• Nenhum resultado encontrado

2.2. Biblioteca 2.0

2.2.1. OPAC 2.0

O Online Public Access Catalog

(OPAC) é uma base de dados online que contem o catálogo de

uma ou de um grupo de bibliotecas, que permite conhecer a localização física de determinado item.

O OPAC é por natureza um local muito fechado em si mesmo, demasiadamente ligado aos Sistemas de Gestão de Bases de Dados (SGBD), e que é necessário dar conta da sua existência e das suas potencialidades à comunidade académica. Com a evolução das TIC a recuperação da informação nas páginas na Internet é feita de um modo mais fácil e intuitivo, pelo que no caso das páginas online das bibliotecas passa-se uma situação semelhante. Os próprios Sistemas Integrados de Gestão de Bibliotecas(SIGB), de modo proprietário ou de código livre, têm tido actualizações para que sejam cada vez mais intuitivos para quem faz a recuperação da informação, quer seja o utilizador ou o profissional da informação.

Começa então a surgir o OPAC 2.0 ou OPAC Social que agrega as funcionalidades do software social, aplicando os conceitos e tecnologias da Web 2.0. Existem vários modelos de OPAC 2.0 (Arnal, 2007b). Entre os quais destacam-se:

30

Os SIGB que começam a permitir por exemplo que os utilizadores coloquem informações e opiniões sobre os itens do catálogo. O mais conhecido será o WorldCat (www.worldcat.org). A autora dá alguns exemplos de outros OPAC que são agora OPAC Social e as suas funcionalidades;

OPAC externos aos SIGB, que para além da característica de catálogos de bibliotecas, permitem a pesquisa (ou compra) de livros, periódicos ou outros formatos, pré- visualizações pelo Google, ou ainda artigos em texto integral (www.lib.ncsu.edu); OPAC construídos com software social. Um desses exemplos é o WPOPAC que usa o software WordPress e que dá ao catálogo uma estrutura (e funcionalidades) de um Blogue.

Arnal (2008), chega a sugerir propostas de templates para cada objectivo, pesquisa, resultados e apresentação dos registos bibliográficos. Outros exemplos de OPAC 2.0 são os catálogos bibliográficos sociais baseados no conceito do Bookmarking Social. Aplicações como o Librarything (http://pt.librarything.com) ou o Shelfari (www.shelfari.com) são exemplos de sites de catalogação social em que os utilizadores criam os seus próprios termos de indexação, partilham, recomendam e discutem sobre livros e não só.

O OPAC 2.0 permite que os utilizadores possam colocar as suas próprias tags, pontuações e comentários aos registos bibliográficos, assim como adicioná-los aos seus favoritos ou ainda partilhá-los por meio de outras aplicações Web 2.0. Permite também que os resultados da pesquisa apareçam conforme os critérios que o utilizador pretenda e não apenas pelos mais comuns, tais como pelas suas próprias tags, pela sua rede de recomendações, de preferências semelhantes à de outros utilizadores, etc… as potencialidades são imensas (Macias Gonzalez & Pérez Casas, 2008). No fundo é o aproveitamento do conceito da inteligência colectiva nos OPAC (Arnal, 2007b).

De facto, como refere esta autora, as expectativas que os utilizadores possuem com os OPAC, e pela sua participação noutras aplicações, estimulam a partilha da informação coagindo de certo modo as bibliotecas a estabelecer estas novas características nos seus OPAC. As bibliotecas académicas estão numa situação vantajosa em que poderão utilizar este paradigma em seu próprio proveito.

Para além das capacidades que os utilizadores têm desenvolvido pela Web 2.0 no que toca à recuperação de informação, têm agora também as expectativas mais elevadas relativamente às potencialidades das bibliotecas, e que os OPAC devem acompanhar (Johnson & Craven,

31

2010). Casey e Savastinuk (2007, como citados em Arnal 2009b, p. 22) referem que quanto mais os utilizadores se habituarem a ferramentas como o Google e ao Comércio Electrónico, mais observarão o OPAC como um local antiquado. Arnal dá ainda alguns exemplos de casos de sucesso do OPAC 2.0 em bibliotecas académicas espanholas.

L.B. Cohen (2007), por meio de um estudo de caso numa biblioteca sueca em que são aplicados os conceitos da Web 2.0 nessa biblioteca, refere logo que sem a abertura da biblioteca para tal, muitos dos objectivos propostos não serão possíveis. Nesse estudo de caso, que se baseou num projecto de renovação do próprio site da biblioteca, dotando-o de novas valências, é questionado quais as ferramentas que os utilizadores pretendem ver no OPAC da sua biblioteca, ao que a integração do OPAC no site da biblioteca é a resposta que obtém mais resultados. Crowfard (2006) e Macias González e Pérez Casas (2008) sublinham inclusivamente o facto de serem os próprios utilizadores a participar e a alimentar o OPAC de uma biblioteca como forma de satisfazerem as suas próprias necessidades, servindo de complemento aos descritores normalizados ou controlo de autoridades.24

Assim, uma das principais valências de um OPAC 2.0 é permitir que os resultados quando não disponíveis em determinada biblioteca, possa dar a conhecer em que locais, virtuais ou não, a obra se encontra, quer para consulta ou empréstimo a partir de outra biblioteca, quer para venda, por exemplo pela Amazon. Isto é possível em virtude do protocolo Z39.5025. Este protocolo é igualmente bastante usado nos sites de catalogação social.

Kim e Abbas (2010), num estudo sobre as funcionalidades adoptadas nalgumas bibliotecas académicas falam sobre a importância que as tags da comunidade académica podem ter para um OPAC de uma biblioteca, em que é indicado que 13 em cada 17 bibliotecas académicas disponibilizam no seu site a funcionalidade de poder atribuir tags aos recursos bibliográficos, podendo aquelas ser vistas no OPAC das bibliotecas.

Redden (2010), num artigo sobre de que forma as bibliotecas académicas podem tirar partido das potencialidades do Bookmarking Social, integrando-as nos OPAC, refere como a Librarything pode ser considerada uma aplicação de catalogação e ela própria ser um OPAC, ao permitir pesquisa de tags, recomendações de livros, críticas e avaliações, podendo estas ser realizadas pelos próprios utilizadores. Permite ainda ao utilizador pesquisar na Amazon ou

24

Técnicas de classificação e indexação numa biblioteca.

25

32

Biblioteca do Congresso, assim como em várias bibliotecas por todo o mundo. Redden denomina estes OPAC de SOPAC (Social OPAC).

Documentos relacionados