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1. INTRODUÇÃO

1.3 Objetivos

Ao serem efetuados os questionamentos anteriores, estes requerem respostas as quais serão solucionadas a partir do objetivo geral a seguir.

1.3.1 Objetivo geral

Verificar o estilo de vida, e relacionar estes indicadores, à antropometria e à Aptidão Física relacionada à saúde em escolares do município de Blumenau no estado de Santa Catarina.

Para que o objetivo geral seja atingido na sua totalidade, foram estabelecidos os objetivos específicos descritos a seguir.

1.3.2 Objetivos específicos

Determinar quais são os hábitos de vida e caracterizar a população quanto a etnia e nível sócio-econômico;

Comparar as variáveis antropométricas (estatura; massa corporal; altura tronco-cefálica; comprimento dos membros inferiores; diâmetros biestilóide rádio-ulnar, biepicondiliano do úmero e biepicondiliano do fêmur; perímetros do antebraço; cintura, quadril e perna) por idade e sexo;

Comparar as variáveis de AFRS (% gordura; aptidão cardiorrespiratória; força/resistência muscular; flexibilidade) por idade e sexo;

Comparar os dados obtidos em relação ao critério-referenciado estabelecidos para a AFRS pela AAHPERD (1988);

Estabelecer Normas Percentilicas e o escore T padronizado para as variáveis deste estudo.

1.4 Delimitações

A fim de realizar este estudo, os dados foram coletados em escolares da rede municipal, estadual e particular de Blumenau – SC, com idade entre 6,50 a 17,49 anos de ambos os sexos. Esta faixa etária foi escolhida uma vez que se deseja obter normas para esta população e tomar como referência as normas da bateria Physical Best da AAHPERD (1988).

As inferências sobre os resultados encontrados neste estudo servirão apenas para o uso em amostras com características que se enquadrarem em até dois desvios padrão de cada variável analisada, as quais serão descritas a seguir e desde que levem em conta a idade, sexo e origem da amostra.

1.5 - Limitações

Apresentam-se como limitações do estudo: a impossibilidade de controlar hábitos alimentares, atividades físicas extracurriculares ou laborais, bem como enfermidades, além da maturação sexual.

A intencionalidade da escolha das escolas onde foram aplicados os testes, uma vez que foi necessário saber com antecedência se a escola possuia infra-estrutura física mínima que possibilitasse a realização dos testes.

A impossibilidade de saber se todos os avaliados realizaram os testes com máximo empenho, bem como nível de motivação dos avaliados.

Os testes foram realizados em diferentes escolas e, por sua vez, em horários diferentes, o que foi um fator diferenciador.

Conforme as limitações acima, os resultados deste estudo não poderão ser generalizados para outras populações.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Estilo de vida.

Muitos questionamentos sobre fatores tais como: estilo de vida, questões sócio econômicas e raça realmente influenciam no comportamento do ser humano em aspectos como variação humana no que se refere ao crescimento e à aptidão física.

Para Macera e Pratt (2000), baixos níveis de atividade física são associados com a incidência do aumento de doenças coronarianas e têm sido implicadas a causas de morte. De uma perspectiva da saúde pública, o aumento da mortalidade e a morbidade associada com a inatividade física, sugerem que uma ação da saúde publica deve ser garantida. Atualmente, altos custos sociais e em medicamentos atribuídos à inatividade física justificam o aumento da atenção neste comportamento tanto a nível nacional, bem como, comunitário. Para Bar-Or et al. (1998), tanto a obesidade na infância como na adolescência aumentam as chances de uma obesidade na vida adulta.

No Brasil são escassas as informações relacionadas a comportamentos relacionados à saúde (CRS) e em especial para adolescentes (Farias Jr. et al. 2002). No entanto, de acordo com Macera e Pratt (2000), nos EUA os dois maiores sistemas de vigilância para colher informações sobre atividade física

em adultos são o The National Health Interview Survey (NHIS) utilizado anualmente e o Behavioral Risk Factor Surveillance System (BRFSS).

No entanto, Fitzgerald et al. (1997) em um estudo sobre associação entre atividade física, obesidade e tempo em olhar televisão em índios da raça PIMA, encontrou-se os seguintes resultados: para adultos com idades entre 21 e 39 anos de idade, TV e níveis de atividade física foram negativamente correlacionados (r= -0.11 para homens e r= -0.10 para mulheres), uma fraca associação foi encontrada entre TV e IMC (r= 0.09 para homens e r= 0.04 para mulheres).

Já Kujala et al. (1999), realizaram um estudo para investigar a associação entre atividade física de lazer e vários sintomas de dor entre adolescentes. Neste estudo os autores utilizaram uma amostra de 354 meninos e 344 meninas com idade entre 10 e 17 anos de idade, chegando à conclusão de que a atividade física vigorosa causa dores músculo-esqueléticas durante a adolescência, e este fator deve ser considerado ao se utilizar programas de promoção de saúde a adolescentes. Isto deveria ser considerado ao adaptar programas de promoção de saúde a adolescentes, pois é um dos motivos do porque quanto maior a intensidade do programa maior o nível de desistência.

Em outro estudo realizado por Raitakari et al. (1997), procurando associação entre atividade física e fatores de risco para doenças coronárias em crianças e adultos jovens, estes constataram não ter sido encontrada nenhuma associação entre atividade física e pressão sanguínea. Atividade física já é associada com um perfil de soro lipídeo favorável durante a infância e

adolescência, particularmente em meninos. A promoção de atividade física na infância é importante para prevenir a obesidade e doença cardiovascular prematura.

