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A Tabela 9 apresenta a opinião dos moradores entrevistados usuários do Centro de Saúde com respeito à facilidade de chegar ao serviço a partir de suas moradias.

Tabela 9: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo opinião a respeito da facilidade de chegar ao serviço a partir da moradia, Botucatu, 1999

Opinião Porcentagem (%) IC 90% Muito fácil 16,0 (11,6 - 20,4) Fácil 59,9 (54,0 - 65,8) Mais ou menos 15,0 (10,7 - 19,3) Difícil 7,0 (3,9 - 10,0) Muito difícil 2,1 (0,4 - 3,9) Total 100 -

A Tabela 10 apresenta a distribuição dos 187 usuários entrevistados com respeito ao meio de transporte utilizado para chegar ao Centro de Saúde. Observa-se que a grande maioria deles refere ir a pé ao serviço, o que ratifica a facilidade de acesso geográfico referida pela maioria destes usuários na Tabela 9.

Tabela 10: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo os meios de transporte utilizados para chegarem ao serviço, Botucatu, 1999

Transporte Porcentagem (%) IC 90% A Pé 86,6 (82,5 - 90,7) De Carro 8,0 (4,8 - 11,3) De Ônibus Urbano 3,7 (1,5 - 6,0) De Bicicleta 1,1 (0,0 - 2,3) Outro 0,5 (0,0 - 1,4) Total 100 -

A Tabela 11 apresenta a distribuição dos usuários entrevistados segundo o tempo de matrícula no Centro de Saúde.

Tabela 11: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo o tempo de matrícula no serviço, Botucatu, 1999 No de anos Porcentagem (%) IC 90% 0 – 4 33,7 (28,0 - 39,4) 5 – 9 19,7 (15,0 - 24,6) 10 – 14 24,1 (18,9 - 29,2) 15 – 20 22,5 (17,5 - 27,5) Total 100 -

A Tabela 12 apresenta a distribuição dos usuários entrevistados quanto ao tempo de moradia na área de abrangência do Centro de Saúde.

Tabela 12: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo o tempo de moradia na área de abrangência do serviço, Botucatu, 1999

No de anos Porcentagem (%) IC 90% 0 a 4 21,9 (17,0 - 26,9) 5 a 9 25,7 (20,4 - 30,9) 10 a 14 23,5 (18,4 - 28,6) 15 a 20 28,9 (23,4 - 34,3) Total 100 -

Vistas as características demográficas e sociais da população estudada e uma vez caracterizado o Centro de Saúde quanto a sua estrutura física, recursos humanos e tipos de ações e procedimentos de saúde disponíveis, passaremos agora a reportar as opiniões dos usuários em relação a estas ações e procedimentos de saúde oferecidos.

A Tabela 13 apresenta a distribuição dos usuários entrevistados quanto ao tipo de ações/procedimentos que costumam utilizar no Centro de Saúde, salientando que a maior demanda é para consulta médica.

Tabela 13: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo as ações/procedimentos que costumam usar no serviço, Botucatu, 1999

Ações/Procedimentos2 Porcentagem (%) IC 90% 1 43,3 (37,4 - 49,3) 1 e 2 10,7 (7,0 - 14,4) 1 e 4 6,4 (3,5 - 9,4) 1 e 5 5,3 (2,6 - 8,0) 1, 3 e 4 4,8 (2,2 - 7,4) 5 4,3 (1,9 - 6,7) 1, 2 e 4 4,3 (1,9 - 6,7) 1, 2 e 3 3,7 (1,5 - 6,0) 2 3,2 (1,1 - 5,3) 1 e 3 2,7 (0,7 - 4,3) 1, 2, 4 e 5 2,7 (0,7 - 4,3) 1, 2 e 5 2,1 (0,4 - 3,9) 1, 4 e 5 1,6 (0,1 - 3,1) 3 1,6 (0,1 - 3,1) 1, 2, 3 e 4 1,1 (0,0 - 2,3) 4 0,5 (0,0 - 1,4) 1, 3 e 5 0,5 (0,0 - 1,4) 1, 2, 3 e 5 0,5 (0,0 - 1,4) 1, 2, 3, 4 e 5 0,5 (0,0 - 1,4) Total 100 -

Se levarmos em conta apenas a última utilização do Centro de Saúde, a demanda por consulta médica aparece com ainda maior importância, conforme mostra a Tabela 14.

