4. MATERIAL E MÉTODOS
4.8. Obtenção dos coeficientes de degradação Erro! Indicador não definido.
A degradação do resíduo foi modelada mediante o ajuste de equações de regressão exponenciais simples de cinética química de primeira ordem, tal como propostas por Stanford e Smith (1972), para descrição da mineralização do CO (Equação 1) e do NO (Equação 2) no solo.
𝐂 𝐢 = 𝐂 ( − −𝐤 .)
𝐢 𝐢 = 𝐢 ( − −𝐤 . )
em que:
CO(min) - Concentração acumulada de carbono orgânico mineralizado no
experimento de campo em dag kg-1 (COfo) ou no experimento de laboratório
em mg kg-1 (C-CO2), em determinado tempo (t);
CO(0) - Concentração de carbono orgânico potencialmente mineralizável no
experimento de campo em dag kg-1 (COfo) ou no experimento de laboratório
em mg kg-1 (C-CO2);
kc - Coeficiente de mineralização do CO (d-1);
t - Tempo decorrido após a incubação do material orgânico com o solo (d); Nino(disp) - Concentração acumulada de nitrogênio inorgânico disponibilizado
em determinado tempo (t) (mg kg-1), no experimento de campo e laboratório;
Nino(0) - Concentração de nitrogênio inorgânico potencialmente
disponibilizável no solo (mg kg-1), no experimento de campo e laboratório;
kn - Coeficiente de disponibilização do Nino (d-1).
Para o experimento de campo, as concentrações de carbono orgânico mineralizado e nitrogênio inorgânico disponibilizado em determinado tempo, respectivamente CO(min) e Nino(disp), foram obtidas pelas diferenças entre as
concentrações atuais e as quantificadas na data imediatamente posterior substituindo-se os valores negativos por “zero” e, então somadas para se
obter as concentrações acumuladas até o tempo determinado. Para o experimento de laboratório, as concentrações de carbono orgânico e nitrogênio inorgânico medidas foram considerados, respectivamente como os valores mineralizados e disponibilizados, em determinado tempo. As concentrações acumuladas foram obtidas somando-se os valores quantificados até o tempo determinado.
A cinética de mineralização, os potenciais de mineralização (Nino(0) e CO(0)) e os coeficientes de mineralização (k) do NO e CO foram obtidos a partir dos valores acumulados de nitrogênio inorgânico e dos valores de carbono orgânico facilmente oxidável (campo) e de C-CO2 mineralizado (laboratório), durante as 16 semanas de incubação do resíduo, os quais foram ajustados ao modelo matemático por regressão não linear, empregando-se o programa Sigma Plot 12.0.
4.9. Obtenção das frações mineralizadas
As frações mineralizadas do carbono orgânico e do nitrogênio orgânico do resíduo da pupunheira foram calculadas por três métodos propostos por Paula (2012), conforme descrito a seguir.
4.9.1. Método 1: Por meio das Equações 3 e 4, segundo os valores de concentração de carbono e nitrogênio observados no início e final do processo.
𝐂 = 𝐂 𝐓 𝐢 − 𝐂𝐂𝐂 𝐢 − 𝐂 𝐓 𝐢 − 𝐂 𝐂 𝐢
𝐓 𝐢 − 𝐂 𝐂 𝐢 𝐱
em que:
FmCO(ob) (%) - fração mineralizada calculada a partir das concentrações
iniciais e finais observadas de carbono, tomando-se as concentrações de COfo (experimento de campo) e C-CO2 (experimento de laboratório) iniciais
CO(Trat)in - Concentração de COfo (dag kg-1) ou C-CO2 (mg kg-1) do
solo/resíduo, quantificada no início do experimento;
CO(Trat)fin - Concentração de COfo (dag kg-1) ou C-CO2 (mg kg-1) do
solo/resíduo, quantificada no final do experimento;
CO(Cont)in - Concentração de COfo (dag kg-1) ou C-CO2 (mg kg-1) do solo
controle, quantificada no início do experimento;
CO(Cont)fin - Concentração de COfo (dag kg-1) ou C-CO2 (mg kg-1) do solo
controle, quantificada no final do experimento.