Trudeau et al.(1999), ao estudarem se a Educação Física diária na escola primária se relaciona significativamente com os efeitos da atividade física quando adulto, chegaram a resultados que sugerem fortemente que se a Educação Física diária na escola primária tivesse um efeito de positivo a longo prazo significante nos hábitos de exercício, tanto para homens quanto para mulheres, os efeitos poderiam ser melhores. Os autores relatam que o programa especificamente não foi projetado para promover saúde, e hipotetizam que um programa de Educação Física orientado à saúde poderia ter um efeito até mais forte.

Para Taylor (1999), exercícios forçados durante a infância podem ter conseqüências negativas potencialmente para a atividade posterior. Os resultados indicam que experiências relacionadas à participação em atividade durante a infância e a adolescência pode influenciar a atividade física quando adulto.

De acordo com Katzmarzyk (1998), existe uma afirmativa que a oportunidade única de realizar atividade física e os padrões de saúde são ou poderão ser, estabelecidos na infância, os quais traduzem que uma criança ativa será um adulto ativo. Evidências epidemiológicas indicam a relação entre adultos ativos e o “status” de saúde. A relação entre atividade física habitual e

o “status” de saúde de uma criança ou jovem, embora sugestiva, é confundida em parte, por mudanças associadas com o crescimento normal e a maturação.

Lopes e Pires Neto (2001), ao investigarem o estilo de vida de crianças com diferentes características étnico-culturais do Estado de Santa Catarina, com idades entre 7 e 10 anos, chegaram a resultados que lhes possibilitaram concluir que as crianças de Santa Catarina apresentavam um estilo de vida com características predominantemente sedentárias onde os grupos étnicos alemão e italiano apresentavam-se mais ativos do que o grupo português. No seu tempo livre, independentemente do gênero e etnia, o tempo médio frente à televisão era de 4,5 horas e quanto à alimentação os grupos étnicos alemão e italiano apresentaram melhores hábitos alimentares em relação ao grupo português.

De acordo com Welk (1999), uma meta implícita para a promoção da saúde em jovens é o aumento da probabilidade de que os jovens adotem um estilo de vida ativo fisicamente até a idade adulta. De uma determinada perspectiva, a maioria das crianças se apresentam com uma identidade fisicamente ativa como evidência pela facilidade e vontade com que eles correm e jogam quando lhes é dada uma chance. Ao envelhecer, questões sociológicas, culturais, e pessoais são desenvolvidas, e a atividade física se torna mais de uma escolha entre opções múltiplas. Alguns jovens mantêm o interesse e o envolvimento; outros começam a retirarem-se das atividades físicas.

Welk (2000) relata que nos EUA o departamento de Saúde e Serviços Humanos tem estabelecido os benefícios que a atividade física tem proporcionado em adultos. Para Kriska (2000) e Ainsworth (2000), um estilo de vida ativo é importante para a prevenção de muitas doenças crônicas e para a manutenção de uma condição física. Para o autor, indivíduos fisicamente ativos são menos propensos a doenças, tais como problemas cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2 e obesidade quando comparados a indivíduos sedentários.

Contudo, Borehan et al. (1997) salientam que manifestações clínicas de doenças coronarianas podem aparecer tão cedo como na segunda década de vida e que muitos dos fatores de risco para as doenças coronarianas são amplamente determinados pelos padrões de comportamento estabelecidos na infância. É então determinante que deveriam ser apontadas estratégias de prevenções primárias efetivas, baseadas em modificar estilo de vida das pessoas jovens. O parâmetro do estilo de vida é de maior interesse na atividade física, não apenas porque tem sido mostrado em adultos que as doenças coronarianas estão intimamente relacionadas à mortalidade, mas também porque preocupa enormemente a relação com o declínio em todas as atividades como participação no esporte em crianças e adultos.

2.2 Crescimento Físico

O estudo do crescimento humano é divido de acordo com a faixa etária e características individuais, indo desde o nascimento até a idade adulta. O intervalo entre o nascimento e a idade adulta é normalmente dividido em lactância, infância e adolescência. O crescimento se refere ao aumento do corpo como um todo e de suas partes.

De acordo com Malina (2003), ao crescer, as crianças se tornam mais altas e pesadas, devido ao aumento do tecido magro e gorduroso; os órgãos aumentam de tamanho, bem como as demais substâncias.

Estas variações da ontogênese humana acontecem de maneira significante nas duas primeiras décadas da vida, devido a alterações antropométricas e da composição corporal, sendo decorrentes tanto do crescimento geométrico, quanto das diferenciações funcionais dos tecidos que levam a maturação (MALINA, 1975).

Beunen e Malina (1996) definem crescimento como as mudanças mensuráveis no tamanho físico e da composição corporal, além dos vários sistemas do corpo, considerando que a maturação se refere à progressão para o estado biológico maduro do indivíduo.

Contudo, Marcondes (1994) salienta que crescimento e desenvolvimento são fenômenos diferentes em sua concepção fisiológica, sendo estes paralelos no seu curso e integrados no seu significado. O crescimento significa a divisão celular e conseqüente aumento da massa corpórea. Já o termo

desenvolvimento de acordo com Marcondes (1994), é um termo mais abrangente do que crescimento, pois neste estão incluídas as alterações da composição e funcionamento das células, dimensão dos membros, maturação dos órgãos e a aquisição de novas funções.

Por conveniência, o estudo do crescimento pode ser resumido em termos de tamanho corporal total, de proporção e de composição corporal. A massa corporal e a estatura são geralmente as duas medidas mais utilizadas para se verificar o crescimento. No entanto, várias outras dimensões, além da massa corporal e da estatura, fornecem informações úteis de crescimento. A altura do indivíduo sentado ou altura tronco-cefálica e o comprimento dos membros inferiores podem ser utilizadas para o acompanhamento do crescimento no sentido longitudinal.

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