2

As ações e procedimentos de saúde foram codificados com a seguinte designação: 1. Consulta Médica (Clínica, Ginecologia); 2. Procedimentos de enfermagem (curativo, medir pressão, vacinação, outros); 3. Exames laboratoriais (sangue, fezes, urina, etc.); 4. Assistência social (vale- transporte, cesta básica, medicamentos, leite, ambulância); 5. Consulta odontológica; 6. Outros.

Tabela 14: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo o tipo da última utilização do serviço, Botucatu, 1999

Ações/Procedimentos3 Porcentagem IC 90% 1 70,1 (64,3 - 75,5) 2 16,0 (11,6 - 20,4) 5 5,3 (2,6 - 8,0) 3 4,3 (1,9 - 6,7) 4 2,1 (0,4 - 3,9) 1 e 3 1,1 (0,0 - 2,3) 6 1,1 (0,0 - 2,3) Total 100 -

É interessante observar, na Tabela 15, que 45,5% dos usuários entrevistados não conheciam outras ações/procedimentos oferecidas pelo Centro de Saúde, além daqueles que costumavam usar, sugerindo a necessidade de melhora na divulgação das ações/procedimentos por parte do Centro de Saúde.

Tabela 15: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo o conhecimento de outras ações/procedimentos oferecidas além dos que costuma utilizar, Botucatu, 1999 Conhece Porcentagem (%) IC 90% Sim 54,5 (48,6 – 60,5) Não 45,5 (39,5 – 51,4) Total 100 - 3

As ações e procedimentos de saúde foram codificados com a seguinte designação: 1. Consulta Médica (Clínica, Ginecologia); 2. Procedimentos de enfermagem (curativo, medir pressão, vacinação, outros); 3. Exames laboratoriais (sangue, fezes, urina, etc.); 4. Assistência social (vale- transporte, cesta básica, medicamentos, leite, ambulância); 5. Consulta odontológica; 6. Outros.

A Tabela 16 mostra que as ações/procedimentos mais conhecidos entre os usuários, além daqueles que utilizam, são: ações de assistência social (distribuição de cestas básicas, vale transporte para outras unidades de assistência, medicamentos), atendimento odontológico e atendimento de enfermagem.

Tabela 16: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo o conhecimento das demais ações/procedimentos oferecidas além daquela(s) usada(s), Botucatu, 1999 Ações/Procedimentos4 Porcentagem (%) IC 90% 4 18,6 (12,3 – 24,9) 5 11,8 (6,5 – 17,0) 2 9,8 (5,0 – 14,6) 4 e 5 8,8 (4,2 – 13,4) 3 6,9 (2,8 – 11,0) 6 6,9 (2,8 – 11,0) 2 e 4 3,9 (0,8 – 7,1) 1 2,9 (0,2 – 5,7) 1 e 2 2,9 (0,2 – 5,7) 1 e 5 2,9 (0,2 – 5,7) 2 e 5 2,9 (0,2 – 5,7) 2 e 6 2,9 (0,2 – 5,7) 2, 4 e 5 2,9 (0,2 – 5,7) 1,3 e 4 2,0 (0,0 – 4,2) 3, 4 e 5 2,0 (0,0 – 4,2) 1, 2, 4 e 6 1,0 (0,0 – 2,6) 1, 3, 4 e 6 1,0 (0,0 – 2,6) 1, 2 e 4 1,0 (0,0 – 2,6) 1, 2, 4 e 5 1,0 (0,0 – 2,6) 1, 4 e 5 1,0 (0,0 – 2,6) 2, 3, 4 e 5 1,0 (0,0 – 2,6) 2, 3, 4, 5 e 6 1,0 (0,0 – 2,6) 2, 3 e 5 1,0 (0,0 – 2,6) 2, 3 e 4 1,0 (0,0 – 2,6) 3 e 5 1,0 (0,0 – 2,6) 3 e 4 1,0 (0,0 – 2,6) 5 e 6 1,0 (0,0 – 2,6) Total 100,0 - 4

As ações e procedimentos de saúde foram codificados com a seguinte designação: 1. Consulta Médica (Clínica, Ginecologia); 2. Procedimentos de enfermagem (curativo, medir pressão, vacinação, outros); 3. Exames laboratoriais (sangue, fezes, urina, etc.); 4. Assistência social (vale- transporte, cesta básica, medicamentos, leite, ambulância); 5. Consulta odontológica; 6. Outros.

Conforme mostra a Tabela 17, somente 38,5% dos usuários entrevistados sabiam o horário de funcionamento do Centro de Saúde, sendo este mais um indicativo de que o serviço precisa melhorar sua comunicação com os usuários.

