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Ocotea silvestris Vattimo-Gil, Arch Jard Bot Rio de Janeiro 16: 43 1959.

LAURACEAE JUSS.

Árvores 5 10 m Râmulos adpresso-pubérulos, subcilíndricos Folhas alternas; lâmina 5,9 –

1. Folhas alternas em toda a extensão dos râmulos.

10.25 Ocotea silvestris Vattimo-Gil, Arch Jard Bot Rio de Janeiro 16: 43 1959.

Árvores dióicas, de 6 a 16 m. Catáfilos densamente flavo-tomentosos a flavo-estrigosos. Râmulos cilíndricos, tomentosos. Folhas alternas; lâmina 3,5 – 9,0 x 1,5 – 4,0 cm, cartáceo-coriácea, elíptica, suboblonga, às vezes obovada; ápice curto-obtuso-acuminado, às vezes arredondado; base atenuada ou cuneada, ligeiramente

revoluta; face adaxial glabra, nervura central sulcada, nervuras laterais planas ou sulcadas, reticulação densa, promínula; face abaxial glabrescente nas lâminas jovens, tricomas retos e adpressos, glabra nas adultas, com inúmeras papilas esbranquiçadas entremeadas por pontuações avermelhadas, epiderme às vezes glauca, nervura central saliente, nervuras laterais 4 - 8 pares, salientes, reticulação densa, saliente. Pecíolo 4 – 10 mm comp., subcanaliculado, esparso-estrigoso nas lâminas jovens, glabrescente nas adultas. Inflorescências axilares, denso a esparso-tomentosas, paucifloras, paniculadas, mais curtas que as folhas; bractéolas subpersistentes; pedúnculo até 15 mm. Flores masculinas ca. 4 mm diâm., seríceo-tomentosas; hipanto evidente, obcônico, internamente piloso a glabrescente; pedicelo engrossado; tépalas ovadas, ápice agudo, face interna tomentosa a esparsamente tomentosa, ou pubérula, pontuado-glandulosa; filetes dos estames do verticilo I e II iguais ou mais longos que as anteras, glabros, anteras subretangulares, ou ovado-triangulares, glabras, pouco pontuado-glandulosas, ápice obtuso a truncado; filetes dos estames do verticilo III glabros, tão longos quanto as anteras, anteras ovadas a retangulares, pouco pontuado-glandulosas, ápice obtuso a truncado, locelos lateral-extrorsos; estaminódios do verticilo IV conspícuos, estipitiformes a ausentes; pistilódio robusto, estipitiforme, estilete seríceo ou esparsamente seríceo, estigma discóide; flores femininas com estaminódios semelhantes aos estames das flores masculinas, com poucos tricomas; hipanto internamente glabrescente; ovário globoso-elíptico, glabro, estilete quase tão longo quanto o ovário, glabro ou com tricomas esparsos no ápice, estigma discóide. Frutos ca. 1,0 x 1,0 cm, globosos a subelípticos, pruinosos glaucos; cúpula discóide, ou raso-cuneiforme, verrucosa, margem dupla, plana a ligeiramente ondulada, tépalas subpersistentes, reflexas; pedicelo verrucoso, engrossado, formando um pescoço entre o pedicelo e a raque da infrutescência.

Nome popular: canela-copaíba, canela-preta.

Distribuição geográfica e ecologia: Brasil, regiões Sudeste e Sul. Na floresta ombrófila densa montana do Planalto Atlântico e da planície litorânea e na floresta estacional semidecidual (Baitello & Marcovino, 2003). Fenologia: floresce, especialmente, de janeiro a junho; frutifica entre fevereiro e abril e entre maio e outubro (Quinet, 2002; Baitello & Marcovino, 2003).

Usos: desconhecido.

Material examinado: Espírito Santo: Santa Teresa, Aparecidinha, terreno de L. Bringhenti, alt. 750 m, L. Kollmann et al. 1750, 28/I/1999 (MBML, RB, SPSF, UEC); Santa Teresa, cabeceira do 25 de Julho, propriedade de Furlani, pesque-pague, alt. 850 m, L. Kollmann et al. 2149, 11/III/1999 (MBML, RB, SPSF, UEC); Santa Teresa, Nova Lombardia, Reserva Biológica Augusto Ruschi, R.R. Vervloet et al. 2258, 17/IV/2003 (MBML, RB, UEC); Santa Teresa, Santo Antônio, terreno do Boza, L. Kollmann et al. 3805, 31/V/2001 (MBML, RB, UEC); Santa Teresa, Santo Antônio, terreno do Boza, alt. 750 m, L. Kollmann et al. 2048, 09/III/1999 (MBML, RB, SPSF, UEC).

Ocotea silvestris é muito semelhante à Ocotea lancifolia sensu Rohwer (1986). Esta última apresenta uma circunscrição bastante ampla, abrangendo uma grande variação morfológica. Na maioria

das vezes, as folhas de O. silvestris, no material seco, apresenta coloração castanho-escura. Verificar chave das espécies de Ocotea e comentários em O. lancifolia (Schott) Mez, uma vez que as espécies são muito parecidas e podem ser confundidas.

10.26 Ocotea spectabilis (Meisn.) Mez, Jahrb. Königl. Bot. Gart. Berlin 5: 372. 1889. Oreodaphne spectabilis Meisn., in DC., Prodr. 15(1): 119. 1864.

