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PARTE II Componente Empírica

Capítulo 3. Apresentação geral do estudo

3.1. Objetivos do estudo

Os objetivos correspondem a metas e intenções, que permitem que a investigação se desenvolva “com maior qualidade e eficácia” (Zabalza, 1992, p. 82), traduzindo-se num “enunciado declarativo que precisa a orientação da investigação segundo o nível dos conhecimentos estabelecidos no domínio da questão” (Fortin, 2003, p. 100). Em função do supracitado, o objetivo geral do estudo realizado é analisar o grau de satisfação dos

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estudantes com a instituição de Ensino Superior e a formação recebida. Estabeleceram-se como objetivos específicos os seguintes:

i) analisar as relações entre o grau de satisfação dos estudantes com os recursos da instituição, a sua satisfação geral com o ISTM e a sua satisfação geral com a formação recebida;

ii) analisar se existe uma relação entre o grau de satisfação dos estudantes e a sua idade;

iii) verificar se existem diferenças no grau de satisfação dos estudantes com diferentes aspetos do ISTM (recursos, ambiente, etc.), em função do curso;

iv) verificar se existem diferenças no grau de satisfação dos estudantes com diferentes aspetos do ISTM (recursos, ambiente, etc.), em função do sexo;

v) identificar pontos fortes e fracos da instituição e seus cursos.

3.2. Questões e Hipóteses

Uma investigação permite explicitar ou compreender melhor um fenómeno ou responder à(s) pergunta(s) de investigação levantadas pelo investigador. Na perspetiva de Fortin (2003, p. 51), a pergunta de investigação é um “enunciado interrogativo claro e não equívoco que precisa os conceitos-chave, especifica a população alvo e sugere uma investigação empírica”.

Como tal, colocaram-se como questões de investigação:

1- Qual o grau de satisfação dos estudantes do ISTM com os recursos da instituição? 2- Qual o grau de satisfação dos estudantes do ISTM com o ambiente escolar e a relação com colegas e professores?

3- Qual o grau de satisfação dos estudantes face à formação obtida no ISTM? 4- Quais os pontos fortes e fracos do ISTM, na perspetiva dos estudantes?

5- O grau de satisfação dos estudantes com os recursos da instituição relaciona-se com a sua satisfação geral com o ISTM e com a sua formação?

6- Existe uma relação entre a idade dos estudantes e o seu grau de satisfação com a formação e o ISTM?

7- Existem diferenças no grau de satisfação dos estudantes em função do curso que frequentam?

8- Existem diferenças no grau de satisfação dos estudantes em função do sexo?

Para dar resposta às questões 6, 7, 8 e 9, e atendendo à revisão bibliográfica efetuada, formularam-se as seguintes hipóteses:

19 H1: Existem correlações positivas, estatisticamente significativas, entre o grau de satisfação dos estudantes com os recursos da instituição e o grau de recomendação do ISTM.

H2: Existem correlações positivas, estatisticamente significativas, entre o grau de satisfação dos estudantes com os recursos da instituição e a sua satisfação geral com a sua formação.

H3: Não existe uma correlação estatisticamente significativa entre o grau de satisfação dos estudantes com a formação e a sua idade.

H4: Não existe uma correlação estatisticamente significativa entre o grau de recomendação do ISTM e a idade dos estudantes.

H5: Não existem diferenças com significado estatístico entre o grau de satisfação dos estudantes com a sua formação em função do curso que frequentam.

H6: Não existem diferenças com significado estatístico entre o grau de recomendação do ISTM em função do curso frequentado.

H7: Não existem diferenças com significado estatístico entre o grau de satisfação dos estudantes com a sua formação em função do sexo dos estudantes.

H8: Não existem diferenças com significado estatístico entre o grau de recomendação do ISTM em função do sexo dos estudantes.

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Capítulo 4. Método

4.1 Participantes

De um total de 114 estudantes finalistas, que se encontravam a frequentar o ISTM, na altura em que os dados foram recolhidos, 88 estudantes constituíram a amostra deste estudo. A maioria dos participantes é do sexo masculino (n=71, 80.7%) e frequenta o curso de Medicina (n=26; 29.5%). Os restantes participantes distribuem-se pelo curso de Engenharia Eletrotecnia (n=21, 23.9%), Engenharia de Construções (n=18, 20.5%), Engenharia Mecânica (n=15; 17%) e Engenharia Informática (n=8; 9.1%). Na tabela 3 apresenta-se uma caracterização da amostra, tomando as variáveis curso e sexo dos estudantes.

