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Operações de crédito com recursos livres

O saldo das operações de crédito com recursos livres apresentou elevação de 5,7% no trimestre, atingindo R$273 bilhões. A participação desses empréstimos no total do sistema financeiro atingiu 56,9% em novembro, ante 56,7% em agosto.

Os empréstimos contratados por pessoas jurídicas alcançaram R$160,5 bilhões em novembro, com evolução trimestral de 4%. O desempenho foi determinado pelo

Volume de crédito rural e habitacional

R$ bilhões 20 25 30 35 40 45 50 55 Nov 2002 Fev 2003

Mai Ago Nov Fev 2004

Mai Ago Nov Rural Habitacional -30 -20 -10 0 10 20 30 Nov 2002 Fev 2003

Mai Ago Nov Fev Mai 2004

Ago Nov Saldo total

P. jurídica – Recurso interno P. jurídica – Recurso externo Pessoa física

Evolução do volume de crédito com recursos livres

crescimento de 10,4% nas modalidades lastreadas em recursos domésticos, cujo volume alcançou R$110,5 bilhões. No mesmo sentido, a média trimestral das concessões elevou-se 8,1%, situando-se em R$56,4 bilhões. Esses resultados estiveram associados, principalmente, a aspectos sazonais relacionados às vendas de fim de ano e à ampliação dos negócios vinculados à atividade agrícola.

Os financiamentos referenciados em moeda estrangeira somaram R$50 bilhões, com decréscimo de 7,8% no trimestre, em decorrência da concentração de liquidações e da apreciação cambial registradas no período. Os desembolsos dessas modalidades registraram declínio de 12% na média do trimestre, totalizando R$8,1 bilhões.

As operações de crédito às pessoas físicas cresceram 8,1% no trimestre, alcançando R$112,5 bilhões. A média trimestral das concessões cresceu de R$31,1 bilhões, em agosto, para R$33 bilhões, em novembro. O aumento das contratações por parte das famílias vem refletindo a continuidade do crescimento das operações de crédito pessoal, com destaque para os empréstimos em consignação em folha de pagamento. Adicionalmente, destaca-se o desempenho dos financiamentos para aquisição de bens, associado à melhora dos níveis de confiança dos consumidores. A taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres atingiu 45,7% a.a. em novembro, com crescimento de 1,8 p.p. no trimestre. Esse comportamento pode ser atribuído à elevação gradual recente da taxa de juros básica e seu impacto sobre a curva de juros no mercado futuro, considerada referência para a definição das taxas ativas praticadas pelas instituições financeiras. Nos últimos doze meses, contudo, a taxa média apresentou retração de 2,3 p.p. Nos segmentos de pessoas jurídicas e de pessoas físicas, as taxas médias apresentaram aumentos de 2,1 p.p. e de 0,3 p.p., alcançando, respectivamente, 30,9% a.a. e 63,4% a.a. Assinale-se que, nos financiamentos para empresas, o resultado refletiu, além do aumento na taxa de juros de determinadas operações, a queda na participação relativa de Adiantamento sobre Contratos de Câmbio (ACC), modalidade que apresenta custo mais reduzido comparativamente às demais. Com relação aos empréstimos para pessoas físicas, o aumento foi atenuado pela expansão dos contratos com desconto em folha de pagamento, que apresentam taxas significativamente inferiores às outras linhas de crédito desse segmento, assim como pela redução no custo dos financiamentos de veículos, cujo referencial de custo de captação são as taxas de longo prazo.

Taxas das operações de crédito a juros prefixados – Pessoa física

% a.a. 60 65 70 75 80 85 90 Nov 2002 Fev 2003

Mai Ago Nov Fev 2004

Mai Ago Nov 0 10 20 30 40 50 60 Nov 2002 Fev 2003

Mai Ago Nov Fev 2004

Mai Ago Nov Prefixado Flutuante Pós-fixado

Taxas das operações de crédito – Pessoa jurídica

% a.a.

Taxas das operações de crédito com recursos livres % a.a. 20 30 40 50 60 Nov 2002 Fev 2003

Mai Ago Nov Fev 2004

Mai Ago Nov Média geral Média pessoa jurídica

O spread bancário das operações de crédito com recursos livres alcançou 27,8 p.p. em novembro, com aumento de 0,3 p.p. em relação ao nível de agosto. Esse desempenho pode ser associado, entre outros fatores, às incertezas relativas à evolução da taxa básica de juros. Contribuiu, também, o aumento da representatividade da carteira de pessoas físicas nos empréstimos totais, tendo em vista o spread mais elevado observado nas operações com esse segmento.

A inadimplência relativa ao crédito com recursos livres apresentou relativa estabilidade no trimestre, situando- se em 7,3% em novembro. Os atrasos relativos às operações com pessoas jurídicas e com pessoas físicas mantiveram- se em 3,4% e em 12,8%, respectivamente. Tendo em vista a utilização habitual do décimo terceiro salário pelas famílias para liquidação de dívidas, deve persistir a continuidade da melhora na qualidade das carteiras desses tomadores neste final de ano.

