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Objetivos, políticas e processos de gestão do risco de crédito

O risco de crédito é definido como a possível perda devido ao incumprimento de um crédito em alguma das suas obrigações contratuais. Este risco é uma parte intrínseca e indissociável do negócio bancário e, por isso, o controlo e a gestão do mesmo são configurados como parte fundamental dentro da própria gestão do Grupo. O Grupo dispõe de uma Política de Risco de Crédito que, além de cumprir a norma aplicável, agrega os princípios e critérios gerais de riscos e estabelece os limites de concentração necessários para garantir uma adequada diversificação da carteira.

Os princípios gerais que regem a Política de Risco de Crédito são os seguintes:

- O Conselho de Administração e outras instâncias administrativas da Gestão do Banco aprovam e

supervisionam a estratégia e a política de gestão da Entidade. A definição dos procedimentos de admissão, acompanhamento e recuperação realiza-se centralizadamente, sendo a sua execução delegada para as áreas de negócio, sob um esquema comum de atribuições.

- É prioritário para o Grupo manter uma gestão eficaz do risco que leve à máxima qualidade da carteira de

créditos. Procura minimizar o risco de insolvência e de concentração, procurando a diversificação e a segmentação do risco, fixando-se como objetivo principal da gestão a minimização de qualquer potencial perda patrimonial.

- O tratamento do risco é integral, não admite funções separadas e centra-se numa visão global do cliente. - Os principais aspetos que devem sustentar a tomada de decisões em matéria de risco de crédito são: a

capacidade de pagamento, a solvência patrimonial, as compensações e a correta identificação dos antecedentes financeiros.

- Para a análise e decisão de qualquer operação de crédito deve-se procurar sempre o equilíbrio e a

correlação ente o destino, o montante, o prazo e a forma de amortização do crédito.

- Toda a gestão de riscos deve fundamentar-se na objetividade, sem preferência pelo critério comercial e

avaliando convenientemente cada pedido de crédito.

- Os poderes para as aprovações de operações de risco são sempre conjuntos, e em caso algum

unipessoais.

- O Grupo potenciará a utilização de modelos internos para a medição do risco, em linha com os requisitos do

Neste sentido, o nosso banco apresenta uma cobertura adequada na sua exposição aos setores da construção e promoção imobiliária, garantias nos empréstimos a agregados familiares para aquisição de habitações superiores à média do setor bancário espanhol, e uma estrutura de financiamento e de balanço equilibrada com uma alta taxa de recursos de clientes financiando o negócio puramente bancário.

Em relação ao Risco do Crédito, partindo da Direção da Divisão de Riscos, o Grupo dispõe de diferentes unidades organizativas responsáveis por diferentes fases do mesmo. A fim de alcançar os seus objetivos, as funções de concessão, acompanhamento e recuperação do crédito têm lugar em diferentes níveis organizativos. O departamento de Análise de Riscos, tal como o seu nome indica, desenvolve as suas funções em matéria de concessão, enquanto o Departamento de Acompanhamento e Modelos de Risco de Crédito realiza o controlo e acompanhamento posteriores à sua concessão. O departamento de Recuperações, juntamente com a Assessoria Jurídica Contenciosa, tem como missão intervir no momento em que o crédito apresenta incidências na sua situação. Da mesma forma, a Divisão de Riscos dispõe de uma área de Gestão do Risco com Grandes Clientes, que concentra a sua atenção nas exposições que, pelo seu tamanho ou importância estratégica, necessitam de um tratamento particular. As funções de concessão e recuperação são coordenadas pela área da Central de Riscos. Finalmente, o departamento de Gestão e Procedimentos e Risco Operacional, juntamente com a área de Controlo Global do Risco, é responsável pela implantação correta das operações, do controlo dos mesmos, e da gestão e implantação do Risco Operacional no Banco.

Durante o exercício de 2011, o Grupo levou a cabo, seguindo a prática bancária habitual, o refinanciamento ou renegociação de dívidas com o objetivo de obter melhorias nas garantias creditícias dessas operações e de aumentar a probabilidade de cobrabilidade ou recuperabilidade das mesmas.

