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Operacionalizando a pesquisa

No documento Não engajamento de franqueados (páginas 61-64)

4 METODOLOGIA: A CONSTRUÇÃO DA TEORIA BASEADA EM CASOS

4.2 Operacionalizando a pesquisa

A revisão da literatura possibilitou ampliar o conhecimento dos fenômenos relacionados aos desafios que os franqueados enfrentam durante sua operação que resultou em um modelo teórico de fatores de engajamento, apresentado no capítulo 3. Durante a elaboração do modelo compreendeu-se que há teorias que explicam os desafios que os franqueados enfrentam de forma dispersa. Há uma lacuna não evidenciando de maneira clara as causas que levam os franqueados a não se engajarem. Apesar de haver estudos que apontam possíveis causas de rompimento eles encontram-se fragmentados, não apresentando um framework do assunto.

O objetivo foi adicionar e discutir teoria a partir de um modelo que emergiu sobre os fatores que poderiam causar problemas de engajamento em franqueados. A elaboração é apresentada na seção A CONSTRUÇÃO DO MODELO TEÓRICO DE FATORES DE INFLUÊNCIA NO ENGAJAMENTO.

As premissas, com base em outros estudos ou conhecimento prévio do pesquisador, ajudaram e permitiram a inferência, ou seja, a partir de uma base de conhecimento foram reconstruídas representações, de forma a permitir ir além do material coletado, produzindo conhecimento (Bauer, 2002; Richardson, 1999).

Para Minayo, (2011) as premissas da literatura devem: ● Serem capazes de lançar luz sobre questões reais; ● Serem claras e inteligíveis;

● Apresentarem com precisão as relações abstratas entre elementos, fatos e processos que buscam explicar ou interpretar.

As premissas, estudas na revisão da literatura, com base na teoria de franquias e negócios, serviram para auxiliar a elaboração do roteiro das entrevistas, elaboração do modelo proposto e para dar suporte às análises dos dados obtidos na coleta. Sua origem advém de preceitos encontrados tanto na literatura científica quanto na literatura gerencial sobre franchising.

Eisenhardt & Graebner, 2007) e, dessa forma, usar os dados de franqueados engajados e não engajados para a construção de um MODELO DE NÃO ENGAJAMENTO DE FRANQUEADOS.

A descoberta é o objetivo da ciência desde o seu início e desconstruir indutivamente uma teoria assentada nos casos, através da análise qualitativa, agregada ou relacionada a outras teorias pode acrescentar e trazer novos conhecimentos à área do fenômeno (Cassiani, Caliri, & Pelá, 1996).

A teoria baseada em casos, embasada em dados da realidade das empresas e franqueados, foi usada para adicionar conceitos às teorias existentes em aspectos que ainda não foram explorados profundamente no campo teórico, sugerindo teorias testáveis em estudos futuros (Eisenhardt & Graebner, 2007). O investigador, nesse método, procura processos que estão acontecendo na cena social, sugerindo hipóteses que, unidas umas às outras, podem explicar o fenômeno, combinando abordagens indutivas e dedutivas (Cassiani et al., 1996).

O objetivo é identificar, desenvolver e relacionar conceitos. A operacionalização foi sistematizada sendo orientada recolhendo dados de campo e utilizando uma estrutura hierárquica de categorias (Corbin & Strauss, 1990). Para obter-se uma melhor comparação, como em Danneels (2002), as empresas estão em diferentes estágios de idade, tamanho e diversificação. Os franqueados estudados estão em lados opostos em relação ao seu engajamento, na visão dos seus franqueadores, corroborando com a visão de Danneels (2002) de comparar empresas ligadas, mas que apresentam em sua essência diferenças passíveis de comparação para a extração de inferências. Sendo assim, esta pesquisa configura-se como qualitativa exploratória e empírica.

Em estudos qualitativos, segundo Richardson et al. (1999), há a tentativa de compreensão detalhada dos significados apresentados pelos entrevistados. Para os autores, esses estudos se aproximam mais da realidade do que estudos quantitativos e podem ter uma profundidade maior e mais detalhada, como apontado por Patton (1990). Métodos qualitativos estão voltados a auxiliar a compreender contextos sociais, culturais e institucionais (Pozzebon & Freitas, 1998).

Os estudos exploratórios tem a função de aumentar o conhecimento e são usados para ajudar o pesquisador a entender problemas para os quais ainda não foram desenvolvidas teorias específicas (Minayo, 2011; Selltiz, 1974). O tipo de pesquisa, respectivamente qualitativo e baseadas nos dados coletados junto as empresas e franqueados, foi escolhido devido à natureza da pergunta e tendo em vista que a área escolhida possui conhecimento escasso: engajamento de franqueados.

Foram coletados dados com franqueadores, franqueados e consultores de campo. Para as coletas foram utilizados roteiros, com base na fundamentação teórica, para entrevistas em profundidade, no total a tese contou com 37 entrevistas:

 Vinte e quatro entrevistas foram realizadas por telefone com franqueados;

 Três com diretores de franquia;  Oito com consultores de franquia e;

 Dois testes de instrumento com franqueados que não fizeram parte dos resultados da pesquisa.

As entrevistas, elaboradas a partir do contato telefônico, foram transcritas usando a lógica de combinação de padrão e os dados coletados foram comparados a um padrão previsto teoricamente (Godoy, 2006), com o auxílio do programa MAXQDA12. A revisão da literatura serviu para a triangulação de dados e foi usada como padrão previsto teoricamente (Godoy, 2006). As perguntas do roteiro de entrevista encontram-se no apêndice 1.

A análise de conteúdo é um método empírico que depende diretamente do que foi comunicado e nessa tese utilizou-se o código linguístico proposto por Bardin (2011). Nesse código linguístico são utilizados diferentes domínios dependendo do número de pessoas implicadas na comunicação e do código suporte, se escrito ou falado. No caso da tese foi utilizado um grupo restrito, código oral, entrevistas e conversas.

Podemos optar por diferentes unidades de registro, ou seja, elementos da decomposição da mensagem obtida na coleta (Minayo, 2011). No estudo, a unidade de registro se refere a temas específicos, com base na literatura, premissas definidas com base na pesquisa da bibliografia e experiência do pesquisador.

Diferente dos protocolos de coleta os procedimentos de análise não ocorrem de maneira sequencial (Bardin, 2009; Minayo, 2011), porém costumam conter: (a) decompor o material em partes; (b) decompor o material em categorias; (c) fazer inferência dos resultados; (d) interpretar os resultados comparando com a teoria adotada.

No documento Não engajamento de franqueados (páginas 61-64)

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