Árvores dióicas, até 10 m. Catáfilos tomentosos. Râmulos delgados, cilíndricos, glabros ou

glabrescentes, cinéreo-brúneos, com ápice minutamente flávido-tomentelos. Folhas alternas; lâmina 9,7 - 14,1 x 2,8 - 3,5 cm, oblongo-lanceolada, cartácea; ápice caudado, ou apiculado; base aguda a atenuada, às vezes cuneada; face adaxial glabra, nervura central impressa, nervuras laterais promínulas, reticulação densa, saliente, a plana, inconspícua; face abaxial nítida, ou opaca, microscopicamente papilosa, glabra ou com raros tricomas, pouco mais densos sobre a nervura central, tricomas finos e curtos, nervura central fortemente saliente, robusta, nervuras laterais 5 - 9 pares, salientes, reticulação densa, saliente. Pecíolo 1,0 - 1,9 cm, fino, esparso-tomentelo a glabrescente, canaliculado.

Inflorescências axilares, glabras, paucifloras; pedúnculo 2,4 cm. Flores masculinas 2,3 x 2,4 mm,

glabras; pedicelo 2 – 5 mm; hipanto inconspícuo, internamente piloso; tépalas estreitamente ovadas, face interna densamente papilosa, ápice agudo; filetes dos estames dos verticilos I e II muito curtos, cerca de 1/5 do comprimento das anteras ou menores, largos, glabros, anteras ovado-retangulares ou quadrangulares, papilosas, ápice obtuso a truncado; filetes dos estames do verticilo III curtos, largos, pilosos, anteras elípticas a ovado-retangulares, ápice truncado na maioria das vezes, raro obtuso, papilosas, locelos inferiores subextrorsos, os superiores laterais a subintrorsos; estaminódios do verticilo IV ausentes; pistilódio estipitiforme, glabro, diminuto e papiloso; flores femininas com pistilo glabro, ovário globoso-elipsóide, estilete curto, robusto, estigma discóide, pouco mais largo que o estilete. Frutos ca. 1,0 x 1,0 cm, globoso-elipsóides; cúpula rasa, trompetiforme, margem simples, envolvendo apenas a base dos frutos maduros; pedicelo delgado.

Nome popular: canela, canela-amarela, canela-baraúna, canela-braúna, canela-mescla, canela-preta, caneleiro, louro-preto, ayui-hu (em Guarani) (Moraes & Oliveira, 2007).

Distribuição geográfica e ecologia: ocorre nos estados da Bahia, Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais (Moraes & Oliveira, 2007).

Usos: madeira utilizada em marcenaria e construções em geral. Considerada como tônico devido à característica adstringente tanto da casca quanto da raiz (Moraes & Oliveira, 2007).

Material examinado: ES: Santa Maria de Jetibá, Caramuru, sítio Jetibá, propriedade de Ademival e Gildo Adeodato, L. Kollmann & M.V.S. Berger 6153, 30/IV/2003 (MBML, RB, UEC); Santa Teresa, Mata Fria, terreno de Clério Loss, lado esquerdo, V. Demuner & E. Bausen 519, 13/I/2000 (MBML, RB, SPSF, UEC); Santa Teresa, Nova Lombardia, Reserva Biológica Augusto Ruschi, estrada para Goiapaba-açu, parte final, R.R. Vervloet & E. Bausen 1607, 7/I/2003 (MBML, RB, UEC); Santa Teresa, Pedra da Paulista, V. Demuner & E. Bausen 757, 17/II/2000 (MBML, RB, UEC); Santa Teresa, Santo Antônio, terreno do Boza, alt. 750 m, L. Kollmann & E. Bausen 1493, 7/I/1999 (MBML, RB, SPSF, UEC); idem, L. Kollmann & E. Bausen 1500, 7/I/1999 (MBML, RB, SPSF, UEC); idem, L. Kollmann & E. Bausen 1514, 7/I/1999 (MBML, RB, SPSF, UEC); Santa Teresa, São Lourenço, Mata Fria, terreno de Clério Loss, alt. 750 m, L. Kollmann et al. 813, 28/X/1998 (MBML, RB, SPSF, UEC); idem, L. Kollmann et al. 822, 28/X/1998 (MBML, RB, UEC); idem, L. Kollmann et al. 829, 28/X/1998 (MBML, RB, UEC).

Material adicional selecionado: Goiás: local não indicado, J.E. Pohl s.n., 1819 (foto em BR 876133). Minas Gerais: Lagoa Santa, J.E.B. Warming 1018, 16/V/1864 (foto em NY). Estado incerto: “Prov. Goiás et Sebastianopol.”, (“ad urbem Goyaz, ad Rio Icquetey et ad Cavalcante”, fide Mez), J.E. Pohl 2605, s.d. (F Neg. No. 19277, foto fragm. em NY; isossíntipo de Oreodaphne spectabilis Meisn.); “Goiás et Minas Gerais: ad fl. Maranhão (Tocantins) et Jequetay”, J.E. Pohl 2374, s.d. (fotos em BR, F Neg. No. 19277 e NY; isossíntipo de Oreodaphne maranhana Meisn.). Local não indicado: A.F.M. Glaziou 7814, s.d. (foto em BR); A.F.M. Glaziou 12137, s.d. (foto em BR); A.F.M. Glaziou 18442, s.d. (foto em BR); J.E. Pohl s.n., s.d. (foto em BR 876326; provável isossíntipo de Oreodaphne spectabilis Meisn.).

Pode ser confundida com O. venulosa (Nees) Baitello. Ver comentários em O. venulosa. Rohwer (1986) faz distinção entre Ocotea spectabilis s.l. e O. spectabilis s. str., com a primeira englobando a segunda mais Ocotea diospyrifolia. Aqui empregou-se a circunscrição de Ocotea spectabilis s. str..