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Considerando que um número importante de incêndios são causados por actividade humana, a identificação dos comportamentos de risco e o conhecimento das causas e motivações dos incêndios revelam-se essenciais para o delineamento de uma estratégia de abordagem à problemática dos incêndios florestais.

As acções de sensibilização estão apoiadas nos comportamentos da população do Concelho, de forma a adequar as melhores formas de abordagem. Assim, o conhecimento dos hábitos e comportamentos de risco, assim como o conhecimento das épocas em que esses comportamentos de risco são maioritariamente levados a cabo, são fundamentais para a optimização das acções de sensibilização.

No desenvolvimento deste 2º eixo estratégico, “redução de incidência dos incêndios”, teve-se em consideração, a informação presente no Caderno I (Informação de Base), relativamente à análise do histórico dos incêndios no concelho, à caracterização da população, bem como a cartografia de risco de incêndio florestal, apresentada neste Caderno.

Da informação presente no caderno I (Informação de base) sobre a causalidade dos incêndios florestais (2005 – 2011), verifica-se que das 31 causas apuradas, apenas uma é de origem acidental, 9 estruturais, 9 de uso do fogo e 12 de incendiarismo.

No que respeita á distribuição do nº de ocorrências pelos dias da semana, não se verifica uma grande predominância de nenhum dia em relação aos outros, sendo no entanto a Sexta-feira, o sábado e o domingo, os dias da semana nos quais se verificam mais ocorrências.

Quanto á distribuição mensal, são os meses de Junho, Julho e Agosto que apresentam maior nº de ocorrências.

Em termos de localização das ocorrências as freguesias de Pedralva, Cunha, Adaúfe e Espinho apresentam os maiores números de ocorrências.

Tal como referido no Caderno I esta análise assenta numa amostra muito reduzida o que impossibilita um diagnóstico coerente, pelo que será desejável apostar mais na investigação das causas dos incêndios, possibilitando conhecer na realidade quais as principais causas e assim poder delinear correctas medidas de acção.

No entanto, atendendo á escassa informação existente, serão acrescentadas sugestões de prováveis grupos-alvo, fruto da experiencia de terreno de diversos elementos da Comissão Municipal de Defesa da Floresta.

Assim, no quadro nº 16, são apresentados os comportamentos de risco que consideramos mais representativos.

Quadro nº 16 – Comportamentos de Risco

As acções de sensibilização deverão portanto incidir sobre a minimização de comportamentos de risco, reforçando principalmente as causas de propagação dos incêndios, ou seja, a existência de fortes cargas combustíveis e povoamentos extremamente bastos. As acções devem procurar incidir sobre os agricultores e produtores florestais, embora seja importante a divulgação de folhetos, avisos ou editais para a população em geral sobre a prevenção de incêndios florestais.

Grupo- Alvo Comportamento de risco

O quê ? Como?

Onde?

(Freguesia) Quando?

Agricultores Realização de queima de sobrantes

Sem considerar as

medidas de segurança necessárias

Freguesia (1)* Todo o ano

Turistas Realização de Fogueiras para a confecção

de alimentos

Realização de

Churrascos fora dos

locais previstos para o efeito Concelho de Braga Primavera e Verão Produtores

Florestais Utilização de maquinaria florestal Falta de equipamento

de retenção de faúlhas

Freguesias Rurais

Primavera e Verão

Caçadores Conflitos de caça Freguesias

Rurais

Todo o ano

Automobilistas Fumar

Lançamento de cigarros acessos pela janela

Concelho de

Braga Todo o ano

População jovem

Brincadeiras de criança Uso incorrecto do fogo Concelho de

Braga

Todo o ano

População

Espaços Rurais Realização de queima de sobrantes

Sem considerar as medidas de segurança necessárias Freguesias Rurais Todo o ano População em Geral

Ignição Intencional do fogo Uso de piro artefactos Concelho de

Braga

FISCALIZAÇÃO

A capacidade de dissuasão e fiscalização, com vista ao acompanhamento de situações e/ou comportamentos desviantes e de comportamentos de risco, sancionando os infractores da lei, são um importante contributo para a redução da incidência dos incêndios.

No âmbito do Decreto-lei n.º 124/2006, de 28/06, alterado pelo Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14/01, as acções de fiscalização competem à Guarda Nacional Republicana, Policia de Segurança Pública, Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, Autoridade Nacional de Proteção Civil, à Policia Municipal, às Câmaras Municipais, e aos Vigilantes da Natureza.

Atendendo às dimensões do concelho de Braga, não estão atribuídas áreas de actuação específicas às entidades fiscalizadoras. Neste sentido, as acções de fiscalização são essencialmente desenvolvidas pela GNR, PSP e pela Câmara Municipal, durante todo o ano e em todas as freguesias. A maior parte das situações detectadas referem-se à falta de execução das acções de gestão de combustíveis junto a edificações, realização de queimas de sobrantes sem as necessárias condições de segurança e execução de acções de arborização sem a necessária licença camarária e sem o necessário cumprimento da legislação em vigor.

O quadro nº 17, apresenta uma inventariação do número de autos levantados, processos instruídos, não enquadrados, de contra-ordenação e % do número de processos de contra-ordenação relativamente ao número de processos instruídos, por tipologia de situações previstas na legislação, no ano de 2012.

Quadro nº 17 – Inventariação do nº de autos levantados no ano de 2012

TIPOLOGIA N.º Autos Levantados Processos Instruídos Não Enquadrados Contra-ordenação % N.º processos de Contra-ordenação/N.º Processos Instruídos Redes Secundárias de FGC 2 2 0 2 100 Queimadas 1 1 0 1 100 Queima de Sobrantes e realização de fogueiras 19 19 0 19 100 Foguetes e outras formas de uso de fogo 0 0 0 0 0 TOTAL 22 22 22 0 100

As equipas de vigilância, durante o período critico, apoiam as restantes entidades na detecção de situações irregulares, pois é neste período que qualquer comportamento de risco tem condições mais favoráveis para desencadear um incêndio florestal.

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