidade com o artigo 8 (1) da Diretiva 2008/56/CE (2008), os EM reportaram o estado ambiental das suas águas marinhas e notificaram á Comissão a sua determinação do Bom Estado Ambiental, BEA, e as suas metas ambientais,

em conformidade com os artigos 9 (2) e 10 (2) da Diretiva 2008/56/CE (2008), respetivamente. Os resultados indicaram a necessidade de melhorar significativamente a qualidade e a coerência da determinação do Bom Estado Ambiental, por parte dos EM.

No seguimento da avaliação por parte da Comissão das três primeiras fases do 1º ciclo da DQEM e as suas recomendações, houve a necessidade de clarificar, rever e introduzir critérios, especificações e metodologias padronizadas e harmonizadas à escala sub-regional para determinar com mais detalhe o estado ambiental do meio marinho de maneira coerente nas sub-regiões marinhas, nomeadamente na Macaronésia.

O projeto MISTIC SEAS foi o primeiro projeto entre Portugal e Espanha com o objetivo de estabelecer uma abordagem coordenada para monitorizar e avaliar a biodiversidade à escala da Sub-região (i.e., entre os arquipélagos partilhados da Macaronésia) e no âmbito da DQEM.

O trabalho bilateral resultou até agora no desenvolvimento de métodos comuns de recolha e análise de dados, desenhados para reduzir substancialmente as lacunas de dados existentes na determinação do BEA da Macaronésia. Também se determinaram os critérios para o BEA, as definições do BEA, as metas ambientais (MA) e valores de referência e, na sua ausência, foram identificadas as lacunas.

O projeto MISTIC SEAS II deu continuidade ao trabalho realizado durante o projeto MISTIC SEAS, aplicando diretamente as metodologias comuns previamente estabelecidas e atualizando as definições de BEA para responder às exigências de reporte. A segunda avaliação periódica em 2018 será uma avaliação do progresso desenvolvido desde a avaliação inicial de 2012, tendo em conta o objetivo de tomar medidas para alcançar ou manter o BEA, o mais tardar em 2020.

Antes da Comissão ter revogado a Decisão 2010/477/UE (2010) e adotar a Decisão 2017/848/ UE (2017), os EM estabeleceram a definição de BEA ao nível do indicador, o que também foi adotado pelo projeto MISTIC SEAS II para ter um conjunto comum de definições de BEA ao nível do indicador. No entanto, estavam a ser redigidas e usadas várias definições para o mesmo indicador, em particular, entre cada componente do ecossistema, que não cumpriam com a coerência recomendada pela própria Decisão da Comissão 2010/477/UE (2010).

O MISTIC SEAS II adotou a nova Decisão da Comissão 2017/848/UE (2017) para resolver estas inconsistências com o objetivo de estabelecer as definições comuns de BEA ao nível dos critérios, tornando-se mais simples, coerentes e comuns entre os EM, os grupos funcionais e as espécies.

O Anexo I da DQEM enumera os descritores qualitativos para determinar o BEA no meio marinho. A Definição do Descritor 1 foi adotada como definição do BEA para a totalidade do Descritor:

Descritor 1 – “A biodiversidade é mantida. A qualidade e a ocorrência de habitats e a distribuição e abundância das espécies estão de acordo com as condições fisiografias, geográficas e climatéricas dominantes.”

Na PARTE II da Decisão 2017/848/EU (2017) da Comissão são enumerados os critérios propostos para a avaliação do descritor 1. As descrições destes critérios são utilizadas para definir o BEA da seguinte forma: Critério D1C1 –Taxa de mortalidade – “A taxa de mortalidade por espécie devido às capturas acidentais situa-se abaixo dos níveis que põem a espécie em risco pelo que a sua viabilidade a longo prazo está assegurada.”

Critério D1C2 –Abundância – “A abundância populacional da espécie não é afetada negativamente pelas pressões antropogénicas, de modo que sua viabilidade a longo prazo é assegurada.”

Critério D1C3 –Características demográficas– “As características demográficas da população (por exemplo, estrutura por tamanho ou por classe etária, rácio entre os sexos, fecundidade e taxas de sobrevivência) da espécie são indicativas duma população saudável que não é negativamente afetada por pressões antropogénicas.

Critério D1C4 –Área de distribuição – “A área de distribuição de espécies e, quando é relevante, o padrão de distribuição, está consoante com as condições fisiografias, geográficas e climáticas predominantes.”

Critério D1C5 –Habitat da espécie – “O habitat para as espécies tem a extensão e condições necessárias para sustentar as diferentes fases do ciclo de vida da espécie.”

Foram adotadas também definições de BEA específicas para os indicadores medidos para avaliar os vários critérios selecionados para as aves marinhas (tabela 4), mamíferos marinhos (tabela 5) e tartarugas marinhas (tabela 6):

Tabela 4: Critérios avaliados para as aves marinhas, indicadores e definições do BEA.

Critérios Indicadores Definições de BEA

Critério D1C1 Captura acidental

Captura acidental A captura acidental de aves marinhas não aumenta e/ou não é frequente.

Critério D1C2 Abundância

Abundância da população

A dimensão média da população num período de 6 anos não sofre um declínio significativo comparando com o anterior período de 6 anos (tendo em conta as flutuações naturais).

Critério D1C3 Características

demográficas

Successo reprodutor

O sucesso reprodutor não pode sofrer reduções significativas comparando a média dos últimos 10 anos, em pelo menos 3 anos em cada 5 anos. Taxa de

sobrevivências A taxa média de sobrevivência não é significativamente inferior a 0,9.

Critério D1C4 Área de distribuição

Distribuição A área de distribuição (número de colónias) mantém-se.

Tabela 5: Critérios avaliados para os mamíferos marinhos, indicadores e definições do BEA.

Critérios Indicadores Definições de BEA

Critério D1C1 Taxa de mortalidade Taxa de mortalidade (colisões)

O número de mamíferos marinhos capturados está abaixo do limite do 1% da melhor estimativa de abundância. Para cachalotes, a mortalidade por colisões com barcos é próxima de zero.

Critério D1C2

Abundância Abundância

O tamanho da população de mamíferos marinhos mantém-se acima do valor de referência (i.e., atual), sem uma redução observada ou estimada >=10% num período de 20 anos.

Critério D1C3 Characteristicas

demográficas

Taxa de sobrevivência

A taxa de sobrevivência da população, sobrevivência de crias, etc., não é afetada negativamente pelas atividades antropogénicas e a viabilidade das populações a longo prazo está assegurada.

Critérios Indicadores Definições de BEA Critério D1C1 Taxa de mortalidade Taxa de captura acidental

A taxa de mortalidade por captura acidental não alcança níveis que comprometam a viabilidade das populações.

Critério D1C2

Abundância Abundância

A abundância de tartarugas marinha mantém-se a um nível que assegura a sua sustentabilidade dentro da Sub-região.

Critério D1C3 Características

demográficas

Condição corporal O índice de Condição corporal das tartarugas marinhas é consistente com

uma população em BEA.

No documento MACARONESIAN ROOF REPORT (páginas 49-52)

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