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Obra 2

No documento Santa Cruz do Sul 2012 (páginas 56-61)

A obra fica localizada na Rua Carlos Trein Filho, no centro da cidade de Santa Cruz do Sul, com uma área aproximada de construção total de 1.300,00 m². Este prédio será destinado a um centro comercial com parte de sua edificação com dois andares e outra parte com um andar.

Por se tratar de um centro comercial há uma área grande sem divisórias, sendo assim, há vigas e pilares construídos da maneira convencional do sistema construtivo de concreto armado. Já nos locais onde é executado divisórias, com blocos de vedação de 9 furos, está sendo executado o sistema em estudo: vigas apoiadas diretamente nas paredes de vedação, sem encunhamento.

Figura 31 - Vista da obra visitada

Fonte: Diani Rizzetti Sopelsa

Nesta obra a parede é executada até o nível da viga, após isso são montados os pilares com as armaduras e fôrmas necessárias, e se prossegue com a concretagem. Logo em seguida inicia-se a montagem das fôrmas e armaduras das vigas e lajes.

Durante as visitas pode-se acompanhar a execução destas etapas, sendo que não pode ser acompanhado a parte de execução das instalações hidrossanitárias e elétricas.

Não há projeto de fôrmas e de escoramento, essas etapas são construídas

O tipo de laje utilizado é treliçada, onde a vigota é pré-moldada com armadura treliçada. O escoramento da laje é mantido por cerca de 21 dias, após isso, inicia-se a retirada das escoras. Antes desse prazo são retiradas algumas escoras de modo empírico, conforme a necessidade de deslocamentos dentro da obra.

A obra não possui sistema de controle e conferências dos serviços executados, onde o mestre de obras é o responsável por fiscalizar os serviços dos trabalhadores.

6.2.1 Descrição dos materiais

Após visitas a obra serão descritos os materiais utilizados, sendo abordados os que são relevantes a este estudo: bloco cerâmico, argamassa de assentamento e concreto.

6.2.1.1 Bloco Cerâmico

O bloco cerâmico utilizado para execução de todas as alvenarias é de 9 furos, com as dimensões de 14x19x24 cm, o qual tem sua função restrita apenas a vedação. O bloco é fabricado na região do Vale do Rio Pardo em uma cerâmica de grande porte. A empresa não realiza ensaios para os blocos 9 furos, pois segundo justificativa da mesma, esses blocos são poucos procurados pela construção civil.

Para os blocos 6 furos são realizados ensaios para determinação das

características geométricas, verificação da resistência à compressão e determinação da massa seca e do índice de absorção de água.

Figura 32 – Bloco cerâmico 9 furos de vedação utilizado no empreendimento

Fonte: Diani Rizzetti Sopelsa

6.2.1.2 Argamassa de assentamento

Assim como a outra obra citada, esta também não utiliza argamassa industrializada, sendo um operário responsável pela produção da mesma.

Para o assentamento dos blocos é utilizada argamassa de cimento, cal e areia, sendo o traço de 1:1:6 respectivamente, em volume. Ainda na dosagem da argamassa é utilizado um aditivo plastificante, sendo que não há uma medida estipulada, sua utilização visa melhorar a trabalhabilidade da argamassa e quem define a medida é o operador da betoneira, conforme o pedido dos pedreiros.

Para a dosagem dos materiais são empregados baldes, tanto para o cimento, quando areia e cal e para a dosagem da água é utilizada uma mangueira.

6.2.1.3 Concreto

Quando a concretagem acontece em grandes volumes, o concreto é usinado Porém em algumas situações, onde o volume demandado é menor (até mais ou menos 2,0 m³) o concreto é produzido na própria obra.

6.2.2 Desconformidades na execução

Nas visitas realizadas à obra pode-se observar algumas desconformidades das etapas de execução, ligadas a alvenaria de vedação e estruturas de concreto armado.

Uma desconformidade está ligada ao assentamento da alvenaria: este não tem padronização, sendo notável a diferença nas fiadas. Na Figura 33 observamos que até uma certa altura a alvenaria mantém um nível de qualidade adequado de assentamento, quando de uma certa fiada para cima muda totalmente a qualidade, com variação de espessura de juntas, tantos das transversais como longitudinais, mostrando assim a falta de padronização. Ainda, nota-se que há, inclusive, a falta de argamassa no preenchimento dos juntas.

Figura 33 – Alvenaria com assentamento não uniforme

Fonte: Diani Rizzetti Sopelsa

Na obra, constatou-se muitos blocos assentados com quebras, gerando a falta de pedaços das peças nos cantos. Na Figura 34 esta destacado esta ocorrência.

Figura 34 – Alvenaria com assentamento não uniforme

Fonte: Diani Rizzetti Sopelsa

7 DESCRIÇÃO DO SISTEMA CONSTRUTIVO

A descrição do sistema construtivo em estudo se deu através de visitas a obras, onde foram observadas as etapas de construção e colhidas informações através de conversas com a mão-de-obra responsável pela execução.

Foram observadas somente as etapas relacionadas à estrutura, alvenaria e instalações.

Observou-se também uma variação nas etapas de construção de uma obra para outra. Esta variação está relacionada à construção dos pilares que podem obedecer as seguintes sequências:

• Pilares executados em duas etapas: primeiramente é elevada a alvenaria até a altura de 1,4 metros, após isso iniciam-se os trabalhos relacionados aos pilares, como construção das fôrmas e colocação de armaduras, concretando os pilares até a mesma altura das alvenarias. Conclui-se a altura total da alvenaria e, após isso, conclui-se a concretagem dos pilares;

• Pilares executados após a execução das alvenarias: São erguidas as alvenarias até a altura do pé-direito e após é executado os pilares;

• Pilares executados antes das alvenarias: são executados os pilares até a altura do pé-direito e após isso as alvenarias são embutidas;

No entanto, a construção das vigas acontece somente após a conclusão tanto dos pilares como das alvenarias, sendo esta apoiada diretamente nas paredes, como será descrito a seguir.

No documento Santa Cruz do Sul 2012 (páginas 56-61)

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