Tabela 3.

Caracterização da amostra, segundo o curso e o sexo dos estudantes

Curso Sexo n % Eng. de Construções (n=18) M 16 88.9 F 2 11.1 Eng. de Eletrotecnia (n=21) M 20 95.2 F 1 4.8 Eng. Mecânica (n=15) M 15 100 Medicina (n=26) M 12 46.2 F 14 53.8 Eng. Informática (n=8) M 8 100

A idade dos estudantes oscilou entre 21 e 28 anos, sendo a média de 24.4 anos (DP=1.36) e a moda 25 anos.

4.2 Instrumento

Com base na revisão da literatura, e nas características específicas da instituição, foi construído um questionário para avaliação da satisfação dos estudantes, bem como da sua opinião relativamente a pontos fortes e fracos da instituição e do curso que frequentam.

Um conjunto de questões estruturadas, destinam-se a avaliar o grau de satisfação dos estudantes, com diversas dimensões ou recursos da instituição, tais como as salas de aula, as salas de estudo, as bibliotecas, a alimentação, os dormitórios, a comodidade, os serviços administrativos, o ambiente escolar, a relação com os professores, etc. Este conjunto de

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questões têm um formato Likert de resposta, onde 1 corresponde a “Nada Satisfeito”, 2 a “Pouco Satisfeito”, 3 a “Neutro”, 4 a “Satisfeito” e 5 “Muito Satisfeito”.

Um segundo conjunto de questões, de resposta aberta, solicitam a opinião dos estudantes relativamente aos pontos fortes e fracos da instituição e do curso que frequentam. O questionário pode ser consultado no Anexo 1.

4.3 Procedimento

A aplicação do questionário, obedeceu a autorização a nível da Direção da Instituição, através de uma carta dirigida ao Diretor Geral, a solicitar a colaboração, onde se apresentaram os objetivos do estudo e o procedimento previsto para a recolha de dados, assim como foi garantido o carácter anónimo e voluntário da participação dos estudantes. Os dados foram recolhidos ao longo do 2º semestre do ano letivo 2017, dentro das turmas e durante o tempo cedido pelos docentes, de acordo com a sua disponibilidade e sem prejuízo as aulas. Por sua vez, os participantes foram convenientemente informados dos objetivos do estudo, do seu carácter voluntário e anónimo, tal como da confidencialidade das informações prestadas.

Os dados foram analisados com recurso ao programa IBM Statistical Package for the

Social Sciences (SPSS), versão 25, que possibilitou a utilização da estatística descritiva com

medidas de tendência central e de dispersão (frequência, percentagem, média, moda e desvio-padrão) para tratamento dos dados, assim como para a inferência estatística na testagem das hipóteses formuladas (mais concretamente, utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman, o teste U de Mann-Whitney e o teste de Krualkal-Wallis).

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Capítulo 5. Resultados

Iniciamos este capítulo com a apresentação da distribuição de respostas dadas pelos estudantes, em termos de frequência e percentagem, considerando as questões fechadas colocadas.

No que se reporta ao grau de satisfação dos estudantes com os recursos materiais disponíveis nas salas de aula, apresenta-se no gráfico 1 a percentagem de respostas na amostra global.

Gráfico 1. Satisfação com as salas de aula

A maioria dos inquiridos (n=35; 39.8%), revelaram-se satisfeitos com os recursos existentes nas salas de aula e alguns (n=7; 8%), referiram mesmo que estão muito satisfeitos. No entanto, um número significativo de estudantes (n=29; 33.0%), mencionaram que estão pouco satisfeitos, sendo que alguns (n=6; 6.8%) manifestaram-se nada satisfeitos. Os restantes alunos deram uma resposta neutra a esta questão (n=11; 12.5%).

Gráfico 2. Satisfação com as salas de estudo

Conforme se pode verificar no gráfico 2, a maioria dos estudantes revelou insatisfação com as condições proporcionadas nas salas de estudo, estando pouco ou mesmo nada

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satisfeitos (n=30, 34.1% e n=27, 30.7%, respetivamente) com este aspeto da instituição. Ainda assim, alguns (n=15; 17%) revelaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos (n=3; 3.4%).

