• Nenhum resultado encontrado

SCOMT MBCOMT

E. coli Scale-up, baixo

3. M ATERIAL E M ÉTODOS

4.2. E STRATÉGIAS DE DOIS SAIS E BAIXA

4.2.4. C OMPARAÇÃO ENTRE ESTRATÉGIAS HIC

Verificou-se que, com a utilização de sistemas de dois sais optimizados, ambos os suportes permitiam a ligação e a eluição completa de hSCOMT num único pico cromatográfico. No entanto, a resina octil-sepharose requereu menores concentrações de sal (25 mM SA e CS) que a butil-sepharose (300 mM SA e 200 mM CS) para promover a ligação completa da enzima ao suporte. De facto, o aumento da cadeia n-alquil dos ligandos da fase estacionária leva ao aumento na hidrofobicidade e na força das interacções, permitindo assim o uso de menor força iónica para promover essas mesmas interacções. Embora o suporte butil apresente uma selectividade mais elevada e permita uma maior eliminação de proteínas contaminantes, foram necessárias maiores concentrações de SA e CS, que poderiam provocar uma inactivação parcial de hSCOMT e, consequentemente, resultar em menores níveis de actividade (tabela 8). Por outro lado, a temperatura de 5ºC aplicada ao longo de todo o passo cromatográfico levou à diminuição dos níveis de recuperação da enzima.

Já no suporte octil, a diminuição de temperatura apenas no passo de eluição permitiu obter uma recuperação substancial

82 Resultados e Discussão

de hSCOMT, além de reduzir a formação de agregados da enzima, contribuindo assim para a obtenção de elevados níveis de actividade enzimática (tabela 8).

Tabela 8 - Comparação entre a melhor estratégia de cada matriz, em termos de actividade específica e factor de purificação.

Suporte Estratégia HIC

Actividade Específica (nmol/h/mg proteína) Factor Purificação (fold)

Butil (0.3M SA/0.2M CS – 0.1M SA/0.1M CS – Tris) 5°C 596.6 1.1

Octil 0.025M SA/0.025M CS (T amb.) – Tris

(5°C) 1668 5.9

Foi adicionalmente alcançado um grau de pureza muito elevado neste suporte, apenas comparável com o grau de pureza obtido em estudos anteriores após dois passos cromatográficos, HIC em suporte butil-sepharose e cromatografia de filtração em gel. Além disso, foi conseguida uma redução dos níveis de SA na fase móvel em 96% relativamente às concentrações usadas em estudos anteriores, de 0.6M para 0.025M (tabela 9).

83

Resultados e Discussão

Portanto, a estratégia HIC recorrendo a um sistema de dois sais com concentrações basais de SA e CS e temperatura de 5ºC no passo de eluição aplicado num suporte octil permitiu a eliminação de um número elevado de contaminantes, auxiliou a eluição de hSCOMT monomérica num único pico cromatográfico e reduziu a degradação de hSCOMT provocada por maiores quantidades de SA. Portanto, este processo de purificação apresenta uma melhoria relativamente a estratégias anteriores HIC em termos de níveis de actividade específica e grau de pureza (tabela 9).

Tabela 9 – Comparação entre estratégias HIC para processos de isolamento de COMT em termos de conteúdo total de proteína, valores de actividade específica e factor de purificação.

Suporte Estratégia HIC

Proteína (mg) Actividade Específica (nmol/h/mg) Factor Purificação (fold) Butyl 0.6M SA – 0.2M SA – 0M SA (temp. amb.) 5 1688 1.8

Octyl 0.6M SA – 0M AS (temp. amb.) 13 677 1.5

Octyl 0.025M SA/ CS –

84 Resultados e Discussão

Perante os resultados obtidos na matriz octil, foi estudada a integração desta estratégia num processo global de purificação de hSCOMT. Este processo deveria incluir em primeiro lugar a melhor estratégia desenvolvida no suporte octil, seguido da estratégia HIC em suporte butil: 0.6 M SA – 0.2 M SA – 0 M AS (Passarinha et al., 2008) (Figura 34).

Figura 34 - Esquema da integração do processo de purificação de hSCOMT.

