Apresentamos uma síntese de estudos para as Florestas Serranas do Nordeste Brasileiro, explorando características físicas, climáticas e bióticas, padrões gerais de similaridade florística, relações com os diferentes domínios brasileiros, distribuição de espécies e composição palinológica. É patente que a história das florestas serranas nordestinas vem sendo modificada, embora ainda haja grande lacunas, os resultados aqui encontrados facilitam a compreensão do funcionamento ecossistêmico em gradientes altitudinais de florestas serranas do Nordeste brasileiro.
Chamamos atenção para cinco destaques da tese. O primeiro destaque é o fato da vertente à sotavento da Serra de Maranguape apresentar maior diversidade e riqueza de espécies e flora bem diferente das áreas de Caatinga. O segundo é que as áreas de topo das florestas serranas cearenses ostentam características de florestas nebulares. O terceiro é a reestruturação constante das florestas serranas, uma vez que há espécies da chuva polínica não encontradas na vegetação e vice-versa. O quarto é a incidência de zoocoria como processo chave na distribuição de espécies nas florestas serranas nordestinas (escala regional). O quinto e mais importante é a classificação das florestas serranas como uma bioregião única e distinta do Brasil.
Desse modo, econtramos resultados novos e significativos para a biodiversidade, biogeografia e distribuição de espécies nas florestas serranas do Nordeste brasileiro. Como essas florestas são restritas e constantemente ameaçadas, os resultados serão bastante úteis para conservação e restauração ambiental. Esse estudo foi o primeiro a utilizar a ferramenta de seleção de modelos e análises de bioregião em florestas do semiárido, fornecendo dados e ideias para pesquisas vindouras.
Além disso, nosso estudo traz dados que colaboram para a conservação e preservação das florestas serranas nordestina, fornecendo listas de espécies, espécies indicativas e ameaçadas de extinção, critérios para elaborar planos de manejo e novas Unidades de Conservação. Os próximos passos e pesquisas futuras irão focar nas origens e centros de dispersão de espécies-chaves destas florestas (filogeografia) e respostas da distribuição destas espécies frente às mudanças climáticas (modelagem ecológica). Esses dados, quando levados em conta por novos estudos, potencialmente maximizarão resultados, metodologias e conhecimento para o semiárido brasileiro, na medida em que permitem direcionar novos esforços para onde há mais carência de dados.
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