Tabela 17: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo o conhecimento do horário de funcionamento do serviço, Botucatu, 1999

Conhecimento Porcentagem (%) IC 90%

Sim 38,5 (32,7 - 44,3)

Não 61,5 (55,7 - 67,3)

Total 100 -

Em relação ao horário de funcionamento do Centro de Saúde, a Tabela 18 mostra que 88,8% dos usuários entrevistados consideram-no bom ou muito bom. Entretanto, e preciso levar em conta que 61.5% dos usuários desconhecem o horário exato de funcionamento do Centro de Saúde, conforme apresentado na Tabela 17.

Tabela 18: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo opinião a respeito da conveniência do horário de funcionamento do serviço, Botucatu, 1999

Opinião Porcentagem (%) IC 90% Muito Bom 11,8 (7,9 - 15,6)

Bom 77,0 (72,0 - 82,1)

Mais Ou Menos 11,2 (7,4 - 15,0)

Total 100 -

Em relação ao atendimento médico recebido, conforme mostra a Tabela 19, a opinião dos usuários é bastante boa, visto que 69,5% deles o

consideram bom ou muito bom.

Tabela 19: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo opinião a respeito do atendimento médico recebido, Botucatu, 1999

Opinião Porcentagem (%) IC 90% Muito bom 16,0 (11,6 - 20,4) Bom 53,5 (47,5 - 59,5) Mais ou menos 25,7 (20,4 - 30,9) Muito ruim 2,7 (0,7 - 4,6) Ruim 1,1 (0,0 - 2,3)

Não usou o serviço 1,1 (0,0 - 2,3)

Total 100 -

A Tabela 20 apresenta a opinião dos usuários entrevistados quanto à forma como o agendamento para consulta médica é realizado, salientando que 43,3% deles consideram-na boa.

Tabela 20: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo opinião a respeito da forma como o agendamento da consulta médica é realizado, Botucatu, 1999 Opinião Porcentagem (%) IC 90% Muito bom 4,3 (1,9 – 6,7) Bom 43,3 (37,7 – 49,3) Mais ou Menos 32,1 (26,5 – 37,7) Ruim 16,0 (11,6 – 20,4) Muito ruim 3,2 (1,1 – 5,3) Não opinou 1,1 (0,0 – 2,3) Total 100 -

Já em relação ao intervalo de tempo entre o agendamento e a realização da consulta médica, conforme mostra a Tabela 21, apenas um quarto dos entrevistados consideram-no rápido, sendo que quase a metade deles consideram-no demorado ou muito demorado, o que sugere haver uma demanda de consultas reprimida no serviço.

Tabela 21: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo opinião a respeito do intervalo de tempo entre o agendamento e a realização da consulta médica, Botucatu, 1999 Opinião Porcentagem (%) IC 90% Muito rápido 1,1 (0,0 - 2,3) Rápido 25,1 (19,9 - 30,3) Mais ou menos 32,1 (26,5 - 37,7) Demorado 24,6 (19,4 - 29,8) Muito demorado 16,6 (12,1 - 21,0) Não respondeu 0,5 (0,0 - 1,4) Total 100 -

A Tabela 22 apresenta as opiniões dos usuários entrevistados quanto ao horário de realização das consultas médicas, salientando que 76,5% deles consideram-no bom.

Tabela 22: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo opinião a respeito do horário de realização de consultas médicas, Botucatu, 1999

Opinião Porcentagem (%) IC 90% Muito Bom 4,3 (1,9 - 6,7) Bom 76,5 (71,4 – 81,6) Mais Ou Menos 13,9 (9,8 - 18,1) Ruim 3,2 (1,1 - 5,3) Muito Ruim 1,6 (0,1 - 3,1) Não Opinou 0,5 (0,0 - 1,4) Total 100 -

57,2% dos usuários entrevistados consideram-no bom.

Tabela 23: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo opinião a respeito do atendimento de enfermagem no serviço, Botucatu, 1999

Opinião Porcentagem (%) IC 90% Muito Bom 15,5 (11,2 – 19,8) Bom 57,2 (51,3 – 63,2) Mais Ou Menos 23,5 (18,4 – 28,6) Ruim 2,7 (0,7 - 4,6) Muito Ruim 1,1 (0,0 - 2,3) Total 100,0

Dos 187 usuários entrevistados, 107 deles referiram terem precisado remarcar no mínimo uma consulta médica ou odontológica no último ano. Os motivos referidos foram ausência do médico ou dentista, falta de vaga ou impossibilidade de comparecer ao serviço no dia marcado. Dentre estes 107 entrevistados, quase dois terços consideraram fácil ou muito fácil remarcar a consulta, conforme mostra a Tabela 24.

