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Capítulo IV Plano Estratégico do Museu do Mar e da Pesca Artesanal Programa de crescimento sustentável

3. Objetivos do Museu:

A reabilitação deste espaço tem como objetivos:

• Servir de base para as operações de monitorização (científica e técnica) de tartarugas marinhas no Norte da ilha no âmbito do Programa Tatô, bem como para as operações de monitorização de cetáceos ao abrigo do Programa Tunhã;

• Promover o Ecoturismo local, através da informação aos turistas sobre o ambiente marinho do Arquipélago de São Tomé e Príncipe;

• Informar o turista sobre os problemas ambientais e de conservação do arquipélago, com destaque para o esforço de conservação do ambiente marinho como as tartarugas marinhas e os cetáceos; • Desenvolver um plano de visitação informada aos locais de nidificação das tartarugas marinhas,

• Promover um plano de educação para a conservação da natureza e das tartarugas marinhas, destinado à população local e à escola, para um maior envolvimento desta população nos esforços de conservação;

• Sensibilizar os turistas sobre as artes de pesca artesanais utilizadas no arquipélago, mostrando a forte ligação do povo são-tomense com o mar - uma das principais fontes de sustento da população nacional;

• Criar oportunidades para a população local, comunidades piscatórias, obter rendimento económico a partir da conservação das tartarugas marinhas, em alternativa às atividades tradicionais de destruição destes organismos, promovendo o desenvolvimento social e económico local.

4. O Museu

Construído entre 2007 e 2008, foi apoiado por vários fundos comunitários, inclusive o Fundo Francês para o Ambiente Mundial (FFEM), com o objetivo de criar um centro de apoio interpretativo, para a proteção das tartarugas marinhas. O museu localizado na praia da comunidade de Morro Peixe, Concelho de Guadalupe (zona Norte da Ilha de São Tomé) entrou em funcionamento, oficialmente em 23 de fevereiro de 2016, após as novas restruturações também financiadas pelo FFEM. No entanto iniciou atividade no início da temporada de desova das tartarugas marinhas (outubro/novembro de 2015). O museu disponibiliza de um espaço (Figura nº 16) constituído por 3 zonas distintas: um espaço de exposição, um espaço de apoio aos voluntários e um centro de recuperação de ninhos de tartarugas marinhas durante a temporada de desova.

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Figura nº 16 - Planta do Museu do Mar e da Pesca Artesanal (casa restruturada com 54 m² de área, esta casa tem um andar)

O primeiro espaço dispõe de uma sala de exposição, na qual se expõem as atividades piscatórias tradicionais do arquipélago e onde se faz uma abordagem aos cetáceos e a outros animais marinhos endógenos, como as tartarugas. Dispõe também de um espaço lúdico direcionado às crianças, permitindo desenvolver trabalho de sensibilização e aprendizagem sobre o mar e sobre os animais marinhos existentes em São Tomé e Príncipe. Neste espaço existe ainda uma zona destinada à venda de produtos artesanais feitos na comunidade, possibilitando, desta forma obter algum rendimento económico para a população local.

O segundo espaço destina-se ao apoio logístico aos voluntários e colaboradores do programa Tatô, dispondo, para o efeito, de um quarto para duas pessoas, sala de arrumações para depósito de materiais de campo relativamente à proteção das tartarugas marinhas e à observação de cetáceos, cozinha, casa de banho e uma sala de estar usada também como local para a realização dos briefings iniciais das tours.

Por fim, o espaço destinado ao centro de incubação de ninhos de tartarugas marinhas envolve uma área de areia de 5 metros de comprimento por 3 metros de largura, com 3 metros de profundidade, podendo albergar até 100 ninhos.

5. Os intervenientes

A responsabilidade da gestão do museu é da entidade não-governamental MARAPA. No entanto, existe a colaboração de outra entidade não-governamental (ATM) no aconselhamento e desenvolvimento de algumas atividades relacionadas com a casa.

ONG MARAPA (Mar Ambiente e Pesca Artesanal)

Fundada em 1999, a ONG local MARAPA tem uma larga experiência em gestão de projetos em São Tomé e Príncipe. É composta por técnicos e gestores com formação académica em várias áreas (nomeadamente, biologia marinha, gestão de recursos marinhos, conservação e Ecoturismo), sendo considerada uma das principais ONGs do país. O seu trabalho centra-se no apoio à pesca artesanal nacional a diferentes níveis, incluindo a produção, comercialização e processamento de peixe capturado por algumas associações de pescadores. A MARAPA também providencia formação sobre a melhoria do equipamento e infraestruturas a serem utilizadas no setor das pescas, aumentando a participação dos pescadores e palaiês nas estratégias de desenvolvimento do setor, a fim de garantir um desenvolvimento sustentável da pesca artesanal de S. Tomé e Príncipe. Outro objetivo desta ONG é a conservação da biodiversidade marinha, promovendo ao mesmo tempo

ações de sensibilização do público e o desenvolvimento de projetos comunitários de conservação de espécies marinhas emblemáticas com base em atividades ecoturísticas, como tartarugas marinhas e cetáceos, através do Programa Tatô e Programa Tunhã, respetivamente.

Associação para a Pesquisa, Proteção e Conservação de Tartarugas Marinhas nos Países Lusófonos (ATM)

Fundada em 2010, a ATM é uma associação portuguesa sem fins lucrativos cujos seus principais objetivos estão relacionados com a conservação de tartarugas marinhas nos países lusófonos, promovendo um desenvolvimento sustentável em paralelo. Composta por uma equipa multidisciplinar de especialistas em várias áreas de formação e especialização, incluindo a biologia, gestão ambiental, educação, gestão financeira, entre outras. Um dos objetivos da ATM a curto prazo é providenciar recomendações específicas ao setor público e privado para a gestão e recuperação de populações de tartarugas marinhas ameaçadas e vulneráveis de extinção, nos países lusófonos. Está presente em São Tomé e Príncipe desde 2012.

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