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Como já descrito na seção 1, o objetivo desse estudo é avaliar se a posição da empresa no período de 2005 a 2007 prevê a posição dela no período de 2010 a 2012, por uma adequada métrica resultante de uma combinação de indicadores capaz de prever sua posição competitiva num período próximo. Denotam-se por p o período, por t o ano, e porias empresas com o fim de expressar matematicamente as métricas de competitividade.

Assim, para que se possa avaliar as medidas de desempenho e crescimento, alguns indicadores foram selecionados. De modo a operacionalizar e validar os objetivos do estudo, investigou-se os indicadores de competitividade combinando desempenho e crescimento organizacional, conforme propõe os trabalhos de Combs, Crook e Shook (2005) e Santos e

Brito (2012), capturando o domínio da vantagem competitiva de modo a complementar os estudos anteriores, representados a seguir:

a) medidas de lucratividade organizacional:

1 – retorno sobre ativos (ROA) – medido pelo lucro líquido da empresa dividido pelos ativos do período.

Representado pela equação:

(equação 1)

Para cálculo do retorno de ativos, foi realizado uma média dos retornos nos períodos de 2005 a 2007 para e uma média entre 2010 a 2012 para . O cálculo dos retornos em ambos os períodos foi através das seguintes fórmulas:

para o período :

/ 3

para o período :

/ 3

2 – retorno sobre vendas (RV) –medido pelo lucro líquido do período dividido pela receita operacional líquida no mesmo período.

Representado pela equação:

(equação 2)

Para o cálculo do retorno em vendas, o mesmo procedimento foi adotado em relação a métrica anterior, calculou-se a média do período através das seguintes fórmulas:

para o período :

/ 3 para o período :

3 – retorno sobre o patrimônio líquido (RPL) – mede o resultado do período através da confrontação da receita, menos as despesas operacionais, obtido pela divisão dos lucros líquidos da empresa sobre o valor do patrimônio líquido.

Representado pela equação:

(equação 3)

Finalmente, o procedimento adotado na última métrica de desempenho, calculou-se a média de retornos sobre o patrimônio líquido das empresas pesquisadas por segmento econômico através das seguintes fórmulas:

para o período :

/ 3

para o período :

/ 3

b) medidas de crescimento organizacional:

Para as medidas de crescimento, adotou-se como padrão os valores constantes no início dos períodos longitudinais em análise, para o primeiro período foi considerado os dados de encerramento do ano anterior (2004) e no segundo o mesmo procedimento (2009), de modo a capturar corretamente a evolução em crescimento de cada empresa nos períodos analisados. As representações matemáticas estão descritas a seguir.

1 – crescimento das vendas/faturamento(CFAT) – mede a variação das vendas no período pela diferença do faturamento da empresa no primeiro e último ano divido pelo valor do primeiro ano, em cada período ( e ).

Representado pela equação:

(equação4)

para o período :

para o período :

2 – crescimento do lucro (CLL) - mede a variação do lucro no período pela diferença do lucro da empresa no primeiro e último ano, divido pelo lucro no primeiro ano em cada período ( e ).

Representado pela equação:

(equação5)

para o período :

para o período :

3 – crescimento dos ativos (CAT) – mede a variação dos ativos no período pela diferença dos ativos da empresa no primeiro e último ano, divido pelo ativo no primeiro em cada período ( e ).

Representado pela equação:

(equação6)

para o período :

para o período :

A combinação de indicadores de desempenho e crescimento, é justificado pelos estudos apresentados na revisão da literatura ao abordarem a necessidade de ampliação no domínio de desempenho, na avaliação da vantagem competitiva (VENTRAMAN; RAMANUJAM, 1986), ampliado pelo desenvolvimento de pesquisas recentes baseados em modelos de desempenho organizacional que sugerem uma abordagem multidimensional (COMBS; CROOK; SHOOK, 2005; SANTOS; BRITO, 2012).

Os indicadores foram selecionados baseados na obra de Combs, Crook e Shook (2005), cujo trabalho revisou os artigos publicados no Strategic Management Journal no

período de 1980 a 2004, e os resultados foram adaptados na Tabela 2, de modo a contribuir e justificara operacionalização das variáveis.

Tabela 2 – Medidas de desempenho organizacional publicados no Strategic Management Journal Desempenho Organizacional Frequência* Métricas revisadas(1980-04) Dimensão Medidas de desempenho 52%

Retorno sobre ativos 64% Lucro líquido/Ativo total Retornos Contábeis

Retorno sobre faturamento 34% Lucro líquido/Faturamento Retorno sobre patrimônio

líquido 26%

Lucro líquido/ Patrimônio líquido

Medidas de crescimento 17%

Faturamento 38% Crescimento do faturamento Crescimento

Lucro 10% Crescimento do lucro

Ativos 2%** Crescimento do ativo

*Contagem relativa a adoção da métrica na pesquisa realizada pelos autores

**Embora o resultado seja de menor frequência que nas demais medidas, o crescimento da empresa (ativos)é reconhecido em vários estudos sobre vantagem competitiva conforme revisão da literatura seção 2, justificando sua adoção.

Fonte: Adaptado a partir de Combs, Crook e Shook (2005).

A combinação das medidas de desempenho organizacional como apresentado na Tabela 3, contribui para o avanço de estudos ao adotar medidas híbridas de vantagem competitiva pouco usadas nos estudos publicados, apenas 5% no Strategic Management Journal (COMBS; CROOK; SHOOK, 2005), e corrobora com estudos defendidos por autores de renome internacionais ligados a pesquisa sobre métricas de vantagem competitiva, cujo pressuposto é sua representação através de modelos multidimensionais que melhor capturam a eficácia organizacional (SANTOS; BRITO, 2012).

Para validação da tese, foram combinados os indicadores defendidos pelos autores que advogam o desempenho superior e crescimento organizacional, avaliados como capazes de prever seu desempenho futuro (BRITO; BRITO, 2012) na tentativa de preencher essa lacuna na pesquisa sobre métricas de vantagem competitiva e negligenciado pelos pesquisadores (BRITO, 2005).

O modelo conceitual adotado nesse estudo, foi esquematizado conforme a Figura 8, de modo a contribuir com o desenvolvimento da pesquisa ligada a medidas de vantagem competitiva e justificado pela necessidade de ampliar o domínio do desempenho organizacional (como já abordado pelas obras citadas durante a seção 2), e investigou quais das métricas agrupadas na classificação das empresas, pode contribuir na previsão da competitividade por alguns anos.

Figura 8 – Modelo conceitual para critérios de avaliação do grau de competitividade empresarial

Após apresentar as medidas adotadas no estudo, o critério de avaliação usado para verificar a capacidade de medir e prever a competitividade, na subseção a seguir, aborda-se a composição da amostra e o procedimento adotado para a coleta de dados.

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