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OBTENÇÃO DOS DADOS DE ENTRADA DO MODELO PARA O ESTADO

No documento Perda da qualidade da água: (páginas 46-52)

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 OBTENÇÃO DOS DADOS DE ENTRADA DO MODELO PARA O ESTADO

Para aplicação do modelo de perda de solo do software InVEST® foi necessária a delimitação da bacia hidrográfica de interesse, suas sub-bacias, fator de erosividade da chuva, fator de erodibilidade do solo, modelo digital do terreno, mapa de uso do solo, fator de cobertura do solo (Fator C) e o fator de práticas conservacionistas (Fator P). A forma de obtenção destes dados de entrada, para o estado do Paraná, será explicada a seguir.

4.1.1 Delimitação das bacias de mananciais e suas sub-bacias

Para delimitação das bacias de mananciais do Paraná sob responsabilidade da SANEPAR, primeiramente e necessária a localização espacial dos pontos de captação de água superficial. A localização dos pontos de captação de água da SANEPAR (260 pontos) foram fornecidos pela empresa em meio digital no formato shapefile (SANEPAR SIA, 2014), que consiste em um arquivo de dados georreferenciados em formato de vetor.

O traçado das bacias de mananciais e respectivas sub-bacias foi feito utilizando-se as Ottobacias1 do Estado do Paraná, produto oriundo do projeto denominado de Base Hidrográfica do Estado do Paraná – 1:50.000 concluído em 2011 (AGUASPARANÁ, 2011).

Todos os dados referentes ao projeto Base Hidrográfica do Estado do Paraná foram obtidos por meio do Instituto das Águas do Paraná, autarquia vinculada a Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

4.1.2 Erosividade da chuva – Fator R

A erosividade das chuvas para o estado do Paraná foi obtida de Waltrick (2010), o qual determinou a erosividade da chuva para 114 estações pluviométricas, que possuíam séries históricas completas no período de 1986 a 2008 e por interpolação foi gerado um mapa de erosividade da chuva (mapa Isoerodente) para todo o Paraná.

4.1.3 Erodibilidade do solo – Fator K

Para a determinação da erodibilidade do solo, primeiramente foi necessário identificar os tipos de solos presentes em cada bacia de manancial. A informação dos tipos de solo presente em cada bacia foi obtida do Mapa de Solos do Paraná (IAPAR, 2008), trabalho produzido em conjunto entre a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), no ano de 2008.

A erodibilidade de cada tipo de solo foi obtida através de Gómez (2012), o qual compilou dados da literatura de diversos pesquisadores no cálculo do fator K,

1 Ottobacias do Estado do Paraná: resultante da hierarquização das áreas de contribuição hídrica, definidas a partir da metodologia de Otto Pfastetter (ANA, 2007). É uma bacia relacionada à rede hídrica através de um código hierárquico sendo que para cada trecho da rede existe uma ottobacia.

para vários tipos de solos encontrados no Brasil e então definiu um valor médio para o fator K.

Os valores médios para o fator K dos principais solos são mostrados na tabela 3. Entretanto, um mesmo tipo de solo pode apresentar erodibilidade diferente, dependendo de fatores como a textura, teor de matéria orgânica e agregação.

TABELA 3 – VALORES MÉDIO DO FATOR K

TIPO DE SOLOS VALOR MÉDIO DE K

(t.h.MJ-1.mm-1)

Argissolos 0,04825

Cambissolos 0,05082

Chernossolos 0,03090

Espodossolos 0,05925

Gleissolos 0,03612

Latossolos 0,01625

Neossolos 0,03506

Nitossolos 0,02375

Organossolos 0,06097

Planossolos 0,00974

FONTE: GÓMEZ (2012)

4.1.4 Modelo Digital do Terreno – MDT

Modelo Digital do Terreno é um arquivo digital que representa a variação do relevo de uma determinada porção da superfície terrestre ( Figura 18). Em um MDT cada coordenada de um mapa, de uma determinada região, possui um valor numérico da altitude do ponto em relação ao nível do mar. Por meio do MDT o software InVEST® calcula o fator LS (um dos parâmetros da USLE).