Tabela 24: Distribuição dos 107 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” que precisaram remarcar consultas médicas e/ou odontológicas no último ano segundo opinião a respeito da facilidade para remarcar, Botucatu, 1999

Opinião Porcentagem (%) IC 90% Muito Fácil 0,9 (0,0 - 2,5) Fácil 61,7 (54,0 - 69,4) Mais Ou Menos 14,0 (8,5 - 19,5) Difícil 18,7 (12,5 - 24,9) Muito Difícil 4,7 (1,3 - 8,0) Total 100 -

A Tabela 25 sugere que é possível afirmar que, segundo opinião de seus usuários entrevistados, o Centro de Saúde resolve a contento as necessidades imediatas de saúde de sua clientela, uma vez que 80,2% dos usuários entrevistados afirmaram que os problemas de saúde que o levaram a procurar o serviço na última vez foram ali resolvidos. Estes pacientes quase que invariavelmente justificaram sua opinião por terem sido consultados, medicados e bem atendidos.

Tabela 25: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo opinião a respeito da resolução do problema que o(a) levou a procurar o serviço na última vez, Botucatu, 1999 Opinião Porcentagem (%) IC 90% Resolveu 80,2 (75,4 – 85,0) Não resolveu 18,7 (14,0 – 23,4) Não Responderam 1,1 (0,0 - 2,3) Total 100 -

A Tabela 26 apresenta a opinião dos usuários entrevistados com respeito ao conforto e limpeza da sala de espera do Centro de Saúde, salientando que 60,4% consideram estas características boas ou muito boas.

Tabela 26: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo opinião a respeito do conforto e limpeza da sala de espera do serviço, Botucatu, 1999

Opinião Porcentagem (%) IC 90% Muito boa 2,1 (0,4 – 3,9) Boa 58,3 (52,4 – 64,2) Mais ou menos 26,7 (21,4 – 32,0) Ruim 9,1 (5,6 – 12,5) Muito ruim 3,7 (1,5 – 6,0) Total 100,0 -

A Tabela 27 mostra que 86,6% dos usuários entrevistados recomendariam o Centro de Saúde caso fossem consultados, sugerindo ser boa a satisfação da clientela com relação ao serviço.

Tabela 27: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo sua disposição em recomendar os serviços oferecidos, Botucatu, 1999

Disposição Porcentagem (%) IC (90%) Recomendaria 86,6 (82,5 - 90,7) Nunca Recomendaria 4,8 (2,2 - 7,4) Não sabe 7,5 (4,3 - 10,6) Não responderam 1,1 (0,0 - 2,3) Total 100,0 -

A Tabela 28 apresenta a opinião dos usuários entrevistados em relação ao tratamento recebido no serviço por parte dos funcionários, salientando que 76,0% dos usuários estão satisfeitos com o tratamento recebido.

Tabela 28: Distribuição dos 187 entrevistados usuários do Centro de Saúde “Dr. Sebastião de Almeida Pinto” segundo opinião sobre o tratamento recebidos dos funcionários do serviço, Botucatu, 1999

Opinião Porcentagem (%) IC 90% Muito bem tratado 15,0 (10,7 – 19,3)

Bem tratado 61,0 (55,1 – 66,8) Mais ou menos 21,4 (16,5 – 26,3) Maltratado 1,6 (0,1 - 3,1) Muito maltratado 1,1 (0,0 - 2,3) Total 100 -

V. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Entre as formulações legais e constitucionais e a universalização da atenção à saúde como direito e dever do Estado há uma certa distância. Segundo Giovanella e Fleury, o conhecimento da maneira como o direito à saúde se expressa concretamente no cotidiano das pessoas deve ser buscado na análise da unidade da relação do usuário com os serviços. A categoria central para análise dessa relação é o acesso. Portanto, a discussão primordial deve ser a respeito do próprio termo acesso24.

Segundo Unglert, Rosenburg e Junqueira, o acesso à Saúde engloba inúmeros fatores e pode ser analisado sob abordagens diversas. Entre os fatores que contribuem para o impedimento da satisfação das necessidades de assistência à saúde da totalidade da população está a inacessibilidade de numerosos segmentos aos serviços de saúde40.