Os resultados apresentados pela combinação destas duas estratégias não foram satisfatórios, dado que os níveis de actividade e o grau de pureza não ultrapassaram os níveis obtidos com a utilização apenas da estratégia aplicada na coluna Octil (tabela 10). Como são efectuados dois passos cromatográficos, era de esperar que as fracções de hSCOMT recolhidas a 0 M SA na coluna Butil apresentassem valores

Octil-Sepharose

25 mM SA/CS  (5ºC) 0 mM SA/CS

Butil-Sepharose

0.6 M SA  0.2 M SA  0 M SA

85

Resultados e Discussão

superiores de actividade específica e uma maior pureza. Seriam, portanto, necessárias optimizações futuras de modo a contornar esta situação.

Tabela 10 – Comparação entre valores de actividade específica e factor de purificação após a estratégia Octil-Butil.

Passo Actividade Específica (nmol/h/mg proteína)

Factor de Purificação

Octil 1668 5.9

86 Conclusão

5.

C

ONCLUSÃO

A instabilidade apresentada pela hSCOMT torna necessário o desenvolvimento de estratégias de purificação simples e rápidos que respeitem a natureza lábil da enzima de modo a permitir a obtenção de hSCOMT altamente pura e activa. Este trabalho tinha como principal objectivo a implementação de um sistema de dois sais, com SA e CS, aliado a varições de temperatura no sistema cromtográfico, numa estratégia de isolamento de hSCOMT com recurso a HIC.

Os dois suportes hidrofóbicos estudados, octil- e butil- Sepharose, diferiam em termos de hidrofobicidade e, consequentemente, iriam necessitar de diferentes concentrações de sal para promover a adsorpção de hSCOMT na matriz. De facto, foi requerida uma maior força iónica no suporte butil (200 mM CS) que levou à inactivação parcial de hSCOMT e a níveis de actividade enzimática reduzida. Por outro lado, o uso de concentrações basais de SA e CS no suporte octil demonstrou ser uma estratégia eficiente e uma boa alternativa às estratégias com recurso apenas a SA, no que toca à eliminação de contaminantes e à redução de agregação. Com a incorporação de

87

Conclusão

CS nesta estratégia, os níveis de SA foram reduzidos em 96%, diminuindo a possível degradação provocada por elevadas quantidades deste sal. Outro factor bastante importante na HIC e estudado neste trabalho foi a temperatura. Especificamente, nestes ensaios verificou-se que a realização do passo de eluição à temperatura de 5ºC permitiu a melhoria dos resultados obtidos à temperatura ambiente.

Assim, a aplicação de sistemas de dois sais, combinados com a redução da temperatura do sistema cromatográfico, em suportes hidrofóbicos, permite controlar a selectividade da adsorpção de interferentes e auxiliar na estabilização de hSCOMT, resultando em níveis superiores de actividade e grau de pureza. A HIC exibe uma versatilidade que a torna numa técnica útil em processos de isolamento de hSCOMT recombinante a partir de extractos complexos de fermentação e com vantagens adicionais em relação à cromatografia de afinidade.

Para conseguir uma maior estabilização desta enzima termolábil, que se poderá traduzir em maiores níveis de actividade, no futuro deveriam ser realizados estudos do efeito de aditivos, nomeadamente estabilizadores proteicos.

88 Referências

6.

R

EFERÊNCIAS

Allen E, Myers C, Frank D, Pettigrew A, Thompson S, Blumer JL.

Application of an organic solvent extraction to the determination of catechol-O-methyltransferase activity by high-performance liquid chromatography in human mononuclear cells. Journal of Chromatography 578(2) (1992) 175-188.

Andersen DC, Krummen L. Recombinant protein expression for

therapeutic applications. Current Opinion in Biotechnology 13

(2002) 117–123.

Anderson GL, Bussolotti DL, Coward JK. Synthesis and

evaluation of some stable multisubstrate adducts as inhibitors of catechol-O-methyltransferase. Journal of

Medicinal Chemistry 24 (1981) 1271-1277.

Axelrod J, Cohn CK J. Methyltransferase enzymes in red

blood cells. The Journal of Pharmacology and Experimental Therapy

89

Referências

Azevedo AM, Gomes AG, Rosa PA, Ferreira IF, Pisco A, Aires-Barro M. Partitioning of human antibodies in polyethylene glycol-

sodium citrate aqueous two-phase systems. Separation and Purification Technology 65 (2009) 14-21.

