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CAPÍTULO II BREVE HISTÓRICO E CONTEXTO

2.2. Ocupação e Efeitos no Meio-Ambiente

Entre os exemplos de ocupação e utilização inadequada dos espaços da Ilha de SC iniciamos com o que a fez conhecida mundialmente: a praia da Joaquina26 .(DC-Geral, 14/08/95:27) O destino dos detritos produzidos pelos agrupamentos humanos é visível não só na “Joaquina”, mas também na vizinhança

É importante ter presente o patrocínio que grupo Portobello encaminhou para o projeto “Caça ao Lixo”. 27 (ZERO, 28/09/95). Outro exemplo disso é a “prioridade” dos investimentos de marketing e divulgação das empresas Portobello à educação ambiental e no patrimônio cultural da Ilha28. O principal foco de atuação do grupo Portobello é a Barra da Lagoa e o seu entorno, na Costa leste da Ilha, onde esta planejada a implantação do

25 A AE já encam inhou ofícios e pedidos de p ro vid ê ncias ao Instituto de P lanejam ento Urbano de Florianópolis (IPUF), ao gabinete do P refeito, à Polícia Florestal, ao IBAM A, à P rocuradoria do M unicípio e da R epública, ao Centro de Prom otorias da C o le tivid ad e e até a Fundação F ranklin Cascaes. “...m as a associação não recebeu

sequer uma notícia, ou uma sugestão para o m e lh o r e ncam inham ento das sua ansiedades. ”

26 Observamos que dezenas de surfistas recolheram lixo, durante a realização da quarta etapa do circuito catarinense de surfe am ador, (12/08/95)26. Q u eriam a lim p eza da praia, um a m a io r fiscalização da área e um projeto turístico. (D C -G eral, 14/08/95:27)

7 com e apoio da M arinha e Polícia A m b ie ntal não se resum iu a caça ao lixo. Foram apresentados shows musicais e peças infan to-juve nis de cunho e c o ló g ico -e d u ca tivo com pessoas da com unidade. O resultado de uma das etapa do Projeto, que retirou quase 10 to ne lad as de d etritos (sólidos) do canal da Barra e arredores. 28 Gomes Neto inform a que “E stam os inve stind o em p ro je to s sérios, em p arceria com a com unidade, p o d e r

público e entidades am bientalistas". Na m atéria com o títu lo “P ortobello investe em projetos e co ló g ico s”

descobrimos as intenções da Em presa e m ais info rm a çõ e s sobre o em p re en dim en to pretendido. O grupo também integrou-se ao projeto Baleia Franca, da C oa lizã o Internacional para Vida S elvagem (IW C -

Internacional W ildlife C oalittion) (DC- E conom ia, 07/01/96:16) A P ortobello bancou a reform a e a a m pliação do

Centro de E ducação a m biental do Parque do Ibam a do C órrego G rande, em Florianópolis. “E ntendem os que a

Porto da Barra, um empreendimento turístico habitacional de US$ 50 milhões29. (DC- Economía, 07/01/96:16)

Observamos que as empresas Portobello e Pedrita, desenvolveram um projeto denominado Marina da Barra da Lagoa, calculado em US$ 40 milhões, projetado para uma área de 130.000 m-, com 700 metros de frente para o canal, localizado em uma região de mangues e sítios arqueológicos, no meio da maior colônia de pesca artesanal nativa, dentre as existentes na Ilha de SC. O projeto30 foi encaminhado à Câmara de Vereadores e recebeu o seguinte parecer: “E/e está muito mau elaborado, pois quer nos fazer legislar

sobre uma área amparada por leis federais”, avaliou a vereadora Clair Castilhos (PMDB na

época, PSDB-1995) (VEJA-SC, 13/11/91:7)

Valério Gomes Neto, diretor presidente da Portobello Construções e

Incorporações, empresa do Grupo que nasceu em Florianópolis há 51 anos e expandiu-se em cidades próximas, Grupo que atua nos setores cerâmico, imobiliário, açucareiro, fruticultura e floricultura, (DC-Economia, 07/01/96:16), diz que atualmente a construtora pretende investir US$ 50 milhões e transformar a área em um gigantesco complexo turístico- residencial náutico, com capacidade para mais de uma centena de barracos de médio porte31. “Os ecologistas, biólogos e antropólogos, afirmam que o mega empeendimento,

batizado de Porto da Barra, irá destruir o meio ambiente e a cultura de uma das regiões mais tradicionais da Florianópolis.’’ (ZERO, 28/09/95). Apesar da opinião dos cientistas "...0

29 “Vamos valorizar os p atrim ô nio s n a tu ra l e c u ltural da m ais im portante com unidade pesqueira de

Florianópolis, "

30 0 projeto previa as construções de uma enseada para a tra car até sessenta em barcações de pequeno porte, um hotel três estrelas, um m ini-shopping a céu aberto, um restaurante, oficinas, quadras de esportes e 250 unidades habitacionais.

31 O projeto do G rupo que prevê a criação de sete ilhas, onde seria a m arina, a brir canais a rtificiais e construir 110 casas de dois andares, cada um a com um atracadouro, um hotel quatro estrelas com 190 apartam entos, um shoping-center, um a m arina para a lg um a s dezenas de barcos e um estacionam ento para 600 autom óveis.

prefeito Sérgio Grando ficou entusiasmado quando conheceu o projeto e chegou a colocar a SUSP e o IPUF à disposição do grupo. (ZERO, 28/09/95).

FERREIRA (1992) dedica atenção à experiência de concepção e implementação do projeto Jurerê Internacional, avaliando a relação desse empreendimento com a dinâmica sócio econômica da região, captando conflitos envolvendo a atuação de diferentes atores sociais (empresários, planejadores, atores políticos, turistas e comunidade local). O autor diz que a não alteração deste padrão implicará na ampliação destes desequilíbrios, num horizonte de longo prazo. Porém o desenvolvimento turístico na Ilha não dá sinais de mudanças. Como exemplo salientamos o de maior destaque: o Complexo Turístico Costão do Santinho que lançou oficialmente (14/01/95) a construção do Hotel Internacional. O projeto do complexo inclui, além desse conjunto residencial e do Hotel Internacional, um centro comercial, um centro de convenções, um instituto para tratamento terapêutico baseado em hidroterapia e um complexo esportivo32. E isso não é bom? O argumento de que é possível um turismo sustentável, ecologicamente correto e humano em Florianópolis é completamente falso. Esta é a conclusão OURIQUES (1995). “Primeiro que turismo não é

indústria e dizer que fazer investimentos no turismo não gera poluição é uma afirmação muito discutível".

32 O com plexo d estinado à prática de esportes já esta com 50% de sua estrutura à disposição de quem veraneia no C ostão do Santinho. Por enquanto fu ncio na m quatro canchas de tênis e duas de paddle, um campo de fu te bo l m irim e parte da hípica, o re s o rt já oferece ta m b é m cinco bares e restaurantes, quatro piscinas, salão de jogos, saunas seca e úm ida, sala de co nve nçõ es e um F itness Center, para m assagem e hidromassagem.

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