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Organização do grupo

No documento Olhar para dois mundos diferentes (páginas 49-52)

Capítulo V – Organização do contexto educativo

5.1. Organização do grupo

No que respeita à organização do grupo,

“O tempo educativo contempla de forma equilibrada diversos ritmos e tipos de atividade, em diferentes situações – individual, com a criança, com um pequeno grupo, com todo o grupo – e permite oportunidades diversificadas, tendo em conta as diferentes áreas de conteúdo.” (ME, 1997, p.40)

A rotina diária do grupo dos bibes verdes está organizada da seguinte forma: no período da manhã, o trabalho realizado é mais autónomo e feito individualmente, a pares ou em pequenos grupos; no período da tarde, com atividades de grande grupo. O tempo de trabalho autónomo, traduz-se no desenvolvimento de projetos de estudos e no trabalho feito nas áreas de trabalho. O tempo de grande grupo contempla plenários de informação ou animação que aparecem por iniciativa da educadora, elementos da comunidade ou por um grupo de crianças.

Segundo Hohmann e Weikart (2011, p.406), o tempo em grande grupo

reúne crianças e adultos por períodos de tempo breves, para trocar informações e fazer atividades enquanto grupo. Esta experiência ajuda a construir o sentido de “nós” e “nosso”.

Para que os dias funcionem bem, o grupo começa sempre por se reunir. Este tempo é fundamental uma vez que se trata de um diálogo de acolhimento participado por todos. A partir desta conversa, é feita a planificação das atividades da manhã e recorda-se o que ficou por fazer ou por acabar ou planificam-se novos projetos. Regista-se e leem-se também os vários instrumentos que apoiam o desenvolvimento das atividades.

As segundas-feiras de manhã são dedicadas às histórias e aos livros, sendo utilizados vários tipos de apresentação, como teatro de fantoches, projeções, teatro de sombras, filmes, reconto, etc. As tardes de terça-feira, são dedicadas à expressão

musical. As manhãs de quarta-feira têm como prioridade as visitas ao meio envolvente (questionar/observar), ou receber na sala elementos da comunidade ou pais, que sejam convidados. As manhãs de quinta-feira são dedicadas à expressão motora e, por fim, à sexta-feira à tarde é feita a reunião de conselho. Nesta reunião conversa-se sobre tudo o que se passou ao longo da semana, baseando-se na leitura do diário do grupo.

No final das manhãs, as crianças têm um tempo para mostrarem os seus trabalhos e partilharem as suas descobertas. Este tempo, designado de comunicações, é fundamental porque valoriza e dá sentido ao trabalho individual ou em pequenos grupos e ajuda a organizar e a estruturar as aprendizagens.

As atividades estão organizadas de acordo com as áreas de conteúdo apresentadas nas OCEPE.

As diversas formas de trabalho podem acontecer todos os dias, pois as crianças têm a oportunidade de escolher o que querem fazer e com quem. A diversidade de organização de trabalho proporciona às crianças momentos e formas de aprendizagem distintas e mais significativas.

5.2. Organização do tempo

O tempo é de cada criança, do grupo de crianças e do educador, importa que haja uma organização do tempo decidida pelo educador e pelas crianças. (ME,

1997, p.40)

A organização do dia, de acordo com o MEM, segundo Niza (1996, p.151) ocorre em nove momentos distintos, nomeadamente, o acolhimento, a planificação em conselho, as atividades e projetos, a pausa, as comunicações (de aprendizagens feitas), o almoço, as atividades de recreio (canções, jogos tradicionais e movimento

orientado), a atividade cultural coletiva, e finalmente, o balanço em conselho. A semana dos Bibes Verdes é gerida segundo uma agenda semanal que organiza a rotina do grupo e que está de acordo com os momentos acima apresentados.

Figura 5 – Agenda semanal do grupo dos bibes verdes

Os dias começam com o acolhimento, em conjunto com as crianças dos 2 e 3 anos, momento este que é assegurado por uma educadora e uma auxiliar.

Já na sala, começa por ser realizada a reunião da manhã, e este é o primeiro momento no qual as crianças dão os bons dias e partilham novidades com todo o grupo. Estas podem ser situações vividas pelas crianças, por alguém que lhes é próximo, ou algo novo que viram ou ouviram e querem partilhar com o grupo. É também a partir destas reuniões e das partilhas das crianças que surgem textos que são posteriormente utilizados na Oficina de Escrita (Niza, 1996: 151).

A reunião da manhã é sempre gerida por duas crianças, os presidentes da semana, com o auxílio da educadora. É também na reunião da manhã que se tem

uma conversa sobre as atividades que vão decorrer no dia, o que é planificado anteriormente numa reunião de balanço e/ou de conselho.

Nas atividades e projetos desenvolvidos pelo grupo, o trabalho realizado é autónomo. Neste tipo de trabalho as crianças têm a liberdade de escolher se querem trabalhar individualmente, a pares ou em pequenos grupos.

No final da manhã, depois da arrumação da sala, é guardado um período de tempo para as comunicações. Neste momento, as crianças podem partilhar com o grupo as atividades que desenvolveram no decorrer da manhã.

No período da tarde, as crianças realizam uma atividade de acordo com a agenda semanal, que pode ser uma atividade de trabalho comparticipado. Este promove a construção comparticipada de conceitos, em grande grupo, e nestes momentos todos trabalham em conjunto para atingir os objetivos.

A última reunião do dia leva a que todo o grupo se junte novamente para conversar e refletir sobre as atividades desenvolvidas.

Todas as tardes de sexta-feira, são reservadas para reunir em conselho. Nesta reunião, o educador lê o diário e segue-se um debate sobre os acontecimentos que foram registados nas diferentes colunas que o constituem. Desta forma, é dada a palavra a cada um dos intervenientes. Neste momento não se procura um julgamento mas sim ouvir ambas as partes, para clarificar as diferentes posições e chegar a conclusões em conjunto.

No documento Olhar para dois mundos diferentes (páginas 49-52)

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