O MDT do estado do Paraná foi obtido do projeto denominado de Base Hidrográfica do Estado do Paraná – 1:50.000 concluído em 2011 (AGUASPARANÁ,

2011), que além das ottobacias (citadas no item 4.1.1), produziu Mapa de Relevo do Estado2.

FIGURA 18 – VISUALIZAÇÃO DO MDT DE UMA BACIA DE MANANCIAL

FONTE: Adaptado de AGUASPARANÁ (2011)

Para a obtenção do MDT, referente a cada bacia de manancial, foi utilizado o Mapa de Relevo, um dos produtos do projeto Base Hidrográfica do Estado do Paraná – 1:50.000 (AGUASPARANÁ, 2011).

4.1.5 Uso e cobertura do solo

O uso e cobertura do solo das bacias de mananciais foi obtido por meio dos Mapas de Uso e Cobertura da Terra do Estado do Paraná (SEDU, 2005). A

2 Mapa de Relevo do Estado do Paraná: são curvas de nível de vinte em vinte metros e pontos cotados com as devidas coordenadas e o valor da altitude do ponto, que geraram o respectivo Modelo Digital de Terreno. Teve como base as carta topográficas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na escala 1:50.000.

confecção destes mapas foi realizada por empresa contratada pela Secretaria do Desenvolvimento Urbano (SEDU) no ano de 2005. Foram gerados a partir de imagens de satélite (SPOT-5) que abrangem todo o estado. A técnica utilizada para elaboração dos mapas, pela empresa contratada, foi a fotointerpretação das imagens de satélite, que consiste na análise da imagem, observando-se objetos, feições naturais ou alterações, conduzindo à análise da paisagem.

Como exemplo, na Figura 19 é mostrado o recorte de uma imagem proveniente do satélite SPOT-5 e o seu respectivo mapa de uso e cobertura da terra da região de Cascavel. Cada cor no mapa foi utilizada para diferenciar o tipo de classe de uso do solo.

FIGURA 19 - IMAGEM DE SATÉLITE SPOT-5 (a) E SEU RESPECTIVO USO DO SOLO (b) FONTE: ADAPTADO DE SEDU (2005)

As especificações das classes de uso e ocupação do solo que estão identificadas na Figura 19 (b) são mostradas na Figura 20.

a) b)

USO DO SOLO

FIGURA 20 – CLASSES DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

FONTE: Adaptado de SEDU (2005)

4.1.6 Fator de cobertura do solo – Fator C

O Fator C para cada classe de uso do solo é definido no InVEST® como um valor numérico entre 1 e 100, que se refere ao potencial de proteção do solo devido ao seu uso e cobertura. Para este trabalho foram utilizados os valores padrão do software. Conforme mostra a Tabela 4, que atribui para cada classe de uso do solo um valor para o Fator C. Quanto maior o valor, menor o potencial de proteção do

Área urbanizada e construída 90

Agricultura anual 60

Pastagens e campo 40

Floresta em estágio inicial 20

Reflorestamento 20

Mata ciliar ou mata de galeria 1

Vegetação de várzea 1

Floresta em estágio médio ou avançado 1 FONTE: UNIVERSIDADE STANFORD (2013)

4.1.7 Fator de práticas conservacionistas – Fator P

Para o presente trabalho não foram definidos os valores do Fator P para cada área agricultável do Paraná, pois o mesmo depende da determinação dos métodos e técnicas de plantio utilizadas. Pode ser obtido através de averiguações em campo ou por fotointerpretação de imagens de satélite ou aéreas, associadas a mapas de declividade do terreno e deve ser feito por técnicos habilitados.

4.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO PARA APLICAÇÃO DO MODELO DE

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