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O inquérito oral

Segundo Cruz 2010, o inquérito oral deve ser focalizado nas entrevistas não apenas como ponto central mas também como ponto de partida para as análises e o que motiva trabalhos nesse campo é o desejo de esclarecimento das situações pesquisadas.

O convite para a participação na pesquisa foi realizado com antecedência, confirmado via telefone e efetivado após a leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelo pesquisador e pelo colaborador respectivamente.

As entrevistas tiveram um tempo médio de duração de trinta (30) minutos, foram aplicadas pelo docente pesquisador, uma bolsista atividade lotada no DEPENF e uma aluna do Curso de Graduação em enfermagem. Sendo que essas duas últimas foram devidamente preparadas pelo pesquisador para a realização do inquérito. As entrevistas foram aplicadas aos alunos do último ano do curso de graduação em Enfermagem, aos docentes do DEPENF que estão em atuação e possuem vínculo com a UFVJM desde anos anteriores à criação do Pró- saúde I e ainda, aos profissionais enfermeiros egressos da UFVJM que se encontram supervisionando o estágio curricular dos alunos do último ano do curso de graduação em enfermagem.

Inicialmente as entrevistas foram agendadas por telefone e confirmadas pessoalmente pelo pesquisador. Para a realização foram adotados os seguintes critérios:

 Ambiente propício à escolha do participante;

 Horário disponibilizado pelo participante;

 Entrevista aberta, individual e em profundidade, com intervenções, retomando a fala do entrevistado para aprofundamento, quando necessário;

 Questão norteadora: Comente como o Pró-Saúde I contribuiu ou contribui para a formação profissional em enfermagem;

 Inicialmente, foi lido e assinado TCLE, seguido da aplicação da entrevista com uma pergunta norteadora, gravada e transcrita na íntegra.

O primeiro entrevistado foi definido previamente conforme indicação dos colaboradores em cada categoria e as entrevistas realizadas em uma sequência, onde um colaborador definido como ponto central ou marco zero indicava quem seria o próximo a ser entrevistado pelo pesquisador que busca a possibilidade desse novo sujeito da pesquisa acrescentar um fato relevante ao tema pesquisado, dando assim uma seqüência de rede de idéias (GODOY, 2006).

As entrevistas foram registradas em gravador digital e transcritas, do áudio para o papel, na íntegra, com o máximo cuidado de se preservar toda a linguagem, inclusive o tom coloquial. Este processo foi feito imediatamente após cada entrevista ou, no máximo, após cada duas entrevistas, para que não se perdesse a riqueza de informações e detalhes.

O tratamento dado para as entrevistas foi realizado segundo o método da História Oral proposto por Meihy (1998), e o seu desenvolvimento se deu nas seguintes etapas:

Transcrição: que é a passagem rigorosa da entrevista do gravador para o papel, com todos os seus lapsos, erros, vacilos, repetições e incompreensões incluindo as perguntas do entrevistador, essa fase inicial deve ser fiel ao ocorrido durante as gravações. As narrativas devem ser ouvidas por diversas vezes para uma absorção do ritmo e da intenção das entrevistas.

Textualização: supressão das perguntas e sua agregação às respostas, passando a ser todo o texto de domínio exclusivo do colaborador, assumindo, como personagem único a primeira pessoa. Os erros de gramática, os vícios de linguagem e as palavras repetidas devem ser corrigidas, devendo-se também organizar cronologicamente as entrevistas. Nesse momento será escolhido o Tom vital que consiste na seleção de uma frase que servirá como tema para a leitura das entrevistas, como síntese moral da narrativa.

Transcriação: Nessa fase o texto é refeito várias vezes pelo autor, com inversão da ordem dos parágrafos, retirando ou acrescentando palavras e frases realizando assim um “teatro de linguagem”. A interferência do autor deve ser no intuito de dar clareza e sentido ao texto, com isso o colaborador irá legitimar o texto e autorizar sua utilização para publicação.

Conferência: É a fase de legitimação da entrevista realizada, foi efetivada com a assinatura do termo de consentimento para publicação.

Arquivamento: Etapa final, quando são confeccionadas cópias das entrevistas e assim esses registros são arquivados. Concluindo o processo da história oral.

Gattaz (1995) realça que com isso o pesquisador terá um novo documento, de sua autoria e que os depoentes são os grandes colaboradores, caracterizando assim uma obra conjunta.

Esse processo permitiu a identificação de temáticas e assim foi estabelecido um diálogo entre os dados encontrados e a literatura científica sobre o assunto. Os sujeitos são apresentados ao final das citações como docente (D), aluno (A) ou egresso (E), numerados de acordo com a sequência de realização das entrevistas.

Após a aplicação do inquérito oral, foi realizada uma análise documental como fonte de evidência, de forma a dar veracidade e complementaridade aos fatos levantados pelas entrevistas.

A análise documental:

Realizada em documentos oficiais arquivados na coordenação do curso de graduação em enfermagem e coordenação do Pró-Saúde I da UFVJM. O manuseio desses documentos foi efetivado por cartas de anuência obtidas pelo pesquisador diretamente com as coordenadoras desses setores, conforme (APÊNDICE D e E).

Essa etapa teve início com a coleta de dados em documentos oficiais arquivados na coordenação do Pró-Saúde I e somente após a finalização do trabalho nesse setor é que foi iniciada a coleta nos arquivos da coordenação do curso de graduação em enfermagem. Realizando várias visitas a estes setores, foi feito um levantamento prévio dos documentos existentes, seguido de uma etapa de seleção dos documentos que realmente fariam parte do estudo. Para utilização dos dados, alguns documentos necessitaram ser fotocopiados.

A coleta desses dados prolongou-se mais do que o esperado devido ao fato dos documentos não estarem em uma disposição favorável à consulta e ainda devido a dificuldade de acesso do pesquisador aos arquivos do Pró-Saúde I. Por várias vezes a coordenação não se encontrava e assim vários contatos não tiveram sucesso. Somente após várias idas e vindas ao setor é que foi liberada uma cópia da chave para o pesquisador ter acesso a sala da coordenação na qual ficavam os documentos oficiais.

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