Gráfico 3. Satisfação com as bibliotecas

Também no que se reporta às condições existentes nas bibliotecas (Gráfico 3), a maioria dos participantes mostrou-se pouco (n=34; 39.5%) ou nada satisfeito (n=22; 25.6%), enquanto 18.6% referiram estar satisfeitos (n=14) ou muito satisfeitos (n=2).

Gráfico 4. Satisfação com as instalações desportivas

Relativamente às instalações desportivas (Gráfico 4), a maioria dos participantes (n=38; 43.7%) está totalmente insatisfeito com os recursos existentes e muitos (n=28; 32.2%), estão pouco satisfeitos. Apenas um dos participantes assinalou a alternativa “Muito Satisfeito” nesta questão e 8 (9.2%) a opção “Satisfeito”.

Seguindo a mesma tendência, a maioria dos participantes (n=45; 51.7%) referiu estar “Nada satisfeito” com os laboratórios de investigação e 26 (29.9%) “Pouco satisfeito”. Uma minoria responderam “Satisfeito” (n=4; 4.6%) ou “Muito satisfeito” (n=2; 2.3%). No gráfico 5 apresentam-se estes resultados.

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Gráfico 5. Satisfação com os laboratórios de investigação (percentagem de respostas)

Entre todos os aspetos avaliados neste estudo, a alimentação foi aquele que obteve a maior prevalência de respostas de insatisfação por parte dos participantes (cf. Gráfico 6). Mais especificamente, verificaram-se 62.8% (n=54) de respostas “Nada satisfeito” e 24.4% (n=21) “Pouco satisfeito”. Assim, e atendendo a que 8 estudantes manifestaram uma opinião neutra (9.3%), apenas 3 (3.5%) evidenciaram estar satisfeitos com a alimentação e nenhum disse estar “Muito satisfeito”.

Gráfico 6. Satisfação com a alimentação

Gráfico 7. Satisfação com os dormitórios

Na sua maioria (n=43; 50.%), os inquiridos revelaram-se satisfeitos com a condições apresentadas nos dormitórios existentes (Gráfico 7), e alguns (n=20; 23.3%) referiram pouco

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satisfeitos. No entanto, alguns estudantes (n=9; 10.5%) mencionaram que não estão nada satisfeitos. Os restantes alunos deram uma resposta neutra a esta questão (n=10; 11.6%), ou mostraram-se muito satisfeitos (n=4; 4.7%).

No que toca ao lazer, como se pode observar no gráfico 8, mais de metade da amostra revelou uma opinião desfavorável, com 42 dos participantes (48.8%) nada satisfeitos e 24 (27.9%) pouco satisfeitos. Assim, apenas 7 (8%) referiram que estão satisfeitos e 2 muito satisfeitos (1.2%), sendo que 12 (14%) dos alunos estão indiferentes.

Gráfico 8. Satisfação com os recursos de lazer

No gráfico 9, apresenta-se o grau de satisfação dos estudantes com os serviços administrativos da instituição. Este aspeto, foi o que recebeu um maior número de respostas “Neutras” por parte dos inquiridos (n=29; 33.7%). Na sequência, obteve 25 respostas (29.1%) “Pouco satisfeito”, 19 (22.1%) “Satisfeito”, 11 (12.8%) “Nada satisfeito” e 2 (2.3%) “Muito satisfeito”.

Gráfico 9. Satisfação com os serviços administrativos

Relativamente à opinião dos participantes, quanto à comodidade geral que sentem na instituição (Gráfico 10), esta divide-se essencialmente entre o “Pouco satisfeito” (n=38; 44.2%) e “Satisfeito (n=36; 41.9%). Os restantes 10 alunos (11.6%) responderam “Nada Satisfeito” a esta questão.

27 Gráfico 10. Satisfação com a acomodação

Analisando o grau de satisfação dos participantes, com o ambiente escolar vivenciado (Gráfico 11), a maioria mostra-se satisfeito (n=41; 48.2%), 19 (22.4%) “Pouco Satisfeito”, 8 (9.4%) “Muito satisfeito” e apenas 5 (5.9%) “Nada satisfeito”.

