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Atividades inovativas são as atividades que a empresa empreende para inovar. Por outras palavras, as atividades inovativas são todas aquelas etapas científicas, tecnológicas, organizacionais e comerciais, incluindo investimento em novas formas de conhecimento, que visam à inovação de produtos e/ou processos. Isto é, são todas as atividades necessárias para o desenvolvimento e implementação de produtos e processos tecnologicamente novos ou aperfeiçoados (OCDE, 2005)

Estas atividades, de maneira geral, podem se desenvolver tanto dentro como fora da empresa (e internalizadas através da aquisição de um serviço).

As categorias de atividades inovativas listadas pela PINTEC 2005 são as seguintes:

Atividades internas de P&D - compreende o trabalho criativo, empreendido de forma sistemática, com o objetivo de aumentar o acervo de conhecimentos e o uso destes conhecimentos para desenvolver novas aplicações, tais como produtos ou processos novos ou tecnologicamente aprimorados. O desenho, a construção e o teste de protótipos e de instalações piloto constituem, muitas vezes, a fase mais importante das atividades de P&D. Inclui também o desenvolvimento de software, desde que este envolva um avanço tecnológico ou científico;

Aquisição externa de P&D - compreende as atividades descritas acima, realizadas por outra organização (empresas ou instituições tecnológicas) e adquiridas pela empresa;

Aquisição de outros conhecimentos externos - compreende os acordos de transferência de tecnologia originados da compra de licença de direitos de exploração de patentes e uso de marcas, aquisição de know- how e outros tipos de conhecimentos técnico-científicos de terceiros, para que a empresa desenvolva ou implemente inovações;

Aquisição de software - compreende a aquisição de software (de desenho, engenharia, de processamento e transmissão de dados, voz, gráficos, vídeos, para automatização de processos, etc.), especificamente comprados para a implementação de produtos ou processos novos ou tecnologicamente aperfeiçoados. Não inclui aqueles registrados em atividades internas de P&D;

Aquisição de máquinas e equipamentos - compreende a aquisição de máquinas, equipamentos, hardware, especificamente comprados para a implementação de produtos ou processos novos ou tecnologicamente

aperfeiçoados;

Treinamento - compreende o treinamento orientado ao desenvolvimento de produtos/processos tecnologicamente novos ou significativamente aperfeiçoados e relacionados às atividades inovativas da empresa, podendo incluir aquisição de serviços técnicos especializados externos;

Introdução das inovações tecnológicas no mercado - compreende as atividades de comercialização, diretamente ligadas ao lançamento de produto tecnologicamente novo ou aperfeiçoado, podendo incluir: pesquisa de mercado, teste de mercado e publicidade para o lançamento. Exclui a construção de redes dedistribuição de mercado para as inovações;

Projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e distribuição - refere-se aos procedimentos e preparações técnicas para efetivar a implementação de inovações de produto ou processo. Inclui plantas e desenhos orientados para definir procedimentos, especificações técnicas e características operacionais necessárias à implementação de inovações de processo ou de produto. Inclui mudanças nos procedimentos de produção e controle de qualidade, métodos e padrões de trabalho e software requeridos à implementação de produtos ou processos tecnologicamente novos ou aperfeiçoados, assim como as atividades de tecnologia industrial básica (metrologia, normalização e avaliação de conformidade), os ensaios e testes (que não são incluídos em P&D) para registro final do produto e para o início efetivo da produção.

Quadro 2 – Categorias de atividades inovativas Fonte: PINTEC 2005

Entendida como pedra angular para as concorrências por mercados - quer sejam entre nações, quer sejam entre empresas - as atividades de inovação de produtos e processos devem ser alvo permanente de atenção, as quais devem visar à superação dos fatores que a obstaculizam. Sua importância explica os esforços empreendidos por diversos atores para melhor operá-la. O Manual de Oslo15 representa um desses esforços.

Concebido com o patrocínio da OCDE, da Comissão Européia e de importantes instituições voltadas para a promoção da inovação tecnológica, o Manual de Oslo reúne um conjunto de diretrizes para a coleta e a interpretação de dados sobre o processo de inovação, consagradas internacionalmente.

Como fomentador e indutor da inovação tecnológica, nesses tempos de acirrada concorrência comercial do mundo globalizado, cabe ao Poder Público promover a superação dos obstáculos à inovação por meio de políticas de inovação tecnológica:

[...] os obstáculos à inovação são igualmente importantes para as políticas, pois uma boa parcela das medidas governamentais é, de um jeito ou de outro, alcançada pela superação desses obstáculos. Muitos deles - escassez de experiência, problemas de competência, financiamento e apropriação – são de avaliação relativamente direta com métodos de pesquisa. (OCDE, 1997).

Conforme consagrado no referido manual, são de muitas ordens os obstáculos à inovação tecnológica, que variam conforme aspectos econômicos, sociais, históricos e

15

Parte de uma série de publicações da instituição intergovernamental Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE), o Manual de Oslo tem o objetivo de orientar e padronizar conceitos, metodologias e construção de estatísticas e indicadores de pesquisa de P&D de países industrializados. A terceira edição (2005) do Manual de Oslo foi traduzido para o português sob a responsabilidade da FINEP.

culturais. Entretanto, vislumbra-se a forte ocorrência de determinadas categorias: a escassez de experiência, os problemas de competência, o financiamento e a apropriação se constituem nos principais obstáculos à inovação e se desdobram nos seguintes fatores:

ƒ Fatores Relativos ao Custo: riscos percebidos como excessivos, custo muito elevado, carência de financiamento interno, carência de financiamento de outras fontes (capital de risco, fontes públicas de financiamento);

ƒ Fatores Relativos aos Conhecimentos: potencial inovador insuficiente, carência de

pessoal qualificado, carência de informações sobre tecnologia, carência de informações sobre os mercados, deficiências na disponibilização de serviços externos, dificuldade de encontrar parceiros para cooperação, inflexibilidades organizacionais no interior da empresa:

ƒ Fatores de mercado: demanda incerta para bens ou serviços inovadores, mercado

potencial dominado pelas empresas estabelecidas;

ƒ Fatores institucionais: carência de infraestrutura, fragilidade dos direitos de

propriedade.

3.4 SISTEMA NACIONAL DE INOVAÇÃO: UMA ABORDAGEM NEO-

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