Baas H, Beiske AG, Ghika J, Jackson M, Oertel WH, Poewe W, Ransmayr G. Catechol-O-methyltransferase inhibition with

tolcapone reduces the “wearing off” phenomenon and levodopa requirements in fluctuating parkinsonian patients.

Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry 63 (1997) 421–428.

Bäckström R, Honkanen E, Pippuri A, Kairisalo P, Pystynen J, Heinola K, Nissinen E, Linden IB, Männistö PT, Kaakkola S.

Synthesis of some novel potent and selective catechol-O- methyltransferase inhibitors. Journal of Medical Chemistry 32

(1989) 841-846.

Bai H-W, Shim J-Y, Yu J, Zhu BT. Biochemical and molecular

modeling studies of the O-methylation of various endogenous and exogenous catechol substrates catalyzed by recombinant human soluble and membrane-bound catechol-O-methyltransferases. Chemical Research Toxicology 20 (2007) 1409-1425.

90 Referências

Bailey K, Tan EW. Synthesis and evaluation of bifunctional

nitrocatechol inhibitors of pig liver catechol-O-methyltransferase. Bioorganic & Medicinal Chemistry 13 (2005) 5740-5749.

Ball P, Knuppen R, Haupt M, Breuer H. Kinetic properties of a

soluble catechol O-methyltransferase of human liver. European Journal of Biochemistry 26(4) (1972) 560-569.

Baneyx F. Recombinant protein expression in Escherichia coli.

Current opinion in Biotechnology 10 (1999) 411-421.

Becker K, Hallgren E, Carredano E, Palmgren R, Bülow L.

Characterization of multimodal hydrophobic interaction

chromatography media useful for isolation of green fluorescent proteins with small structural differences. Journal of Molecular Recognition 22 (2008) 104-109.

Bertocci B, Garotta G, Da Prada M, Lahm H, Zurcher G, Virgallita G and Miggiano V. Immunoaffinity purification and partial amino

acid sequence analysis of catechol-O-methyltransferase from pig liver. Biochimica et Biophysica Acta 1080(2) (1991) 103-109.

91

Referências

Bonifácio MJ, Palma PN, Almeida L, Soares-da-Silva P. Catechol-O-

methyltransferase and its inhibitors in Parkinson’s Disease. CNS Drug Reviews 13(3) (2007) 352-379.

Bonifácio MJ, Archer M, Rodrigues ML, Matias PM, Learmonth DA, Carrondo MA and Soares-da-Silva P. Kinetics and crystal structure

of catechol-O-methyltransferase complex with co substrate and a novel inhibitor with potential therapeutic application. Molecular Pharmacology 62(4) (2002) 795-805.

Bonifácio MJ, Vieira-Coelho MA and Soares-da-Silva P. Expression

and characterization of rat soluble catechol-O-methyltransferase fusion protein. Protein Expression and Purification 23(1) (2001)

106-112.

Bonifati V and Meco G. New, Selective Catechol-O-

Methyltransferase Inhibitors as Therapeutic Agents in

Parkinson’s Disease. Pharmacological Therapy 81(1) (1999) 1–36.

Borchardt RT. A rapid spectrophotometric assay for

catechol-O-methyltransferase. Analytical Biochemistry 58(2)

92 Referências

Borgulya J, Bruderer H, Bernauer K, Zurcher G, Da Prada M.

Catechol-O methyltransferase-inhibiting pyrocatechol derivatives: Synthesis and structure–activity studies. Helvetica Chimica Acta 72

(1989) 952-968.

Bottomley P and Tew DJ. The citrate ion increases the

conformational stability of α1-antitrypsin. Biochimica et Biophysica

Acta 1481 (2000) 11-17.

Brevitt SE, Tan EW. Synthesis and in vitro evaluation of two

progressive series of bifunctional polyhydroxybenzamide

catechol-O-methyltransferase inhibitors. Journal of Medicinal Chemistry 40 (1997) 2035-2039.

Cargill M, Altshuler D, Ireland J, Sklar P, Ardlie K, Patil N et al.

Characterization of single-nucleotide polymorphisms in coding regions of human genes. Nature Genetics 22(3) (1999) 231-238.

Chart H, Smith HR, La Ragione RM, Woodward MJ. An

investigation into the pathogenic properties of Escherichia coli strains BLR, BL21, DH5alpha and EQ1. Journal of Applied Microbiology. 89(6) (2000) 1048-1058.

