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A edificação que serviu como objeto de estudo possui área construída de aproximadamente 172 m², conforme planta baixa, cortes e perspectiva apresentados na Figura 5, 6 e 7 e no quadro de áreas (Quadro 5), com proposta de implementação em diversos municípios catarinenses.

O projeto padrão desenvolvido para a edificação contempla diferentes disciplinas de projeto, sendo elas: arquitetura, estrutura, instalações elétricas, instalações hidrossanitárias e prevenção contra incêndio. Todos os projetos foram desenvolvidos pelo Governo do Estado, através da SPG.

Figura 5 - Planta baixa mobiliada do projeto padrão CRAS desenvolvido em BIM

Fonte: SPG (2017).

Figura 6 - Corte transversal e longitudinal do projeto padrão CRAS em BIM

Fonte: SPG (2017).

De acordo com o projeto padrão do CRAS, a edificação deve possuir inserção em terreno plano e contempla estrutura em concreto armado convencional e lajes do tipo pré-fabricadas. As paredes de vedação são executadas com tijolos comuns de seis furos com revestimento de chapisco e reboco, de acordo com o memorial descritivo do projeto. A cobertura da edificação é composta de estrutura de madeira apoiada na laje de cobertura e o telhado possui telhas de fibrocimento. A edificação possui portas internas de madeira e portas externas e janelas em alumínio anodizado. Com relação aos revestimentos e acabamentos, o projeto especifica a utilização de piso e rodapé cerâmico, pisos podotáteis em áreas externas e internas de concreto e de borracha, respectivamente. Os banheiros e cozinha possuem as paredes revestidas com azulejos até o teto. As fachadas são revestidas com

revestimentos cerâmicos em duas cores e, também, aplicação de uma demão de selador e duas demãos de tinta acrílica, conforme projeto de fachadas.

Figura 7 - Perspectiva do projeto padrão CRAS desenvolvido em BIM

Fonte: SPG (2017).

Quadro 5 - Programa de Necessidades do projeto padrão CRAS

Ambiente Área (m²) Área Externa 7,72 Recepção 24,16 Sala Multiuso 33,72 Área Externa 19,23 Circulação 13,04

Sala Atendimento Familiar 11,54

Sanitário PNE Masculino 3,00

Sanitário PNE Feminino 3,00

Área de Serviço 3,58 Almoxarifado 4,85 Cozinha 5,08 Sanitário Masculino 2,26 Sanitário Feminino 2,26 Sala de Coordenação 19,57

Área Total Interna 141,13

Área Total Construída 171,66

Fonte: SPG (2017).

As dimensões do projeto podem sofrer adaptações para a fase de construção, visto que este é um projeto padrão que depende das circunstâncias de cada gleba e

do código de obras de cada município. Para minimizar os ajustes necessários, o projeto indica que seja escolhido um terreno plano, estável, com solo e orientação solar adequados. Além disso, é feito um apontamento dos itens que poderão ser ajustados, preferencialmente.

Este projeto possui 61 edificações licitadas e, destas, 46 já construídas em diferentes cidades do estado de Santa Catarina (SC), com projetos desenvolvidos em processo tradicional CAD, denominado neste trabalho como Edital A. Além dessas edificações, estão sendo construídas edificações para o CRAS em outros 50 municípios de SC, porém com projeto desenvolvido em BIM, denominado como Edital B.

O projeto do CRAS, realizado no âmbito do Edital A, utilizando o processo tradicional CAD, possui um programa de necessidades e área construída similar ao projeto realizado no Edital B, cujo desenvolvimento de projeto foi realizado pelo processo BIM, através de uma iniciativa do governo de SC, principalmente da SPG, para dar andamento à implementação da tecnologia em obras públicas estaduais.

As obras do Edital A do CRAS ocorreram por meio de 10 contratos, cada um formado por um conjunto de obras em diferentes cidades, porém não necessariamente em regiões próximas, variando de 4 a 10 cidades/obras por contrato (ver Anexo A). Todas as obras são baseadas no mesmo projeto básico, porém com as variações de acordo com o terreno disponibilizado pelas prefeituras municipais. As prefeituras seriam responsáveis pela escolha e liberação do terreno, que deveria ser plano, responsabilizando-se por aterros e outros serviços necessários do terreno e pavimentação do passeio. Observa-se que de 10 contratos, tem-se 8 empresas diferentes, de forma que 2 empresas possuem 2 contratos.

As obras do Edital B com projeto desenvolvido no processo BIM ocorreram por meio de 3 editais de licitação para construção, com 50 contratos, cada um corresponde a obra de uma cidade (ver Anexo B) e encontra-se em fase de construção, contando com algumas obras já concluídas. O início das obras do primeiro edital ocorreu em 18 de outubro de 2017 sendo que o prazo previsto para finalização das obras é de 180 dias, ou seja, cerca de seis meses de duração, com data prevista para conclusão em 16 de abril de 2018. Com relação à contrapartida das prefeituras, neste Edital elas foram responsáveis pela escolha do terreno, conforme análise de localização do público atendido pelo CRAS em cada município, de acordo com a Secretária de Assistência Social do município de Sombrio. Além do terreno, as

prefeituras deveriam entregar o terreno plano, responsabilizando-se por aterros necessários, com as instalações provisórias de água e energia elétrica, calçada e com os muros laterais e de fundos do terreno. É possível observar pelas empresas contratadas que das 50 obras, tem-se 21 empresas diferentes, sendo que 10 construtoras possuem somente um contrato.

A etapa de fiscalização das obras nos dois Editais foi realizada através dos fiscais das Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs), sendo os responsáveis pela verificação da execução da obra e se está sendo feita de acordo com o projeto. A SPG mantém o acompanhamento dos relatórios preenchidos pelos fiscais das ADRs e é nesse relatório que se baseia a aprovação de medições, liberação de pagamentos, acompanhamento dos pedidos de aditivos, entre outros.

O processo de pedido e aprovação de aditivos ocorre da seguinte forma para as obras do CRAS: primeiro o fiscal das ADRs lança o pedido via sistema SICOP, conforme a demanda da obra, posteriormente é enviado à Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação (SST) para avaliação com parecer jurídico, depois é passado para aprovação na SPG e, por fim, retorna à SST para liberação final do aditivo.