Os estudos sobre acesso aos serviços de saúde costumam utilizar a conceituação de acessibilidade formulada por Frenk22, a partir de Donabedian24.

Segundo Frenk, é preciso estar alerta para o uso de vários termos como sinônimos de acessibilidade (disponibilidade e acesso, por exemplo)22. Para este autor, na prática, é muito difícil distinguir acesso, disponibilidade e acessibilidade. Existe uma tendência ao uso similar de acesso e acessibilidade. No entanto, disponibilidade e acesso são termos que derivam da acessibilidade, mas não são iguais a ela.

Segundo Donabedian, “... se considera acessibilidade como algo adicional à mera presença ou “disponibilidade” do recurso em um certo lugar e em um dado momento. Compreende as características do recurso que facilitam ou dificultam o uso por parte dos clientes potenciais”20.

Este mesmo autor, estudando o conjunto de fatores que compõe a atenção prestada aos clientes potenciais pelo serviço, propôs uma classificação agrupando esses fatores em três categorias: aqueles ligados à estrutura dos serviços, os relacionados com o processo em que se deu a atenção ao usuário e aqueles relacionados aos resultados. Para Donabedian, estrutura são os recursos médicos e sociais utilizados para a realização do atendimento19. Estão incluídos nesta categoria o número de funcionários e sua qualificação profissional, a área física do serviço, os equipamentos disponíveis, bem como a maneira como se organiza o serviço de saúde.

No conceito de estrutura estão presentes as variáveis que intervêm entre a capacidade de produzir serviços e o consumo real que ocorre. Esses fatores definem a acessibilidade, ou seja, a disponibilidade do recurso em um dado momento. Há que considerar também as variáveis que facilitam ou dificultam a utilização do recurso pelo cliente potencial, que podem ser de duas ordens: sócio-organizacional e geográfica. Por exemplo, a falta de conhecimento do Centro de Saúde, a falta de profissionais para o atendimento são dificuldades sócio organizacionais

ao acesso; sendo a distância uma dificuldade geográfica19.

Por processo entende-se o estudo da relação entre o serviço de saúde e o usuário, que pode ser verificada através da produção desses serviços19.

Como resultado pode ser entendida a mudança que ocorre nos indicadores de saúde e que pode ser atribuída à utilização do serviço de saúde, como os indicadores de morbimortalidade. Ou, de forma mais ampla, pode significar uma compreensão melhor, por parte dos potenciais usuários, dos fatores biológicos e sociais relacionados à sua saúde6;19.

Donabedian sugere que “a prova do acesso consiste na utilização de um serviço, não simplesmente na sua existência”20. Desta maneira, o acesso pode ser medido pelo nível de utilização em relação à necessidade. Devemos reconhecer, no entanto, que a avaliação de ‘necessidade’ que fazem os usuários é diferente daquela que fazem os funcionários do sistema. Seria quase desnecessário assinalar as barreiras que se interpõem ao acesso, não somente de caráter econômico, mas também psicológico, informativo, social, organizativo, espacial e temporal, entre outros.”

Acessibilidade, além da disponibilidade de recursos de atenção à saúde em determinado local e tempo, compreende as características do recurso que facilitam ou dificultam o seu uso por parte dos clientes potenciais22; ou seja, acessibilidade implica “o grau de ajuste entre as características dos recursos de atenção à saúde e as da população no processo de busca e obtenção da atenção”22. Pode ser compreendida como a capacidade de um grupo para buscar e obter atenção. Portanto, seria necessário avaliar a disponibilidade de recursos de saúde e sua capacidade para produzir serviços; as resistências do serviço, isto é, o conjunto de obstáculos à busca e obtenção da atenção, originadas nos serviços (o que resultaria na identificação de uma disponibilidade efetiva); e, finalmente, o conjunto de características da população que permitem a esta buscar e obter a atenção22.

Para Aday, as diferentes definições e aspectos do conceito de acesso à atenção médica se analisam e se integram num marco teórico que supõem que as políticas de saúde influem sobre as características do sistema de prestação e da população em situação de risco com a finalidade de modificar a utilização dos serviços de atenção à saúde e a satisfação dos consumidores1. Propõem indicadores que medem os aspectos relevantes do acesso, de acordo com um modelo teórico segundo o qual os elementos que descrevem as características do sistema e da população servem como indicadores do processo, e a utilização e a satisfação dos consumidores servem como indicadores de resultados.

