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4.4.4.1. Origem e diversidade

4.1.1.2.2. Ocorrências Titanosauria

4.1.1.2.2.1. África

No continente africano, trabalhos mencionando o registro de titanossauros ainda são muito escassos. As ocorrências estão documentadas na região do Saara, nos horizontes do denominado Continente Intercalar. Em depósitos cenomanianos da Formação Baharija foi descrito, por Stromer (1932), um titanossauro denominado Aegyptosaurus baharijensis. Fragmentos de um outro titanossauro, identificado por Paralititan stromeri, foram também registrados nestes horizontes (Smith et al., 2001). Em recentes investigações foi reconhecido um novo saurópodo titanossáurido para estes horizontes estratigráficos (O’Leary et al., 2004).

Em escavações realizadas em sedimentos de Gadoufaua (Niger) foram reconhecidas vértebras de titanossauros basais (Russell, 1996).

Jacobs et al. (1993) documentaram, em depósitos do Eo-Cretáceo de Malawi, Formação Kirkwood, o registro de um titanossauro, identificado como Malawisaurus dixeyi.

Outras ocorrências de materiais referentes a titanossauros, em sedimentos africanos de Niger, Mali e Sul da África, são pouco conhecidas, em função da natureza dos fragmentos resgatados e de seu valor pouco diagnóstico (Lapparent, 1960; Broin et al., 1971; Kennedy et al., 1987; Jacobs et al., 1996; Sereno et al.,1994, 1999).

4.1.1.2.2.2. América do Sul

Para a América do Sul, até o momento, os registros de fragmentos esqueletais publicados referentes a titanossauros, mostram-se abundantes e variados no Cretáceo da Argentina, em especial na região da Patagônia. No Brasil, elementos esqueletais referentes a titanossauros são mais numerosos em depósitos do Cretáceo Superior. Outras ocorrências destes herbívoros, porém em números limitados, foram documentadas em depósitos cretácicos de Uruguai e Chile (Lydekker, 1893; Huene, 1929; Powell, 1986; Bonaparte, 1994; Salgado et al., 1997).

Argentina

Os grupos mais antigos de saurópodos do Clado Titanosauria registrados na Argentina, ocorrem em sedimentos da Formação Rio Limay, Província de Neuquén, Albiano- Cenomaniano. Entre as ocorrências registradas para esta unidade incluem-se Andesaurus

delgadoi, Argentinosaurus hunculensis (Calvo & Bonaparte, 1991; Bonaparte & Coria, 1993).

Este clado se encontra mais amplamente documentado nas formações Rio Neuquén, Rio Colorado e Bajo Barreal. Estas unidades datam aproximadamente os andares Turoniano- Coniaciano. Os titanossauros registrados são Epachthosaurus sciuttoi, Neuquensaurus

australis, Argyrosaurus superbus, Antarctosaurus wichmannianus, Mendozasaurus neguyelap, Rinconsaurus caudamirus (Huene, 1929; Lydekker, 1893; Gonzáles Rica, 2003;

Calvo & Gonzáles Rica, 2003; Martinez et al., 2004).

Um terceiro conjunto de registros documenta uma fauna do Campaniano-Maastrichtiano das formações Allen, Los Alamitos e Angostura Colorada. Inclui saurópodos como

Chubutisaurus insignis, Aeolosaurus, Saltasaurus, Pellegrinisaurus powelli,Rocasaurus muniozi, Bonitasauria salgadoi (Del Corro, 1975; Bonaparte & Powell, 1980; Salgado &

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Brasil

As ocorrências de titanossauros no Brasil são melhor registradas no Neo-Cretáceo (Campaniano-Maastrichtiano) da região Sudeste, em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás (Bertini et al., 2001; Bertini & Santucci, 2000; Santucci & Bertini, 2001; Santucci, 2002).

Para a região de São Paulo e Minas Gerais, foram registrados titanossauros respectivamente nas formações Adamatina, Uberaba e Marília do Grupo Bauru, que são atribuídos ao gênero Aeolosaurus (Bertini et al., 1999a, 1999b). Kellner & de Azevedo (1999) registraram para a Formação Adamantina a espécie Gondwanatitan faustoi. Outras ocorrências de titanossauros, alguns apresentando características basais, têm sido reconhecidas para estes depósitos, porém o material não é considerado suficientemente preservado para fornecer informações taxonômicas adequadas (Bertini & Santucci, 2000).

