• Nenhum resultado encontrado

OBTENÇÃO E TRATAMENTO DOS DADOS

4. MATERIAL

4.2 OBTENÇÃO E TRATAMENTO DOS DADOS

Nesta pesquisa, os dados utilizados foram primário e secundários. Os dados primários são oriundos de levantamento de campo, realizado em julho de 2011. Os dados secundários são provenientes de fontes de órgão públicos e pesquisa.

4.2.1 Dados Primários

Os dados primários foram obtidos mediante entrevistas e aplicação de questionários junto às cooperativas agrícolas paranaenses amostradas. O objetivo deste levantamento foi responder qual a participação das cooperativas na produção agrícola do Estado do Paraná e traçar um perfil da sua demanda por lenha. A fase que antecedeu a pesquisa de campo, envolveu visitas técnicas e reuniões com pessoas envolvidas do setor agrícola do Estado do Paraná. Este primeiro contato foi

imprescindível e contribuiu para melhorar o conhecimento sobre o assunto e os itens a serem abordados. Por conseguinte, foi elaborado um questionário piloto, com perguntas abertas e foi aplicado a um grupo afim de moldá-lo até a obtenção de um questionário final. As perguntas abertas, ou, não estruturadas, são interessante do ponto de vista de levantar informações gerais de um determinado tópico (MALHOTRA, 2006). As perguntas não-estruturadas, tem uma influencia tendenciosa menor sobre as respostas, que as perguntas estruturadas. Pois os entrevistados têm liberdade de expressar quaisquer ponto de vista.

O questionário final gerado foi semi-estruturado com perguntas fechadas e abertas, de caráter quali-quantitativo. A estrutura do questionário foi dividida nas seguintes partes:

 Informações gerais sobre a cooperativa.

 Dados qualitativos referente a secagem dos grãos: Esta seção do questionário foi composta de perguntas específicas a respeito dos tipos de combustíveis utilizados para atender a secagem de grãos e as variáveis que envolvem o processo de secagem. As questões foram de múltipla escolha podendo ser assinalada mais de uma alternativa.

 Dados quantitativos sobre produção e secagem dos grãos: Foi levantada informações referente a produção de grãos pelas cooperativas, demanda de lenha anual para secagem de grãos, quantidade de lenha necessária para secar uma tonelada de grão.

 Preço e forma de aquisição da lenha pelas cooperativas.

 Dados referente à áreas com reflorestamento próprio das cooperativas, para fins energéticos: Neste item procurou-se levantar quais as espécies utilizadas nas áreas de reflorestamento das cooperativas, tratos silviculturais adotados, produtividade, custo médio pago para implantação de florestas e tamanho destas áreas. Para classificar o tamanho das áreas de reflorestamento, foi estruturado 4 classes distintas:

Classe 1: 0,1 a 100 ha;

Classe 2: 100,1 – 500 ha;

Classe 4: áreas maiores que 1000 ha.

 Percepção dos entrevistados sobre a oferta futura de lenha no Estado do Paraná.

O período da coleta de dados foi o mês de julho de 2011. Os dados coletados são referentes a safra 2009/2010. Os municípios percorridos pessoalmente e onde foram aplicados os questionários estão relacionados abaixo (QUADRO 6).

Região Municípios

Centro-sul

Lapa, Carambeí, Castro, Guarapuava, Arapoti, Imbituva, Laranjeira do Sul

Oeste Cafelândia, Medianeira, Palotina Centro Oeste Ubiratã, Campo Mourão

Norte Maringá, Londrina, Astorga Noroeste Nova Londrina

Sudoeste São João, Pato Branco, Mariapólis

QUADRO 6. MUNICÍPIOS VISITADOS NA ATIVIDADE DE CAMPO

4.2.1.1 Composição dos custos

Os custos referentes a implantação e manutenção de florestas com fins energéticos, foram obtidos em três empresas que prestam serviço de reflorestamento em todo o Estado do Paraná. Os dados que compõem os custos de produção proposto neste trabalho são nominais, representam uma média para o estado onde estão contemplados os valores pagos ao contratar serviços terceirizados. Os preços8 imputados, são nominais e refere-se ao ano de 2010, período de análise desta pesquisa. Os custos de produção são referentes aos insumos, serviços de implantação e manutenção.

8

A partir desta seção onde há referência aos custo e preço de produção florestal, leia-se: custos e preços nominais.

1) Insumos

Considerou-se como principais insumos: mudas, formicidas, herbicidas, adubos e fertilizantes.

O preço apropriados às mudas referem-se a duas espécies, que são Eucalyptus

benthamii e o Eucalyptus grandis. A escolha destas espécies foi atribuída devidos as

suas características e adaptabilidade climática distintas. O E. benthamii é plantado exclusivamente na região centro-sul, devido sua tolerância a geadas e o E. grandis tem sido amplamente difundido em todas as demais regiões do Paraná. O preço das mudas são por espécie, e uma média de valores praticados no mercado pelos viveiros no Estado do Paraná.

2) Serviços e Mão-de-obra

De acordo com Berger (1985), as estimativas de custos de implantação e manutenção de florestas, são um assunto bastante controverso, visto que há uma variabilidade das operações realizadas, tipos de solo e rendimento operacionais de máquinas e mão-de-obra. Nesta pesquisa foi considerado dois tipos de áreas: mecanizáveis e não mecanizáveis.

Para as áreas mecanizáveis, foram consideradas operações mecânicas, como a subsolagem com fosfato para preparo do terreno, abertura e manutenção de aceiros e transporte de insumos. O preço atribuído é referente ao valor do aluguel do equipamento (hora/máquina). A mão-de-obra para áreas mecanizáveis refere-se a combate de formigas, coroamento, capina química na linha, adubação de base, roçada manual, desrrama.

Os serviços adotados para áreas não mecanizáveis foram: diária para limpeza do terreno (pré-plantio), combate a formigas, abertura de cova, coroamento, abertura de aceiro, adubação de base, capina, roçada, coroamento, manutenção de aceiro, condução de rebrota e desrrama. Os valores utilizados para mão-de-obra imputa oito horas de trabalho do homem por dia. Nestes valores estão inclusos a alimentação, transporte e impostos. Os custo de manutenção foram computados os serviços de roçada e combate a formiga, para cada período de rotação (RODIGHERI, 2007).

4.2.2 Dados Secundários

Os dados secundários foram utilizados para analisar a produção agrícola do Estado do Paraná e responder qual o balanço entre a oferta e demanda de lenha para atender a secagem de grãos estadual. Os dados coletados foram os seguintes:

1) Informações da produção estadual de milho, soja e trigo. A escolha destes grãos deve-se ao fato de serem os mais representativos no Estado do Paraná e produzidos em maior quantidade; além de utilizarem a lenha como o principal combustível para secagem. Foram coletados dados históricos referente a safra 1980/1981 à safra 2010/2011. Os dados coletados foram cedido pelo Departamento de Economia Rural da Secretária de Agricultura e Abastecimento do Paraná (DERAL-SEAB).

2) Outra informação relevante, que faz parte do componente de custos, são valores nominais da terra no Paraná. Os preços de terra foram disponibilizados pela SEAB, por município no estado. Foi utilizado o preço médio por região, para áreas mecanizáveis e não mecanizáveis. Os preço da terra têm como base o ano de 2010.

3) Dados sobre a área de reflorestamento no Paraná. Os dados foram fornecido pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER- PR) e referem-se as áreas de reflorestamento de eucalipto distribuída por região no Estado do Paraná.