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2.4 Etapas do Orçamento

2.4.3 Orçamento do Custo de Produção

Após concluir o orçamento de produção, o passo seguinte consiste na determinação do custo dessa produção. Consideram-se como custos de produção os custos de matéria-prima e mão de obra direta. A matéria-prima consiste em qualquer material que seja fisicamente agregado ao produto. Na mão de obra direta estão relacionados os gastos com qualquer trabalho executado no produto, o que implica mudança de sua forma (SANVICENTE; SANTOS, 2000).

Segundo Welsch (1983), para assegurar a disponibilidade de materiais nas quantidades necessárias, no momento correto e para projetar os custos desses materiais, é essencial que o orçamento contenha um relatório detalhado especificando a quantidade e os custos da matéria-prima exigida. Sanvicente e Santos (2000) mostram que esse orçamento requer o cumprimento das seguintes fases: determinação das quantidades de matérias-primas exigidas; estabelecimento das políticas de estocagem de matérias-primas; elaboração do programa de suprimentos; determinação do custo estimado das matérias-primas necessárias para a produção.

2.4.3.1 Determinação das quantidades de matérias-primas exigidas

Essa determinação baseia-se no orçamento de produção e em dados históricos da composição de matérias-primas de cada produto. Conforme Welsch (1983), as matérias-primas necessárias devem ser estimadas em valores totais para o período planejado e detalhadas em subperíodos, como meses ou trimestres.

Ainda segundo Welsch (1983), a principal função dessa divisão refere-se à finalidade de fornecer informações ao departamento de compras, para que este possa planejar e controlar as quantidades compradas; fornecer informações sobre quantidades, permitindo assim as projeções dos

custos de produção; fornecer dados para permitir o estabelecimento de políticas em relação a níveis de estoque; fornecer dados para determinação das necessidades de caixa; fornecer informações para controle e consumo de matérias-primas.

Além de fornecer informações sobre as quantidades consumidas e os padrões técnicos de consumo ou estatísticas de consumo, o orçamento de matérias-primas deve estar atento às perdas de material que ocorrem no processo de fabricação ou em refugos e materiais com avarias.

Sanvicente e Santos (2000) mostram que a responsabilidade pela verificação de matérias e a quantidade de matérias-primas utilizadas deve ficar a cargo do departamento de programação e controle da produção, mas a determinação da quantidade de matéria-prima poderá ser feita por meio de orçamentos departamentalizados.

2.4.3.2 Estabelecimento da política de estocagem

Uma política de estoques, de acordo com Sanvicente e Santos (2000), constitui-se em um conjunto de regras que permite atender às necessidades de consumo a um custo mínimo em termos de investimento em estoques. Segundo Welsch (1983), o orçamento de estoque de matérias-primas permite amortecer as variações das exigências de compras desse insumo, pois, caso a exigência da matéria- prima pela fábrica seja sazonal, as compras devem respeitar as variações de consumo, do contrário deverá ser mantido um estoque e, consequentemente, a compra uniforme de matérias-primas.

2.4.3.3 Elaboração de um programa de suprimentos

Para que se efetue uma compra de matéria-prima de forma eficiente, devem-se utilizar algumas técnicas que podem auxiliar nessa programação. Uma primeira ferramenta, apontada por Welsch (1983), é o lote econômico de compra (LEC) segundo a fórmula 2:

(2)

em que:

Q = quantidade consumida por ano;

C = custo de estocagem por unidade; P = preço de compra.

Essa técnica poderá auxiliar a empresa a comprar sua matéria-prima na quantidade correta e ainda indicar quantos pedidos dessa natureza devem ser feitos no ano.

Outra técnica, apontada por Sanvicente e Santos (2000), é o lote mínimo de compra, segundo a qual, o estoque deve ser reposto cada vez que seja atingido um nível predeterminado, chamado nível de ressuprimento.

2.4.3.5 Determinação do custo estimado de matérias-primas necessárias à produção

Sanvicente e Santos (2000) afirmam que a determinação dos preços unitários tem como base experiências anteriores, que devem ser medidas levando-se em conta os aumentos verificados de preços e a inflação ocorrida no período. Segundo Welsch (1983), do ponto de vista do planejamento, os custos unitários de matéria-prima devem ser estimados com base nas práticas de contabilidade de custos adotada pela empresa para registrar os custos efetivamente ocorridos.

2.4.3.6 Planejamento e controle de custo de mão de obra direta

De acordo com Welsch (1983), em muitas empresas os custos de mão de obra são superiores a todos os outros custos combinados. Assim, o planejamento cuidadoso e o controle sistemático dos custos de mão de obra são essenciais.

Sanvicente e Santos (2000) mostram que orçar a mão de obra direta significa estimar a quantidade de mão de obra direta para cumprir a programação, projetar a taxa horária que será utilizada e calcular o custo total de mão de obra.

Em um sentido mais amplo, Welsch (1983) afirma que os custos de mão de obra compreendem todas as despesas relacionadas aos colaboradores da empresa que ocupam os diversos níveis corporativos, sendo seus custos estimados separadamente. Dessa forma, Sanvicente e Santos (2000) afirmam que o planejamento de necessidades de pessoal permite ao departamento de pessoal definir programas de recrutamento e treinamento. Sua elaboração envolve dois passos básicos: determinação de números de horas necessárias e valorização em termos monetários, os quais serão analisados a seguir.

2.4.3.7 Determinação do número de horas necessárias

De acordo com Welsch (1983), as condições internas da empresa determinarão a viabilidade de expressar a atividade de um departamento de produção em termos de mão de obra direta, bem como os custos dessa mão de obra. Segundo Sanvicente e Santos (2000), os métodos utilizados para estimar a quantidade de mão de obra necessária são:

registros de tempos e movimentos: por meio de estudos de tempos das tarefas executadas para a elaboração de determinado produto, a engenharia industrial busca elaborar a quantidade de mão de obra necessária;

estimativas diretas do supervisor: não sendo possível obter informações por meio de um departamento de engenharia industrial, as estimativas podem ser feitas pelos supervisores de área de acordo com dados históricos;

estimativas de um grupo assessor: um departamento, como a contabilidade, pode efetuar os cálculos da quantidade de mão de obra necessária de acordo com o volume produzido.

2.4.3.8 Valorização em termos monetários

A mão de obra direta inclui os custos de pessoal identificáveis como atividades específicas de produção. De acordo com Sanvicente e Santos (2000), um grande problema é a classificação que deve ser dada aos encargos sociais correspondentes, aos prêmios e às horas extras. Outro ponto citado por Welsch (1983) é a determinação da remuneração em termos de horas de mão de obra direta. Uma solução para essa questão é a determinação das taxas médias em dado departamento ou centro de custo. Sendo assim, efetua-se um cálculo por meio do número de empregados daquele departamento e pelas horas trabalhadas.

Para que ocorra um bom plano de orçamento de mão de obra direta, devem-se levar em conta vários fatores internos e um bom modelo é aquele que garante um bom número de trabalhadores, proporcionando os benefícios necessários aos trabalhadores sem que a empresa fique com excessos de mão de obra ou encargos.

2.4.4 Planejamento de Despesas – Custos Indiretos de Produção, Despesas de Vendas

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