93

Referências

Cheng X, Roberts RJ. AdoMet-dependent methylation, DNA

methyltransferases and base flipping. Nucleic Acids Research

29(18) (2001) 3784-3795.

Cotton NJH, Stoddard B, Parson WW. Oxidative Inhibition of

Human Soluble Catechol-O-methyltransferase. Journal of

Biological Chemistry 279(22) (2004) 23710–23718.

Dawling S, Roodi N, Mernaugh RL, Wang X, Parl FF. Catechol-O-

methyltransferase (COMT)-mediated metabolism of catechol estrogens: comparison of wild-type and variant COMT isoforms. Cancer Research (2001) Sep 15; 61(18): 6716-22.

El Rassi Z. Recent progress in reversed-phase and hydrophobic

interaction chromatography of carbohydrate species. Journal of Chromatography A 720 (1996) 93-118.

Ericsson AD. Potentiation of the L-dopa effect in man by the use of

catechol-O-methyltransferase inhibitors. Journal of the

Neurological Sciences 14 (1971) 193–197.

Freitas SS, Santos JA, Prazeres DM. Plasmid purification by

94 Referências

the mobile phase. Separation and Purification Technology 65 (2009)

95-104.

Fussenegger M, Schlatter S, Datwyler D, Mazur X, Bailey JE.

Controlled proliferation by multigene metabolic engineering enhances the productivity of Chinese hamster ovary cells. Nature Biotechnology 16 (1998) 468-472.

Guldberg HC and Marsden CA. Catechol-O-methyltransferase:

pharmacological aspects and physiological role. Pharmacological Reviews 27 (1975) 135–206.

Goodman JE, Lavigne JA, Wu K, Helzlsouer KJ, Strickland PT, Selhub J, Yager JD. COMT genotype, micronutrients in the folate

metabolic pathway and breast cancer risk. Carcinogenesis 22(10)

(2001) 1661-1665.

Gugler R, Knuppen R and Breuer H. Purification and

characterization of human placenta S-adenosylmethionine: catechol-O-methyltransferase. Biochimica et Biophysica Acta

220(1) (1970) 10-21.

Herblin WF. A simple colorimetric assay for catechol-O-methyl

95

Referências

Hirano Y, Tsunoda M, Funatsu T, Imai K. Rapid assay for catechol-

O-methyltransferase activity by high-performance liquid

chromatography-fluorescence detection. Journal of

Chromatography B 819(1) (2005) 41-46.

Hjérten S, Yao K, Eriksson K-O, Johansson B. Gradient and

isocratic high-performance hydrophobic interaction

chromatography of proteins on agarose columns. Journal of Chromatography 359 (1986), 99–109.

Hjérten S, Rosengren J, Påhlman S, 1974. Hydrophobic interaction

chromatography. The synthesis and the use of some alkyl and aryl derivatives of agarose. Journal of Chromatography 101 (1974) 281–

288.

Hofstee BHJ. Protein binding by agarose carrying hydrophobic

groups in conjunction with changes. Biochemical and Biophysical Research Communications 50(3) (1973) 751–757.

Hornykiewicz O, Kish SJ. Biochemical pathophysiology of

96 Referências

Inoue K, Parvathi K and Dixon RA. Substrate preferences of caffeic

acid/5- hydroxyferulic acid 3/5-O-methyltransferases in

developing stems of alfalfa (Medicago sativa L.). Archives of Biochemistry and Biophysics 375(1) (2000) 175-182.

Jeffery DR, Roth JA. Purification and kinetic mechanism of human

brain soluble catechol-O-methyltransferase. Journal of

Neurochemistry 44(3) (1985) 881-885.

Karayiorgou M, Altemus M, Galke BL, Goldman D, Murphy DL, Ott J, Gogos JA. Genotype determining low catechol-O- methyltransferase activity as a risk factor for obsessive- compulsive disorder. Proceedings of the National Academy of Sciencie of the USA 94 (1997) 4572–4575.

Keränen T, Gordin A, Karlsson M, Korpela K, Pentikäinen PJ, Rita H, Schultz E, Seppälä L, Wikberg T. Inhibition of soluble catechol-

O-methyltransferase and single-dose pharmacokinetics after oral

Documentos relacionados