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CAPÍTULO III O Estágio Pedagógico em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do

3.1. Organização metodológica da intervenção

O Estágio Pedagógico I refere-se à prática educativa na Educação Pré-Escolar e realizou-se entre os meses de setembro e dezembro de 2015, correspondente ao 1º semestre, do 2º ano do curso de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Este desenvolveu-se numa EB1/JI em interação com um grupo de crianças do nível da Educação Pré-Escolar. Este grupo era composto por quinze crianças, com idades compreendidas entre os três e os cinco anos de idade.

O Estágio Pedagógico II diz respeito ao Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico e ocorreu entre os meses de fevereiro e maio de 2016, no 2º semestre, do 2º ano do curso de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Uma EB1/JI do concelho de Ponta Delgada, foi a instituição que nos acolheu para desenvolver esta prática em contacto direto com uma turma do 2º ano de escolaridade que era constituída por catorze alunos com idades compreendidas entre os sete e oito anos de idade. É de salientar que ambas

39 as escolas fazem parte da Escola Básica Integrada de Roberto Ivens, de Ponta Delgada, integrando-se como núcleos da mesma.

Para a elaboração deste Relatório de Estágio, bem como do Projeto Formativo Individual dos Estágios Pedagógicos I e II, foram consultados documentos norteadores tais como: o Projeto Educativo de Escola (PEE), o Projeto Curricular de Escola (PCE), o Regimento Interno, os Programas e Metas de Aprendizagem para o Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, o Currículo Regional de Educação Básica (CREB), as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar e as Metas de Aprendizagem para a Educação Pré- Escolar.

Para além disto, os momentos de observação que foram efetuados, tanto no início como durante o desenrolar de ambos os estágios, ofereceram-nos um conjunto de dados importantes para delinear as estratégias, modelos e métodos de ensino mais adequados a implementar tanto nas crianças da Educação Pré-Escolar como do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Por isso, selecionamos como instrumentos de sistematização da informação a técnica de observação direta, pois “permite-nos observar as actividades das pessoas, as características físicas da situação do ponto de vista social e o que nos faz sentir o facto de fazermos parte integrante daquela realidade” (Spradley, 1980, p.33, in Correia, 2009, p. 32). O registo destas observações foi realizado em grelhas de observação (cf. Anexo II) e de avaliação (cf. Anexo V - alíneas a.1 e b.1) referentes às atividades desenvolvidas nas intervenções (cf. Anexo V - alíneas a e b), mas, maioritariamente concentravam-se nas próprias produções das crianças/alunos. Por sua vez, o diário de bordo também foi utilizado com o intuito de registar as observações relevantes que iam sendo concretizadas na prática, mas de uma forma mais descritiva.

Por outro lado, tivemos a oportunidade de consultar os processos individuais das crianças/alunos, tanto na Educação Pré-Escolar como no 1.º Ciclo do Ensino Básico, que nos facultaram um conjunto de dados específicos de caracterização de cada criança/aluno. Na turma do 1.º Ciclo do Ensino Básico analisamos os testes diagnósticos e de avaliação de português, matemática e estudo do meio para percebemos em que nível de aprendizagem os alunos se encontravam. Estes aspetos permitiram-nos conhecer um pouco das fragilidades e potencialidades dos alunos, acabando por ser um ponto de partida para justificar as nossas opções na implementação de estratégias mais adequadas às necessidades e interesses da turma.

40 É de referir que as atividades que foram desenvolvidas nos Estágios Pedagógicos I e II foram salvaguardadas por registos fotográficos que comprovam o que realmente se sucedeu na prática educativa (cf. Anexo VII). Estas fotografias também auxiliaram na recolha de informações sobre o que estava a ser desenvolvido e nas reflexões que foram efetuadas a posteriori. Neste sentido, também recorremos, algumas vezes, ao suporte de vídeo para analisar os comportamentos, reações e atitudes das crianças/alunos perante as diversas situações de aprendizagem que estavam a vivenciar.

Todavia é importante destacar a relevância de um pequeno levantamento de opiniões que foi realizado às docentes cooperantes, com o intuito de complementar este Relatório de Estágio. Este levantamento de opiniões procurou aprofundar as questões da interdisciplinaridade e da forma como ela se concretizava no contexto de sala de aula. Assim, constituíram-se como questões de partida as seguintes: em que medida a interdisciplinaridade contribuiu para o processo de ensino e aprendizagem das crianças? Os professores/educadores atualmente valorizam este tipo de ensino? Qual a importância da interdisciplinaridade no ensino, nomeadamente na Educação Pré-Escolar e no 1.º Ciclo do Ensino Básico? Será que práticas pedagógicas promotoras da interdisciplinaridade são um fator de sucesso educativo? Que estratégias de interdisciplinaridade se revelam mais eficazes?. Quanto à estrutura da entrevista (cf. Anexo IV - alínea a), esta foi composta por questões abertas e organizou-se em três grandes partes: a identificação das entrevistadas; a interdisciplinaridade enquanto estratégia de ensino para promover aprendizagens nas crianças/alunos, com questões direcionadas para a opinião das entrevistadas; a concretização da interdisciplinaridade a partir da utilização de materiais pedagógicos, a partir de perguntas focadas na prática educativa das entrevistadas.

Os dados obtidos através destas entrevistas serão tratados seguindo a técnica de análise de conteúdo, que permite analisar os dados de forma sequencial, passando por algumas etapas. Deste modo “O investigador examina os dados, organiza-os e tenta penetrar a significação dos relatos que recolheu” (Fortin, Côté & Filion, 2009, p. 301). Por se tratar de apenas duas entrevistas, os dados recolhidos foram utilizados de forma exaustiva no sentido de compreender a realidade das duas salas onde iriam decorrer os Estágios Pedagógicos.

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