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3.3 Metodologia Aplicada

3.3.3 Processamento Digital das Imagens

3.3.3.4 Obtenção dos Resultados

Após executar o mapeamento, gerando uma imagem de categoria temática, foi efetuada a medida de classes no SPRING, obtendo a quantidade, em hectares, das áreas de cobertura florestal e campo (não cobertura florestal) da Bacia Sanga Sabiá para ambas as épocas (ano de 1985 e ano de 2008).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da classificação das duas datas consideradas, para as classes de Cobertura Florestal e Campo (Não Cobertura Florestal), são mostrados na Tabela 1.

Tabela 1 - Resultados para a quantificação da área total, área de cobertura florestal

e campo, para as imagens de 1985 e 2008.

Classes Imagem de 1985 Imagem de 2008

Hectares % Hectares %

Área Total 3.359,70 - 3.359,70 -

Cobertura Florestal 1.065,24 31,71% 1.923,39 57,25%

Conforme a Tabela 1, o processo de quantificação da área de cobertura florestal existente na Bacia Sanga Sabiá indicou que, para o ano de 1985, havia 1.065,24 hectares de área florestal, o que corresponde a 31,71% da área total da Bacia, e 2.294,46 hectares para a área de campo, correspondendo a 68,29% da Bacia. Para o ano de 2008, quantificou-se uma área de 1.923,39 hectares de área florestal, correspondendo a 57,25% da área total da Bacia, e 1.436,31 hectares para campo, ou seja, 42,75% da Bacia.

Os resultados são mostrados a seguir, graficamente, através da Figura 19.

Figura 19 – Gráfico dos resultados em porcentagem para a quantificação das áreas

de cobertura florestal e campo, para os anos de 1985 e 2008.

Comparando os resultados obtidos das duas imagens, no período entre 1985 e 2008, houve um aumento considerável de 858,15 hectares (25,54%) de área de cobertura florestal. Resultado que também se obteve no trabalho realizado por Kleinpaul et al. (2005), onde ocorreu um aumento de 3.616,78 hectares (10,24%)

na área de cobertura florestal da Bacia Arroio Grande – RS em um período de 18 anos, e no trabalho de Sousa et al. (2007), onde concluíram que houve um aumento de 13,87% de vegetação densa e semidensa no município de Itaporanga – PB em um mesmo período, e relacionaram o fato com a extinção da cotonicultura arbórea e consequente migração da população rural para o meio urbano.

Resultados que não ocorreram no levantamento realizado por Silva e Vieira (2007), no qual observaram uma diminuição significativa da vegetação no município de Uruçuí – PI, que passou de 67,31% no ano de 1993, para 48,57% no ano de 2006, ou seja, ocorreu um decréscimo de 18,74% da vegetação num período de 13 anos, e um aumento considerável das áreas de cultura/pastagem.

Segundo dados levantados pelo Programa Cultivando Água Boa em parte da Bacia Sanga Sabiá, ou seja, 1.915,74 hectares (57,02% da área total), onde 135 propriedades foram visitadas, a Bacia possui uma área de Reserva Legal de 292,41 hectares, mata ciliar de 130,33 hectares, sendo que, para estas propriedades o Programa propôs a recuperação de 100,69 hectares de mata ciliar e 88,98 hectares de Reserva Legal. Considerando que a Bacia possui projetos aprovados pelo Programa Cultivando Água Boa, porém nenhuma ação realizada, os dados levantados revelam que houve aplicabilidade da legislação ambiental, mas que existem áreas a serem adequadas.

Conforme dados da Coordenação do Programa Cultivando Água Boa da Itaipu Binacional, a Cooperativa LAR realizou o plantio (reflorestamento) de

Eucalyptus sp. em toda área da Bacia Sanga Sabiá, nas quais são utilizados para

atender as necessidades de lenha da própria Cooperativa, e também na construção de mourões para cercas.

Sendo assim, os dados levantados pelo Programa Cultivando Água Boa, totalizam uma área de 422,74 hectares entre RL e APP, restando então 435,41 hectares de cobertura florestal na Bacia, que provavelmente são áreas de RL e APP não levantadas pelo Programa, como também áreas de reflorestamento com

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As técnicas utilizadas nas imagens de satélite de 1985 e 2008 possibilitaram a identificação das mudanças ocorridas e a quantificação das áreas de cobertura florestal na Bacia Sanga Sabiá.

O trabalho mostrou que ocorreu um aumento das áreas de cobertura florestal na Bacia, com ocorrência de aplicabilidade da legislação ambiental e áreas de reflorestamento, sendo este um aspecto positivo para a conservação do solo e dos recursos hídricos na área estudada.

Sugere-se a realização de uma visita à campo para validar os resultados obtidos através do processamento digital das imagens, e também para identificação e localização das áreas de reflorestamento e florestas nativas.

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