A 31 de dezembro de 2011, os ativos duvidosos ascendiam no Banco a 2 097 437 milhares de euros, para os quais se dispõe de fundos específicos para a cobertura de imparidade de 837 244 milhares de euros, o que supõe uma cobertura média de 39,92%. Além disso, a 31 de dezembro de 2011, o Banco classificou 1 460 936 milhares de euros como ativos de risco subpadrão, para os quais se dispõe de fundos específicos para a cobertura de imparidade de 386 277 milhares de euros. Existe ainda uma cobertura genérica de perda por imparidade de investimentos de crédito no montante de 101 553 milhares de euros.

Ao fecho do exercício de 2011, os passivos contingentes duvidosos ascendem a 86 072 milhares de euros, para os quais se dispõe de fundos específicos para a cobertura de imparidade de 42 040 milhares de euros. Para além disso, os passivos contingentes considerados como risco subpadrão ascendiam aos 39 326 milhares de euros e, para os mesmos, conta-se com coberturas de perdas por imparidade no montante de 4 555 milhares de euros. Adicionalmente, existe uma cobertura genérica de perda por imparidade para riscos contingentes no montante de 3 081 milhares de euros.

Conforme o estabelecido no Anexo IX da Circular n.º 4/2004 do Banco de Espanha, a Caja España de Inversiones, enquanto se desenvolvem os métodos de cálculo de coberturas coletivas para coberturas específicas em função da antiguidade dos montantes não pagos, aplica as percentagens de cobertura por calendário de mora estabelecidas pelo Banco de Espanha. Da mesma forma, para estimar a cobertura genérica utilizam-se, também, os parâmetros estabelecidos na norma mencionada. As coberturas subpadrão oscilam normalmente entre 5% e 20% do risco, em função do tipo de garantia das operações.

Nível máximo de exposição ao risco de crédito

O risco de crédito máximo, ao qual o Grupo está exposto, mede-se, para os ativos financeiros avaliados ao seu custo amortizado, pelo referido custo amortizado. Para os ativos financeiros sob a forma de instrumentos de dívida também se mede o seu custo amortizado, salvo se se encontrarem classificados na carteira de negociação, em cujo caso se mede pelo seu justo valor. É necessário indicar que, dado que na informação oferecida nestas contas anuais sobre o risco de crédito a que o Grupo se encontra exposto, não é considerada a existência de garantias recebidas, estes dados diferem das análises da exposição ao risco de crédito que o Grupo realiza internamente.

O quadro seguinte mostra o nível máximo de exposição ao risco de crédito assumido pelo Grupo a 31 de dezembro de 2011 para cada classe de instrumentos financeiros, sem deduzir do mesmo as garantias reais nem outras melhorias de crédito recebidas para assegurar o cumprimento dos devedores:

Milhares de Euros Saldos de ativo

Ativos financeiros ao justo valor com variações em ganhos e perdas

Classes de instrumentos Carteira de negociação Outros ativos

Ativos financeiros disponíveis para venda Investimentos a crédito Carteira de investimento a vencimento Derivados de cobertura Contas de ordem Total Instrumentos de dívida- Depósitos em entidades de crédito - - - 866 048 - - - 866 048 Valores negociáveis 59 269 8 190 2 599 592 2 379 134 5 507 994 - - 10 554 179 Crédito a clientes - - 25 373 997 - - - 25 373 997 Derivados 35 234 - - - - 208 070 - 243 304 Riscos contingentes - - - - - - 982 127 982 127 Compromissos contingentes - - - - - - 3 303 474 3 303 474 NÍVEL MÁXIMO DE EXPOSIÇÃO AO RISCO DE CRÉDITO 94 503 8 190 2 599 592 28 619 179 5 507 994 208 070 4 285 601 41 313 129

No que diz respeito à informação apresentada nos quadros anteriores, é necessário salientar que:

- Os dados relativos aos «Instrumentos de dívida», nos quadros anteriores, registados no ativo do balanço consolidado, são apresentados pelo seu valor contabilístico, líquidos das perdas por imparidade registadas sobre os mesmos e incluem os restantes acertos por valorização.

- A rubrica de «Compromissos contingentes» agrega o montante dos saldos disponíveis sem condição alguma por parte dos devedores.

- Os riscos contingentes encontram-se registados pelo montante máximo assegurado pelo Banco. De uma forma geral, estima-se que a maioria destes saldos atingirá o seu vencimento sem supor uma necessidade real de financiamento por parte da entidade.