Gráfico 11. Satisfação com o ambiente escolar

Seguindo a tendência de respostas na questão anterior, o grau de satisfação dos participantes, com os relacionamentos existentes entre colegas (Gráfico 12) e com os professores (Gráfico 13) é claramente satisfatório. No primeiro caso, 55 estudantes (64%) referiram estar satisfeitos e 20 (23.3%) muito satisfeitos com as relações estabelecidas entre colegas, enquanto no segundo caso, 50 participantes (58.8%) referiram a sua satisfação e 19 (22.4%) responderam que estão muito satisfeitos com a relação estabelecida com os professores.

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Gráfico 13. Satisfação na relação com os professores

No gráfico 14, apresenta-se a percentagem de respostas à questão relativa à eventual recomendação do ISTM, por parte do estudante inquirido, a um aluno candidato ao Ensino Superior. Como se pode constatar, destaca-se a alternativa “Sim, no meu curso”, com 50 respostas (57.5%). Ainda nesta questão, 22 participantes (25.3%) responderam “Talvez”, 12 (13.8%) indicaram que recomendariam, mas noutro curso que não o seu, e apenas 3 (3.4%) deram uma resposta negativa.

Gráfico 14. Recomendação do ISTM a outros candidatos

Na última questão colocada, sobre o grau de satisfação geral com a formação recebida na instituição (Gráfico 15), verificamos que uma percentagem significativa de inquiridos (n=48; 55.2%) se encontram satisfeitos, 25 (28.7%) pouco satisfeitos, 10 (11.5%) muito satisfeitos, e apenas 4 (4.6%) indicaram a resposta “Nada satisfeito”. Note-se que, ao nível da satisfação dos estudantes com as diversas dimensões analisadas, a par do ambiente escolar e das relações com os colegas e professores, esta questão foi a que obteve um número superior de respostas favoráveis.

29 Gráfico 15. Satisfação com a formação

Atendendo às hipóteses formuladas neste estudo, apresentaremos em seguida os resultados relativos à testagem das mesmas, seguindo a ordem da sua enumeração.

H1: Existem correlações positivas, estatisticamente significativas, entre o grau de satisfação

dos estudantes com os recursos da instituição e o grau de recomendação do ISTM.

Na tabela 4, apresentam-se as correlações entre o grau de satisfação dos estudantes com os diferentes recursos da instituição, o grau em que recomendariam o ISTM a um candidato ao Ensino Superior e o seu grau de satisfação geral com a formação recebida.

Tabela 4.

Correlações entre o grau e satisfação com os recursos, o grau de recomendação do ISTM e a satisfação com a formação Recomendação do ISTM Satisfação com a Formação Salas de Aula -.431*** .421*** Salas de Estudo -.254* .191 Bibliotecas -.228* .108 Instalações Desportivas .037 .018 Laboratórios -.129 .105 Alimentação -.112 -.163 Dormitório -.168 .340** Lazer .048 .139 Serviços Administrativos -.126 .318** Acomodação -.178 .361** Ambiente Escolar -.188 .400*** Relação Colegas -.193 .281** Relação Professores -.241* .397*** Nota: ***p<.001; **p<.01; *p<.05

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Pela observação dos resultados obtidos, podemos concluir que se verificam correlações estatisticamente significativas, entre o grau de recomendação do ISTM a possíveis candidatos e o grau de satisfação dos estudantes com as salas de aula (r=-.431; p<.001), com as salas de estudo (r=-.254; p<.05), com as bibliotecas (r=-.228; p<.05) e com a relação estabelecida com os professores (r=-.241; p<.05). O facto de as correlações serem negativas indica que, como seria de esperar, quanto maior o grau de satisfação dos estudantes com esses recursos da instituição, mais eles recomendam o ingresso no Ensino Superior no ISTM a eventuais candidatos ao Ensino Superior, uma vez que a variável “Grau de recomendação do ISTM” foi formulada com uma ordem inversa no sentido de resposta (1=Sim, no meu curso; 2=Sim, noutro curso; 3=Talvez; 4=Não), pelo que os valores mais elevados correspondem a uma opinião mais desfavorável por parte dos respondentes.

H2: Existem correlações positivas, estatisticamente significativas, entre o grau de satisfação

dos estudantes com os recursos da instituição e a sua satisfação geral com a sua formação.