Segundo estes autores, tanto os responsáveis pelas tomadas de decisões na área da saúde, quanto os planejadores, administradores e consumidores dos serviços médicos expressam uma crescente preocupação em relação à necessidade de melhorar os sistemas de atenção. No último decênio foram lançados inúmeros programas com o objetivo claro de alcançar um acesso eqüitativo aos sistemas de saúde nos Estados Unidos da América. Todos esses programas têm por objetivo, de certo modo, possibilitar aos distintos grupos da população um acesso eqüitativo aos sistemas de atenção médica. Sem dúvida, não definem claramente o que se entende por acesso e menos ainda quais métodos devem aplicar-se para medi-lo ou avaliá-lo. Até o momento, o acesso é mais um conceito político do que operacional.

Para Penchansky e Thomas, acesso é um conceito geral que condensa um conjunto de dimensões específicas que descrevem a adequação entre os clientes e o sistema de cuidados de saúde, tais como a disponibilidade, acessibilidade, acomodação, capacidade financeira e aceitabilidade34, definidas como:

Disponibilidade - relação entre o volume e o tipo de serviços existentes e o volume de clientes e os tipos de necessidades.

dos clientes, tomando em conta os recursos para transporte, o tempo de viagem, a distância e os custos.

Acomodação ou adequação funcional – relação entre o modo como a oferta está organizada para aceitar clientes (sistema de agendamento, horário de funcionamento, serviços de telefone) e a capacidade/habilidade dos clientes acomodarem-se a estes fatores e perceberem a conveniência dos mesmos.

Capacidade financeira (affordability) – relação entre os preços dos serviços segundo o mantenedor, o depósito requerido para a entrada de clientes e a capacidade de pagar, ou a existência de seguro-saúde por parte do cliente.

Aceitabilidade – relação entre atitudes dos clientes sobre os profissionais e as características das práticas dos provedores de serviços assim como a aceitação pelos provedores de prestar serviços àqueles clientes.

A maior parte dos estudos prende-se à dimensão da utilização dos serviços de saúde, buscando avaliar o peso dos fatores que influenciam esta utilização, tais como os sóciodemográficos – nível de renda, escolaridade, idade, sexo, etnia, ocupação – ou os fatores comportamentais – conhecimentos, atitudes e percepção das doenças em diferentes grupos∗. Outros estudos tratam de analisar os efeitos das disponibilidades de recursos sobre sua utilização24.

Segundo Dever, a utilização dos serviços é uma interação entre os consumidores e os prestadores de serviços, e a utilização é influenciada por fatores socioculturais (tecnologia e valores sociais) e organizacionais, além de outros fatores relacionados com o consumidor e o prestador de serviços18. Deve-se incluir entre os fatores organizacionais determinantes da utilização a disponibilidade de recursos, a acessibilidade geográfica, a acessibilidade social e as características da estrutura e processo de

O mais famoso deles é o Estudo Internacional sobre Utilização de Serviços de Saúde – HCIS – realizado sob o patrocínio da OMS em 7 países diferentes Canadá, Estados Unidos, Iugoslávia,

prestação de cuidado18. Entende acessibilidade – seguindo a definição de Donabedian – como as características do recurso que facilitam ou obstruem o uso pelos clientes potenciais19. A acessibilidade geográfica refere-se aos fatores de espaço (distância, tempo, custo da viagem) e a acessibilidade temporal ou acomodação a limitações no tempo em que os recursos estão disponíveis. Para este autor, a relação entre acessibilidade geográfica e o volume de serviços consumidos depende do tipo de atendimento e do recurso considerado, estando em geral o uso dos serviços preventivos mais associado com a disponibilidade geográfica do que o dos serviços curativos, assim como o uso de cuidados gerais mais do que dos especializados18. Já a acessibilidade social inclui os conceitos de aceitabilidade (referidos a fatores sociais e culturais) e à disponibilidade financeira, formulada por Penchansky e Thomas34. Portanto, na compreensão de Dever, a acessibilidade é um dos aspectos da análise da utilização dos serviços de saúde24.

Frenk, no entanto, diferencia os estudos de utilização de serviços daqueles de acessibilidade, não apenas quanto ao foco nas razões da utilização, mas por tratarem apenas de características da população e dos recursos de saúde, enquanto os estudos de acessibilidade analisam o grau de ajuste entre estas características22 24.

Chen, em um trabalho inédito orientado para estabelecer indicadores quantitativos de acesso, desenvolve dois índices descritivos da organização e disponibilidade dos serviços12. Um deles é a média ponderada entre o tempo de espera para conseguir uma consulta médica,

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