No Mesocretáceo do Brasil o registro é mais escasso, limitado aos depósitos da Bacia de São Luís-Grajaú (Medeiros, 2001; Medeiros & Schultz 2001, 2002).

4.2. Teropodomorfos

Os teropodomorfos constituem um dos diferentes grupos de dinossauros saurisquianos, com ampla distribuição do Triássico ao Cretáceo (Figura 20). Consistem em um grupo-irmão de Sauropodomorpha, incluíndo diversas formas, de pequeno e grande portes (Dodson, 1990; Sereno, 1995).

Entre prováveis grupos de teropodomorfos antigos incluem-se Eoraptor e

Herrerasaurus, conhecidos por materiais bastante completos. Estes constituem grupos-irmãos

dos Neotheropoda, sendo eventualmente agrupados respectivamente em Ceratosauria e Tetanurae (Sereno 1997, 1999) (Figura 20).

Os ceratossauros apresentam ocorrências ao longo de quase todo o Mesozóico. No Triássico Superior seus registros estendem-se pela Europa e América do Norte. A partir do Jurássico registram-se materiais também na África e Ásia. No início do Cretáceo sua distribuição apresenta expressivas ocorrências na América do Sul, Madagascar e Índia, desde que se considere Abelisauroidea como um Ceratosauria.

Figura 20. Cladograma mostrando a relação filogenética de Theropoda. Fonte: Sereno (1999).

Os tetanuros divididos em Spinosauroidea e Neotetanurae (Sereno et al.,1998) formam um grupo diversificado. Suas primeiras ocorrências remontam ao Neo-Triássico, mas sua maior irradiação iniciou-se a partir do Eo-Jurássico, estendendo-se como formas teropodomorfianas predominantes até o Neo-Cretáceo (Figura 20).

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Spinosauroidea inclui Spinosauridae, grupo com ampla ocorrência de Barremiano até o Cenomaniano, com principais registros norte-africanos, sul-americanos e europeus (Buffetaut, 1989b; Kellner & Campos, 1996; Taquet & Russel, 1998).

Neotetanurae apresenta distribuição ao longo do Jurássico Superior e todo o Cretáceo (Figura 20). Compreende os antigos “Carnosauria” e “Coelurosauria”. Os primeiros são representados por carnívoros/necrófagos de grande porte, que incluem os Carcharodontosauridae (Stromer, 1931), família com ocorrência do Aptiano ao Cenomaniano predominantemente no norte da África e América do Sul (Sereno 1997, 1999).

Registros referentes a grupos carcarodontossáuridos estão documentados na América do Norte (Stovall & Langston, 1950), possivelmente América do Sul (Coria & Salgado, 1995) e África (Stromer, 1931; Sereno et al., 1998; Russell, 1996). Para os depósitos cretácicos africanos, Carcharodontosaurus saharicus (Stromer, 1931, 1934, Lapparent, 1960) e

Spinosaurus (Stromer, 1915) foram documentados em sedimentos cenomanianos da

Formação Baharija (Egito), com base em fragmentos dentários e porções dos esqueletos axial e apendicular. Novos achados se seguiram no norte da África e Niger, muitos de caráter fragmentário. Dentre estes se incluem dentes de Carcharodontosaurus (Bouaziz et al., 1988) e dentes e fragmentos esqueletais de Spinosaurus (Bouaziz et al., 1988; Buffetaut, 1989a, b).

No Brasil, para o Eo-Cretáceo/Meso-Cretáceo, o registro de dinossauros teropodomorfos resume-se a pegadas e a materiais fragmentados nas bacias do Rio do Peixe, Araripe e São Luís-Grajaú (Carvalho & Gonçalves, 1994; Carvalho, 1994b; Carvalho & Araújo, 1995; Martill et al., 1996; Kellner & Campos, 1996; Vilas Bôas et al., 1999; Medeiros

& Vilas Bôas, 1999; Carvalho, 2001; Medeiros, 2001; Medeiros & Schultz 2001, 2002;

5. TRABALHOS PRÉVIOS - PALEONTOLOGIA DA BACIA DE SÃO LUÍS-

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