Ainda pela análise dos resultados apresentados na tabela 4, podemos concluir que existem correlações positivas estatisticamente significativas entre o grau de satisfação dos estudantes com a sua formação no ISTM e o seu grau de satisfação com as salas de aula (r=.421; p<.001), com ambiente escolar (r=.400; p<.001), com a relação estabelecida com os professores (r=.397; p<.001), com a acomodação (r=.361; p<.01), com o com o dormitório (r=.340; p<.01), com os serviços administrativos (r=.318; p<.01) e com a relação estabelecida com os colegas (r=.281; p<.01).

H3: Não existe uma correlação estatisticamente significativa entre o grau de satisfação dos

estudantes com a formação e a sua idade.

Na tabela 5 apresentam-se as correlações entre o grau de satisfação dos estudantes com a formação, o grau de recomendação do ISTM a eventuais candidatos e a idade dos participantes.

Tabela 5.

Correlação entre o grau de satisfação com a formação, o grau de recomendação do ISTM e a idade dos estudantes

Idade Satisfação com a Formação r ,225

*

p .037

Recomendação do ISTM r -.172

31 Ao contrário do formulado na hipótese 4, verifica-se uma correlação estatisticamente significativa entre a idade e o grau de satisfação com a formação recebida no ISTM, no sentido em que quanto maior a idade dos estudantes, maior o seu grau de satisfação.

H4: Não existe uma correlação estatisticamente significativa entre o grau de recomendação

do ISTM e a idade dos estudantes.

Pela observação dos resultados apresentados na tabela 5, concluímos que não se verifica uma correlação com significado estatístico entre a idade e o grau de recomendação dos participantes a futuros candidatos ao Ensino Superior no ISTM.

H5: Não existem diferenças com significado estatístico entre o grau de satisfação dos

estudantes com a sua formação em função do curso que frequentam.

H6: Não existem diferenças com significado estatístico entre o grau de recomendação do ISTM

em função do curso frequentado.

Na tabela 6, apresentam-se as médias e desvios-padrão nas variáveis satisfação com a formação e recomendação do ISTM, em função do curso frequentado pelos estudantes.

Tabela 6.

Resultados (Média e desvio-padrão) nas dimensões avaliadas, em função do curso frequentado

Construções Eletrotecnia Mecânica Medicina Informática M (dp) M (dp) M (dp) M (dp) M (dp) Recomendação ISTM 1.67 (.767) 1.85 (.988) 1.20 (.561) 1.73 (1.079) 2.75 (.707) Satisfação Formação 2.39 (.502) 2.80 (.410) 3.40 (.632) 2.65 (.846) 2.38 (.744)

Na figura 1, apresenta-se o resumo da testagem das hipóteses H5 e H6, relativas às diferenças em função do curso frequentado pelos estudantes, nas variáveis satisfação com a formação e grau de recomendação do ISTM.

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De acordo com os resultados do teste de Kruskal-Wallis, verificam-se diferenças estatisticamente significativas, no grau de satisfação com a formação e no grau de recomendação do ISTM, em função do curso frequentado pelos estudantes. Pela análise das médias, apresentadas na tabela 6, podemos concluir que o grupo de estudantes de Engenharia Mecânica, são os que com maior probabilidade recomendariam o ISTM a um futuro candidato ao Ensino Superior (relembramos que resultados superiores nesta variável indicam menor probabilidade de recomendação, sendo que neste grupo a média foi de 1.2 valores), em oposição ao grupo de estudantes de Engenharia Informática, que obteve a média mais elevada nesta variável (M=2.75).

Quanto ao grau de satisfação dos estudantes com a sua formação no ISTM, podemos concluir, através da comparação entre as médias nos diferentes cursos apresentadas na tabela 6, que o grupo de Engenharia Mecânica, mais uma vez, mostrou um nível de satisfação superior face aos restantes cursos (M=3.4), verificando-se o oposto no grupo de estudantes de Engenharia Informática (M=2.38).

H7: Não existem diferenças com significado estatístico entre o grau de satisfação dos

estudantes com a sua formação em função do sexo dos estudantes.

H8: Não existem diferenças com significado estatístico entre o grau de recomendação do ISTM

em função do sexo dos estudantes.

Na tabela 7 apresentam-se as médias e desvios-padrão nas variáveis satisfação com a formação e recomendação do ISTM, em função do sexo dos estudantes.

Tabela 7.