𝐢 = 𝐢 𝐓 𝐢 − 𝐢 𝐂 𝐢 − 𝐢 𝐓 𝐢 − 𝐢 𝐂 𝐢
𝐢 𝐓 𝐢 − 𝒊 𝐂 𝐢 𝐱
em que:
FdNino(ob) (%) fração de disponibilização calculada a partir dos valores de
concentrações iniciais e finais observados de nitrogênio inorgânico, tomando-se as concentrações de Nino (experimento de campo e laboratório)
iniciais do resíduo como referencial;
Nino(Trat)in - Concentração de Nino do solo/resíduo, quantificada no início do
experimento (mg kg-1).
Nino(Trat)fin - Concentração de Nino do solo/resíduo, quantificada no final do
experimento (mg kg-1).
Nino(Cont)in - Concentração de Nino do solo controle, quantificada no início do
experimento (mg kg-1).
Nino(Cont)fin - Concentração de Nino do solo controle, quantificada no final do
experimento (mg kg-1).
4.9.2. Método 2: Por meio das Equações 5 e 6 e utilizando-se os valores de concentração de carbono e nitrogênio estimados utilizando as equações exponenciais ajustadas, tal como proposto por Stanford & Smith. Tomaram- se os valores de CO(0) e o Nino(0) do resíduo como referenciais.
FmCO(Est) (%) fração mineralizada calculada a partir das equações
exponenciais ajustadas, tomando-se o CO(0) potencialmente mineralizável do
resíduo como referencial;
CO(min) - Concentração acumulada de COfo ou C-CO2 mineralizados durante
os 112 dias de incubação do resíduo (dag kg-1 ou mg kg-1).
CO0 - CO potencialmente mineralizável do resíduo (dag kg-1 ou mg kg-1).
𝐢 = 𝐢 𝐢
𝐢 𝐱
em que:
FmNO(Est1) (%) - fração mineralizada calculada a partir das equações
exponenciais ajustadas, tomando-se o Nino potencialmente disponibilizável do resíduo como referencial;
Nino(disp) - Concentração acumulada de Nino que foi disponibilizada durante os
112 dias de incubação do resíduo (mg kg-1).
Nino(0) - Nino potencialmente disponibilizável do resíduo (mg kg-1).
4.9.3. Método 3: Por meio das Equações 7 e 8 e utilizando-se os valores acumulados de concentração de carbono orgânicos mineralizado e nitrogênio inorgânico disponibilizado do resíduo estimados. Tomaram-se as concentrações valores de COfo e NO do resíduo como referenciais.
𝐂 =𝐂𝐂 𝐢 𝐱
em que:
FmCO(Est2) (%) - fração mineralizada calculada a partir das concentrações
acumuladas mineralizadas, tomando-se o COdo resíduo como referencial; COm - Concentração acumulada de COfo ou C-CO2 mineralizados durante os
COfo - Carbono orgânico facilmente oxidável do resíduo (dag kg-1 ou mg kg- 1).
𝐢 = 𝐢 𝐢 𝐱
em que:
FdNino(Est2) (%) - fração mineralizada calculada a partir das concentrações
acumuladas disponibilizadas, tomando-se o NO do resíduo como referencial; Nino(disp) - Concentração acumulada de Nino que foi disponibilizada durante os
112 dias de incubação do resíduo (mg kg-1).
NO- Nitrogênio orgânico do resíduo (mg kg-1).
Todas os valores apresentados estão foram calculados e estimados em relação a massa fresca do resíduo. No cálculo das quantidades mineralizadas, utilizadas no ajuste das equações, para o experimento de campo, os valores de COfo e Nino quantificados nas parcelas controle não foram descontados dos valores de COfo e Nino medidos nas parcelas em que o resíduo foi aplicado superficialmente, visto que, somente o resíduo em superfície foi analisado. Em todos os outros tratamentos e condições, os valores obtidos para o solo controle foram descontados dos valores obtidos nas parcelas em que o resíduo foi adicionado.
Considerando a variabilidade comum nos resultados quantificados em laboratório, calculou-se, também, conforme recomendado por Paula (2012), a fração disponibilizada de Nino utilizando-se as médias dos dois primeiros e dos dois últimos resultados observados.