3.2 Agregados monetários

A média dos saldos diários dos meios de pagamento, em seu conceito restrito (M1), atingiu R$113,2 bilhões ao final de novembro, aumentando 25,7% nos últimos doze meses. Esse resultado traduz expansões de 23,5% no saldo médio do papel-moeda em poder do público e de 27,1% nos depósitos à vista.

A velocidade-renda, que mantinha-se estável desde março, reduziu-se no trimestre, indicando o crescimento dos componentes do M1 acima do produto nominal.

Com relação aos dados dessazonalizados e deflacionados pelo IPCA, evidencia-se a retomada da trajetória de alta do M1, em função, basicamente, do crescimento contínuo da atividade econômica e da evolução do volume das operações de crédito.

Em conformidade com o comportamento dos depósitos à vista, a base monetária, considerando a média dos saldos diários, atingiu R$77 bilhões em novembro, registrando aumento de 26,2% em doze meses. Esse resultado refletiu acréscimos de 24,7% no saldo médio do papel-moeda emitido e de 29,5% nas reservas bancárias.

No que se refere às fontes de emissão primária de moeda, as operações do Tesouro Nacional determinaram impacto contracionista de R$8,1 bilhões no trimestre finalizado

30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 Fev 2002

Mai Ago Nov Fev 2003

Mai Ago Nov Fev 2004

Mai Ago Nov R$ bilhões

Base monetária M1

Base monetária e meios de pagamento – Média dos saldos diários M1 – Velocidade-renda1/ 14 15 16 17 18 19 Fev 2002

Mai Ago Nov Fev 2003

Mai Ago Nov Fev 2004

Mai Ago Nov No mês Média móvel 12 meses 1/ Definida como a razão entre o PIB acumulado de 12 meses e valorizado pelo IGP-DI e o saldo médio mensal do agregado monetário.

Spread médio das operações de crédito com

recursos livres p.p. – Média e PJ 10 15 20 25 30 35 Nov 2002 Fev 2003

Mai Ago Nov Fev 2004

Mai Ago Nov 40 45 50 55 60 65 Spread médio PJ PF p.p. – PF Taxa de inadimplência1/ % Média e PJ 3 4 5 6 7 8 9 Nov 2002 Fev 2003

Mai Ago Nov Fev 2004

Mai Ago Nov

1/ Percentual da carteira de recursos livres com atraso superior a 15 dias. 11 12 13 14 15 16 17 Média do mercado PJ PF % PF

em novembro. No mesmo sentido, o conjunto de operações com o sistema financeiro resultou em contração monetária de R$4 bilhões, decorrente, em grande parte, do ajuste de R$3,3 bilhões nas operações com derivativos e do ingresso de R$567 milhões referente à exigibilidade adicional sobre depósitos. Esse desempenho, associado ao crescimento de R$2,9 bilhões na demanda por base monetária, gerou resgates líquidos de títulos públicos federais de R$15 bilhões, no trimestre.

Objetivando equalizar as condições de concorrência entre instituições de porte diferenciado, o Banco Central alterou a exigibilidade de recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo. Assim, por meio da Circular 3.262, de 19.11.2004, as instituições financeiras passaram a recolher somente a parcela que exceder R$300 milhões.

O crescimento dos meios de pagamento ampliados no trimestre setembro-novembro esteve condicionado, basicamente, pela continuidade do ingresso de recursos externos, pelo movimento expansionista das operações de crédito do sistema financeiro e pela liberação de recursos relativos às restituições de imposto de renda e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Nesse contexto, o conceito M2, que engloba o M1 mais os depósitos de poupança e os títulos emitidos pelas instituições financeiras, registrou elevações de 4,6% no trimestre encerrado em novembro e de 18,2% em doze meses. A variação trimestral refletiu aumentos de 4,2% no saldo dos depósitos a prazo e de 2% no das cadernetas de poupança, estas apresentando captação líquida positiva entre novembro e agosto.

O M3, que inclui o M2, os fundos de renda fixa e os títulos públicos federais que dão lastro à posição líquida de financiamento em operações compromissadas, realizadas entre o setor não financeiro e o sistema financeiro, elevou- se 4% no trimestre encerrado em novembro e 18,5% em doze meses. No trimestre, registrou-se ingresso líquido de R$4 bilhões nos fundos de investimento. O conceito M4, que agrega o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, apresentou saldo de R$1,1 trilhão em novembro, aumentos de 3,5% no trimestre e de 17,1% em doze meses. Assinale-se que, desde outubro de 2004, os meios de pagamento ampliados apresentam mudança metodológica, com a inclusão no conceito M2 do componente Depósitos para Investimento, que contempla os valores das contas correntes de depósitos para investimento (Conta Investimento).

56 64 72 80 88 96 104 112 120 Fev 2002

Mai Ago Nov Fev 2003

Mai Ago Nov Fev 2004

Mai Ago Nov R$ bilhões

M1 Base monetária

M1 e base monetária a preço de novembro de 2004, dessazonalizado1/

1/ Índice de preço: IPCA.

0 6 12 18 24 30 Nov 2002 Fev 2003

Mai Ago Nov Fev 2004

Mai Ago Nov %

M2 M3 M4

Meios de pagamentos ampliados – Variação percentual em 12 meses