Resultados (Média e desvio-padrão) nas dimensões avaliadas, em função do sexo dos estudantes

Masculino Feminino M (dp) M (dp) Recomendação ISTM 1.67 (.896) 2.81 (.687) Satisfação Formação 2.06 (1.144) 2.41 (.795)

Na figura 2, apresenta-se o resumo da testagem das hipóteses H7 e H8, relativas às diferenças em função do sexo dos participantes, nas variáveis satisfação com a formação e grau de recomendação do ISTM.

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Figura 2. Resumo da testagem das hipóteses H7 e H8

Apesar de as médias obtidas no grupo de estudantes do sexo feminino, ser superior à do grupo de estudantes do sexo masculino nas variáveis em análise (cf. Tabela 7), os testes de hipóteses não revelaram significado estatístico em tais diferenças, seja ao nível do grau de satisfação com a sua formação (H7), seja no que se reporta ao grau em que recomendariam o ISTM a eventuais candidatos ao Ensino Superior (H8).

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Capítulo 6. Discussão

O objetivo geral do estudo realizado foi analisar a satisfação dos alunos com uma instituição de Ensino Superior em Angola. Como objetivos específicos, pretendeu-se: i) analisar as relações entre a satisfação dos estudantes com os recursos e a sua satisfação geral com a instituição; ii) analisar se existe uma relação entre o grau de satisfação dos estudantes, e algumas variáveis pessoais (idade, curso e sexo); e iii) identificar pontos fortes e fracos da instituição.

De acordo com os objetivos e as questões de investigação propostas, os resultados mostraram que, quanto aos recursos da instituição, existe um número significativo de estudantes que não se encontram satisfeitos com as salas de estudo, instalações desportivas, laboratórios, alimentação, bibliotecas e o lazer. Quanto às salas de aulas, dormitórios, ambiente escolar, relações com os colegas e professores, a maioria dos estudantes encontram-se satisfeitos. Também, registou-se que a maioria dos estudantes encontram-se satisfeitos com a formação e recomendam outros estudantes a ingressar na mesma insstituição de Ensino Superior.

O grau de satisfação dos estudantes com as

salas de aula, com as bibliotecas e com a relação estabelecida com os professores, mostrou correlações significativas com o grau de recomendação do ISTM, por parte dos estudantes, a eventuais candidatos ao Ensino Superior. O grau de satisfação dos estudantes com a sua formação também se correlacionou positivamente com o grau de satisfação com as salas de aula e com a relação com os professores, e ainda com o ambiente escolar, com a acomodação, com os dormitórios, com os serviços administrativos e com a relação estabelecida com os colegas. Estes resultados vão de acordo à análise feita por Wiers (2002), quando refere que os recursos físicos das instituições, tais como os apoios informáticos e a boa acomodação, têm um grande impacto na satisfação dos estudantes. Por outro lado, alguns autores apontam que os estudantes, por terem algumas dificuldades no acesso a toda a informação necessária para avaliação dos serviços, frequentemente baseiam-se apenas no ambiente em salas de aula e no ensino por parte dos docentes, tornando assim estes itens muito importantes na formação da sua satisfação (Walker, 1995, citado em Alves & Raposo, 2007).

Não obstante sentirem um bom relacionamento entre colegas e professores, num ambiente escolar agradável, os estudantes salientaram, nalgumas das questões abertas, a elevada exigência ao nível da capacidade de adaptação e disciplina, a capacidade para enfrentarem grandes desafios, a necessidade de a comunicação entre os departamentos fluir, e haver uma maior interação com base na especialidade de cada estudante.

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Quanto à variável idade, foi possível encontrar uma correlação positiva estatisticamente significativa, com o grau de satisfação dos estudantes com a formação. A literatura neste domínio não parece ser consensual, uma vez que se encontram resultados consonantes com os deste estudo (e.g. Voss et al., 2007), mas também outros que os contrariam. Periañez (1999), por exemplo, verificou que quanto maior a idade, menor a satisfação.

Relativamente ao curso, o grupo de estudantes de Engenharia Mecânica mostrou níveis superiores de satisfação com a sua formação e com a instituição, em contraste com o grupo de Engenharia Informática. Talvez as dificuldades em termos de equipamentos tecnológicos e disponibilidade de serviços informáticos, como o acesso à internet, possam

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